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"No precisamos de lderes, no precisamos de heris, no

precisamos cristalizar movimentos em siglas, no precisamos de


nenhum culto a personalidade, no necessitamos nenhuma
hierarquia. S necessitamos uma coisa: sugerir que as pessoas
despertem e andem por s prprias. Essa a incrvel beleza da
revoluo que foi iniciada. a revoluo dos coraes, no das
estruturas" (Juan Trigo - El paraso est en el fundo de tu
corazn)
Acredito que a nica forma de "sugerir que as pessoas despertem" seja
despertando-nos e servindo de exemplo. Exemplo de quem no precisa de
guru, de quem confia na vida.

Acredito que a partir dessa revoluo interna, abrimos espao para que
estruturas flexveis se criem e se desmontem conforme a necessidade da vida
naquele tempo e espao.
A maioria das comunidades e ecovilas no se sustentam por muito tempo, pois
as pessoas acham que mudando as estruturas, necessariamente vo se
modificar, vo criar relaes mais harmnicas. E isso no acontece. A idia de
morar em comunidade geralmente nasce do nosso ego, que leu em algum
lugar que melhor morar em comunidade. Ento cria uma srie de fantasias e
se pe em movimento para concretizar essas fantasias. Na hora que a
estrutura est pronta, se depara com a realidade: um monte de gente
carregando bagagens enormes do paradigma do poder e controle, tentando
viver no paradigma da vida, da abundncia e da rede. No tem como se
sustentar.
A mesma coisa vale para os novos movimentos de educao: educar em casa,
desescolarizar, comunidades de famlias educadoras, escolas alternativas. O
risco de todas essas lindas iniciativas desembocarem em estruturas que de
forma sutil continuem a investir no poder, no controle e no medo enorme. O
trabalho ns. Diariamente, perceber o que nos irrita, o que nos chateia, o
que nos "pega" e a afirmar que o que est fora, est dentro e limpar essas
crenas e emoes estagnadas, seja atravs de um bom extravasar ou de um
espelhamento. A, vamos transformando nosso corao. Ele vai se expandindo
e se tornando mais um entreposto de passagem para o fluxo da vida.

No acho que Juan Trigo seja contra transformar estruturas. O que eu leio em
seu texto que a revoluo no comea por a.

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