Uma semente comea a germinar. Dela surge um broto que comea a se espriguiar. Uma diferena crucial ento percebida pelas demais rvores, que se assustam ao ver que ela no possui razes, mas pernas! As rvores ento viram os troncos para aquela nova criatura. EXT. - NOITE - PRIMAVERA Logo a jovem mangueira cresceu. Andando em meio s outras rvores, triste, caminhou at um lago. Pensativo, encara o balanar de suas pernas. Quebrando sua concentrao, ouve um belo canto vindo de algum lugar prximo. A melodia cala todos os demais rudos. A rvore fica curiosa com aquele som to bonito e procura em volta de si. O som cessa. Ela permanece concentrada, esperando o canto novamente. Recomeando pela terceira vez, a mangueira percebe que vem de sua copa. Do meio de suas folhas, um uirapuru emerge, peralta: voa em volta da rvore, com pedaos de fibras em seu bico, para montar seu ninho. A rvore ento apanha uma de suas mangas e oferece ao pssaro. Ele pousa em seu brao e belisca a fruta. Olha ento para os olhos da seu benfeitor e acenou com a cabea. Saltou do seu brao e voou para longe. A mangueira entristece-se, porm logo a ave volta e bica seu tronco, acenando para que lhe siga. O uirapuru parte, seguido pela rvore. EXT. -
- VERO/OUTONO
Medo; superao; asceno
EXT. - TARDE - OUTONO No fim da tarde, a rvore, j idosa, acomoda-se em frente a um lago. Sua folhagem, amarelada, cai com certa frequncia. O casal de uirapurus desce de seus troncos, seguidos de um filhote. Eles fazem uma reverncia rvore e partem. A mangueira permanece admirirando a partida de seus companheiros, emocionada. Fecha os olhos.
2.
Um vento forte balana suas folhas secas, arrastando-as para
longe. EXT. - NOITE - INVERNO A noite chega e as folhas se esfarelam em meio a chuva