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3: 165-168, 1980
RESENHAS
REVIEWS
Maria Teresa Micheli Kerbauy (*)
RESENHA/8
SANTOS, Wanderley Guilherme dos, Cidadania e J u s t i a : a poltica social na
ordem brasileira, Rio de Janeiro, E d . Campos, 1979, 138 p.
os parmetros da acumulao e da
eqidade. Buscando respostas a esta
questo o autor envereda pela teoria
das elites passando por Mosca, Pareto
e chegando a Michels, em quem se
apoia para relacionar a tomada de decises com a circulao de elites: "so
as organizaes e instituies de poder
que convertem seus ocupantes em uma
elite destacando-os da base social ou
do pblico a que teoricamente deveriam obedincia, e no o inverso. As
instituies de poder se transformam
em instituies de elite no porque vm
a ser ocupadas por seres particularmente distinguidos, mas porque os distiguem... pela imposio de seus
planos coletividade, sancionados pela
legitimidade das instituies que controlam, e freqentemente, tambm justificados por critrios que elas prprias
formulam que as elites se convertem em
varivel estratgica na determinao das
polticas pblicas" (p. 59, 60).
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Se a cidadania regulada foi a caracterstica, do perodo pr-64, "poderse-ia, agora, considerar a perspectiva
vigente como a de patamares de cidadania, aqum dos quais o debate sobre
justia social seria ocioso" (p. 104). A
noo de cidadania permanece destituda de "qualquer conotao pblica e
universal. Grande parte da populao
pr-cvica e nela no se encontra insdrito nenhuma pauta fundamental de
direitos" (p. 104).
Tendo sempre presente a questo
da acumulao e da eqidade, o autor
chama ateno para o fato de que "as
imposies da dinmica dos conflitos,
por um lado, e as necessidades de garantir a reproduo ampliada (acumulao) da riqueza social, por outro, induzem os governos a exercitar permanentemente o que se poderia chamar
de "clculo do dissenso", isto , a taxa
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