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EISSN 1676-5133 doi:10.3900/fpj.1.1.37.

A eficácia de três exercícios


abdominais para teste
de resistência muscular localizada

Artigo Original

Antônio Henrique da Mata Ribeiro Jefferson da Silva Novaes


Mestre em Ciência da Motricidade Humana da Universidade Castelo Branco - RJ Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro – RJ
henrique@iis.com.br jsnovaes@unisys.com.br
José Fernandes Filho
Professor Titular do Programa Stricto Sensu em Ciência da Motricidade Humana da
Universidade Castelo Branco - RJ - Brasil
jff@castelobranco.br

Ribeiro, A.H.M.; Fernandes Filho, J.; Novaes,J.S. A eficácia de três exercícios abdominais para teste de resistência muscular locali-
zada. Fitness & Performance Journal, v.1, n.1, p.37-43, 2002.

RESUMO: A presente pesquisa está ligada à necessidade de modelos de testes abdominais mais atualizados com os movimentos dos exercícios ensinados nas aulas
de ginástica e de musculação das academias da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo é avaliar a eficácia dos exercícios flexão parcial do tronco, flexão inversa e
flexão completa do tronco para o teste de resistência muscular localizada, a partir da análise do sinal eletromiográfico (EMG) dos músculos reto abdominal porção
superior, inferior, oblíquo externo e reto femoral. O estudo é uma pesquisa de modelo Laboratorial, tipo Descritiva, com delineamento da forma Survey, segundo
proposta de THOMAS e NELSON (1990). O experimento foi aplicado no Laboratório de Biomecânica da Aeronaútica, utilizando aparelho de eletromiografia de su-
perfície, em uma amostra de 14 indivíduos do sexo masculino com idade de 19 ± 1,14 (anos), peso de 67,09 ± 6,14 estatura de 177 ± 6,26 (cm) e percentual de
(kg), gordura de 9,12 ± 2,86 (%). Foi utilizado o tratamento estatístico de Análise de Variança, com post-hoc de Turkey e coeficiente de reta de regressão. O índice de
significância adotado foi α = 0,05. Os exercícios foram avaliados nos parâmetros temporaes investigando a intensidade do sinal (EMG) e nos parâmetros temporais
e de frequência analisando a fadiga muscular nos exercícios. Com base nos parâmetros de área e de média, em relação aos músculos reto abdominal porção su-
perior, inferior e oblíquo externo. Não houve diferença estatística entre os testes; logo nenhum dos exercícios demonstrou solicitar mais estes músculos que os outros.
O músculo reto femoral apresentou uma atividade significativa na flexão completa, onde houve maior intensidade do sinal EMG. Logo, este exercício é o menos
indicado para servir de teste de resistência abdominal. Se analisarmos pela fadiga, o exercício flexão parcial do tronco tende a atingir a fadiga mais rapidamente
que os outros exercícios em relação ao músculo reto abdominal porção superior e o exercício flexão completa do tronco atinge mais rapidamente a fadiga que os
outros exercícios em relação ao músculo oblíquo externo. Já o músculo reto abdominal porção inferior não apresentou qualquer tendência. Sugere-se que o melhor
exercício para avaliar a resistência muscular localizada dos músculos abdominais, sob os aspectos de fadiga, biomecânicos e segurança é a flexão parcial do tronco.

Palavras-chave: exercício abdominal, eletromiografia, músculos abdominais, fadiga

Endereço para correspondência:

Data de Recebimento: novembro / 2001 Data de Aprovação: dezembro / 2001

Copyright© 2002 por Colégio Brasileiro de Atividade Física, Saúde e Esporte.

Fit Perf J Rio de Janeiro 1 1 37-43 jan/fev 2002


ABSTRACT RESUMEN

Efficacy of three abdominal exercises in order to test local muscylar La eficacia de tres ejercicios abdominales para pruebas de resistencia
endurance muscular localizada
The study concerns the need of searching new models of abdominal tests, so that El problema del estudio está relaciobado a la necesidad de busqueda de nuevos
they can be updated and related to the motor gestures of abdominal exercises modelos de pruebas abdominales más actualizados con los movimientos de los
taught at the gyms in Rio de Janeiro. Therefore, the purpose is to evaluate the ejercicios abdominales enseñados en clases de gimnasia y de musculación, de las
efficacy of trunk partial flexion, inverse flexion and complete flexion to test local academias de la Ciudad de Rio de Janeiro. En este caso, el objetivo es avaluar la
muscular endurance by measuring the intensity of electromyographic signal eficacia de los ejercicios flexión parcial del tronco, flexión inversa y flexión completa
of rectus abdominis muscle – superior, inferior and external oblique – and del tronco para prueba de resistencia muscular localizada, a partir del análisis de la
rectus femoris. The present study is a laboratorial model, a kind of descriptive señal eletromiografica de los músculos recto abdominal porción superior, inferioro,
research, and it was developed as a survey, according to THOMAS & NELSON oblicuo exteriro y recto femural. El presente estudio es una investigación del modelo
(1990). The experiment was held at the Air Force Biomechanics Laboratory, Laboratorial, Modelo de Investigación Descriptiva, siendo que su experiencia es la
using a surface electromyography device, with a sample of 14 male individu- forma Survey, según propuesta de THOMAS & NELSON (1990). La experiencia fue
als, age 19±1.14 (years); weight 67.09 ± 6.14 (kg); height 177 ±6.26 (cm) aplicada en el laboratorio de Biomecánica de la Aeronáutica, utilizando aparato de
and body fat percentage 9.12 ± 2,88 (%). Variance Analyses was the statistic eletromiografia de superfície, con una muestra de 14 individuos del sexo masculino
method used, with Turkey’s post hoc and regression line coefficient, statistical con edad de 19 + 1,14 (años), peso de 67,09 +6,14(kg), estatura de177 + 6,26
significance =0.05. The studied exercises were evaluated according to time (cm) y porcentaje de grasa de 9,12 –2,86(%). Fue utilizado el tratamiento estadístico
parameters, checking the electromyographic signal intensity, as well as time de Análisis de Variación, con posto hoc de turkey y coeficiente de recta de regresión,
and frequency parameters, analyzing the muscular fatigue during the exercises. siendo que el índice de significado adoptado fue a = 0,05. Los ejercicios estudiados
Based on area and average parameters related to rectus abdominis muscle fueron evaluados en parámetros temporales investigando la intensidade del señal EMG
(superior, inferior and external oblique), there was not statistic difference y parámetros de la área y de la media, en relación a los músculos recto abdominal
between the tests. Therefore, none of the exercises required the use of those porción superior, inferior y oblicuo externo, no hubo diferencia estadística entre los
muscles any more than others. The rectus femoris muscle presented significant exámenes, o sea, ninguno de los ejercicios demonstro solicitar estos músculos más
activity in complete flexion, in which there was the greatest intensity of the que los otros. El músculo recto femural presentó una actividad significativa en la flexión
electromyographic signal. Therefore, that is the least indicated exercise to completa, donde hubo la mayor intensidad de la señal EMG. O sea, este ejercicio es
be used as test for abdominal endurance. If we consider fatigue, in the trunk el menos indicado para servir de prueba de resistencia abdominal. Se analizamos por
partial flexion, the superior rectus abdominis muscle tends to reach fatigue la fatiga, el ejercicio flexión parcial del tronco tiende a alcanzar la fatiga más rápido
faster than in the other exercises. In the trunk complete flexion, the external que los otros ejercicios en relación al músculo recto abdominal porción superior y
abdominal oblique reaches fatigue faster than in other exercises. The inferior el ejercicios flexión completa del tronco alcanza más rápido la fatiga que los otros
rectus abdominis has not presented any tendency. We suggest that the best ejercicios en relación al músculo oblicuo externo. Ya el músculo recto abdominal
exercise to evaluate local muscular endurance of abdominal muscles, by the porción inferior no presentó ninguna tendencia. Se sugiere que, el mejor ejercicio
criteria fatigue, biomechanics and safety, is trunk partial flexion. para evaluar resistencia muscular localizada de los músculos abdominales, bajo los
aspectos de fadiga, biomecánicos y seguridad,es el de flexión parcial del tronco.
Keywords: abdominal exercises, electromyography, abdominal muscles, fatigue Palabras clave: Ejercicio Abdominal, Electromiografia, Músculos Abdomi-
nales, Fadiga

INTRODUÇÃO

A prática de exercícios abdominais tem sido vasta nas últimas uma das razões do aumento das pessoas com problemas de dores
décadas por necessidades estéticas e de saúde da população em nas costas, (KNOPLICH,1980).
geral. Este aumento deve-se aos inúmeros problemas gerados por
Existem na literatura, referências que demonstram que a área
uma musculatura abdominal fraca (VAZ e cols,1999). Atualmente,
de Medidas e Avaliação na Educação Física não teve o mesmo
milhares de pessoas praticam o exercício abdominal de maneira
desenvolvimento de pesquisas que a de Fisiologia do Exercício.
inadequada, podendo, assim, causar danos à coluna vertebral
RIZZO apud FERNANDES (1999) aponta que a produção na área
(BEIN e cols,1997). É difícil o aluno ter a consciência corporal
de Medidas e Avaliação, ainda é muito pobre. Só nos anos 90,
de isolar a musculatura abdominal, durante a execução deste
se vê uma preocupação com o assunto, assim mesmo reduzida
exercício. PAULA (1991) afirma que os exercícios para fortaleci-
mento da musculatura abdominal sofreram, nos últimos anos, a menos de uma dezena de títulos. Na maioria as avaliações
modificações na sua forma de execução. Porém, poucos são funcionais realizadas na cidade do Rio de Janeiro utilizam o teste
os trabalhos científicos mostrando a problemática da execução de resistência abdominal de Pollock, ou seja, sentar-se a partir
dos movimentos abdominais (MELLO, 1986 GUIMARÃES,1991 da posição em decúbito dorsal. Este teste é um forte exercício
e VAZ,1991 apud VAZ e cols.,1999). para os flexores do quadril, podendo levar ao encurtamento
destes músculos e ao aumento da lordose (KENDALL e McCRE-
Segundo KENDALL e McCREARY (1987), existem poucos erros ARY,1987). A pressão intradiscal nas vértebras lombares, no
nos exercícios para o dorso, enquanto há muitos nos abdominais exercício de sentar-se a partir da posição em decúbito dorsal, é
apropriados.
2,1 vezes maior do que a pressão intradiscal na posição em pé
RASCH (1991) pontua que 80% da população mundial sofrem de (ZATSIORSKY,1999). Por sua vez, SILVA (1984) exemplifica que,
dores nas costas, provavelmente na região lombar. Uma flacidez no citado exercício, um indivíduo com o peso de 70 kg sofre uma
da musculatura abdominal, aumentada pela obesidade, constitui pressão intradiscal na L3, de 180 kg.

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Segundo GILLEARD e BROWN (1994) existem poucas informa- metálica marca Sanny; um pequeno colchão; uma balança da
ções na literatura sobre métodos manuais de testes de músculos marca Filizolla.
abdominais que usem critérios padronizados e objetivos em sua
avaliação de função muscular. Nas últimas décadas, estagnou-se Procedimento experimental
o conhecimento em relação a testes de resistência abdominal (RI- Os exercícios abdominais estudados foram: 1) flexão parcial do
BEIRO e FERNANDES, 2000). ANDERSSON e THORTSTENSSON tronco, enrolando a coluna, joelhos flexionados com pés no solo;
(1998), observaram que falta padronização na nomenclatura e 2) flexão completa do tronco, com joelhos flexionados, pés fixos
na velocidade de execução dos testes abdominais. Percebe-se pelo avaliador; e 3) flexão inversa, com joelhos flexionados. A
uma necessidade de estudos detalhados, buscando a validação sequência dos movimentos foi uma alternância de cada exercício
de novos testes, com a mesma especificidade do gesto motor do entre os avaliados, ou seja, o primeiro avaliado realizava a flexão
exercício abdominal ensinado atualmente nas academias. parcial do tronco, o segundo a flexão completa do tronco, o ter-
Analisando o aspecto de testes abdominais, GILLEARD e BRO- ceiro a flexão inversa, o quarto a flexão parcial do tronco e assim,
WN (1994) afirmaram que o nível de atividade dos músculos sucessivamente. A execução de cada exercício é assim descrita:
abdominais em relação às notas dos testes musculares nunca
foi quantificado. Assim, o objetivo do presente estudo é avaliar
Flexão parcial do tronco, com pés no solo
a eficácia dos exercícios flexão parcial do tronco, flexão inversa os joelhos são flexionados em 90º, com o avaliado em decúbito
e flexão completa do tronco para teste de resistência muscular dorsal; o voluntário eleva o tronco até o ponto onde a escápula
localizada, a partir da análise do sinal EMG dos músculos reto é erguida do colchonete; os dedos ficam entrelaçados atrás das
abdominal porção superior, inferior, oblíquo externo e reto fe- orelhas e os cotovelos fechados. Este procedimento foi adotado
moral, em indivíduos de 18 a 22 anos. por SARTI e cols. (1996);

Flexão completa do tronco, com joelhos flexio-


MATERIAL E MÉTODOS
nados, pés fixos pelo avaliador
as mãos devem ser cruzadas por trás do pescoço; o responsável
Sujeitos
pelo teste deve segurar os pés da pessoa; os cotovelos dos
A amostra foi composta por de 14 militares da Aeronáutica, da voluntários devem tocar os joelhos, na posição de flexão máxima;
cidade do Rio de Janeiro, do sexo masculino, com faixa etária retornar completamente à posição inicial, antes da próxima flexão.
entre 18 a 22 anos, percentual de gordura médio de 9,12%, se-
gundo protocolo de Pollock e Jackson, que praticavam atividade Flexão inversa com joelhos flexionados
física regularmente três vezes por semana, com boa habilidade
com o avaliado em decúbito dorsal, as coxas são mantidas imó-
de execução dos exercícios abdominais e sem sintomas de dores
veis durante o exercício. Este exercício consta de uma elevação
ou cirurgias abdominais.
do quadril, contraindo os músculos abdominais, para enrolar a
pelve para trás enquanto puxa a sínfise pubiana para cima, em
Instrumentação
direção ao peito. A região lombar toca o colchonete e as náde-
Foram utilizados os seguintes instrumentos: para aquisição dos gas ficam erguidas. Este procedimento foi adotado por SARTI e
sinais EMG um eletromiógrafo de quatro canais ME3000P cols. (1996), sendo acrescido que as mãos dos avaliados (em
(Mega Eletronics, Finlândia); para a transmissão dos sinais para decúbito dorsal) são apoiadas nos tornozelos do avaliador, de
o computador e análise dos mesmos, um software ME3000P tal maneira que os cotovelos do avaliado formam 90º com o seu
que acompanha o aparelho de eletromiografia; um compu- tronco. Os calcanhares dos avaliados devem ficar encostados
tador Pentium 300; eletrodos “Red Dot” 2231 (3M, Brasil); um na sua região glútea. O avaliado deve encostar os joelhos nos
compasso de dobras cutâneas da marca Lange; uma fita métrica cotovelos para se considerar uma repetição completa.
Tabela 1 - Análise de regressão - % de indivíduos com índice significativo
Músculos Parcial Completa Inversa
Reto Abd. Superior 71% (80%) 64% (100%) 50% (100%)
Reto Abd. Inferior 57% (63%) 57% (100%) 36% (60%)
Oblíquo Externo 43% (67%) 57% (100%) 43% (100%)

Tabela 2 - Intensidade do sinal EMG


Diferença significativa
Músculos Parcial Médias completa Inversa
entre os testes
Reto Abd. Superior Não -- -- --
Reto Abd. Inferior Não -- -- --
Oblíquo Externo Não -- -- --
Reto Femoral Sim 7,79 78,17 22,39

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Após cada avaliado ter completado um exercício abdominal, tado por VAZ e cols., (1999). A porção superior foi monitorada
o sinal EMG era inspecionado visualmente para se observar a uma distância média de 6 cm acima da cicatriz umbilical e a
se não houve nenhuma falha na coleta. Estando tudo correto, porção inferior 6 cm abaixo do mesmo ponto. Ambos os pares
outro participante era avaliado. Era necessário que um avaliador de eletrodos posicionados neste músculo estavam 3 cm à direita
da equipe de pesquisa realizasse a contagem do número de da linha média do indivíduo. O músculo oblíquo externo foi
repetições enquanto outro fosse responsável pela verificação da monitorado 5 cm acima da espinha ilíaca ântero-superior, com
técnica de execução correta do exercício de cada avaliado. Nos uma inclinação de aproximadamente 30 graus, segundo proce-
exercícios propostos, o número máximo de repetições em 1 minu- dimento adotado por GILLEARD e BROWN (1994). O músculo
to, foi executado com a técnica correta. Se em algum momento, reto femoral foi monitorado a 1/3 da distância da linha entre
a execução não estivesse correta, o exercício era interrompido. a espinha ilíaca ântero-superior e a borda superior da patela.
Os critérios para a interrupção da flexão parcial do tronco foram:
Método da análise dos dados
não conseguir levantar a escápula do chão; abrir os cotovelos,
que devem permanecer fechados, durante a execução; tomar Para a compreensão do estudo, torna-se necessário descrever as
impulso para conseguir realizar a flexão do tronco; movimentar variáveis mais utilizadas para análise do sinal EMG. Os métodos
o quadril (ex.: levantando) para facilitar o exercício; não retornar de análise, detalhados a seguir, podem ser desenvolvidos tanto
totalmente a cabeça e a coluna, em relação ao solo, no final da no domínio do tempo quanto da frequência.
fase excêntrica do movimento; não enrolar a coluna, durante o
movimento que é realizado com a coluna reta; levantar os pés Análise no domínio do tempo
do solo; não conseguir fazer o exercício de forma conduzida, Inicialmente foi calculado o Valor Médio Retificado (VMR) para
principalmente a fase excêntrica, sustentando a descida; parar
cada músculo, em cada teste e para cada indivíduo. Para deter-
alguns segundos para descansar.
minar o VMR, marcaram-se os pontos mínimos de cada canal
Os critérios para interrupção da flexão completa do tronco foram: (músculos), e em cada intervalo, e em cada teste. O próprio
não conseguir encostar o cotovelo nos joelhos; afastar em dema- sistema faz os cálculos dos valores de médias, áreas e picos
sia os cotovelos; tomar impulso com o corpo, para conseguir a nestes intervalos.
fase concêntrica; não enrolar a coluna, realizando o movimento
As variáveis estudadas, a partir do cálculo de VMR foram: média
com a coluna reta; não retornar totalmente a cabeça e a coluna,
(Me) - média do sinal VMR num dado intervalo; pico (Pi) - valor
em relação ao solo, na fase excêntrica do movimento; tomar
máximo do VMR num determinado tempo; área (Ar) - é o produto
impulso para conseguir realizar a flexão do tronco e movimentar
da intensidade pelo tempo num dado intervalo; média normaliza-
o quadril (ex.: levantando), de maneira a facilitar o exercício.
da (MeN) - é o valor da variável Me de cada músculo, de cada
Os critérios para interrupção da flexão inversa foram: mexer indivíduo, dividido pelo valor máximo da variável Pi do mesmo
as pernas durante a execução; desencostar os calcanhares da músculo, do mesmo indivíduo.
região glútea; não encostar os joelhos nos cotovelos durante a
fase concêntrica; realizar, de forma visível, força nos braços, con- Análise no domínio da frequência
traindo os músculos; não conseguir fazer o movimento de forma
O software ME3000P permite o cálculo de variáveis associadas
conduzida; não encostar a região glútea no colchão, no final
ao espectro de potência do sinal. Neste caso foram calculadas as
da fase excêntrica do movimento; balançar os pés e tornozelos;
Fast Fourier Transform (FFTs) de janelas de 1.024 pontos conse-
parar alguns segundos para descansar.
cutivos com o objetivo de observar o comportamento do espectro
Todos os eletrodos foram colocados no lado direito do corpo para de frequência do EMG ao longo do teste. Isto é feito através do
monitorar os músculos reto abdominal porção superior e inferior, “Fatigue Test” do próprio software, cujo objetivo é determinar o
oblíquo externo e reto femoral. O músculo reto abdominal, em nível de fadiga de cada músculo em cada exercício. As variáveis
suas duas porções, foi monitorado conforme procedimento ado- extraídas deste teste foram: taxa de variação da frequência me-
Tabela 3 - Média Normalizada ( MeN)
Músculo Índice Significativo Parcial (%) Médias Completa (%) Inversa (%)
Reto Superior Sim 22,8 21,5 27,8
Reto inferior Não -- -- --
Oblíquo Externo Sim 19,3 23,8 23,6
Reto Femoral Não -- -- --

Tabela 4 - Frequência Mediana (FM)


Músculo Índice Significativo Parcial Médias Completa Inversa
Reto Superior Sim - 30,80 - 20,25 26,81
Reto Inferior Não -- -- --
Oblíquo Externo Sim - 6,82 - 10,34 - 1,99

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diana (MF) - é a variação da FM no tempo, expressa em Hz/min a aumentar a atividade ao longo do teste; 43% foram sem ten-
e taxa de variação da frequência de potência média (MPF) - é a dência significativa; na flexão completa, 57% da amostra (n = 8)
variação da FPM no tempo expressa em Hz/min. obtiveram coeficiente significativo, sendo que todos deste grupo
apresentaram tendência a aumentar a atividade ao longo do teste;
Tratamento estatístico 43% não tiveram tendência significativa; na flexão inversa, 36%
Para comparar a intensidade da atividade muscular entre os três (n = 5) obtiveram coeficiente significativo, sendo que 60% deste
testes foi empregada a Análise de Variância (ANOVA) entre as grupo (n = 3)apresentaram tendência a aumentar a atividade ao
variáveis média, área, e média normalizada. Se fosse identificada longo do teste; 64% foram sem tendência significativa.
uma diferença estatisticamente significativa era realizado o teste c) Músculo Oblíquo Externo: na flexão parcial, 43% da
“post hoc” de Tukey. Para investigar a fadiga, através da aná- amostra (n = 6) obtiveram coeficiente significativo, sendo que
lise temporal, foi calculado o coeficiente da reta de regressão. 67% deste grupo (n = 4) apresentaram tendência a aumentar
O objetivo desta análise foi verificar a tendência da atividade a atividade ao longo do teste; 57% foram sem tendência signi-
muscular ao longo do teste, já que o coeficiente de regressão é ficativa; na flexão completa, 57% (n = 8) obtiveram coeficiente
um bom estimador da tendência em séries temporais (WILLIAM, significativo, sendo que todos deste grupo apresentaram tendên-
1986). Para averiguar a fadiga no domínio da frequência foi cia a aumentar a atividade ao longo do teste; 43% foram sem
aplicada a ANOVA, fator único comparando a taxa de variação tendência significativa; na flexão inversa, 43% (n = 6) obtiveram
da FM e da FPM de cada grupamento muscular, em cada exer- coeficiente significativo, sendo que todos deste grupo apresen-
cício. Identificada a diferença estatisticamente significativa era taram tendência a aumentar a atividade ao longo do teste; 57%
realizado o teste “post hoc” de Tukey .O índice de significância da amostra foram sem tendência significativa.
adotado foi = 0,05.
d) Músculo Reto Femoral: como, de uma forma geral, este
músculo apresentou atividade muito pequena, a avaliação da
RESULTADOS E DISCUSSÃO fadiga perdeu o sentido. Portanto os resultados para este mús-
culo não contemplam os relativos à análise de tendência por
Vários parâmetros foram extraídos dos sinais EMG dos músculos coeficiente de regressão.
estudados, dos três exercícios e dos 14 indivíduos. Foram ana-
a) Músculo Reto Abdominal Porção Superior, Porção
lisados parâmetros no domínio do tempo e da frequência e os
Inferior e Oblíquo Externo: do ponto de vista da intensidade
objetivos básicos foram identificar os testes que produziram mais
do sinal EMG, (parcial, completa e inversa) analisaram-se os três
atividade muscular e que tiveram indicação de fadiga mais rápida.
exercícios nestes músculos, através das médias do parâmetro
1º Parâmetro - Média (Me) média e do parâmetro área por análise de variância (ANOVA) e
em seguida aplicou-se o tratamento de post hoc de Tukey. Não foi
Inicialmente, são apresentados os resultados da análise de observada diferença estatística entre os três exercícios, indicando
regressão e em seguida a comparação entre a intensidade da que a atividade muscular independe do exercício; logo nenhum
atividade muscular nos três testes. dos exercícios demonstrou solicitar mais o músculo investigado
a) Músculo Reto Abdominal Porção Superior: na fle- que os outros.
xão parcial, 71% da amostra (n = 10) obtiveram coeficiente b) Músculo Reto Femoral: utilizando o mesmo procedimento
significativo, sendo que 80% deste grupo (n = 8) apresentaram dos músculos já citados, concluiu-se que o exercício de maior
tendência a aumentar a atividade ao longo do teste; 29% foram intensidade do sinal EMG foi a flexão completa do tronco, se-
sem tendência significativa; na flexão completa, 64% (n = 9) guido da flexão inversa e da flexão parcial.
obtiveram coeficiente significativo, sendo que todos deste grupo
apresentaram tendência a aumentar a atividade ao longo do teste; 2º parâmetro: Média Normalizada = MeN
36% foram sem tendência significativa; na flexão inversa, 50%
a) Músculo Reto Abdominal Porção Superior/Oblíquo
(n = 7) obtiveram coeficiente significativo, sendo que todos deste
Externo: estes músculos obtiveram coeficientes significativos
grupo apresentaram tendência a aumentar a atividade ao longo
nos três exercícios abdominais estudados, para os 14 indivíduos.
do teste; 50% foram sem tendência significativa.
Através dos valores de média de cada exercício, existe um indica-
b) Músculo Reto Abdominal Porção Inferior: na flexão tivo de que a atividade muscular mais intensa, no músculo reto
parcial, 57% da amostra (n = 8) obtiveram coeficiente significa- abdominal porção superior foi o de flexão inversa, seguido da
tivo, sendo que 63% deste grupo (n = 5) apresentaram tendência flexão parcial e, por último, da flexão completa. Já no músculo
Tabela 5 - Frequência de Potência Média (FPM):
Músculo Índice Significativo Parcial Médias Completas Inversa
Reto Superior Sim - 32,71 - 21,72 - 27,35
Reto Inferior Não -- -- --
Oblíquo Externo Sim - 6,82 - 12,25 - 3,50

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oblíquo externo, existe um indicativo que a atividade muscular ficando que este exercício tem uma tendência a atingir a fadiga
mais intensa foi a flexão completa, seguida da flexão inversa e, mais rapidamente que os outros, seguido pela flexão parcial e
por último, da flexão parcial. depois pela flexão inversa.
b) Músculo Reto Abdominal Porção Inferior: não foi ob-
servada diferença estatística entre os três exercícios abdominais CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
estudados, indicando que a atividade muscular independe do
exercício. Logo, não há indicação que um exercício seja melhor Tem sido problemático desenvolver um teste de avaliação de apti-
que o outro, isto é, se sua atividade muscular é mais intensa. dão física para músculos abdominais, por não existir um critério de
mensuração (SPARLING, 1997). Até o momento, estuda-se mais
c) Músculo Reto Femoral: não houve diferença entre os
a atividade dos músculos abdominais do que testes abdominais
exercícios. É importante enfatizar que a atividade muscular deste
que atendam aos critérios de autenticidade científica.
músculo é muito pequena, sendo desprezíveis os seus resultados.
Com relação à intensidade da atividade muscular, a média
3º Parâmetro - Frequência (Fr) representada por normalizada sugere diferença significativa entre a atividade
Frequência Mediana (FM) muscular para os exercícios. A normalização do sinal EMG tem
O objetivo da análise dos parâmetros no domínio da Fr é ob- sido vastamente discutida na literatura. Seu objetivo principal
servar a fadiga. é diminuir a variabilidade entre sujeitos. Entretanto, tem sido
proposto que alguns métodos de normalização podem introduzir
a) Músculo Reto Abdominal Porção Superior: este mús-
erros de tendência, comprometendo a confiabilidade dos testes
culo obteve nos três exercícios abdominais estudados, para os
estatísticos (OLIVEIRA e cols., 2001). Portanto, apesar das grandes
14 indivíduos, coeficientes significativos. Através dos valores de
diferenças individuais inerentes ao próprio método, as estatísticas
média de cada exercício, existe um indicativo de que a taxa de
baseadas nos parâmetros média e área não normalizados nos
queda da Fr foi maior na flexão parcial, significando que este
fornecem resultados mais confiáveis.
exercício tem uma tendência a atingir a fadiga mais rapidamente
que os outros, seguido pela flexão inversa e depois pela flexão Com base nestes parâmetros, quer seja na área ou na média, em
completa. relação aos músculos reto abdominal porção superior, porção
inferior e oblíquo externo, não houve diferença estatística entre os
b) Músculo Reto Abdominal Porção Inferior: este músculo
testes, logo nenhum dos exercícios demonstrou solicitar mais os
não obteve nos três exercícios abdominais estudados, para os 14
músculos investigados que os outros. Já em relação ao músculo
indivíduos, diferença estatisticamente significativa. Logo, não há
indicação de que um exercício causou mais fadiga que o outro, reto femoral, este apresentou uma atividade significativa na flexão
ou seja, não se pode afirmar que há uma tendência de maior completa, onde houve maior intensidade do sinal EMG. Estes
fadiga em um determinado exercício. resultados sugerem que a flexão completa é a menos indicada
para servir de teste de RML dos músculos abdominais visto que
c) Músculo Oblíquo Externo: a ANOVA revelou diferença é o exercício que mais trabalha o reto femoral em relação à
significativa entre os exercícios para este músculo. O post hoc sua solicitação. Isto corrobora o que foi sugerido por SPARLING
indicou que a taxa de queda da Fr foi maior na flexão completa, (1997), que afirmou que o teste de flexão completa do tronco,
significando que este exercício tem uma tendência a atingir a
devido à evidência acumulada em relação à sua segurança e
fadiga mais rapidamente que os outros, seguido pela flexão
validade, não é o mais escolhido para avaliar o condicionamento
parcial e depois pela flexão inversa.
abdominal. Além disso, o gesto motor deste exercício difere do
que é preconizado atualmente nas salas de musculação e de
4º Parâmetro - Frequência (Fr) representada por
ginástica, fazendo com que o avaliado tenha dificuldade em
Frequência de Potência Média (FPM)
sua execução. BEIN e cols. (1997) concluíram que devido à
a) Músculo Reto Abdominal Porção Superior: para este preocupação sobre a segurança de se realizar uma flexão com-
músculo há uma indicação de que a taxa de queda da Fr foi pleta do tronco, parcial entrou em moda. Segundo HALPERN e
maior na flexão parcial, significando que este exercício tem uma BLECK (1979), a flexão parcial do tronco elevando o mesmo
tendência a atingir a fadiga mais rapidamente que os outros, até a escápula ser erguida do colchão (procedimento adotado
seguido pela flexão inversa e depois pela flexão completa. no exercício efetuado em nosso estudo) exige flexão mínima da
b) Músculo Reto Abdominal Porção Inferior: não foi coluna lombar. Logo, este exercício é o mais indicado para não
encontrada diferença significativa entre os três exercícios. Logo, causar desconforto ou dores.
não há indicação que um exercício causou mais fadiga que o Com relação ao aspecto de fadiga, o músculo reto abdominal
outro, ou seja, não se pode afirmar que há uma tendência de
porção superior apresentou uma taxa de queda da Fr, com uma
maior fadiga em um determinado exercício.
tendência para atingir a fadiga mais rapidamente no exercício
c) Músculo Oblíquo Externo: os testes estatísticos revelaram flexão parcial do tronco. O músculo reto abdominal porção
que a taxa de queda da Fr foi maior na flexão completa, signi- inferior não apresentou qualquer tendência e o músculo oblíquo

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externo, por sua vez, demonstrou uma tendência para atingir a nal, visto que a força é uma qualidade física fundamental para
fadiga mais rapidamente na flexão completa do tronco. o equilíbrio do corpo humano, tanto no aspecto de articulações
como no de músculos, aumentando a capacidade funcional do
A tendência do grupo, de crescer ou decrescer a sua atividade
indivíduo para as tarefas do cotidiano.
muscular, pode ser determinada pela equação de regressão. Nos
músculos reto abdominal porção superior e inferior, a maioria
apresentou tendência para aumentar a atividade ao longo dos REFERÊNCIAS
testes de flexão parcial e completa. No músculo oblíquo externo,
ANDERSSON, E.A. & THORSTENSSON, A. Relative EMG levels in training exercises of
somente no teste de flexão completa, ocorreu uma tendência para abdominal and hip flexor muscles, Scand J Rhabil Med V.30, n.3, p.175-183, 1998
aumentar a atividade no decorrer de sua execução. BALADY, G.J., BERRA, K.A., GOLDING, L.A., GORDON, N.F., MAHLER, D.A., MYERS, J.N.
& SHELDAHL, L. M. (2000). ACM’s Guidelines for Exercise Testing and Prescription. 6ª
Uma questão a se refletir, no presente estudo, é sobre o que vai edição: American College of Sports Medicine.
determinar a eficácia do exercício abdominal para servir como BEIN, G.M.; GIRALDO, J.L.; PINCIVERO, D.M.; BORROR, M.J. e FU F.H. (1997). Abdomi-
teste de resistência muscular localizada: se é o exercício que nal Strengthening Exercises: A Comparative EMG Study. Journal of Sport Rehabilitation,
6:11 – 20.
atinje a fadiga mais rapidamente, porém com menor intensidade
CORREIA, P.P., SANTOS, P.M.H. e VELOSO, A. (1996). Electromiografia Fundamentação
muscular, ou se é o exercício que atinje a fadiga mais lentamente, fisiológica: Métodos de recolhimento e processamento Aplicações cinessiológicas. Lisboa,
porém com intensidade muscular maior; em suma, se é a inten- Portugal: Edições FMH.

sidade muscular ou a fadiga. Entre as várias definições existentes FERNANDES FILHO, J. A Prática da Avaliação Física. Rio de Janeiro: Shape. 1999.
GILLEARD, W.L. e BROWN, J.M.M. (1994). An Electromyographic Validation of an abdo-
na literatura sobre o termo resistência muscular, é válido citar a
minal Muscle test. Arch Phys Med Rehabil. vol. 75, 1002-7.
de BALADY e cols. (2000) que relatam o conceito do Colégio
HALPERN, A.A. e BLECK, E.E. (1979). Sit-Up Exercises: An Electromyographic Study. Clinical
Americano de Medicina Desportiva: “...é a habilidade de um Orthopaedics and Related Research, Vol 145: 172 – 178.
grupo muscular de executar contrações repetidas por um período KENDALL, F.P. e McCREARY, E.K. (1987). Músculos, Provas e Funções. 3ª edição, São
Paulo: Manole.
de tempo suficiente para causar fadiga muscular...”. Portanto,
KNOPLICH, J. (1980). Viva bem com a coluna que você tem. 6ª edição, São Paulo: Ibrasa.
para o teste de RML, o mais importante é o grau de fadiga e não
OLIVEIRA, C.G., SIMPSON, D. M. e NADAL, J. (2001). Low back muscle activity of helicopter
o grau de intensidade muscular. pilots and whole- body vibration. Journal of Biomechanics, v 34, n. 10, 1309 – 1315.

Como conclusão, há uma forte sugestão que o melhor exercício PAULA, J.C. (1991). Teste Abdominal de Paula. Rio de Janeiro: Sprint, 13 – 15.

para avaliar a RML dos músculos abdominais, sob os aspectos de POLLOCK, M.L. e WILMORE, J.H. (1993). Exercícios na Saúde e na Doença. 2ª edição,
Rio de Janeiro: Medsi
fadiga e segurança, é a flexão parcial do tronco, considerando
RASCH, P.J. (1991). Cinesiologia e Anatomia Aplicada. 7ª edição, Rio de Janeiro: Gua-
como músculos principais o reto abdominal porção superior e nabara Koogan
porção inferior. RIBEIRO, A.H.M. e FERNANDES, J.F. (2000). Teste Abdominal em Academias: Análise
Crítica da Teoria à Prática. Piracicaba – SP: 1º Congresso Científico Latino-Americano
Em estudos futuros, recomenda-se determinar um protocolo FIEP-UNIMEP, 251 256.
de cadência ou o ritmo de execução do exercício abdominal, SARTI, M.A., MONFORT, M., FUSTER, M.A. e VILLAPLANA, L.A. (1996). Muscle Activity
in Upper and Lower Rectus Abdominus During Abdominal Exercises. Arch Phys Med
buscando uma boa qualidade de execução, na qual o avaliado
Rehabil, 77: 1293-7.
realize, tanto a fase excêntrica como a concêntrica, de forma
SILVA, M.A. (1984). Implicações Biomecânicas da Coluna Vertebral em Algumas Posturas.
lenta e conduzida. SPARLING (1997) indica o uso do teste de Rio de Janeiro: Sprint, 262 - 266.
cadência em vez de o teste de velocidade (Teste Abdominal SPARLING, P.B. (1997,July/Aug). Field Testing for Abdominal Muscular fitness – Speed
versus Cadence Sit-ups. ACSM’S Healh & Finess Journal, vol. 1, nº 4: 30-33.
de Pollock) para avaliar a resistência muscular localizada (Ex.:
THOMAS, J.R. e NELSON, J.K. (1990). Research Methods in Physical Activity. 2ª edição,
25 repetições por minuto), selecionando níveis de dificuldade Champaign, Illinois: Human Kinetics Books
de acordo com o nível de treinamento do avaliado. Também é VA Z, M.A.; BERCH, V.; ROMBINI, R.S.; COSA, M..S. e GUIMARÃES, A.C. (1999). Compa-
interessante observar a relação do EMG com a amplitude do ração da intensidade da atividade elétrica dos músculos reto abdominal e oblíquo externo
em exercícios abdominais com e sem utilização de aparelhos. VIII Congresso Brasileiro
movimento de flexão do tronco, para verificar o que ocorre com de Biomecânica, 441 – 446.
o sinal EMG no momento em que os flexores do quadril passam WILLIAM, J.S. (1986). Estatística aplicada à administração. São Paulo: Harbra Ltda.
a ser mais atuantes que os músculos abdominais; aumentar o ZATSIORSKY, V.M. (1999). Ciência e Prática do Treinamento de Força. 1ª edição, São
número da amostra; e pesquisar sobre o teste de força abdomi- Paulo: Phorte.

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