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Ivan KERTZMAN + Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil + Mestrando em Direto Piblico da Universidade Federal da Bahia — UFBA; + Bacharel em Direito pela Universidade Catdica do Selvador; + Administrador de Empresas pela Universidade Federal da Bahia - UFBA; + Pés-Graduado em Floanyas Empresariais pela USP; + Professor Coordenador das Especializapbes om Diteito Previdencirio ‘do JusPodivi-BA.c da Ciclo-SE; + Professor de Direto Previdencirio de Cursos Preparatérios ‘para Concursos Piblicos e de Cursos de Expecializago. inal falar aravboL era br | utras obras do autor: + “As Contribuigtes Previdencirias na lustiga do Trabalho”, Editora LT; “Resumilo Jariico —Direito Previdencigrio”, Raitora Baros, Fischer & Astociados; + “Questbes de Dirito Previdenirio”, Edigbes JuPodivia + "Para Aprendet Direito - Dizeto Previdencirio”, Editora Baro, Fischer & Associados + Co-sutor do livro“Salério-de-Contibuigdo ~A base de Clculo das Empresas dos Segurades", Edicdes JusPodivm; + Covautor do “Guia Pritico da Prvidéncia Social”, Edits Iuspodivm; + Coordenador e co-autor do livzo “Leituras Complementares de Previdencidro", Edigbes JusPodivm, CURSO PRATICO DE DIREITO PREVIDENCIARIO P edigio Revista, amplindseatalizda 2012 | ¢ | EDITORA. JusPODIVM. wu w.editorajuspodivn.com.br EDITORA JusRODIVM wera editorajuspodivm.com.br us Maio Grosso, 175 ~ Pitubs, CEP 4183-151 ~ Salvador ~ Babin Tok (71) 3363-8617 / Fax: (71) 3863-5050 «E-mail fle@edtorsjspodiv com br CConssthoBatorial:Diley da Cunha J, Leonardo Ge Medeiros Garcia, Free Didier J, Jost Hearique Mout, José Marcelo Villar, Marse Bhuhardt Jinor, Nestor Tivers Robirio Nunes Filo, Robecval Rocka Fee Filho, Rodolfo Pampoos Filho, Reais Reis Mazzeic Rogsio Sanches Cunbs. (Capa: Rene Buen ¢ Daniela Jin ewnebuenafrdim comer) iagramagio: Mai Coelho (maiescoelho@yahoo.com.br) ‘Revisto: Barbara Cristina Merete doe Sante “Toi rds eo revel Baa faPODIM, ‘Copyright: Ege PDI tennant pron a erode ol ou par da obm por quer mio rococo expen arn do aor eu Eger AsPODIVAL Ang drier ‘Stems Conctron me crema eg om ig som pnjeia ds gta cvs Com amor, dedlico esta obra a Mariana, pelo carinko e cumplicidade, ¢ a seus ais, Juarez ¢ Elaide, pelo incentivo. Anona edigdo & dedicada aos meus quatro ‘fils, Diego, Leo, Tais, e Caio. ‘Nada mais perfeito que a alegria das criancas Para inspirar wm afetuoso pat «a continuar seguindo o seu caminko. Nesta edigtio, agradego especialmente & minha doce Mariana, que garante com sua revisdo, criti- cas e sugestdes 0 aprimoramento continuo desta obra. ‘Nota da Nona Edigao. Preficio SumARIO Apresentagii ~ Pritico e indispensével : Roteiro de estudos... Capitulo 1 DEFINICAO DE SEGURIDADE SOCIAL. LI 12. 1 Capitulo 2 HISTORICO DA SEGURIDADE SOCIAL. 2.1. Historico mundial. 22. Histérico brasileiro... 23. Quadro resumo da evolugio historiea Capitulo 3 ASEGURIDADE SOCIAL NA CONSTITUIGAO FEDERAL. 3.1. Apresentagao = 3.2. Princfpios constitucionais. Solidariedade Universalidade da cobertura e do atendimento.. Uniformidade e equivaléncia dos beneficios ce servigos entre as populagdes urbanas e rurais 3.24, Seletividade edistributividade na prestagao dos beneficios eservigos. 32. lnredutbilidade do valor dos beneficios 3.26. Equidade na forma de participagio do custeio 3.277. Diversidade da base de financiamento.... 32.8, Cait decks edexcenrlizado da sini. 3.3. _Principais Dispositivos Constitucionsis Said : Assisténcia socal Previdéncia social 13.1. Regimes de Previdéncia So 13.1.1. Regime Geral de Previdéncia Social ~ RGPS 1.3.1.2. Regimes Proprios de Previdéncia Social. 13.1.3, Regimes de Previdéncia Complementar.. I 33.1. Tiiplice forma de custeio. 332. Preexisténcia do Custeio em Relago aos Beneficios ¢ Servigos, 3.33. CompetEncias dos entes federativos.. =a BB ZRS888S Iwan Kenrzae 3.34. Financiamento da seguridade social - 6 33.4.1. Contribuig6es sociais previdenciirias =Folha de pagamento... 70 3.3.42. ContribuigSes socias nao previdenciaris.. n 3.3.42.1, Das empresas sobre a receita ou faturamento. n 33422. Das empresas sobre o lucro.. on 33.423. Da receita de concursos de prognésticos. n 334.24. Do importador de bens e servigos do exterior. n 33.4.2. Contribuigio Proviséria sobre a Movimentagio Financeira—CPME.... 72 3.3.5. Contribuigdes socizis. B 3.3.6. Imumidade das entidades beneficentes de assistincia social... 78 33.7. Segurados especiais..... : 82 3.3.8. Orgamento da Seguridade Social 83 3.39. Imunidade as exportagies 84 3.3.10. Competéncia da Justiga do Trabatho para executar contribuigBes previdencifrias.. 84 33.11. Contratago com o Poder Palico.. 87 3.3.12. Substituiedo das contribuigdes sobre a fol... 87 3.3.13. Aposentadoria Especial. 88 33.14. Sistema Especial de Incluslo Previdenciiia. 88 Capitulo 4 LEGISLACAO PREVIDENCIARIA 91 41. Definigao, a 31 42. Autonomia diditiea, 91 43. Fontes da Legislagao Previdenciéria. 92 44. Hierarquia da Legislagio Previdenciéria. 93 45. _Interpretagao, aplicagio, integragao Vigtneia da Legislagio Providencidria.. 3 Capitulo 5 SEGURADOS DO RePS.. ” Sl. Definigéo. 7 5.2. Segurados obrigatérios. 98 52.1. 98 52.1.1, Espécies de empregados mais recorrente em concursos piiblicos. at 8 52.1.2. Espécies de empregados ‘menos recorrentes em concursos piblicos. 106 522. Empregados domésticos . . 108 523. Contribuinte individual . 109 Suinuo 5 1. Contribuintes individuais mais recorrentes em concursos 5232. Espécies de contribuintes individuais ‘menos recorrentes em concurs0s 5.2.4, Trabalhador avulso, 525. Segurado especial . 5.26. _Outras disposigSes, 53. Segurado facultativ0 54. Filiagio X inscrigdo... 109 Capitulo 6 ‘TOMADORES DE SERVICO. 135 6.1. Introdugio..... 135 62. Empresa e equiparadas. 135 63. Empregador doméstico. 136 64, Matricula da empresa e equiparadss.. 137 Capitulo 7 SALARIO-DE-CONTRIBUICAO. 139 7.1. Introdugao, : 139 72. Conosito de salrio-de-contibuigto... 140 73. Limites para o salério-de-contribuigao.. 41 74, Parcelas integrantes eno intograntes do salério-de-contribuigdo 142 74.1. Fétins,férias indenizadas na rescisto, adicional de 1/3 de Férias e abono de férias. 143 ‘Décimo terceiro salério. 45 ‘Benetficios da Previdencia Socal M46 Despesas de viagem. 46 Comissdes e percentagens... 147 Gratificagzo e abono 147 Adicionais de periculosidade, de insalubridade, de trabalho noturno e de tempo de serviga 148 748. Alimentagio do trabalhador. 148 749. Transporte do trabalhador.. 149 74.10, Plano de saiide médico-odontolégico e reembolso de medicamentos. ‘Segura de vida em grupo. 74.14, Plano de previdéncia complementar 7A.15. Patticipago nos lucros e resultados. 74.16. Aviso prévio, programa de demissfo voluntiria 153 © demais parcelas rescisérias, 154 74.17. Ajuda de custo 156 TA18. Bolsa de estégio. 156 Ian Karras 74.19. Bolsa de estudos. 74.20. Abono do PIS. 7.421. Complemento de auxiio-doenga JA22. Direitos autoras. : 7423. Plano de educagao... a 7424. Aluguéis, condominios ¢ demais despesas. 74.25, Luvas e bichos pagos ao jogador de fatebol.. 7426. Adicional de quebra de caina. 7427, Valores despendidos com ministro de confissio religis 7.8, Tabela resumo de incidéncia.... : : 108 CONTRIBUICOES DOS SEGURADOS, 8.1, Introdugio. 82. Empregado, Stlador avulso«cmpregado doméscn 83, Contribuinte individual... 83.1. Prestagao de servigo a pessoas juri 83.2. Prestagio de servigo a pessoas fiicas. 83.3. Contribuinte individual condutor auténomo. 83/4 Quadro resumo da contribuicio do contibuints individual 8.4, Segurado facultativo. — 8.5. Segurado especial... 8.6, Tabelaresumo das contibuigbes dos segurados Capitulo 9 CONTRIBUIGOES DOS TOMADORES DE SERVICOS 9.1. Introdugao. 9.2. Coniribuigdo dos empregadores domésticos 93. Contribuigdo da empresa e equiparados.. 93:1. Sobre aremuneragdo de empregads e avulsos 93.1.1. Contribuigdo bisica para o custeio do RGPS 93.12. Contribuigdo para 0 custeio do SAT / GILRAT = parcela bisica. 9.3.13. Contribuigdo adicional ao SAT/GILRAT para o custeio das aposentadorias especiais.. 93.14, Contribuiglo para outras entidades fundos (“terceiros"). 93.1.5. Contribuiglo sobre o 13° salirio dos empreg 93.1.6. Tabela resumo da contribuigao da empresa sobre os servigos de emprogados ¢ avulsos. 9.3.2. Contribuigdo da empresa e equiparados sobre as remunerages dos contribuintes indiviuais. 932.1, Tabela resumo da contribuigao da empresa sobre os servigos de contribuintes individuais. 933. Contribuigio da Cooperativa de Produsio 0 196 198 200 202 202 205 Sundae 933.1. Tabela resumo da Contribuigto da Cooperativa de Produgo 207 9.34. Contribuigio da empresa sobre os servigos prestados por cooperativas de trabalho contribuiggo da cooperativa de trabalho 207 9.3.4.1. Tabela resumo da contribuigo da empresa sobre os servigos de cooperativas de trabalho. 210 94. Contribuigdo substitutiva da parte patronal, 210 94.1. Tatrodugio. 210 9.42. Associagbes desportivas ‘que mantém equipe de futebol profisional au 9.42.1. Tabela resumo da contribuigto substitutiva da associagao desportiva que mantéma equipe de futebol profissional 213 9.43, Produtor rural pessoa fisiea.. sone 213 943.1. Tabela resumo da contribuigso substitutive 4o produtor rural pessoa fisica. sw 216 9.4.4, Produtor rural pessoa juridica, 216 9.4.4.1. Tabela resuimo da contribuigso substitutiva de peta pto ton 219 945. Agroindistria. 219 9.4.5.1. Tabela resumo da contsibuigdo substittiva da parte patronal da agroindistra, 2. 95. ADesoneragio da Folha de Pagamento as ContribuigSes Substitutivas Temporirias 222 9.6. ContribuigZo das empresas optantes pelo Simples Nacional 223 9.7. Tabela Resumo Geral das Contribuigdes da Empresa : 234 Capitulo 10 OUTRAS RECEITAS DA SEGURIDADE SOCIAL. 237 Capitulo 11 RETENGAO DE 11% SOBRE. ANOTA FISCAL DOS PRESTADORES DE SERVICOS.. 239 ILA. Nogées bisicas —retenciio x solidariedade. 239 11.2. Retengo de pessoss juridicas x reteneo dos contribuintes individuais.... 240 113. Retengo de pessoas juridicas +x contribuigdo sobre notas fscais de cooperativas de trabalho 2a 11.4. Servigos sujeitos a retencao, 115. Retenlo par empresesoptantes peo Simples Necionl 246 11.6. Situagies de dispensa da retengao, 248, 11,7. Redugées da base de caleulo da retenglo. 249 251 118. Adiciooal de aliot par servos em cones especist ss 253, 119. Solidariedade residual Ian Kenrenans Capitulo 12 REEMBOLSO, COMPENSACAO E RESTITUICAO 255 12.1. Reembolso 258 12.2, Compensacao ¢ retituicao 256 12.2.1. Coneeitosiniciais. 236 12.2.2. Atualizago dos valores @ compensar ou a resttuir. 259 12.23. Pagamentos indevidos as outras entidades ¢ fundos. 260 12.24. Exclus de terosros da bated compentato 260 12.2.5. Limites da compensaeao, 12266. Compensagio e restituigio em caso dde débito com a Previdéncia Social... 262 12.2.7. Compensagio entre estabelecimentos.. 263, Capitulo 13, CERTIDAO NEGATIVA DE DEBITO. 265 13.1. Introdugto. 265 13.2. SituagSes de exigibilidade da C - 266 13.2.1. Situagbes basicas de exigencia para empresas. fenenne 266 13.2.2. Exigéncia para obras de construgao civil. 268 13.23. Exigéncia para 0 produtor rural pessoa fisica e segurado especial. 13.24. Exigéneia para empresas na contratagio de créditos com instituigdes financeiras. 210 al 271 13.3. Dispensa da CND 2m 134. Certidto Positiva de Débito com Efvitos de Negativa ~ CPD-EN.. 273 13S. Responsabilidade solidéria. soe 214 13.6. Tabela resumo das principas stuapSes de exigéncia da CND. 215 Capitulo 14 COMPETENCIAS DO INSS, DA SRFB E DO AFRFB an Capitulo 15 OBRIGAGOES FISCAIS, —— . ronnie 283 15.1. Definigzo. vn 283 15.2. Obrigagbes acessorias. 284 152.1. Folha de pagamento 284 1521.1. Penalidade.. 286 15.22. Guia de recolhimento de FOTS ¢ informagdes & Previdéncia Social - GFIP. 286 15. Penalidade. 287 15.23. Contabilizagdo em ttalos préprios 289 15.2.3.1. Penalidade. oon. 290 15.24. Distribuigdo de lucros.. 290 n Sumino 1524.1. Penalidade. 152.5. Entrega da comunicagio de acidente do trabalho ~ CAT. 1525.1. Penalidade. : 152.6. Apresentaglo de dados em Meio Digital 15.2.6.1. Penalidade. 15.2.7. Outras obrigagbes acessérias e suas penalidades... 15.2.8. Circunstincias agravantes do Auto de Infragko. ee 152.10. Penalidade de restrigtes. 153. Obrigagio principal 153.1. Juros de mora e atualizagio monetaria 1532. Multa moratéria = 15.33. Multa de oficio. 15.4. ‘Exemplos préticos de pagamento de contribuigées em atraso Capitulo 16 290 291 292 293, 296 . 297 298 PARCELAMENTO DE CONTRIBUICOES. 305 Capitulo 17 PROCESSO ADMINISTRATIVO PREVIDENCIARIO.... 309 17.1. Proceso Administraivo Fiscal — Relativo aos contribuintes.. 310 17.2. Proceso Administrativo — Relativo aos Beneficiérios.. 314 17.3. Estrutura do Conselho de Recursos da Previdéncia Social —Processo administrative de beneficios. 314 174, Estrutura do Conselho de Recursos Fiscais Proceso administrative fiscal 315 17,5. Justficagio Administrativa — IA. 316 Capitulo 18 CRIMES CONTRA A SEGURIDADE SOCIAL... 319 Introdugio.. = 319 >. Procedimento nos erimes contra seguridade social 319 .Apropriagdo indébita previdencidria, Sonegagio fiscal previdencisria.. 5. Falsificagao de documento piilico, Insergao de dados falsos em sistema de informagio.... 1. Modificaglo nfo autorizada de sistema de informagao. 329 18.8. _Divulgagao de informagoes sigilosas ou reservadas.. 329 18.9. Estelionato 330 Capitulo 19 CONCEITOS INTRODUTORIOS SOBRE PLANO DE BENEFICIOS ..... 331 19.1. Beneficiérios do RGPS. 331 19.2. Manutenedo e perda da quelidade de segurado, 332, 19.3. Os dependentes dos segurados.... Ian Kerrzauas 193.1. Unio estvel nn 194, Perda da qualidade de dependente. : 193. ‘Nope ses sobre presage preven 19.6. Caréncia. 19.7. Salrio-de-benefcio.. 19.7.1. Fator previdencisrio. : ns 197.11. Tabua de Mortalidade do IBGE. 374 19.8 Renda mensal de beneficio. Sceceeeseenie 378 19.9. Abono Anual.. 380 Capitulo 20 BENEFICIOS DA PREVIMENCIA SOCIAL... 20.1. Aposentadorias 384 20.1.1. Aposentadoria por invalidez. vanes 384 20.1.1.1. Quadro resumo—Aposentadoria por invalidez........ 390 346 349 352 383 20.1.2. Aposentadorias por idade. 390 20.1.1. Quadro resumo ~ Aposentadaria por idade.. 393 20.1.3. Aposentadoria por tempo de contribuigto 394 20.1.3.1. Regra de transicio. : 401 20.13.1.1. Aposentadora integral 401 20.1.3.1.2. Aposentadoria proporcional_ 402, 20.13.2. Quadro resumo ~ Aposentadoria por tempo de contribuigfo 403 20.1.4. Aposentadoria especial. 408 20.1.4.1. Converslo de tempo entre atvidades especi 409 20.1.4.2. Conversfo de tempo de atividade especial para comum. 410 20.1.4.3. Conversfo de tempo de atividade comum para especial : au 20.144, Quadro resumo ~ Aposentadoria especial 412 412 412, 202. Salis 20.2.1. Salério-familia 202.1.1. Quadro resume —Seléri-faralia. 417 20.2.2. Saldrio-maternidade. 417 2022.1. Quadro resume ~Saldrio-maternidade. 424 203. Auxilios 425 425 436 436 441 203.1. Auxilio Doenga /Acidente de Trabalbo . 203.1.1. Quadro resumo ~ Auxilio-doent 20.3.2. Auxilio-acidente. 2032.1. Quadro resumo ~ Aurilio-acidente 20.4, Pagos aos dependentes. : 441 204.1. Pensio por morte : 4a 20.4.1.1. Quadro resumo ~ Pensio por mort 447 4 205. 20.4.2. Auxilio-reclusdo, 20.4.2.1. Quadro resumo — Auxilio-reclusto. Tabela resumo geral dos beneticios. Capitulo 21 SERVICOS DA PREVIDENCIA SOCIAL... 2d, 213, Servigo social... 212. Habilitagdoe reabilitagao profssional Pericia médica Capitulo 22 BENEFICIOS DA ASSISTENCIA SOCIAL. Capitulo 23 ASSUNTOS GERAIS DE BENEFICIOS. 23.1. 23.2. 233, 23.4. ‘Acumulago de beneficios enn . 23.1.1. Tabela resumo da scumulago de beneficios.. Disposigdes diversas sobre beneticios . Competéncia para processamento das ages previdencfrias. Contagem Reefproca de Tempo de Contribuigéo. Capitulo 24 PRESCRICAO E DECADENCIA 241. 242. 2433, 244. 245. 246. 24,7 ‘Decadéncia para a Receita Federal do Brasil exigir os créditos previdencirios. Prescrigao para a Previdéncia Social em Relapio aos Contribuintes Decadéncia do direito de restituir ou compensar. Prazo para desconstituigdo do crédito. Decadénca pan «Previa Soil em sea ace benefcirios ‘Decadéncia para os beneficifrios Preserigo para os beneficirios. Capitulo 25 PREVIDENCIA COMPLEMENTAR.... 25.1 252. 253. ‘Nogies introdutérias ‘omplementar 109/01 comentada, Lei Complementar 108/01 comentad: Capitulo 26 SINOPSE PARA ESTUDO..... Capitulo 27 EXERCICIOS FUNDAMENTADOS 274, 272. Historico da Seguridade Social ~ Capitulo 2. ‘A Seguridade na Constitigio Federal ~ Capftulos 1 ¢ 3 448 451 . 452 . 435 455 457 460 463 an an 475 476 481 481 485, 486 490 491 492 492 493, 493, 495 495 498, 528 337 601 601 602 18 273. 214. 275. 216. 207. 278. 219. 2710. 27a 27.12. 2713. 274. 2745. 27.16. 2747. 27.18. Ian Kesreauas ‘Sogurados do Regime Geral de Previdéncia Social ~ Capitulo 5. 619 Saldrio-de-contribuigdo — Capitulo 7... Contsbuigdes para Seguridade Social ~ Capitulos 8 69 Certidio Negativa de Débito ~ Capitulo 13... Obrigaptes Fiscais ~ Capitulo 15... Assuntos Gerais de Custeio — Diversos Capitulo. (Crimes Contra a Seguridade Social ~ Capitulo 18 Manni o Per du Qualdae de Began ~ Copa 1922. (Os Dependentes dos Segurados — Item 19.3. Caréacia ~Item 196. Saldrio-de-heneficio /fator previdencidrio ~ Item 19.7 ‘Renda Mensal do Beneficio — Item 19. ‘Beneficios da Previdéncia Social 27.18.1 Aposentadoria por Invalidez — Item 20.1.1. 27.15.2. Aposentadoria por Idade ~ Item 20.1.2. 2115.3. Aposentadoria por Tempo de Contribuigio Item 20.1 2715.4. Aposentadoria Especial — Item 20.1.4. 662 27.15.5. Saléio-Maternidade / Salirio-Familia Item 20. 664 27.156. Auxilio-Doenga / Acidente de Trabalho — Item 20.3, 666 27.15.7. Auxilio-Acidente ~ Item 203.2.1 670 27.158. Pensto por Morte ~Item 20.4.1 ~ on. 27.159. Auxilio-ecusto — Item 20.4 27.15.10.Beneficios em Geral ~ Capftulos 19, 20, 21, 22 ¢ 23. . 674 Prescrigho e Decedéncia ~ Capitulo 24 682, Jurisprudéncia dos Tribunais Superiores ~ Diversos Capitulos. 682 ‘Temas diVer808 snes — 684 685 28.1. Simulas Vinculantes — STF. 685 282. Supremo Tribunal Federal 685 28.3. Superior Tribunal de Justia . 686 28,4, Tribunal Superior do Trabalho... 285. ‘Tura Nacional de Uniformizagio de Jurisprudéncia dos Juizados Especiais Federais. 689 28.6, Tribunal Federal de Recursos. 91 28.7. Tribunal Regional Federal — 693 28.8. Tribunal Regional Federal — 28.9. Tribunal Regional Federal ~ 3* Regis. 28.10. Tribunal Regional Federal — 4" Regio .asccuewenenn 696, 28.11. Tribunal Regional Federal ~ 5* Regio. 697 28.12. Advocacia Geral d2 Uni80 enn Referéncias bibliogrAficas..ccoenonon ve 701 16 Nora pa Nona Epicao0 Caros leitores, ‘A nona edigao desta obra traz uma série de atualizagSes que se fizeram necessérias em funeo da acelerada dinamica da legislagdo previdencistia, Incluimos também novos posicionamentos da jurisprudéncia e algumas novas questdes de recentes concursos. Disponibitizamos, nesta edigo, um roteiro de estudo para os principais concursos piblicos que incluem o Direito Previdenciério nos seus programas. Desde o fechamento da oitava edigo, ocorreram diversas alteragbes le- zislativas, que foram contempladas nesta obra. Os principais atos normativos jos esto elencados a seguir: + Lei 12.546, de 14/12/2011 — Cria a substituigo das contribuig6es pre- ‘videnciérias patronais para alguns setores; + LC 139, de 10/11/2011 ~ Alterou os limites de enquadramento das empresas optantes pelo SIMPLES Nacional ¢ do Microempresétio individual — MEI; + Lei 12.513, de 26/10/2011 — Alterou os critérios para isengao de con- ‘tribuigdo previdenciaria dos planos educacionais das empresas; + Lei 12.506, de 11/10/2011 ~ Alteron 0 prazo do aviso prévio; + Lei 12.470, de 31/08/2011 ~Alterou a Lei Organica da Assisténcia Social ce reduziu a aliquota de contribuigao do MEI e das donas de casa; + Lei 12.435, de 06/07/2011 — Alterou a Lei Orgénica da Assisténcia Soci + Lei 12.424, de 16/06/2011 — Incluiu nova hipétese de dispensa de Cer- tidlio Negativa de Débito; + Instrugdo Normativa INSS/PRES 51, de 04/02/2011 — Alterou disposi- tivos da IN 45/2010; + Portaria Interministerial MPS/MF 2, de 6 de janeiro de 2012 —Dispoe sobre o reajuste dos beneficios pagos pelo Instituto Nacional do Segu- 10 Social — INSS e dos demais valores constantes do Regulamento da Previdéncia Social — RPS. 0 Tw Kenzo ‘As atualizagdes foram efetuadas seguindo o padrio didatico das demais edigSes, com utilizagio de exemplos priticos, sempre que necessérios para ‘uma melhor compreensao do tema exposto. ‘Além das modificagbes mencionadas, efetuamos uma série de alteragdes, ampliamos e inserimos diversos trechos, acrescentando novas tabelas, com a finalidade de manter esta obra em constante evolugdo. Os arquivos de alteragbes desta e das outras edigbes esto disponiveis no site da editora — wwneditorajuspodivm.com.br. Ivan Kertzman PreEFAcIO Alguns dias depois do falecimento do emérito professor de Direito do Tra- balho e de Direito Previdenciério, Antdnio Carlos de Oliveira, fui procurado na Secretaria da Receita Previdencisia pelo colege Ivan Kertzman que gentilmente ‘me convidou para prefaciaro presente livro. (Com a grandeza prépria de um jovem valor, disse-me, de forma amével e franca, que originariamente o livro seria prefaciado pelo nosso mestre comum j4 mencionado. Enalteci a escolha e juntos lamentamos, profundamente, 0 ‘ocorrido. Com a responsebilidade redobrada, aceitei 0 desafio de apresentar a0 caro leitor a presente obra sobre a legislagao previdenciéria de custeio e de beneficio. Ivan Kertzman é graduado em Administragao de Empresas, pela Universi- dade Federal da Bahia e especialista em Financas pela USP, tendo sido aprovado na I* colocagao do vestibular de Direito da Universidade Cat6lica do Salvador. ‘Antes de ingressar, em 2003, na Previdéncia Social, no cargo de Auditor Fiscal, exerceu por alguns anos o cargo de Auditor Independente, da Emst & Young, Auditores Independentes em So Paulo ¢ Salvador. ‘Na Previdéncia, logo se destacou pelas qualidades pessoais ¢ profissionais que possui, a ponto de receber um elogio formal da Diretoria Nacional da Receita Previdenciaria, dentro do que prevé o inciso II do art. 237 da Lei n® 8.12/90 Estatuto dos Servidores Civis da Unitio) por ter participado, com destaque, da equipe que criou o “Desenvolvimento de rotina informatizada (check list) de Auditoria de Diagnéstico em Contribuintes de Grande Porte (Audprev)” © Audprev é uma ferramenta de trabalho que conjuga técnicas de audito- ra, contabitidade e legislagio previdenciéria, permitindo a padronizagao dos procedimentos de auditoria de diagnéstico das contribuigdes previdenciérias. Ivan, que jé havia publicado em parceria “O Guia Pritico da Previdéncia Social ~ Sua aposentadoria e demais beneficios”, resolveu oferecer & comu- nnidade académica e aos concursandos em geral um trabalho de maior folezo sobre a Legislagio Previdencisria de Custeio ¢ de Beneficio. Professor e palestrante, nas reas da Administragio Piiblica, de cursos preparatérios para as mais diversas carreiras puiblicas, percebeu a importancia de oferecer aos candidatos dos concursos que cobram a matéria previdencidria um livro dividido em 28 capitulos e escrito de forma simples e direta, ra Ian Kenran ‘Assim, ao invés das cansativas e longas citagdes doutrindtias, 0 livro traz exemplos e resumos esclarecedores, além de reunir uma série de questBes de diversas provas de concursos anteriores e um sem mimero de outras questOes claboradas pelo proprio autor, cujas respostas gabatitadas podem ser encontradas, a0 longo dos capitulos. Estou convicto que este livro cumpriré a misstio para a qual foi escrito: contribuir de forma decisiva para que muitos jovens possam alcangar os seus objetivos realizar o seu ideal. Sinésio Cyrino da Costa Filho Auditor-Fiscal da Previdéncia Social. Professor de Direito Previdenciério cry APRESENTACAO Pratico e indispensavel través da preparago para os concursos piblicos abre-se uma larga avenida ‘que vemn suprir uma grande caréncia da bibliografia nacional: a questio previ- tamento do valor dos beneficios. integrantes e parcelasndo-integrantes. 13.3 3. Proporcionalidade ua Le —— es esa | sidade social 13.41. Obrigagbes da empresa e demaiscontribuintes. | Capitulos «10, | ‘13.4.2. Prazo de recolhimento. 13.4.3. Recolhimento fora do prazo: els 12. Lei n* 8212, de 24107/1991 e alterapbes posterores. 0 longo de todo o Capitulos 13 ‘doméstico, contribuinte individual, tabalhador avulso, segurado 3, Segurado facultative: conceit, caracteristicas. 3. Empresa ¢ empregador doméstco: conceito previdencitio, Capltulos $06 “, Financiamento da soguridade social 4.1, Receitas da Unizo. 42. Receitas das contribuigdes sociais: dos segurados, das empresas, do empregador doméstico, do produtor rural, do clube de futebol profissiona, sobre a receita de concursos de prognésticos,recetas ‘de outrasfontes, Capitutos 8 « 10 “43, Salirio-de-conbuigho. 43.1, Concelto. 432. Parcelasintegran- tes e parcelasnfo-integrantes Capitulo 7 26 juros, mult, 13.44, Obrigagbes aceasérias ‘Falla n' = PGR, Ge 18-de janeiro de 2010 | +" Procurador Federal 2010» CRSPE. 1. Seguridade social: conceito; organizasl0 e prineipios constita- Capitulos 163 2. Regime Geral da Previdéneia Social: benefciéio, benefcios © ‘Assuntos genéricos tenvolvendo todo 0 livro, Recomendamos a Teitura dos Capita os 5, 6, 8,9, 1019 3. Preseripto edecadéncia, Capitulo24 “4, Saliro-de-conteibuigio: concelto, parcelasintegrantes «exclu, limites minimo e maximo; salrio-base, enquadramento, proporcio- | Capitulo 7 nalidade ereajustameto. '5. Planos de beneficios daprevidéncia socal: expécies de beneficios f prestagbes,disposigdes gerais e espesficas, periodos decaréa saliio-de-beneficio, renda mensal do benefiio, reajustamento do valor do beneficio. Capitals 19, 20. 23, 6. Legislagio acidentsia, 61, Regolamento do seguro de acidentes do trabalho (urbano e rural) 6.2. Moléstia profisionel. Item 2033.1, a Ian Kenran Lei n® 8212/9, Lei n? 8.213091, Lei n° 8.742193 “Toda a base da legis- lacko previdenciéria. Como inchin a Lei Onginica da assstén- ia Socal (87.42/93), corganizagio e prinepios Capitulos 1,263 2. Custsio da soguridade social: receites, contribuigbes social, siliio-de-contribuigio Capitulos 7a 10 3. Regime geral de previdéncia social: segurados e dependentes Capitulo Se tem 193. ‘lage einserigao, Tem 54 earéncia, Them 1956 ‘espécies de beneficios e prestagbes, disposes geras eespeciica, salério-de-benefico, renda mensal nical, reajustamentoe revi Capitulos 19, 20€23, Boanccra reserigo e decadéncia, Capitulo 24 ‘acumulaglo de benefiios,justificagt, apBes judiciais em matéria previdenciria, acidente de trabalho Capitulo 23 4: Regime proprio de previdéacia dos servidores pablicos ‘Capitulo “5 Contagem reciproca de tempo de contibuiglo e compensagto | a5 4 6. Previdéacia complementar 1. Seguridade Social: conccito eprineipios (constitucions Capftulos 1e3) contribuiplo. Arrecadaedoerecolhimento das contribuigdes. Respon- sabilidade pelo zolbimento, Preseriso e decadéacia, 2. Da Organizarto da Seguridade Social Capitulo 1 3. Do eusteio da segridade social: sistema de fnanciameato, con trlbuigdes, senses, remisso e ans. Hip6eses de incidéacia d© | Cuong 74 10 4, Providéncia social: conecitoe principios. Benefiliros e presiagbes da previdéoci social. Benefcios. Elemeatos bisicos de efleulo do ‘valor dos beneficios. Acidente do trabalho. Seguro-desemprego. Cumulagio de beneficios epresrisao Capitules 5, 6,19, 20623 8 Roremo pe esrunos 1. Seguridade soca: origem eevoluyo legislative no Bras eect; co 1.28 organizaglo ¢ principios constitucionais eee eae “Assuntos gedrcca eavolvendo todo 0 2. Regime Geral da Previdéocia Social: beneiciso, benefcios © | vo, Recomenda- custo, soe a litre dos Capitulo 5,6, 8,9, 10519626, Capitulo 1 4. Frevidéocia Complementar (ei Conplementar n° 1092000. “5, Relago ente a Unio, o estas, o Disto Federal e ot muni- cipios, sus autarquas,fandagdes, sociedades de economia mista e| Capitulo 25 Contras entdedes plies suas reapectivas cfidades fechadas de previdéocia complements (Lei Complementar n° 108/2001). ‘Nis conta den obra (seria impose 6 Previdéoca Pblice do Estado do Ro Grande do Norte vel fir da prvides- Cin de todos os Bsa doe da fered) 2» Cariruto 1 DerinicAo DE SEGURIDADE SOCIAL > art. 194, CF/88 A seguridade social foi definida no caput do art. 194 da Constituigaio Federal como “um conjunto integrado de ages de iniciativa dos Poderes Piiblicos e da sociedade, destinadas a assegurar o direito a satide, & previdéncia e & assis téncia social” ‘A definigao constitucional enumera as dreas da seguridade social em: + Saiide; + Assisténcia social; + Previdéncia social O legislador constituinte agregou estas trés éreas na seguridade social, devi- do & inter-relago que pode ser facilmente observada entre eles. Se investirmos na satide pibblica, menos pessoas ficam doentes ou o tempo de cura é menor, e, como consequéncia direta, menos pessoas requerem beneficios previden- cidrios por incapacidade de trabalho ou o tempo de percepsiio de tais beneficios menos, Se investirmos na previdéncia social, mais pessoas estardo inclufdas no sistema, de forma que, a0 envelhecerem, tetfo direito & aposentadoria, no necessitando de assisténcia social. A seguridade social esta inserida no Titulo VIt da Constituigaio Federal, dedicado & ordem social. Por isso, 0s direitos relativos & previdéncia, satide ¢ assistncia social so considerados direitos sociais. 0 Direito Previdenciario estuda apenas um destes ramos, qual seja, 0 da previdéncia social. No decorrer desta obra esgotaremos a andlise previdenciéria, focando os pontos mais indagados em provas de concursos piblicos. ‘Neste capitulo, entretanto, comentaremos aspectos inicisis relacionados @ estes trés ramos da seguridade. “Apesar desta definigdo ser bastante simples, tem sido alvo de cobranga por todas as bancas organizadoras de concursos piiblicos. A ESAF, por exemplo, cexige a memorizagao do citado texto do art. 194 da CF/88. Vejamos exemplo de questo: 3 Exemplo de questo da ESAF: (Auditor-Fiscal da Receita Federal Area Tributiria e Aduaneira 2005/2006 = ESAF) No ambito da Seguridade Social, com sede na Consttuigao Fede ral88 (art. 194), podemos afirmar: 8) A seguridade social compreende um conjunto de ages de iniciativa dos Poderes Piiblicos e da sociedade, visando a assegurar os direitos relatives A sade, A vida, & previdéncia ¢& assisténcia social. b) A seguridade social compreende um conjunto integrado de ages dos Po- deres Pablicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos A satide, & previdencia, a vida e a assistencia social. ©) Aseguridade social compreende um conjunto integrado de apbes de inicia- tiva dos Poderes Piblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos & saide, a previdéncia e & assistencia social 6) A seguridade social compreende um eonjunto de agBes dos Poderes Pi blicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, & previdéncia e assisténcia social. ©) A seguridade social compreende um conjunto integrado de agtes de ciativa dos Poderes Piiblicas constituides e da sociedade, destinado a assegurar 0s direitos relativos a saiide, a previdéncia e a assisténcia social Respsta: C- Correspande ao exto texto 1.1. SAUDE > Art 196 a 200, cF/88 “Asaiide é direito de todos ¢ dever do Estado, garantido mediante politicas sociais e econémicas que visem & redugio do risco de doencas e de outros agra- ‘Vos, ¢ ao acesso universal c igualitirio As agBes e servigos para a sua promoso, rotegiio ¢ recuperacao” (art. 196, CRFB/S8), © acesso a satide independe de pagamento ¢ ¢ irrestrito, inclusive para ‘0s estrangeiros que nfio residem no pais. Até as pessoas ricas podem utilizar 0 servigo piblico de saiide, ndo sendo necessério efetuar quaisquer contribuigdes para ter direito a este atendimento. Exemplo: ‘Mike, americano, veio passar suas frias no Brasil, chegando & cidade do Rio de Janeiro, Ao desembarcar no aeroporto do Galeéo, solicitou um téxi, partindo em dirego & Barra da Tijuce, via Linha Amarela, Por azar, foi atingido por uma “bala perdida”. Mike poderd ser atendido na rede piblica de saide, independentemente dde pagamento, embora ndo seja brasileiro nem residente neste pais. 2 Dernacko pe Seounpane Soci A satide é administrada pelo SUS ~ Sistema Unico de Satide, vinculado a0 Ministério da Satide. Este érgio no guarda qualquer relagio com 0 INSS ou com a previdéncia social. A confusto € bastante frequente no meio popular 4j4 que, no passado, a satide e a previdéncia fizeram parte da mesma estrutura, ‘como veremos no préximo capitulo. 0 Sistema Unico de Satde ¢ financiado com recursos dos orgamentos da seguridade social elaborados pela Unido, Estados, Distrito Federal e pelos Muniefpios, além de outras fontes. Sto de relevancia pitblica as agdes e servigos de satide, cabendo ao Poder Piblico dispor sobre sua regulamentagio, fiscalizagao e controle, devendo sua execucdo ser feita diretamente ou através de terceiros e também por pessoa fisica ou juridica de direito privado. Deacordo como § 3°, doart. 198, da Constituigo Federal, lei complemen- tat, que seré reavaliada pelo menos a cada 5 anos, estabelecerd: I~ ospercentuais minimos de aplicagao de recursos nas ages ¢ servigos piiblicos de saiide; II 08 critérios de rateio dos recursos da Unio vinculados a saiide destinados aos Estados, ao Distrito Federal ¢ aos Municipios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municipios, objetivando a progressiva reduco das disparidades regionai TIT— as normas de fiscalizagdo, avaliagio ¢ controle das despesas com satide nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; TV ~ as nommas de célculo do montante a ser aplicado pela Uniti. A assisténcia & saiide ¢ livre a iniciativa privada (art. 199, CF 88). As instituiges privadas poderdo participar de forma complementat ao sistema linico de saide, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito piblico ou convénio, tendo preferéncia as entidades filantropicas eas sem fins Iucrativos. 3 proibido, no entanto, a destinarto de recursos piblicos para auxilios ou subvenebes as instituieGes privadas com fins lucrativos, ou seja, estas empresas pode participar do sistema piblico de satide, mas nfo podem receber qualquer cespécie de incentivo com recursos piiblicos. As empresas ou capitais estrangeiros no podem participar da assisténcia 4 satide no Pafs, salvo nos casos previstos em lei. As agbes e servicos paiblicos de satide integram uma rede regionalizada e hierarquizada ¢ constituern um sistema tinico, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: Tuoi Kenran I descentralizago, com diresdo tinica em cada esfera de governo; IT atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, ‘sem prejuizo dos servicos assistenciais; II participagao da comunidade. “Ouizo pono abordado em concursos é jes plcritsgs dos ee carer n confundir 0 estudante, m: ‘Ao sistema tinico de satide compete, além de outras atribuigdes: I~ controlar e fiscalizar procedimentos, produtos ¢ substincias de inte- resse para a sate e participar da produgo de medicamentos, equi- pamentos, imunobiolégicos, hemoderivados e outros insumos; II executar as agbes de vigilancia sanitéria e epidemiol6gica, bem como as de satide do trabalhador; TIT— ordenar a formagiio de recursos humanos na rea de saiide; IV ~ participar da formulago da politica ¢ da execugiio das ages de saneamento bisico; V— incrementar em sua rea de atuago 0 desenvolvimento cientifico e tecnolégico: VI- fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu ‘teor nutricional, bem como bebidas e éguas para consumo humano; Vil participar do controle e fiscalizagtio da produeZo, transporte, guarda e _utilizagio de substfincias e produtos psicoativos, t6xicos e radioativos; ‘VIII- colaborar na protestio do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. lei definird os critérios de transferéncia de recursos para o sistema Unico de satide © ages de assisténcia social da Unido para os Estados, o Distrito Federal M Deroacio be Seouapane Soci € 0s Municipios, dos Estados para os Municipios, observada a respectiva contrapartida de recursos (art. 195, § 10, CF/88). Em recente alteragio do Texto Constitucional, a EC 51/2006 incluin os §§ 4° a 6°, do art, 198, dispondo sobre o trabalho dos agentes comunitérios de satide. Os gestores locais do sistema tinico de saiide poderdo admitir agentes comunitirios de satide e agentes de combate és endemias pormeio de processo seletivo pablico, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuigdes crequisitos especificos para sua atuacao, delegando a Lei Federal a regulamen- taro da matéria. Os agentes podem perder o cargo em fungio do descumpri- mento dos requisitos definidos na lei (regulamentado pela Lei 11.350/2006). Por diltimo, a Constituigao determina que a lei deverd dispor sobre as con- digdes ¢ 0s requisitos que facilitem a remogio de érgiios, tecidos e substincias shumanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfustio de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercializacao, 1.2, ASSISTENCIA SOCIAL © Art, 203 e 204, CF/88 A assisténcia social seré prestada a quem dela necessitar, independen- temente de contribuigéo & seguridade social. Aqui, 0 requisito basico a necessidade do assistido. A assisténcia possui os seguintes objetivos: I— a protegdo a familia, & matemnidade, a infincia, & adolescéncia © a velhice; I o amparo as criangas ¢ adolescentes carentes; TII— a promogao da integragtio ao mereado de trabalho; IV a habilitaglo e reabilitago das pessoas portadoras de deficiéncia e a promogo de sua integracao a vida comunitéria; ‘V~ a garantia de um salério minimo de beneficio mensal a pessoa por- tadora de deficiéncia e ao idoso que comprovem nao possuir meios de prover & propria manuteneo ou de té-la provida por sua familia, conforme dispuser a lei. Percebe-se, a0 analisar-sc os objetivos da assisténcia social, que estes englo- ‘bam servigos prestados e beneficios concedidos. A assistencia social garante 0 ‘beneficio de um salirio minimo ao doso e/ou deficiente que comprovem nao possuir meios de prover prépria manutengio ou de té-Ia provida por sua familia. Os beneficios assistenciais serao objetos de estudo em capitulo proprio. Tuan Kerra Os beneticios assistenciais pecunifrios so devidos somente aos brasileiros estrangeiros naturalizados e domiciliados no Brasil que nfo estejam cobertos pela previdéncia social do pais de origem (ar. 623, §2°, IN 20/07). Observe-se, contudo, que apesar do dispositivo da Instrugdo Normativa 20/07 vedar a concessio do beneficio assistencial para os estrangeiros nio naturalizados, hé farta jurisprudéncia no sentido de que tal dispositivo é in- constitucional, por ferir principio da igualdade. Que significa ser necessitado para fazer jus ds prestagBes assistenciais? ‘Depende. Para obter 0 beneficio de um salério minimo, o requisitante nflo pode ter condig6es financeiras satisfatérias para a sua manutengS. Por outro lado, para ser beneficiado pelos servicos assistenciais, a situagio de necessitado nio esta relacionada com os rendimentos. Uma mulher rica pode, teoricamente, sentir-se necessitada de informagdes a respeito de sua gestacdo. “Aassisténcia social seré organizada com recursos do orgamento da segu- ridade social, devendo seguir as seguintes diretrizes: I~ Descentralizagio politico-administrativa: cabendo a coordenacio ce asnormas gerais& esfera federal, ea coordenacao ¢ a execucao dos respectivos programas as esferas estadual e municipal, bem como a centidades beneficentes e de assisténcia so I1~ Participagio da populaglo: por meio de organizag6es representa- tivas, na formulagao das politicas € no controle das ages em todos os niveis. E facultado aos Estados ¢ ao Distrito Federal vincular a um programa de apoio a inclusdo ¢ promog&o social até 0,5% de sua receita tributéria liquida, vedada a aplicagio desses recursos no pagamento de: 1 despesas com pessoal e encargos sociais; 1 servigo da divida; ITT— qualquer outra despesa corrente néo vinculada diretamente aos in- ‘vestimentos ou agGes apoiados, 1.3. PREVIDENCIA SOCIAL Art. 201 202, CF/88 Aprevidéncia social seré organizada sob a forma de regime geral, de carter contributivo e de filiagio obrigatéria, observados critérios que preservern 0 equilibrio financeiro ¢ atuarial, e atenderé (art. 201, CF): 36 Dernacko oe Seaumpape Soctat I~ cobertura dos eventos de doenca, invalidez, morte e idade avangada; IL protegao A matemidade, especialmente a gestante; II — protego ao trabalhador em situaglo de desemprego involuntirio; IV ~ salério-familia e auxilio-reclusdo para os dependentes dos segurados de baixa renda; ‘V— penstio por morte do segurado, homem ou mulher, 20 cOnjuge ou companheiro e dependente. Para atender a estes princfpios, a Lei 8.213/91 in beneficios: + Aposentadoria por invalidez; + Aposentadoria por idades ‘+ Aposentadoria por tempo de contribuicdo; + Aposentadoria especial; + Salirio-maternidade; + Salirio-familia; + Auxilio-doenga; + Auxilio-acidente; + Pensio por morte; + Auxilio-reclusio. Tais prestagbes so gerenciadas pelo Ministério da Previdéncia Social — MPS com apoio do INSS ~ Instituto Nacional do Seguro Social (e no da ‘Seguridade Social, como costumam chamar), autarquia federal responsével pela administrago dos beneficios previdenciérios. ‘tengo! ° ~nbora no texto consttucionl baja previo crea de que a pevidencia cial deve protegero tabahiado em siviseSo de desernprego ivohiatiro, 6 _benefiefo govermamental mecido nesta stuaglo = seguro-desemiprego 6" administrado pelo Ministério do Trabalho ¢ Emprego, io fazendo parte dos! bbenefcio previdencidrios. Ocorre que este benefcio ¢tipicamente previdén- cifrioe de fata devera ser oferecido pela previdéncia soca, entetanto, devido a razes poitcas, sua administra passou para o Ministéio do Trabalh 7 vs Kenran cours bles cian trecho do texto consti: : ‘Algooas proposioe : io do aten mento & siniagao'do desemprego tucional do qual consa p prego 6 um beneficio efetivamente oferecido aoe So et paired ‘A organizagio da previdéncia social & sustentada por dois principios basi- cos, conforme definigéo do proprio texto Constitucional: compulsoriedade & contributividade. © principio da compulsoriedade 6 0 que obriga a filiago a regime de previdéncia social aos trabalhadores que trabalhem. Se os segurados pudes- sem optar entre verter parte de sua remuneragdo para o sistema de previdéncia social ou utilizar todos os ganhos para pagamento das despesas domeésticas, certamente a maioria escolheria a segunda altemativa. Diversos trabalhadores ficariam, portanto, excluidos do sistema protetivo, gerando um completo caos social, pois, quando ficassem impossibilitados de exercer suas atividades, no teriam como prover o seu sustento. Acontributividade significa que, para ter direito a qualquer beneficio da previdéncia social, é necessério enquadrar-se na condigdo de segurado, deven- do contribuir para manutengio do sistema previdenciério. Até mesmo 0 aposentado que volta a exercer atividade profissional remunerada, é obrigado a contribuir para o sistema, ‘Alm destes dois prinefpios, a Carta Magna incluiu diversos outros, que sero estudados no Capitulo 3, Antecipamos, no entanto, o principio da solidariedade, pois a sua compreensfio ¢ fundamental para avangarmos no estudo da matéria. A solidariedade do sistema previdencisrio, em sintese, é 0 principio que acarreta a contribuigao dos segurados para o sistema, com a finalidade de ‘manté-lo, sem que necessariamente usufrua dos seus beneficios. Uma vez nos coftes da previdéncia social, os recursos serdo destinados a quem realmente deles necessitar. A solidariedade justifica a situagao do segurado que recolheu contribuigio durante muitos anos sem jamais ter-se beneficiado. A previdéncia atende, por outro lado, aos dependentes do segurado falecido, no inicio de sua vida profis- sional, concedendo-thes o beneficio da pensio por morte. Note que a previdéneia social objetiva a cobertura dos riscos sociais. A compreensio deste fundamento previdencidrio é indispensével para o estudo 38 aon ‘Derpacko De Sucumape Soci deste ramo do Direito. Riscos sociais so os infortinios que causam perda da capacidade para o trabalho e, consequentemente, para a manuteneao do sus- tento. Sto exemplos de riscos sociais a idade avaneada, a doenca permanente ou tempordria, a invalidez, o parto etc. 1.3.1. Regimes de Previdéncia Social Considera-se regime de previdéncia social aquele que ofereca aos segurados, no minimo, os beneficios de aposentadoria e pensto por morte, Do ponto de vista financeiro, os regimes de previdéncia social podem ser financiados de duas formas: reparticao simples ou capitalizacio. ‘No regime de reparticao simples, as contribuigdes sto depositadas em um fundo tinico. Os recursos so, entio, distribuidos a quem deles necessitar. Esti alinhado como principio da solidariedade. Os regimes previdenciarios piblicos do Brasil so organizados com base na repartigao simples. O regime de capitalizacio ¢ aquele em que as contribuigdes sao investidas pelos administradores, sendo os rendimentos utilizados para concessio de futuros beneficios aos segurados, de acordo com a contribuigao feita por cada ‘um. A previdéncia privada se utiliza desta técnica de custeio. Os beneficios prevideneisirios podem ser de natureza programada, como os que buscam cobrir 0 risco de idade avangada, ou nfo programada como, por exemplo, a aposentadoria por invalidez.¢ o auxilio-doenga. s regimes podem ainda ser classificados como regimes de beneficio de- finido ou de contribuigso definida. No regime de beneficio definido, as regras para o célculo do valor dos beneficios so previamente estabelecidas. I! 0 que ocorre com a previdéncia paiblica brasileira, que tem suas regras definidas por forga de lei O sistema de contribuigdo definida esta vinculado ao regime de capitali- zagfio. Nele, as contribuigGes so definidas ¢ o valor dos beneficios varia em fungao dos rendimentos das aplicagGes. E utilizado pela previdéncia privada. ‘No Brasil existem trés tipos de regimes previdencisrios: + Regime Geral da Previdéncia Social - RGPS; + Regimes Proprios de Previdéncia Social - RPPS; + Regime de Previdéncia Complementar. ‘Neste capitulo forneceremos nogdes basicas sobre os trés regimes. No de- correr da obra, entretanto, estudaremos detalhadamente a organizacto e funcio- namento do RGPS, regime previdencidrio gerenciado pelo Instituto Nacional do » Tuan Kenran ‘Seguro Social —INSS, sendo as contribuigdes para ele arrecadadas fiscalizadas pela Receita Federal do Brasil. Apresentaremos informagées sobre o Regime de Previdéncia Complementar no Capitulo 25. Os regimes proprios, por nao serem objeto desta obra, serdo analisados apenas superficialmente. Note que sto regimes piblicos de previdéncia social tanto o RGPS quanto ‘0s RPPS, pois ambos sio administrados pelo Poder Pablico. O regime de pre- vidéncia complementar, atualmente em funcionamento, é de natureza privada. 13.1.1. Regime Geral de Previdéncia Social - RGPS ORGS é regime de previdéncia social de organizagao estatal, contributivo © compulsério, administrado pelo INSS — Instituto Nacional do Seguro Social, sendo as contribuigdes para ele arrecadadas fiscalizadas e normatizadas pela Re- ccita Federal do Brasil. B regime de repartig&o simples e de beneficio definido. Até outubro de-2004, o Instituto Nacional do Seguro Social-INSS, autarquia federal, era responsével pela edministracio de todo o sistema previdencisrio, ineluindo as atividades de arrecadacto de tributos e concessio de beneficios. A Medida Proviséria 222, de 04/10/04, convertida na Lei 11.098/05, atri- buiu ao Ministério da Previdéncia Social as competéncias tributérias do INSS, com a criago da Secretaria da Receita Previdenciéria — SRP, no ambito da administragio direta. AA intengio da criagtio da SRP foi preparar o érgio para a fustio do Fisco Previdencisrio com a Receita Federal no intuito de dar mais efetividade a fis- calizagdo dos tributos federais. A fusio ocorreu com a edigao da MP 258/2005, de 21/07/05, que criou a Secretaria da Receita Federal do Brasil -SRFB, trans- ferindo 0 quadro de Auditores-Fiscais da Previdéncia Social para estrutura do Ministério da Fazenda e unificando o cargo dos auditores da Previdéncia ¢ da Receita, com a criagaio do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil. Ocomre que a MP 258/05 nfo foi apreciada pelo Congresso Nacional no prazo constitucionalmente estabelecido, tendo perdido a eficécia a partir de 19/11/05. Com isso voltaram a existir as duas Secretarias anteriores a edigo da MP 258/05: a Secretaria da Receita Federal e a Secretaria da Receita Previdencitiia. 0 Govemo, inconformado com a derrota, enviou ao Congresso Nacional projeto de lei, versando sobre o mesmo tema: a unificago da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita Previdenciéria, resultando na Secretaria da Receita Federal do Brasil — SRFB, chamada de Super-Receita. Apés longa tramitagdo, em 16 de margo de 2007, foi publicada a Lei 11.457, que institaiu a sonhada Secretaria da Receita Federal do Brasil, criando a o ‘Deroaicko De Seounipans Soci Carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil, composta pelos cargos de nivel superior de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (antigos Auditores, da Receita Federal e da Previdéncia Social) e de Analista-Tributario da Receita Federal do Brasil (antigos Técnicos da Receita Federal). A nova Secretaria ppassou a existir em 02 de maio de 2007, por expressa disposigao legal (art. 51, IL, da Lei 11.457/07). Depois de todas estas alteragdes, o INSS passou a ser responsivel, unica~ ‘mente, pela administragdo dos beneficios previdenciirios, enquanto a SRFB compete as atividades correlacionadas a arrecadagio, fiscalizagio e cobran- a de tributos prevideneisirios, além dos tributos de competéncia da antiga Receita Federal, quais sejam: Imposto de Renda, PIS, COFINS, Contribuigio Social sobre o Lucto Liquido, PIS e COFINS Importago, Contribuigao sobre Concursos de Prognésticos, Imposto de Importacao e Imposto de Exportacio. Com isso, a administragao de todos os tributos federais passou a ser exercida, por um imico ente. Um fato importante a ser destacado para os estudantes que se preparam para a carreira de Auditoria da Receita Federal do Brasil (Auditor-Fiscal e Analista-Tributério) é que o art. 9° da Lei 11.457/07 disp6e que o ingresso nos cargos far-se-4 mediante concurso piiblico de provas ou de provas e titulos, exigindo-se curso superior em nivel de graduaco concluido ou habilitacio legal ‘equivalent. A sistemitica anterior somente permitia 0 concurso na modalidade de provas, sendo que a nova redagio albergou a possibilidade de que o préximo ‘concurso piiblico seja realizado na modalidade de provas e titulos. ‘Uma boa noticia para os “concurseiros” é que, com a lei que criou a Receita Federal do Brasil, foram criados também 1.200 cargos efetivos de Procurador da Fazenda Nacional — PFN. Tais cargos serio providos na medida das necessidades do servigo e das disponibilidades de recursos orgamenté- rios (art. 18, Lei 11.457/07). Esta criagio fez-se necesséria devido ao fato de a jé mencionada Lei ter alterado, a partir de 01/04/2008, a competéncia para representar 0 INSS, judicialmente e extrajudicialmente, em processos que tenham por objeto a cobranga de contribuigées previdenciérias, pas- sando-a da Procuradoria Geral Federal para a Procuradoria da Fazenda ‘Nacional. Como a alteragao ¢ bastante recente, a legislagao previdenciéria ainda no foi atualizada, por isso muitas vezes que tratarmos nesta obra das ativida- des correlatas ao custeio previdencidrio que ainda nao foram alteradas na legislaco, mencionaremos os nomes da Autarquia (INSS) e da Secretaria da Receita Federal do Brasil - SRFB. a aw Kemrznan (O Regime Geral de Previdéncia Social éaquele que abrange o maior nimero de segurados, sendo obrigatério para todos 0s que exercem atividades remu- neradas por ele descritas. Assim, todos os empregados de empresas privadas € todas as pessoas que trabalham por conta prépria estio também obrigatoriamente filiados, devendo contribuir com sua parte para o sistema. (O vendedor de picolé que trabalha diariamente vendendo sua mercadoria na praia e a faxineira que trabalha em diversas casas recebendo difria pelo seu servigo, sto considerados segurados obrigatérios do RGPS e devem, portanto, contribuir para o sistema. Estas pessoas, caso nfo contribuam, estardo em débito com a previdéncia social e nfo poderdo obter qualquer beneficio, pois o regime é essencialmente contributivo. © RGPS € 0 tinico dos trés sistemas que é administrado pelo INSS pela SRFB. Todas as pessoas que trabalham, exceto os servidores publicos vinculados a regimes préprios, esto obrigatoriamente vinculadas ao Regime Geral. Sa0 denominados segurados obrigatérios. Mesmo aqueles que nao trabalham podem ser filiados ao RGPS, desde que poristo optem. Com esta decisfo, passam a pagar, mensalmente, contribuigdes, para sistema, tendo direito de gozar dos beneficios, como qualquer trabalhador que contribua. Séo os chamados segurados facultativos. A dona de casa, por exemplo, pode optar por pagar sua contribuigdo para ser inclufda no sistema protetivo, tendo direito a todos os beneficios do trabalhador. Cabe salientar que o servidor vinculado a Regime Proprio que exerca ‘também atividade na iniciativa privada sera segurado obrigatério dos dois, regimes (RGPS ¢ RPS), tendo direito a usuftuir de todos os beneficios prove- nientes de ambas as filiagGes. [sso demonstra ser possfvel ao segurado perceber mais de uma aposentadoria. © artigo 37, inciso XVI, da Constituigaio Federal veda a acumulagao re- ‘munerada de cargos piiblicos, exceto se houver compatibilidade de horérios, nos seguintes casos: 2) dois cargos de professor, 'b) um cargo de professor com outro técnico ou cientifico; ©) dois cargos ou empregos privativos de profissionais de satde, com profissbes regulamentadas. Com esta vedagao, percebe-se ser possivel apenas a acurmulagao de trés aposentadorias de regimes piblicos: duas nos regimes préprios e uma no RGPS. a Dernecko ps Seaumpant Soci Exemplo: Um Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil que ensine na Universidade de Sto Paulo — USP e ainda ministre aulas em faculdades particulares estaré obrigatoriamente vinculado a trés regimes: Regime Proprio dos Servidores da Unio, Regime Proprio dos Servidores do Estado de Sto Paulo e ao RGPS. Teri dc contribuir para os trés regimes mas em compensagio, poderé obter beneficios. relativos as ts fiiagdes, inclusive aposentadorias, auxilios-doenga et. Observe-se que, mesmo que ensinasse na Universidade Federal, o Au -Fiscal teria dreito a adquiri trés aposentadorias: uma de Auditor, outra de profes- sor da Federal ea terceira, pelo RGPS, de professor das faculdades particulares E vedada a filiago ao Regime Geral de Previdéncia Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime proprio de previdéncia, salvo se estiver licenciado sem contribuir, como veremos futuramente, Para que o participante de regime proprio possa filiar-se a0 RGPS, é necessério que exerga trabalho de natureza privada. Atengao! : = ~~ O ROPS atéude aos trabalhadores da insitiva privada,entetanto 6 soi poi pasta pelo Frade. ‘Veremos, no decorrer desta obra, que oRGPS é financiado por trés entidades ‘mantenedoras: Governo, empresas e segurados. ‘A contribuigio da empresa é calculada mediante um percentual sobre 0 total da remuneragio paga aos trabalhadores que Ihes prestem servigos. A. contribuigio dos segurados incide sobre a rermuneragio recebida, entretanto cesta base esti sujeita a um teto, reajustado, em regra, anualmente. Atualmente, 0 teto das contribuicdes dos segurados esté fixado em RS 3.916,20 (Portaria MPS/MF 2, de 06/01/2012). Um empregado que recebe RS 10,000,00 da empresa para qual trabalha contribuiré para o RGPS com uma aliquota incidente sobre RS 3.916,20, pois cesta é a maior base de contribuigo aplicdvel aos segurados. A empresa, por sua vez, recolherd suas contribuigSes sobre o total da remuneracao paga a0 cempregado, ou seja, RS 10.000,00. (0s beneficios concedidos por este regime, em regra,limitam-se ao mesmo teto, De certa forma, os beneficios concedidos pelos regimes previdencirios esto sempre atrelados as contribuigdes vertidas. ‘Veremos, com profundidade, em capitulos proprios, as contribuipses das ‘empresas e dos trabalhadores os beneficios concedidos. O objetivo aqui é “6 Wan Kenran apenas fornecer ao leitor subsidios basicos para o melhor entendimento dos temas apresentados nos préximos capitulos. 13.1.2, Regimes Préprios de Previdéncia Social Fazem parte destes regimes os servidores piiblicos da Unido, dos Estados, ‘¢ dos Muniefpios que preferiram organizar o seu pessoal segundo um estatuto proprio. Daf afirmar-se que estes servidores sio estatutatios, ou seja, obedecem anormas especiais, sio por isso diferentes daqueles aplicados aos trabalhadores a iniciativa privada. Os militares também tém o seu regime préprio segundo normas igualmente diferenciadas. ‘Todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal institufram os seus préprios regimes, com contribuigdes e beneficios especificos, sempre regidos por leis. A maioria dos municipios brasileiros, entretanto, nfo possui regimes préprios, de previdéncia. Neste caso, os seus servidores participam obrigatoriamente do ROPS, Acrescentamos que os chamados regimes proprios devem garantir a0 me- nos os beneficios da aposentadoria e da pens4o por morte, sob pena de seus, segurados serem obrigatoriamente filiados ao RGPS. Diferentemente do que acontece com os trabalhadores filiados ao RGPS, a base de contribuigdo dos servidores piiblicos filiados a regimes proprios ain- da nio tem limite maximo. Atualmente, se um servidor recebe RS 5.000,00, contribuiré com um percentual sobre o total da sua remuneragio. Obviamente, receberd beneficios proporcionais & remuneragio recebida. ‘A Reforma da Previdéncia efetivada pela EC 41/03 alterou esta forma de contribuigao, limitando a sua base de célculo & mesma utilizada pelo RGPS. Condicionou, entretanto, a vigéncia da nova regra a instituicdo de uma Previ- déncia Complementar Oficial para os servidores piblicos. Como até entio esta Previdéncia nfo foi criada, os servidores continuam recolhendo de acordo com as antigas regras (art. 40, § 14, CF/88). A Emenda Constitucional 47/05 (PEC Paralela) alterou algumas regras de transigo da aposentadoria do servidor piiblico proposta pela Reforma da Previdéncia, Estas alteragées no serio estudadas por esta obra, pois 0 n0ss0 objeto de estudo & o Regime Geral de Previdéncia Social. 13.1.3. Regimes de Previdéncia Complementar regime de previdéncia complementar pode ser de dois tipos: a) Regime de Previdéncia Complementar dos Servidores Pablicos; Dernacko oe Ssouranane Soci b) Regime de Previdéncia Privada Complementar, ‘O Regime de Previdéncia Complementar dos Servidores Paiblicos est pre~ visto na Constituigo Federal (artigo 40, §§ 14a 16, CF/88). Como mencionado, Unido, os Estados, 0 Distrito Federal e os Municfpios, desde que instituam regime de previdéncia complementar para os seus respectivos servidores titu- ares de cargo efetivo poderio fixar, para o valor das aposentadorias e pensbes a serem concedidas por seus regimes, o limite mximo estabelecido para os ‘beneficios do Regime Geral de Previdéncia Social. A previdéncia complemen- : tar dos servidores ainda no foi instituida, dependendo de lei ordinéria de ini- i ciativa do Poder Executivo de cada ente federativo. Alguns Estados ja envia- i ram ao Poder Legislativo proposta de lei prevendo @ criagao de previdéncias ; complementares oficiais em prol de seus servidores. Quando tal regime for riado, seré gerenciado por entidades fechadas de previdéncia complementar, de natureza piblica, que oferecerdo aos respecti- ‘Vos participantes, planos de beneficios apenas na modatidade de contribuigao definida. Somente mediante a prévia ¢ expressa opeio do servidor, este regime poderd ser aplicado Aquele que tiver ingressado no servigo piblico até a data da publicago do ato de instituigio do correspondente regime de previdéncia complementar. ‘Observe-se que apés a criago do Regime de Previdéncia Complementar oficial, contaremos com trés regimes piiblicos de previdéncia: RGPS, RPPS e Regime Complementar dos Servidores. ‘ORegime de Previdéncia Privada Complementar ¢ facultativo e, obviamente, de natureza privada. E organizado de forma auténoma em relago ao Regime Geral de Previdéncia Social e baseia-se na constituigSo de reservas que garantam, © beneficio contratado. Aten _Eimbora su nom induza que éte regime complement os beneticios do © RGPS; sso em realidade nto ovorre: Nao hi. nem mesma a obrigatork dese fiado a0 Regime Geral de Previdéacia Social para secontratar. tum plano de previdéncia privada. Regime de Previdéncia Privada pode ser dividido em duas categorias: Previdéncia Complementar Fechada e Previdéncia Complementar Aberta. 4s Ivan Kearzane Os planos de previdéncia fechada so os aplicdveis a grupos fechados que contribuem para obter os respectivos beneficios. As empresas costumam aderir a planos de previdéncia complementar fechada, em beneficio de seus empregados. Os planos de previdéncia complementar aberta so 0s organizado por instituigbes financeiras e disponibilizados para quem deles tiver interesse em participar, por exemplo, Brasilprev, Flexprev Itai, Bradesco PrevidEncia, HSBC Previdencia etc. Regime de Previdéncia Privada Complementar deve ser regulado por lei complementar que assegure ao participante o pleno acesso as informagdes, relativas & gest de seus respectivos planos. Atualmente, as leis que regulam a matéria sto as Leis Complementares 108/01 ¢ a 109/01. As contribuigdes do empregador, os beneficios ¢ as condigdes contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de beneficios das entidades de previdéncia privada, nfiointegram o contrato de trabalho dos participantes nem ‘a sua remuneragao (art. 202, § 2°, CF/88), Captruto 2 HisTORICO DA SEGURIDADE SOCIAL O objetivo deste capitulo ¢ fornecer ao estudante informagées sobre a evolugao histérica da seguridade social, no Brasil e no mundo, focando para as questdes mais recorrentes em concursos pliblicos. 2.1, HISTORICO MUNDIAL A seguridade social, como regime protetivo, surgiu a partir da Iuta dos trabalhadores por melhores condigSes de vida. As primeiras normas protetivas editadas tiveram carter eminentemente assistencial. Em 1601, foi editado na Inglaterra 0 Poor Relief Act (Lei dos Pobres), que instituiu auxflios e socorros piiblicos aos necessitados. Sob a ética previdenciéria, o primeiro ordenamento legal foi editado na Alemanha, por Otto Von Bismarck, em 1883, com a instituigao do seguro- -doenga. No ano seguinte, foi criada a cobertura compulséria para os acidentes de trabalho. Neste mesmo pais, em 1889, foi criado o seguro de invalidez velhice. Foi a primeira vez que o Estado ficou responsdvel pela organizagto gestio de um beneficio custeado por contribuigdes recolhidas compulsoria- mente das empresas. Em seguida, outros paises da Europa editaram suas primeiras leis de prote- fo social. A Inglaterra publicou 0 Workmen's Compensation Act, estabelecendo seguro obrigatério contra acidente de trabalho. A primeira Constituigdo a incluir 0 tema previdencirio foi a do México em 1917, seguida pela Constituigéo Alema de Weimar, em 1919. op Apés a crise de 1929, os Estados Unidos adotaram o New Deal, inspirado pelo Welfare State (Estado do bem-estar social) Esta politica determinava uma maior interveneao do Estado na economia, inclusive com a responsabilidade de organizar os setores sociais com investimentos na satide pablica, na assisténcia a Iwan Kanes social e na previdéncia social. Em 1935, este pais editou 0 Social Security Act, criando a previdéncia social como forma de proteco social. Ponto chave do estudo da evolugdo histérica mundial & 0 chamado Plano Beveridge, construido na Inglaterra, em 1942, por William Beveridge. Este pla- no é o que marca aestrutura da seguridade social moderna, com a participagio universal de todas as categorias de trabalhadores ¢ cobranga compulséria de contribuigdes para financiar as trés reas da seguridade: saide, previdéncia social e assisténcia social. Atualmente 0 modelo de protegio estatal que vigora, desde o New Deal, esti sendo substituido, em alguns paises da América Latina, por politicas pre- vvidencidrias organizadas sem a participagao estatal. Foi o que ocorreu no Chile (primeiro a utilizar este modelo), Colémbia, Uruguai, Pera etc. 2.2, HISTORICO BRASILEIRO © seguro social brasileiro iniciou-se com a organizacao privada, sendo ue, aos poucos, o Estado foi apropriando-se do sistema por meio de politicas intervencionistas. ‘Neste sentido, as primeiras entidades a atuarem na seguridade social fo- ram as santa casas da misericérdia, como a de Santos, que, em 1553, prestava, servigos no ramo da assisténcia social. ‘Ainda com caréter mutualista, foi criado em 1835 0 Montepio Geral dos Servidores do Estado ~ Mongeral — primeira entidade de previdéncia privada no pais. A Constitui¢io de 1824 tratou, em scu artigo 179, inciso XXXI, dos socor- 10s ptiblicos, sendo este o primeiro ato securitario com previséo constitucional, Este artigo, inclusive, jé foi alvo de questionamento pelo CESPE/UNB em duas oportunidades (vide questdes do t6pico 27.1). A Constituigao de 1891 estabelecen a aposentadoria por invalidez para 0s servidores puiblicos, custeada pela nagdo, Percebe-se que esta regra foi incipiente (devida apenas a servidores piblicos, em caso de invalidez. perma- nente), nfo podendo ser considerada como um marco previdenciério mundial. ‘Como mencionado, @ primeira Constituigo a tratar do tema previdencisrio, levando-se em conta regramentos minimos que estruturam esta drea social, foi a Mexicana, de 1917. Em 1919 foi instituido o seguro obrigatério de acidente de trabalho pela Lei 3.724 e, também, uma indenizagio a ser page obrigatoriamente pelos em- pregadores aos sous empregados acidentados. 8 -Hisronico p4 Seounmpane Socta. A doutrina majoritiria considera o mareo da previdéncia social brasileira a publicagio da Let Kloy Chaves, Decreto-Legislativo 4.682, de 24/01/23, que criow as Caixas de Aposentadoria e Pensio — CAP’s — para os empregados das empresas ferroviérias, mediante contribuigo dos empregadores, dos tra~ balhadores do Estado, assegurando aposentadoria aos empregados e pensio aos seus dependentes. Atualmente o préprio Instituto Nacional do Seguro Social comemora 0 aniversério da previdéncia, no dia 24 de janeiro, em alusfo a Lei Eloy Chaves. ‘Durante a década de 20, foi ampliado o sistema de Caixas de Aposentadoria € Penso— CAP’s, sendo instituidas em diversas outras empresas, inclusive de ‘outros ramos, como, por exemplo, as dos portuérios, dos maritimos ete. Note que as CAP’s eram organizadas por empresas. Cada empresa possufa sua Caixa. Em 1930, no inicio da Era Vargas (1930-1945), foi criado o Ministério do ‘Trabalho, Indtistria e Comércio —responsavel pela organizagéo da previdéncia social brasileira. Cabe salientar que o principal Ministro do Trabalho de Getilio ‘Vargas foi Lindolfo Collor, avé do Ex-presidente Femando Collor. Na década de 30, as 183 CAP’s existentes foram reunidas, com a formago de Instinatos de Aposentadoria ¢ Penstio-IAP’s. Tais Institutos eram organiza- dos por eategoria profissional, dando mais solidez ao sistema previdenciétio, 8 que os IAP’s contavam com um mimero de segurados superior as CAP’s, tomnando o novo sistema mais consistente. A partir da fusio das CAP’s das empresas das diversas categorias profis- sionais surgiram, entio, os Institutos de Aposentadoria e Pensto das seguintes categorias: + IAPM ~ Instituto de Aposentadoria e Pensio dos Maritimos — 1933 + IAPC Instituto de Aposentadoria e Penstio dos Comereifrios — 1934 + TAPB ~ Instituto de Aposentadoria e Pensio dos Bancérios ~ 1934 + IAPI-~ Instituto de Aposentadoria e Pensao dos Industriérios ~ 1936 + IAPTEC ~ Instituto de Aposentadoria e Pensdo dos Empregados em ‘Transporte de Carga 1938 O processo de unificagao das CAP’s perdurou até a década de 50, com a criagdo de institutos de diversas outras categorias profissionais. A Constituigso Federal de 1934 foi a primeira a estabelecer a triplice forma de custeio, com contribuigéo do Governo, dos empregadores ¢ dos 49 Ian Kerrey trabalhadores. A Carta de 1937 utilizou, pela primeira vez, 0 termo “seguro social” sem, no entanto, trazer grandes evolugies securitarias. Em se tratando de assisténeia social, em 1942, foi criada a LBA-Legiio. Brasileira da Assisténcia Social pelo Decreto-Lei 4.890/42. A Constituigo de 1946 utilizou, de forma inovadora, a expresso “pre- vidéncia social”. Foi garantida pelo constituinte a protegdo aos eventos de doenga, invatidez, velhice e morte. Esta Carta marcou a primeira tentativa de sistematizar as normas de protego social. Em 1949, foi editado o Regulamento Geral das CAP’s, padronizando a concesstio de beneficios das CAP’s remanescentes. Fm 1953, todas as Caixas ainda existentes foram unificadas (Decreto 34.586/53), surgindo assim a Caixa ‘Nacional, (O Ministério do Trabalho e da Previdéncia Social foi criado em 1960. Neste ‘mesmo ano, foi aprovada a Lei Organica da Previdéneia Social—LOPS, que marca a unificaglo dos eritérios estabelecidos nos diversos TAP’s até entao existentes para concessio de beneficios dos diversos Insttutos, persistindo ainda a estrutura dos IAP’s, Os trabalhadores rurais e os domésticos continuavam excluidos da previdéncia social. Somente em 1967, foram unificados todos os IAP’s, com a criagio do INPS — Instituto Nacional da Previdéncia Social (Decreto-Lei 72/66, que entrou «em vigor apenas em 1967), consolidando-se o sistema previdenciario brasileiro. ‘Neste ano, a Constituigao de 1967 criou o auxilio-desemprego. Os trabathadores rurais somente passaram a gozar de direitos previdencié- rios, a partir de 1971, com a cria¢o do FUNRURAL pela Lei Complementar 11/71. Os empregados domésticos foram incluidos no sistema protetivo, no ano seguinte, em funcao da Lei 5.859/72. Em 1977, foi institnido o SINPAS — Sistema Nacional de Previdéncia e Assisténcia Social, responsével pela integragdo das dreas de assisténcia so- cial, previdéncia social, assisténcia médica e gestio das entidades ligadas a0 Ministério da Previdéncia ¢ Asistencia Social. O SINPAS contava com os seguintes érgiios: + INPS- Instituto Nacional de Previdéncia Social —autarquia responsével pela administrago dos beneficios; + IAPAS — Instituto de Administragio Financeira da Previdéncia Social — autarquia responsivel pela arrecadagdo, fiscalizagao e cobranga de ccontribuigdes e demais recursos; Fisronuco ba SeaurmpaDs Socu, + INAMPS ~ Instituto Nacional de Assisténcia Médica da Previdéncia Social — autarquia responsdvel pela satide; + LBA —Fundagio Legit Brasileira de Assisténcia — fundago respon- savel pela assisténcia social; + FUNABEM — Fundagao Nacional do Bem-Estar do Menor — fundagio responsivel pela promogo de politica social em relagao ao menor; + CEME - Central de Medicamentos — érgo ministerial que distribuia medicamentos; + DATAPREV — Empresa de Processamento de Dados da Previdéncia Social — empresa piblica que gerencia os sistemas de informatica previdenciérios. ‘Todas estas entidades foram posteriormente extintas, exceto a DATAPREV ue existe até hoje com a funco de gerenciar os sistemas informatizados do Ministério da Previdéncia Social. Note-se que a Lei 11.457/07, que criou a Receita Federal do Brasil, autorizou a Empresa de Tecnologia e Informages da Previdéncia Social - DATAPREV a prestar servigos de tecnologia da infor- ‘magio ao Ministério da Fazenda, A Constituigdo de 1988 foi a que reuniu as trés atividades da seguridade social: satide, previdéncia social e assisténcia social. Em 1990, a Lei 8.029/90 criou o INSS ~ Instituto Nacional do Seguro Social com a jungiio do Instituto Nacional de Previdéncia Social—INPS com o TAPAS — Instituto de Administracao Financeira da Previdéncia Social. ‘Quesives de concursos ae frequent “sugetindo que o INSS surgi da fusfo do INP: dus autarguis: So a5 roa lembradas pola popul As tiltimas alteragées legislativas que modificaram dispositivos significa- tivos da legislacio previdenciria estfo dispostas no quadro abaixo: st fi assoua ser exigido, para concessio de aposentadoria especial, a compro- “vaso de exposiglo habitual e continua ao ageate nocive. “Posttto, a cargo das empresas, a contibuigso sobre a remuneraao dos contribuintes individuais e a contribuieio das cooperativas de trabalho _| sobre o valor pago 20s cooperados. "| Criou a rtencio dos 11% dos prestadores de servigos pessoas jurdicas, lidindo a solidariedade. Destinagio especfica & previdéaciae assistéacia do produto arrecadado ‘pelo INSS; restruturagso da previdénciado servidor piblico; execuglo e =| cobranca das contribuigbes previdencidras pela Justga do Trabalho, em elagdo ds suas sentenga;extingo da aposentadoria por tempo de serviga «da redusfo de 5 anos pare o professor universitirio. "| Capt do far previdencidrio;alterapto das regras de cdleulo para ovalor | dos beneficios; alteragéo da contibuigso das empresas sobre os servigos || prestados por contribuintes individuals © por cooperativas de trabalho; © | criaeao da categoria do contribuinte individual e exting%o da tabela de classes para os novos segurados contributes individuas, Obrigatoriedade das empresas efetuarem retengio da eontribuiglo dos contribuintesindividuais que lhes prestem servigos; eri de benefcio | de eposentadoria especial para os contribuintes individuais iliados a coo pperativas;eriapio de contribuigo para financiar a aposentadoria especial os trabathadotesfiliados a cooperativas; extineao por defintiv da tabela de lasses para contribuigdo do contribuint individual; Hisronigo ba Ssounpane Socia 4da alteracdo, neste momento, apenas a criago da Secretaria da Receita Federal do Brasil ~ SRFB, concebida pela Lei 11.457/07, com a fusto da Secretaria da Receita Federal ~ SRF com a Secretaria da Receita Previdencifria — SRP. As leis que regulam, atualmente, as matérias securitérias silo: + Lei 8.212/91 — Plano de Organizagiio e Custeio da Seguridade Social =PCSs; + Lei 8.213/91 —Plano de Beneficios da Seguridade Social ~ PBSS; + Lei 8.742/93 — Lei Ongéinica da Assisténcia Social ~LOAS ‘Temos, ainda, o Decreto 3.048/99, que aprovou o Regulamento da Previ- déncia Social. 2.3. QUADRO RESUMO DA EVOLUCAO HISTORICA Para facilitar o aprendizado, disponibilizamos o seguinte quadro resumo: ‘Lei dos Pobres, na Inglaterra, com carter assstencal (Crago do auxilio docaga na Alemanha. ‘Gringo da cobertura para acidentes de wabalho ne Alemanha, "As empress passaram a pagar o benefcio de salirio-materidade ds suas _| empregadas, rembolsando 0s valores despendides na guia de recolhiment, (Cliagdo do seguro de invaldez ¢ velhice na Alemanha, ‘Constituge Mexicana, considerada a primeira a estrtarar uma previ “| Complementon « EC 41/03, reesruturando mais uma ver a previdéacia «do servidor pico. ‘Devi a no apresiago pelo Congresso Nacional, a MP 258/05 perdeu @ ‘eficicia em 19/11/05, voltando a exstir as Secretarias da Receita Federal e -| da Receita Previdencisia. ‘| im 16/03/07 foi crada a Secretaria da Recelta Federal do Brasil, «partir da jongio da Secretaria da Receita Federal com a Secretaria da Receita rovidenciéria,originando o cargo de Avditor-Fiscal da Receita Federal {| do Beas ‘Comentaremos, no decorrer desta obra, cada uma destas alteragdes, ao tratar- 1mos dos assuntos especificos que foram modificados. Frisamos, pela importéncia 2 | Reestruturou novamente a previdénsia do servidorpilico. 2X7 | eeocia social Foi atrbuida ao MPS competincia rlatva A arrecadagio, fiscalizagio, 1919 | Consttuigso Alem de Weimar Tangamento e normatizapto de receitas previdencidras, autorizando & all Sea AST IS TSI GS ERIS S Una 2| erat da Secretaria da Receita Previdencidria ~ SRP. 1985 _| Social Security Act criando a previdénei dos Estados Unidos. 1942 | Plano Beveridge, na Inglaterra, que uniu os és ramos da seguridad: snide, asistncia social eprovidéncia social Fato oxorrido ‘Santa Casa de Santos prestovaservigosassstencais 1835 | Montepio Geral, primeira entidade de previdéncia privada, ya91 | Consttegao estabeleceu aposentadoria por invalidez pra os servidores piiblicos. 1919 __ | Seguro obrigatrio de acidentes de trabalho, 1923 | Est Eloy Chave, ciando es CAPs das empresas ferovidrias. Marco da revidéncia brasileira Tur Keerawae a 8 Década de 20 | Amplng das CAP par vires otras empress. cada de 30_| Fuso das CAP's por empress em AP's por xtra proianonls. 1942 | Crago da Lego Brasileira de Atritnci Scie LBA. voag | Consol exresio"previdéneiaoca” gaan poieao| tox eventos de doenga, invalid, vltioee mort 7949 | Regulamento Geral as CAP's emanesentes Toa | Calas do Minirio do Trabalho eda Previdenca Socal aprovesio da LLOPS~ Lai Orgnic da Provincia Soci T967__| Crago do INPS com a oificapo dos JAP 1971 | FUNRURAL, estendeno o ists providenirios aos rain 1972 | Dirsitosprevideniros dos empregados domestica. 977 | Testuio do SINPAS, intgrando as reas de ade assiaca soil revideci socal. Tosn ) Consnig wiz, pela princi ve, a expresso sogudade social shrangendo as deae Gade, pitncie sociale previseaci socal, 7990 | Ciagt do INSS, «pried fo do INPS com 0 TAPAS: Capo da Seuetaria da Revit Previdensria— SRP érgo espana 2004 | pelasvcndasto, cotanac scalar das consbuigbes pevidencis, inculado ao Ministero da Prevideaia Social Cag da Secretaria da Receita Federal do Breil ~SRFB wnclado 20 ao0s | stintério da Fazenda, resultado da fsto da SRP com a Secreted Receita Feral. "AMP 258/05 perdi a eickss jf que no fl apreciada pelo Congreso sgnup00s | Nacional no prez constocionalmenteestabelecio, volando a exist & SRPeaSRE oi rad a Score da Reval Federal do Bras part da juno de remarooy | Seva da Roos Pera com a Seoretia da Roost Previdensis criginando 0 cago de AndtorFiseal da Recia Federal do Brasil (Lei 1145707. 4 CariruLo 3 A SrGuRmADE SOCIAL NA ConsTITUIGAO FEDERAL 3.1. APRESENTACAO A seguridade social mereceu especial destaque, constando no texto cons- titucional uma série de dispositivos que regulam o funcionamento e estrutura {da protego social no pafs. Alguns destes dispositivos jé foram mencionados ao tratarmos da definigdo da seguridade social, no primeiro capitulo desta obra. Neste capitulo, estudaremos os dispositivos trazidos pela Carta Maior sem pperdermos 0 foco no direcionamento desta obra para concursos piblicos. Dividimos, entio, com fins meramente diditicos, o estudo constitucional dda seguridade social em duas partes: prinefpios constitucionais ¢ dispositivos constitucionais. s principios constitucionais sto idéias matrizes orientadoras de todo 0 conjunto de normas e versam, basicamente, sobre a esséncia e estrutura da pro- testo social. So normas programiticas que devem orientar 0 poder legislativo, quando da elaborago das leis que tratam sobre o regime protetivo, assim como © executivo e o judiciério, na aplicacao destas. (Os dispositivos constitucionais sfo regras que o constituinte achou por bem inserir no texto constitucional para dar forma 4 seguridade social brasileira. 3.2. PRINCIPIOS CONSTITUCIONAIS ‘Ao estudar os prinefpios constitueionais da seguridade social, percebe-se que nem todos os princfpios so aplicéveis aos seus trés ramos: satide, previ- déncia social e assisténcia social. Determinados principios podem melhor se adequar a alguma érea especifica da seguridade, como demonstraremos 20 tratar de cada um deles. O texto constitucional define os prinefpios constitucionais como objetivos dda seguridade social que devem ser observados pelo Poder Pablico na organi- zagao do sistema. 3.2.1. Solidariedade © Art. 38,1, CF/88 (principio da solidariedade é 0 pilar de sustentaco do regime previden- lilo, Nao épossivel a compreensiio do sistema sem que o conceito de solidariedade 35 Tan Kraan esteja consolidado. Observe-se, contudo, que este principio nfo é especifico da seguridade social, nio estando esculpido do pardgrafo tinico, do artigo 194, da Constituigto, onde esto todos os outros principios aqui estudados. Trata-se de objetivo fundamental da Repiiblica Federativa do Brasil (art. 3°, I, CF/88). Pode-se defini-lo como o espirito que deve orientar a seguridade social de forma que niio haja, necessariamente, paridade entre contribuigdes ¢ con- traprestagdes securitérias. Através dele, tem-se em vista, ndo a proteclo de individuos isolados, mas de toda a coletividade. Este principio pode ser analisado sob a ética horizontal ou vertical. Hori- zontalmente, representa a redistribuigdo de renda entre as populages (pacto intra-geracional) e verticalmente significa que uma geragio deve trabalhar para pagar os beneficios das geragées passadas (pacto inter-geracional). Este sistema somente é possivel nos regimes previdencisrios de reparti¢io simples. A solidariedade do sistema previdenciério obriga contribuintes a verte- rem parte de sew patriménio para o sustento do regime protetivo, mesmo que nunca tenham a oportunidade de usufruir dos beneficios e servicos oferecidos. E 0 que ocorre com 0 aposentado do RGPS que retoma ao traba- Iho, contribuindo da mesma forma que qualquer segurado, sem ter, entretanto, direito aos mesmos beneficios. A solidariedade justifica também a situagdo do segurado que recolheu urante 25 anos suas contribuigSes previdencidrias, tendo falecido sem dei- xar dependente e sem jamais ter se beneficiado de qualquer das prestagSes isponibilizadas, Por outro lado, este principio atende também ao segurado que, incapacitado permanentemente para o trabalho no segundo més de atividade, aos 18 anos de idade, tem direito a beneficio pecunidrio até o final da sua vida, desde que a incapacidade perdure. Pereebe-se que a solidariedade é mais aplicével & previdéncia social, pois 6 o tinico dos ramos da seguridade que € essencialmente contributivo. 3.2.2. Universalidade da cobertura e do atendimento & Art. 194, § tinico, l CF/88 principio da universalidade do atendimento prega que todos devem estar cobertos pela proteeo social. A satide e a assisténcia social estio disponiveis 36 ‘A Suumpape SociAL Na ConstTutgho FEDERAL 1a todos que necessitem dos seus servigos. A previdéncia regime contribu- tivo de filiago obrigatéria para os que exercem atividade remunerada licita, Auuniversalidade do atendimento é a universalidade subjetiva, j4 que se refere ao sujeito da relagio juridica previdenciaria, seja ele o segurado ou seu dependente. Para atender 20 principio constitucional da universalidade do atendimento a legislagio previdencidria facultou #filiaeo mesmo aqueles que nfo exercem atividade remunerada abrangida pelo sistema. Foi enti criada a categoria de segurado facultative, que pode filiar-se ao sistema se assim desejar. Por outro lado, universalidade da cobertura significa que a protesao da seguridade deve abranger todos os riscos sociais. Os beneficios, entéo, devem ser instituidos com este objetivo. Esta universalidade é a objetiva, pois se refere ao objeto da relagao juridica previdenciéria que é a prestago de bene- ficios e servigos. Em prova de concurso para 0 cargo de Advogado do NCADE, elaborada pela Fundago Carlos Chagas em 2011, foi questionado sobre a abrangéncia da universatidade da cobertura. Vejamos: (Advogado do NCADE2011 — Fundagio Carlos Chagas) O principio da universalidade da cobertura prevé 8) que os beneficios sio concedidos a quem deles efetivamente necessite, raz0 ppela qual a Seguridade Social deve apontar os requisitos para a concessio dos beneficios e servigos. ) que a proterdo social deve alcangar todos os eventos cuja reparagdo seja ‘premente, a fim de manter a subsisténcia de quem dela necessite. ©) que o beneficio legalmente concedido pela Previdéncia Social nfo pode ter o seu valor nominal reduzido, 4) a participacdo equitativa de trabalhadores, empregadores e Poder Piblico no eusteio da seguridade social. ©) que no hé um tnico beneficio ou servigo, mas varios, que serio concedidos ce mantidos de forma seletiva, conforme a necessidade da pessoa. Repost: nica proposeo que tata cs exsincia de unverzalidade a cobertura& era B. 4s domats ata des utes prvipesconstinionals gue serdoexudades masque Saliente-se que muitas ages judiciais no ambito da saiide so ajuizadas com fundamento no principio da universalidade da cobertura, tendo em vista que, se todos os riscos sociais devem ser cobertos pela seguridade, o SUS nio a7 Tor Kes pode deixar de prestar um atendimento sob o argumento de falta de recursos. ‘Obviamente, esta légica pode ser perfeitamente ponderada com o principio da reserva do possivel e da seletividade, como veremos logo a frente. Este principio é perfeitamente aplicavel a todos os ramos da seguridade social 3.2.3. Uniformidade e equivaléncia dos beneficios e servigos entre as po- pulagées urbanas e rurais Ds Art 194, § tinico, I, CF/88 ‘A Constituigio Federal de 1988 igualou os direitos das populagées urbanas ¢ rurais. No passado, a populacio rural obtinha beneficios de valor inferior ao s lrio minimo, pois contribuiam sobre bases infimas. A partir da nova Carta, 05 beneficios recebidos pelos ruras foram elevados ao patamar do salério minimo, ‘mesmo que inferiores a este valor. Isso fez. com que a previdéncia social pas- ssasse a custear beneficios aos segurados que néo contribuiram suficientemente para deles fazer jus. Acreditamos ser justa a correlagtio do beneficio 4 dimensio do salitio ‘minimo, porém, os gastos com o acréscimo no valor dos beneficios dos rurais no deveriam ser incluidos no orgamento securitério dentro das contas da Previdéncia Social, tendo em vista que foi uma ago politico-assistencial. A previdéncia utiliza uma légica financeira baseada em célculos atuariais, que iio pode ser quebrada por decisbes politicas. Saliente-se que a propria Constituigo Federal traz algumas diferengas em relaglo aos beneficios e servigos previdencidrios das populagdes urbanas e rurais, sempre com o objetivo de adequar a prestacao as caracteristicas de cada atividade, ‘Assim, a propria Carta Magna prevé que 0s trabalhadores rurais podem aposentar-se por idade, com redugéo de 5 anos. Desta forma, enquanto 0 tra- balhador urbano se aposenta com 65 anos, se homem, ¢ 60 anos, se mulher, 05 rrurais aposentam-se com 60 anos, se homem, ¢ 55 anos, se mulher. Por outro lado, os beneficios do segurado especial ~ espécie de trabalhador rural, como vveremos em capitulo préprio — sto limitados a um salério minimo e independem de comprovagao de contribuicko. Ressalte-se, todavia, que qualquer diferenciagao entre os beneficios © servigos dos trabalhadores urbanos e rurais deve estar prevista no corpo do texto constitucional, sob pena de poder ser declarada inconstitucional, por affonta ao principio ora em estudo, A Ssounmpape SociAL Na ConsTTTUGKO FEDERAL 3.24, Seletividade e distributividade na prestagiio dos beneficios e servicos D- Art. 194, §dinico, Ml, CF/88 Seletividade na prestagio dos beneficios e servigos implica que tais prestagées sejam fornecidas apenas a quem realmente necessitar, desde «que se enquadre nas situagées que a lei definir. Somente poderdo usufruir do auxilio-doenga, por exemplo, os segurados que se encontrarem em situagao de incapacidade temporéria para o trabalho. Desta forma, 0 que realmente este principio seleciona so os riscos sociais carecedores de protego. Uma vez selecionado o risco, todas as pessoas que incorrerem na hipétese escolhida fario jus & protegao social. Em outra andlise, a seletividade serve de contrapeso ao principio da universalidade da cobertura, pois, se de um lado a previdéncia precisa cobrir todos os riscos sociais existentes, por outro os recursos nao sao ilimitados, impondo a administragao piiblica a selego dos beneficios e servigos a serem prestados. E 0 chamado principio da reserva do possivel. O principio da distributividade € melhor aplicével & previdéncia e & as- sisténcia social. O Poder Pablico vale-se da seguridade social para distribuir renda entre a populagao. Isto porque as contribuiges sdo cobradas de acordo com ‘ capacidade econdmica dos contribuintes. Assim, uma vez.nos coffes previden- cirios, os recursos captados sao distribuidos para quem precise de protecto. ‘Isso explica, entio, o porqué de o segurado que recebe altos valores decor- rentes de seu trabalho, receber um beneficio bem inferior quando necessita. Jé o segurado que recebe pequenas ou médias remuneragdes mantém a sua faixa de ganho ao buscar a protecdo previdenciéria. ‘A Previdéncia Social é a grande distribuidora de renda entre as populagdes e regides brasileiras. Basta mencionar que mais de 2/3 dos municfpios brasilei- 10s tm como maior fonte de renda da populagao pagamento dos beneficios previdenciérios pelo INSS, superando até a receita do Fundo de Participacao dos Muniefpios. Atencio! : z O principio da seletividade e distributividade na prestagio dos bene- ficios ¢ servigos ndo se confunde com o da universalidade na cobertura e + np atendimento, 2 a _ ‘As provas de concursos piblicos costumam misturar estes conceitds para cconfundir 0 candidato, utlizando textos como 0s que seguem: 3.2.5, Irredutibilidade do valor dos beneficios + Art. 194, § Gnico, 1V, CF/88 > Art, 201, § 49, CF/88 principio constitucional da irredutibilidade do valor dos beneficios esculpido no artigo 194, § ‘inico, IV, da Constituigao, de acordo com entendi- ‘mento j& pacificado no STF, garante ao segurado a irredutibilidade do valor nominal de seu beneficio, ou seja, de acordo com este principio nfo pode 0 beneficio soffer redugfio. Ressalte-se, todavia, que a preservagao do valor real do beneficio que busca assegurar 0 seu reajustamento, preservando em cardter permanente © seu poder aquisitivo ¢ também indubitavelmente garantido pelo texto constitucional, nao estando, contudo, inserido como um dos objetivos da seguridade social (art. 194, pardgrafo tinico). Note-se que o artigo 201, § 4° a Constituigao expressamente afirma que é assegurado 0 reajustamento dos beneficios para preservar-Ihes em cardter permanente 0 valor real, conforme critérios definidos em lei Assim, diferentemente do Direito do Trabalho, a previdéncia social pro- tege o valor real dos beneficios concedidos. Aqui, além de nao ser permitida ‘a redugo do valor nominal recebido, é, também, garantido 0 reajustamento periédico das perdas inflacionérias por indice definido na forma da lei. 34 a protec trabalhista relativa ao salério é exclusivamente do valor nominal, nao sendo garantida qualquer forma de revisdo periédica. ‘Atualmente o indice que é utilizado como pardmetro para 0s reajustes dos beneficios do RGPS € o INPC calculado pelo IBGE, levando-se em conta 0 rendimento das familias que possuem renda entre um ¢ oito salérios minimos, sendo o chefe assalariado. 6 A Srounupane SoctAL Na Constergho FEDERAL A pattir da Medida Proviséria 316, convertida na Lei 11.430, de 26/12/06, © INPC passou a estar previsto no corpo da Lei 8.213/91 (art. 41-A), com a seguinte redacio: “O valor dos beneficios em manutengio sera reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salério minimo pro rata, de acordo com suas respectivas datas de inicio on do iltimo reajustamento, com base no indice Nacional de Pregos ao Consumidor — INPC, apurado pela Fundagio Instituto Brasileiro de Geografia ¢ Estatistica IBGE”, ALLei 11.430 ainda dispoe que nenhum beneficio reajustado poderd exceder 6 limite maximo do salério-de-beneficio na data do reajustamento, respeitados 08 direitos adquiridos (inserido no § 1° do art. 41-A da Lei 8.213/91). “atengéo! se eS ‘Muito segurados costumam pensar que oreajustamento deve ser efets- do de forma que se mantenha a proporcionalidade em relaco ao nlimero de. saléris miaimos reeebidos na época da concessio do beseficio. Tal re ‘Mo existe e nem seria possvel,jé que a Const Brasileira nfo 4 vinoulagio do saci minim para qualquer fim (art 7,IV).h0 0 Qcoire'gué nos ‘ltimés anos’o saléric minimo tem Sofrid6 réajistes eomn pérocnte hupetiores aos dice nfcionéris’enquanto os benefiios prvi dencirios so reajustados em finso da nfiagao. im realidade, osalério minima tem obtid, com jst, um mais pode de omg, ou sj, ugar Um segurado que se aposentou com R$ 300,00 quando .galdcio mi i de RS 100,00, presbie o equivalente ates saltios Ailments, obeneficio. deste segurado foi reajustado para RS 1.244,00, enquanto,o menor valor de oo aac ‘odutos que ta épocd dé concessdo do beneticio, pois, conn reajste que Sempeacompanha tinflaeo,o bu benticid manleve 0 mesmo poder de compra. ‘> aninimo-digho que possibilite'aos benefcidrios receberemn esta tisfazendo as suas necessidades. Exteriorizando um pensamento ee ae. dignamente receber o beneficio de um salério minimo, © qu ut justiga social. . - Por fim, registre-se que o artigo 58 do Ato das Disposigdes Constitucionais ‘Transitérias disp6e que “os beneficios de prestagZo continuada, mantidos pela, previdéncia social na data da promulgacio da Constitui¢do, terdo seus valores ot Wan Kewraan revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em mimero de saliios minimos, que tinham na data de sua concessio, obedecendo-se a esse critério de atualizagao até a implantagao do plano de custeio e beneficios...”. ‘Note-se que o Supremo Tribunal Federal jé editou Sémula que disp6e que a aludida revisio somente é aplicada aos beneficios previdenciarios concedidos até a promulgacao da Constituicao de 1988 (Simula 687). Saliente-se que a propria Constituigdo veda, expressamente, qualquer es- pécie de vinculago a0 salétio minimo, no artigo 7°, IV, ao garantir 0 “salério :minimo fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz.de atender a suas neces- sidades vitais basicas e as de sua familia com moradia, alimentago, educacao, saiide, lazer, vestuétio, higiene, transporte e previdéncia social, com reajustes pperiddicos que the preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculagio para qualquer fim”. 3.2.6, Equidade na forma de participagio do custelo > Art. 194, § nico, V, CF/88 Para se definir a participagio no custeio da seguridade social, leva-se em consideracio a capacidade de cada contribuinte. As contribuigdes sociais devem ser eriadas atentando-se para este princfpio, que satisfaz os trés grapos da seguridade social. Equidade, sintetizando, quer dizer justiga no caso concreto. Logo, deve-se cobrar mais contribuigdes de quem tem maior capacidade de ‘pagamento para que se possa beneficiar os que no possuem as mesmas condi- es. Este principio esta alinhado ao da distributividade na prestagao dos bene- ficios e servigos, pois as contribuigdes devem ser arrecadadas de quem tenha maior capacidade contributiva para ser distribuida para quem mais necessita. Relaciona-se também com o principio tributério da capacidade contributiva. “A progressividade das aliquotas de contribuigio de determinados segurados as alfquotas ou bases de cflculo diferenciadas para determinados ramos em- ppresatiais sfo, desta forma, reflexos do principio da equidade na participayao do custeio. Atente-se que equidade nao se confunde, neste caso, com 0 conceito de igualdade estrita. 3.2.7. Diversidade da base de financiamento Art. 194, § nico, VI, CF/88 (Os legisladores devem buscar diversas bas as contribuigdes para a seguridade social. de financiamento ao instituir a i + ‘A Seourapans Social Na Consterucko FEDERAL objetivo deste ordenamento é diminuir 0 risco financeiro do sistema protetivo. Quanto maior o miimero de fontes de recursos, menor seré 0 risco de 1 seguridade softer inesperadamente grande perda financeira, Baseado neste principio, o proprio constituinte, ao esmiucar as bases de financiamento da seguridade social (art. 195, CF/88), definiu como fonte de recursos a contribuigiio do governo, das empresas e dos segurados. Este tépico sera detalhado adiante. 3.2.8. Cariiter democritico e descentralizado da administragsio Art, 194, § nico, Vi, CF/88 A Constituigao estabelece o “‘caréter democratico e descentratizado da admi- nistrago, mediante gestio quadripartite, com participagao dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos drgiios colegiados”. Observe-se que este texto foi alterado pela EC 20/98. Antes da Emenda, este inciso mencionava apenas a participagao da comunidade, em especial traba- Ihadores, empresérios e aposentados, sem instituir a gestio quadripartite nos moldes atuais. ‘A gestdo quadripartte da seguridade social deve contar com a participagio de representantes de todos os grupos que se relacionam diretamente com a se- ‘guridade social, Estio incluidos, entio, representantes das seguintes categorias: + Governo — responsivel direto pela administrago do sistema; + ‘Trabathadores- tém interesse em mantero sistema s6lido e sustentavel para dele se beneficiar, no futuro; + Empregadores— vertem boa parte das suas receitas para o financiamento do sistema e desejam saber como seus recursos esto sendo aplicados; ‘+ Aposentados — tém interesse em manter o sistema s6lido e perene, pois, sio por ele sustentados. Para atender a este principio foram criados diversos conselhos de estrutura colegiada, como o Conselho Nacional de Previdéncia Social-CNPS, Conselho Nacional de AssistEncia Social —CNAS, Conselho de Previdéncia Social —CPS, Conselho de Gestio da Previdéncia Complementar — CGPC, entre outros. O ‘SUS — Sistema Unico de Satide possui, também, administragio descentralizada, como vimos no primeiro capitulo. © Conselho Nacional de Previdéncia Social ~ CNPS, érgio superior de deliberagao colegiada, terd como membros: Iva Kerrey I— seis representantes do Governo Federal; IL— nove representantes da sociedade civil, sendo: a) trés representantes dos aposentados e pensionist 1b) trés representantes dos trabalhadores em atividade; ©) trés representantes dos empregadores. (Os membros do Conselho Nacional de Previdéncia Social é seus respectivos suplentes sero nomeados pelo Presidente da Reptiblica. Os representantes titu- lares da sociedade civil tém mandato de dois anos, podendo ser reconduzidos, de imediato, uma tinica vez. Os representantes dos trabalhadores em atividade, dos aposentados, dos empregadores ¢ seus respectivos suplentes serio indicados pelas centrais sindicais e confederag6es nacionais, gozando de estabilidade no emprego, da nomeagdo até um ano apés o término do mandato de representaco, somente podendo ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo judicial (art. 3°, § 7°, da Lei 8.213/91) (© Consetho Nacional de Previdéncia Social se reuniré, ordinariamente, uma vvez por més, por convocagio de seu Presidente, podendo ser adiada a reunizo ‘por apenas quinze dias se houver requerimento nesse sentido formulado pela ‘maioria dos consetheiros. Poderd, ainda, ser convocada reunio extraordinéria, ‘por seu Presidente ou a requerimento de um tergo de seus membros. ‘Compete ao Conselho Nacional de Previdéncia Social: I~ estabelecer diretrizes gerais e apreciar as decisbes de politicas apli- cdveis & previdéncia social; I1— participar, acompanhar e avaliar sistematicamente a gestfo previden- cifras III— apreciar e aprovar os planos e programas da previdéncia social; TV — apreciar e aprovar as propostas orgamentérias da previdéncia social, antes de sua consotidacao na proposta orgamentaria da seguridade social; ‘V— acompanhar ¢ apreciar, mediante relatérios gerenciais por ele defi- nidos, a execugao dos planos, programas ¢ orgamentos no Ambito da previdéncia social; \VI— acompanhara aplicagio da legislagao pertinente & previdéncia social; ‘VIL— apreciar prestagio de contas anual a ser remetida a0 Tribunal de Con- tas da Unio, podendo, se for necessério, contratar auditoria externa; ‘A Seaunimaps Soctat wa ConsrrTurcko Fepaeat ‘VIIL— estabelecer os valores minimos em litigio, acima dos quais seré cexigida a anuéncia prévia do Procurador-Geral ou do Presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, para formalizagao de desisténcia ou transigéncia judiciais, IX elaborar ¢ aprovar seu regimento interno; X- aprovar os critérios de arrecadagao e de pagamento dos beneficios por intermédio da rede bancéria ou por outras formas; XI acompanhar e avaliar os trabathos de implantago e manutengo do Cadastro Nacional de InformagBes Sociais. Recentemente foram instituidos os Consethos de Previdéncia Social~CPS (unidades descentralizadas do CNPS), que funcionam junto as Geréncias- ~Executivas do Instituto Nacional do Seguro Social ~ INSS ou, havendo mais de uma Geréncia no mesmo Municfpio, as Superintendéncias Regionais. Os CPS serdo compostos por dez conselheiros respectivos suplentes, sendo quatro representantes do Govemo Federal e seis da sociedade, dos quais, dois serio empregadores, dois empregados e dois aposentados e pensionistas. Exemplo de questées sobre os Pr Em repr, as quest6es da ESAF sobre o tema “Prinpios Constnucionsis” exigem a memorizagio do exato texto do parigrafotinico, do artigo 194, da Consttuipo Federal, Muitas vezes esta banca costuma mistiraro texto dos diverss prinpios. 4.0 CESPE/UNB sempre tentanter-relacioner os princ- Pio ov abordaras caracterstica ou consequéncias da sua aplcaso. Vejamos (Auditor-Fscal da Receta Federal Area Tibutiriae Aduancira 2005/2006 = ESAF) Indique qual das opgdes esta correta com relagio aos objetivos constnucionas da Seguridade Social: 2) Irredutblidade do valor dos servgos. 8) Equidade na cobertura ©) Diversidade de atendimento. €) Uniformidade e equivaléncia dos beneficios ¢ servigos as populagies ‘urbanas e rurais. ©) Seletividade na prestagio dos beneficios e servigos is populagées urbanas erurais. RespostaD (Analista Tributirio da Receita Federal do Brasil Dezembro/2009—ESAF) ‘Tendo em vista os principios e diretrizes da Seguridade Social, nos termos do texto da Constituigao Federal e da legislagao de custeio previdenciéria, assinale a opeSo incorreta I Kerra 4) Diversidade da base de financiament. >) Universalidade da cobertura e do atendimento, «) Equidade na forma de partcipago no custeio, 4) Irredutibilidade do valor dos beneficios e servigos. «) Uniformidade ¢ equivaléncia dos beneficios e servigos as populagbes, ‘urbanas e rurais. Respotta D (Juiz do Tribunal Regional federal da 1* Regio/2009 -CESPE/UNB) Quan- to aos prinefpios do sistema de seguridade social, assinale a pedo correta. 8) Segundo o prinefpio da equidade, quanto maiores forem as possibilidades de sinistro que determinada atividade acarrete, maior seré 0 tributo social ‘Com base nesse principio, a CF prevé que as contribuigdes sociais devidas pelo empregador, pela empresa e pela entidade a ela equiparada na forma art. 195, CF/88 ‘Ao estudarmos o hist6rico da previdéncia social brasileira, mencionamos que o principio da triplice forma de custeio est4 presente na Carta Maior desde a Constituigao de 1934. 66 } ‘A Seaurapans Soci. Na CowsTrTUNGRO FEDERAL A Constituigao ordena que a seguridade social seja financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes do Go- ‘verno, das empresas ¢ dos trabalhadores. Ademais, 0 inciso I, do artigo 195, da Carta Magna veda, expressamente, a incidéncia de contribuicso sobre aposentadoria e pensio concedidas pelo RGPS. 0 Governo contribui como qualquer empresa caso contrate trabalhadores vineulados ao RGPS. Estes recursos dever estar incluidos no orgamento da seguridade social, que, como veremos ainda neste capftulo, deve ser elaborado de maneira aut6noma por cada ente federativo (Unio, Estados, Distrito Federal © Municfpios), contendo a previsdo de receitas e despesas. ‘No caso de eventual falta de recursos para o pagamento dos beneficios do RGPS, cabe & Unio efetuar a complementagio mediante a destinagao para este fim de recursos de seu orgamento fiscal. Efetivamente, a triplice forma de custeio somente se aplica & previdéncia social, mais precisamente ao RGPS, pois é o tinico dos ramos da seguridade em que a contribuigdo ¢ indispensével. Apés a reforma da previdéncia (EC 41/2003), foi instituida a contribuicéo dos aposentados dos Regimes Proprios de Previdéncia Social para o financiamento do sistema previdencidrio. A re- ‘forma, no entanto, nfo alterou a imunidade dos aposentados filiados ao RGPS. ‘Atriplice forma de custeio, entio, somente continua valida para o RGPS, pois atualmente os regimes proprios so financiados por quatro fontes: Governo, ‘trabalhadores, empresas ¢ inativos (aposentados e pensionistas). ‘Atencio! puis, liane force WOVE Vo Che dal cape dos tabalhadorese dos aposentado. ERRADO) oa uot Kernan 33.2. Preexisténcia do Custelo em Relaciio aos Beneficios e Servigos b> Art. 195, § 58, CF/88. Preexisténcia do custeio em relagao aos beneficios e servigos significa que, para ser possivel a criagio ou ampliacio de qualquer beneficio ou servico, deve haver anteriormente a previsio da fonte dos recursos que financiaré a nova prestagio. Umnovo beneficio deve ser financiado por uma nova fonte, no bastando ape- nas indicar recursos jé existentes, sob 0 risco de padecer de inconstitucionali- dade. Mesmo os beneficios e servigos da saiide e da assisténcia social devem atender a este principio. Os beneficios recentemente criados foram sempre acompanhados da institaigao de nova fonte de custeio. Foi 0 que ocorreu com 0 beneficio de aposentadoria especial para os trabalhadores filiados a cooperativas, que foi acompanhada de uma nova contribuigo social (Lei 10.666/2003). 3. 3. Competéncias dos entes federativos D> Art. 22, XK, CF/38 Art 23, W, CF/88 Art. 26, Xl, CF/88 > Art 30,1, CF/88 Cabe privativamente a Unido legislar sobre seguridade social. A Uniéo 6 responsivel pela normatizagio dos aspectos bisicos e regras gerais da seguri- ade social, incluindo said, previdéneia social eassistencia social. A definigao a estrutura da seguridade é de competéncia privativa deste ente. A competéneia constitucional privativa permite que lei complementar au- torize os Estados ¢ o Distrito Federal a legislar sobre questées especificas de ‘matéria relacionada a seguridade social. ‘14 a5 competéneias legislativas relativas & previdéncia social, protecio ‘edefesa da saiide sto concorrentes entre a Unio, Estados e Distrito Fede- ral, ou seja, a Unitio edita as normas gerais e os Estados e DF, as especificas. Observe-se que 08 Muniefpios nao estio inclufdos na competéncia concorrente. Diz-se que a competéncia para legislar sobre matéria de previdéncia social 6 concorrente devido aos Estados e a0 Distrito Federal terem a capacidade de legislar sobre 0 funcionamento dos seus respectivos regimes prdprios. Os ‘Municipios também podem legislar sobre a orgenizagao dos seus regimes 6 a : ‘A Ssourapane Social Na Constricko Pepa, préprios, por forga do disposto no art. 30, I, da Constituigao, que thes atribui ‘a competéncia em se tratando de assuntos de interesse local (competéncia suplementar). A regulamentaco do Regime Geral de Previdéncia Social é de compe- téneta privativa da Unio, cabendo apenas a0 ente Federal a elaboragio de Adisposigdes relativas ao RGPS, E competéncia comum da Unido, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios cuidar da saiide ¢ assisténcia piblica, da proteco e garantia das pessoas portadoras de deficiéncia, Note que, neste caso, a competéncia ¢ ad- ministrativa ndo se referindo a capacidade de legislar. 3.3.4. Financiamento da seguridade social Art, 195, CF/88 ‘Vimos, a0 tratar da triplice forma de custeio, que a seguridade social € financiada pelo Govemno, empresas e trabalhadores. Comentamos que a par- ticipagsio do Governo se dé pela contratagdo de trabalhadores e ainda com aportes de capital para cobrir eventuais déficits no orgamento da seguridade. O art, 195 da Constitui¢ao dispée que a seguridade social seré financiada por toda. sociedade de forma direta eindireta, mediante recursos provenientes dos orgamentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municipios, das seguintes contribuigses sociai I do empregador, da empresa ¢ da entidade a ela equiparada, na forma da lei, incidentes sobre: ) a folha de saldrios ¢ demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer titulo, pessoa isica que lhe preste servigo, ‘mesmo sem vinculo empregaticio; b) a receita ou o faturamento; ©) oluero, I~ do trabalhador e dos demais segurados da previdéncia social, néo incidindo contribuicao sobre aposentadoria e pensio concedidas pelo regime geral de previdéncia social; II — sobre a receita de concursos de prognésticos; IV ~ do importador de bens ou servicos do exterior, ou de quem a lei ale equiparar. wax Kerra Anote que 0 constituinte atendeu ao princfpio da diversidade da base de financiamento da seguridade social, definindo diversas fontes de custeio (Iucro, faturamento, remunerago dos segurados etc.). As contribuigées sociais aqui previstas sto destinadas ao financiamento dos ‘és ramos da seguridade social: saiide, previdéncia social e assisténcia social. Note que a empresa é 0 sujeito passivo das contribuigées sobre a re- ceita de concurso de prognésticos e do importador de bens ou servigos do exterior. 3.3.4.1. Contribuigdes sociais previdencidrias — Folha de pagamento Chamam-se contribuigdes sociais previdencidrias aquelas destinadas ex- clusivamente ao custeio dos beneficios prevideneiarios. Sio as contribuigdes do empregador, da empresa ¢ entidades a cla equiparadas sobre a folha de ‘pagamento (I, a) ¢ as contribuigGes do trabalhador e demais segurados sobre a “remuneragao” recebida (I). As contribuigses previdencifrias sto arrecadadas, fiscalizadas, langadas e regulamentadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil desde a vigéncia da Lei 11.457, de 16/03/07. Saliente-se que a redago anterior do inciso I, a, do artigo 195, CF/88, utilizava apenas a expresso “folha de salérios”, deixando fora os “demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer titulo, & pessoa fisica que Ihe preste servigo, mesmo sem vinculo empregaticio”. A EC 20/98 foi a responsavel pelo novo texto. Para o Direito do Trabalho, salério éa parte da remuneragdo do trabalhador cempregado paga diretamente pelo empregador. O texto original dava margem ‘a.alegagées de que ndo seria constitucional a cobranca de contribuigGes sociais das empresas sobre os servigos prestados por outras categorias de segurados, sem vinculo empregaticio. O STF, entio, firmou posicionamento sobre a in- cconstitucionalidade da lei ordinéria que insttuiu as contribuigdes da empresa sobre toda a folha de pagamento, incluindo a remunerago dos auténomos € cempresérios (ADIn 1.102/DF, Rel. Min, Mauricio Correa). A cobranga das contribuigSes sociais das empresas sobre a remunerago {dos auténomos ¢ empresérios somente se tornou constitucional a partir de maio de 1996 apés edigao e vigéncia da Lei Complementar 84/96, que se valeu da ‘competéncia residual para a instituigso da contribuigio. Observe que para instituir-se novas contribuigbes sociais néo previstas no texto constitucional deve ser utilizada Lei Complementar, como veremos adiante, ” : 1 4 ‘A Seounspane SoctAL Na Consterucko Penenat. Percebe-se que as contribuigdes previdencidrias estio a principio ligadas ‘ remuneragao do trabalho, sendo esta a base das contribuiges das empresas dos trabalhadores. 3.3.4.2, Contribuig6es sociais néo previdenciérias As demais contribuigdes sociais nfl se destinam a previdéncia social, sendo, entio, direcionadas a satide e assisténcia social ¢ arrecadadas, fiscalizadas e cobradas, também, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. O Direito Previdencidrio estuda apenas as contribuipdes sociais previdenciérias e, 20 longo desta obra, ais tributos serdo vistos detalhadamente. 3.3.4.2.1. Das empresas sobre a recelta ou faturamento As contribuigdes do empregador, da empresa ¢ das entidades a ela equipa- radas incidentes sobre 2 receita ou o faturamento (I, b) sio 0 PIS ~ Programa de Integragio Social e a COFINS ~ Contribuieo para o Financiamento da Seguridade Social. Néo faz parte do nosso objetivo o estudo detalhado das aliquotas e bases de célculos destas contribuigdes, jé que foge ao campo do Dieito Previdenciério. Estas contribuigées incidem sobre a receita ou o faturamento. O conceito de receita é mais abrangente que o de faturamento. Receita ¢ todo ganho obtido, seja ele decorrente da venda de produtos, da aplicagdo financeira, dos contratos de aluguéis, entre outros. Faturamento esté ligado a emissio de faturas (notas fiscais), podendo significar apenas as receitas sobre as vendas. (O texto anterior & EC 20/98 somente mencionava a expressao faturamento. Isso gerava grande polémica acerca da incidéncia de PIS e COFINS sobre as, receitas decorrentes de aplicacGes financeiras, pois neste caso nfo hé emissi0 de faturas. A nova redagiio dirimiu qualquer diivida no que tange a incidéncia estes tributos sobre o rendimento de aplicagies. 3.3.4.2.2. Das empresas sobre o lucro A contribuigo do empregador, da empresa ¢ da entidade a ela equiparada ineidente sobre o lucro é a CSLL ~ ContribuicHo Social sobre o Lucro Li- quido. As aliquotas sto aplicadas diretamente sobre o lucro das empresas, seja ele 0 real ou 0 presumido, a depender da forma de tributagao. Esta contribuigdo possui a mesma base de célculo do Imposto de Renda das essoas Juridicas —IRPI, sendo administrada, arrecadada,fiscalizada e cobrada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil - SREB. n Tun Kraan 43.3.4.2.3, Da receita de concursos de prognésticas > Art 212, Decreto 3.048/99 D Art 26, Lei8.212/91 Considera-se concurso de prognéstico todo e qualquer concurso de sorteio Art, 195, § 78, CF/88 © Art. 55, Lei 8.212/91 » Art. 206 a 240, Decreto 3.048/99 ‘A Constituigao Federal dispbe que “sao isentas de contribuiggo para a seguridade social as entidades beneficentes de assisténcia social que atendam as exigéncias estabelecidas em lei” (art. 195, § 7°, CF/88). cy | ( | { | ‘A Spourmpape Social na Consterucko Penis, Apesar do texto constitucional mencionar a palavra “isenta”, tecnicamente trata-se de verdadeira imunidade tributéria. A isengao é a intributabilidade definida por lei, enquanto a imunidade ¢ hipétese negativa de incidéncia quali- ficada pela prépria Carta Magna. O resultado pritico da iseneao ¢ da imuni- dade, no entanto, é 0 mesmo: o contribuinte fica desobrigado do recolhimento dos tributos. Ficamos com esta reduzida conceituacao, pois nao esta entre os objetivos desta obra debater com profiundidade os conceitos doutrindrios do Direito Tributério, Note-se que a imunidade para as contribuigbes sociais somente poderd ser ‘g0zada pelas entidades beneficentes que promovam, gratuitamente, a assistén- ccia social. Difere-se, desta maneira, da imuidade em relagdo aos impostos, no podendo estes serem instituidos sobre 0 patriménio, renda ou servicos ddos partidos politicos, inclusive suas fimdagées, das entidades sindicais dos ‘rabalhadores, das instituigdes de educagao e de assisténcia social, sem fins Iucrativos, atendidos os requisitos da lei (art. 150, VI, ¢, CF/88). ‘Hé.uma forte polémica sobre qual seria o instrumento legal necessério para regulamentar o dispositivo constitucional que trata da imunidade das entidades beneficentes. Observa-se que o texto do § 7°, do art. 195, da Constituigto Fe- eral de 1988 apenas menciona a necessidade de lei para definir 0s requisitos dda imunidade. Desta forma, parte da doutrina defende que a lei ordindria é 0 instrumento habil para dispor sobre os requisitos. ‘Uma parte considerével da doutrina entende que a regulamentagao deste dispositivo deve ser efetuada por lei complementar. Acreditam os partidérios, desta teoria que o art. 146, I, da CF/88, que disp0e caber & lei complementar regular as limitagdes constitucionais do poder de tributar aplica-se 4 immunidade relativa as contribuigdes sociais. Assim, combinando-se 0 art. 195, § 7°, com o art. 146, TI, da Constituigao, extrair-se-ia que a regulamentagto das regras, da imunidade deve ser feita por lei complementar. Apesar de considerarmos consistente a argumentagdo dos que defen- dem a necessidade de lei complementer para a regulamentago da imu- nidade, filiamo-nos & corrente dos que acteditam que s6 & necesséria Tei ordindria para definir os requisitos da imunidade das contribuigbes sociais. Isso porque 0 art. 195, § 7, da CF/88, que trata especificamente da imunidade em relagao as contribuigdes sociais, como ja comentado, somente exige lei para a sua regulamentagio. Ademais, o art. 146, UL, no & aplicdvel as contribuigdes sociais, pois o art. 149 da CF/88, ao tratar destes tributos, apenas estabelece que seja observado o disposto nos arts. 146, IIL, e 150, I ¢ TI, excluindo, assim, a aplicabilidade do art. 146, Tl ” Tor Keeraan ‘Apesar de toda a polémica, o legislador optou por tratar dos requisitos da imunidade no art. 55, da Lei 8.212/91. Obviamente, este artigo tommou-se alvo de interminéveis questionamentos judiciais, entendendo alguns que os fini requisitos para 0 gozo da imunidade sto 08 presentes no Cédigo Tribut ‘Nacional —CTN, que foi recepeionado pela Constituigiio Federal de 1988 com ‘status de Lei Complementar. ‘Recentemente, os requisites para o gozo da imunidade foram alvo de alte- ragdo. E que a Lei 12,101, de 27/11/2009 revogou as regras do art. 55 da Lei 8.212/91, passando a dispor sobre a matéria. Decreto 7.237, de 20/07/2010 regulamentou os dispositivos da Lei. 12.101/09.. ‘Assim, o art, 29 da Lei 12.101/09 traz os seguintes requisitos para 0 gozo do beneticio fiscal: 1 no percebam seus diretores, consetheiros, sécios, instituidores ou benfeitores, remuneragio, vantagens ou beneficios, direta ou indire- tamente, por qualquer forma ou titulo, em razio das competéncias, fangSes ou atividades que Ihes sejam atribuidas pelos respectivos atos consttutives; TL aplique suas rendas, seus recursos e eventual superdvit integralmente no territrio nacional, na manutengao ¢ desenvolvimento de seus objetivos institucionais; TIl~ apresente certidio negativa ou certidao positiva com eftito de nega- tiva de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certficado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Servigo— FGTS; TV— mantenha escriturago contébil regular que registre as receitas despesas, bem como a aplicagio em gratuidade de forma sezregada, fem consonéncia com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabitidade; ‘V— no distribua resultados, dividendos, bonificagées, participagdes ou parcelas do seu patrim6nio, sob qualquer forma ou pretexto; VI— conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data {da emissiio, os documentos que comprovem a origem e a aplicago de seus recursos ¢ os relativos a atos ou operagées realizados que impliquem modificago da situaco patrimonial; ‘VIL— cumpraas obrigagdes acessérias estabelecidas na legislagdo tributdria; VIII — apresente as demonstragSes contibeis e financeiras devidamente audi- tadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos inaieacceeataeaca ‘A Spaumupnne SoctaL Na Consreruigko Front Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n? 123, de 14 de dezembro de 2006. Observe-se que a isengdo aqui tratada nfo se estende @ entidade com per- sonalidade juridica propria constitufda e mantida pela entidade & qual a isengo foi concedida, Ressalte-se que recentemente foi editada a Medida Proviséria 446 de 07/11/08, que tentow alterar as regras da imunidade das entidades beneficentes, revogando o art. 55, da Lei 8.212/91. Esta MP, todavia, foi rejeitada pelo Con- sgress0 Nacional, voltando a vigorar a normatizagfo anterior. A Lei 12.101/09 inalmente fez as alteragdes das regras da isengo. Saliente-se que a Lei 12.101/09, além de tratar dos requisitos para a imu- nidade das entidades de assisténcia social, disp6e também sobre a isenco das, centidades que atuam nas areas de saide e de educago, devendo estas cumprir ‘05 mesmos requisitos estabelecidos no art. 29, Para que a entidade de saiide seja considerada beneficente e consequente- ‘mente possa gozar da isengio deve: 1~ comprovar 0 cumprimento das metas estabelecidas em convénio ou instrumento congénere celebrado com o gestor local do SUS; II ofertar a prestago de seus servigos ao SUS no percentual minimo de 60%; TI — comprovar anualmente a prestagio dos servigos de que trata 0 inciso TL, com base no somatério das internagGes realizadas e dos atendi- ‘mentos ambulatoriais prestados. ‘Na impossibilidade do cumprimento do percentual minimo de 60% a que serefere o inciso Il, em razAo da falta de demanda, declarada pelo gestor local do SUS, ou nto havendo contratacdo dos servicos de satide da entidade, dever ela comprovar a aplicacdo de percentual da sua receita bruta em atendimento Bratuito de satide da seguinte forma: 1 20%, seo percentual de atendimento ao SUS for inferior a 30% (tinta Por cento); TI 10%, se o percentual de atendimento ao SUS for igual ou superior a 30. inferior a 50%; ou IIL ~ 5%, se o percentual de atendimento ao SUS for igual ou superior a 50% ou se completar o quantitativo das internagSes hospitalares e a Wax Kerra atendimentos ambulatoriais, com atendimentos gratuitos devida- ‘mente informados, nfio financiados pelo SUS ou por qualquer outra, fonte. Para que a entidade educacional goze da isengao, ela deve aplicar anual- ‘mente em gratuidade pelo menos 20% da receita anual efetivamente recebida, devendo: I demonstrar adequag#o as diretrizes e metas estabelecidas no Plano ‘Nacional de Educacdo ~PNE; II atender a padres minimos de qualidade, aferidos pelos processos de avaliago conduzidos pelo Ministério da Educago; ¢ IIT oferecer bolsas de estudo nas seguintes proporeées: ) no minimo, uma bolsa de estudo integral para cada 9 (nove) alunos ‘pagantes da educagdo bésica; ») bolsas parciais de 50%, quando necessério para o alcance do niimero minimo exigido. Complementarmente, para 0 cumprimento das proporeGes previstas no inciso IIL, a entidade poder contabilizar 0 montante destinado a ages assis- tenciais, bem como o ensino gratuito da educaeao bésica, programas de apoio a alunos bolsistas, tais como transporte, uniforme, material didatico, além de outros, até 0 montante de 25% do total da gratuidade. [Nao poderé ser cobrado dos alunos bolsistas qualquer taxa de matricula ¢ de custeio de material didatico. A bolsa de estudo integral seré concedida ao aluno cuja renda familiar mensal per capita nfo exceda o valor de 1,5 salirio minimo. Jé a bolsa de estudo parcial seré concedida 20 sluno cuja renda familiar mensal per capita nfo exceda o valor de 3 saldrios mfnimos (art. 14, Lei 12.101/09), 3.3.7. Segurados esp > Art. 195, § 88, CF/88 > Art. 201, § 42, CF/88 “0 produtor, o parceiro, 0 meeiro e o arrendatério rurais € o pescador ar- ‘esanal, bem como os respectivos cénjuges, que exergam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirdo para a seguridade social mediante a aplicagiio de uma aliquota sobre o resul- tado da comercializagio da produgo ¢ fardo jus aos beneficios nos termos 2 esau ‘A Svourspape Social Na ConstrrutcKo FeDenat, da lei (art 195, § 8°, regulamentado pela Lei 8.213/91). # a categoria dos segurados especiais. Os produtores que trabalhem em regime de economia familiar contribuitio para.a previdéncia social com uma aliquota incidente sobre a venda de sua pro- duc, ao invés de seguirem a regra geral da contribuiedo sobre a remuneracdo, 1850 se justifica devido as grandes oscilagbes de caixa a que estes segurados so submetidos durante o ano, inviabilizando a contribuigdo mensal para o sistema previdenciério.Note-se que a produgio esté sujeita aos perfodos de plantio, safra e entressafta. O ganho destes segurados ocorre, exclusivamente, com @ comercializagao da sua produgao. A Constituigo menciona que estes segurados devem exercer suas ativi- dades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes. Note que 0 texto no profbe 0 apoio de empregados temporirios (saftistas), entretanto a legislago previdenciéria restrinigiu durante muito tempo o texto constitucional, nfo permitindo a contratagio de empregados temporérios. Somente com a edigao da Lei 11.718/08 é que a lei previdenciria passou a permitir 2 contratagio pelo segurado especial de empregados safristas, como vveremos quando estudarmos as categorias de segurados. Estudaremos adiante que os segurados especiais tém seus beneficios previ- Art, 195, § 1°, CF/88 b Art, 195, § 28, cF/88 Art. 165, § 52, Il, CF/88 _Existem trés orgamentos que devem ser elaborados anualmente e aprovados por lei: I~ 0 orcamento fiscal referente aos Poderes da Unido, seus fundos, Lei 10.035/00 ‘A Seounpane SociaL Na Covstrurcso Feneras. ‘Compete & Justica do Trabalho exeeutar, de oficio, as contribuigdes pre- videnciérias das empresas ¢ dos segurados decorrentes das sentengas que proferir. Em se tratando de uma reclamacto trabalhista, o Juiz do Trabalho deve co- brar nfo apenas a parte devida pelo empregador ao seu empregado mas também. a parcela de contribuigo previdencidria sobre cla incidente, A execuco das contribuigdes previdenciérias diretamente pela Justiga do ‘Trabalho deu celeridade ao processo de arrecadacto destas. Antes da Emenda Constitucional 20/98, a responsabilidade pela cobranga das contribuigdes previ- Art. 195, §13, CF/88 AEC 42/2003 (reforma tributéria) indicou a tendéncia de substituigo das contribuigées patronais incidentes sobre a folha de salirios e demais rendimentos dos trabalhadores pela incidente sobre a receita ou fatura- mento. Existe uma forte discusséo tributéria sobre serem as contribuigbes sobre 1 folha de pagamento responsiveis pelo agravamento da situacao de desemprego do pais. A polémica justifica-se devido ao fato de 0 empregador computar como ccusto da mio de obra tanto as remuneragOes pagas aos trabalhadores quanto 0 custo das contribuicSes previdenciérias. Isso torma mais caras as contratagGes de empregados, desestimulando a oferta de emprego. Este dispositivo néo ¢ autoaplicdvel, dependendo de lei para insttuir anova contribuigo que substitua a base da folha de pagamento. Ainda néo ha qualquer proposta em tramitaco no Legislativo, mas a criagtio da Secretaria da Receita Federal do Brasil foi um grande passo rumo a este objetivo, a an Kesrauan Assim que esta mudanga for implementada, a contribuigo sobre a fotha de salérios podera ser substituida gradual, total ou parcialmente por outra in- cidente sobre a receita ou 0 faturamento, devendo ter aliquota nfo cummulativa. 3.3.13. Aposentadoria Especial > art. 203, 638, CF/88 § 1° do artigo 201 da CF/88 mencionava que “é vedada a adogio de requisitos e critérios diferenciados para a concesstio de aposentadoria aos beneficiérios do regime geral de previdéncia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condigdes especiais que prejudiquem a saiide ou a integridade fisica, definidos em lei complementar”, Com base neste artigo foi criada a aposentadoria especial com reduc de ‘tempo de contribuigao para os segurados expostos a agentes nocivos prejudiciais, A satide e a integridade fisica. AEmenda Constitucional 47/05 alterow a redacao do § 1° do artigo 201 com 1 seguinte redagdo: “E vedada a adocao de requisites e critérios diferencia dos para a concessao de aposentadoria aos beneficidrios do regime geral de previdéncia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condigdes, especiais que prejudiquem a saiide ou a integridade fisica e quando se tratar de segurados portadores de deficiéncia, nos termos definidos em lei complementar”, ALEC 47 incluiu a possibilidade de uma aposentadoria diferencial para os segurados portadores de deficiéncia, dependendo, todavia, de Lei Complementar para tomar o ordenamento aplicavel. Até entio ¢ Lei Complementar ainda nlo foi elaborada. 3.3.14, Sistema Especial de Inclusio Previdencisria > Art, 202, § 22, CF/88 ‘A Emenda Constitucional 41 (Reforma da Previdéncia) inseriu o pard- ‘grafo 12 no artigo 201 da CF/88, com a seguinte redacdo: “Lei dispord sobre sistema especial de incluso previdencidria para trabalhadores de baixa renda, garantindo-thes acesso a beneficios de valor igual a um salério-minimo, exceto aposentadoria por tempo de contribuicao”. Sugere, desta maneira, a criaglo 4de-uma forma especial de contribuigao para 0s trabalhadores de baixa renda. A Emenda Constitucional 47 alterou o parégrafo 12 do artigo 201 da CF/88, com a seguinte Redagao: “Lei disporé sobre sistema especial de 38 ‘A Seourmane Socu sh Constiruigho FeDenat incluso previdencléria para atender a trabalhadores de baixa renda e Aqueles sem renda prépria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no Ambito de sua residéncia, desde que pertencentes a familias de baixa renda, garantindo-Ihes acesso a beneficios de valor igual a um salério-mfnimo”. A alterago do texto constitucional atendeu a um antigo pleito das donas de casa, que reivindicavam a possibilidade de uma incluso previdencidria ‘com menor custo. Fazia-se necesséria, todavia, a edi¢&o de lei para tomar 0 ordenamento aplicével. AEC 47/05 previu também que o sistema especial de incluso previden- ciria deverd ter aliquotas e caréncias inferiores as vigentes para os demais segurados do regime geral de previdéncia social. sistema foi regulamentado pela Lei Complementar 123, de 14/12/2006, conforme estudaremos no capitulo que trata das contribuigdes dos segurados. CaréruLo 4 LeGISLAGAO PREVIDENCIARIA 4.4, DEFINIGAO Legislagdio Previdenciéria ¢ 0 conjunto de normas que visam orgenizar a seguridade social e o sistema protetivo. Direito Previdencidrio objetiva a andlise das regras gerais que tratam do custeio da seguridade social e do estudo aprofundado das normas de finan- ciamento da previdencia social e de prestagbes oferecidas por este ramo da seguridade. ‘Nao fazem parte do campo do Direito Previdenciério as normas especificas que tratam da saide e assisténcia social. 4.2, AUTONOMIA DIDATICA Devido a grande dimensdo do emaranhado de normas juridicas, 0 Direito é dividido com o escopo de facilitar o estudo das normas correlatas. Assim, a Doutrina tradicionalista divide 0 ordenamento juridico em dois grandes grupos: Direito Piblico ¢ Direito Privado, 0 Direito Pablico ¢ o que regula a relagao juridica do Estado com os par- ticulares. Q Estado exerce 0 seu Poder de Império, fixando regras ¢ comandos juridicos. E o que ocorre no Direito Tributério, Direito Administrativo, Direito Constitucional etc. O particular, por exemplo, & compelido a pagar 0s tributos, independentemente de manifestagio de vontade. O Direito Privado € 0 que marca a relagdo entre os particulares que optem por firmar um vinculo juridico. 0 que ocorre com 0 Direito do Trabalho, Direito Comercial, Direito Civil ete. Ninguém esté obrigado a firmar contrato de trabalho ou comercial. Os particulares optam pela relagao juridica e a partir dai sujeitam-se as normas pré-definidas pelo Estado. ‘Nesta dtica o Direito Previdencitirio é considerado ramo do Direito Pii- ico, pois 0 vinculo juridico se da obrigatoriamente com o Estado. Registre-se com atengao que a corrente mais modema, entretanto, rechaga esta diviséo dualista do Direito. Fala-se atualmente da existéncia do chamado 9 Tuas Keres Direito Social, que englobaria os ramos trabalhista e previdenciério. Esta posigao é sustentada pela maioria dos especialistas do ramo previdenciério, HA quem defenda que o Direito Previdenciério faz parte do Direito do Tra- balho, entretanto este posicionamento é minoritério. A doutrina majoritéria prega a autonomia didatica do Direito Previdenciairio, sendo este conside- rado ramo préprio de estudo. Quanto ao surgimento da disciplina previdenciéria nio hé, também, con- senso doutrinario. Parte dos estudiosos afirma ter esta matéria derivado do Direito do Trabalho, sendo que, com a expansdo da protecdo social este ramo do Direito tornar-se-ia cada vez mais complexo, genhando autonomia didéti- ca em relagio aos outros ramos do Direito. Outros, ainda, mencionam que 0 Direito Previdenciério precedeu ao Direito do Trabalho, possuindo desde sua formago, autonomia. 4.3. FONTES DA LEGISLACAO PREVIDENCIARIA Fonte do Direito Previdencifrio ¢ todo fato social gerador de normas ju- ridicas previdencidrias. Dividem-se em materiais e formais. As primeiras sf0 as fontes potenciais do Direito, ou seja, fatores sociais, econdmicos, politicos tc, que influem no surgimento de normas juridicas. ‘14 as fontes formais so manifestagbes do Direito formadoras do préprio Ditreito Previdenciério, podendo subdividir-se em estatais ¢ nfo estatais. Siio fontes nfo-estatais a doutrina e 0 costume. Doutrina ¢ 0 conjunto de produgtes cientificas dos estudiosos da matéria. O costume é a prética reiterada de determinadas condutas, com a conviegio de necessidade juridica (elemento objetivo e subjetivo). Observe que é necesséria & configuragéo do costume a consciéncia coletiva de que certos atos da comunidade devem servir de pari- metro de comportamento. A pritica de emiss4o de cheque “pré-datado”, por exemplo, realizada, uniformemente, na convicgao de se tratar de norma juridica. As fontes formais estatais englobam a Constituigdo, leis complementares eis ordindras, leis delegadas, medidas provisérias, decretos legislativos,resoluydes do senado. Englobam, também, decretos regulamentares do poder executivo, ins- trugdes ministerias,cizculares, poraria, ordem de servigo e normas individuais, Ja na Jurisprudéncia, a equidade € os principios gerais do Direito nto constituem fontes, mas apenas formas de integrago da ordem juridica, como veremos, muito embora, registre-s, este nfo seja um ponto pacifico entre os estudiosos do Direito. Hana doutrina quem considere a jurisprudéncia espécie de fonte formal estatal. 2 Lecistacho Previnencsnia 4.4, HIERARQUIA DA LEGISLAGAO PREVIDENCIARIA Avhierarquia das normas ¢ a ordem de graduagio entre elas, de forma que a superior é o fundamento de validade da inferior. Ternos assim, no ordenamento juridico vigente, a seguinte pirémide normativa: + Normas Constitucionais; + Leis complementares, ordindrias, delegadas, medidas provisérias, de- cretos legislativos e resolugdes do senado; + Decretos regulamentares, instrugSes ministeriais,circulares, portarias ce ordem de servigo. + Normas individuais (contrato, sentenga etc.). Anote que, no mesmo patamar, encontram-se as leis complementares ordindrias, havendo, apenas, para elas quérum diferenciado de aprovago. ‘Também, em relagio as delegadas, medidas provisdrias, decretos legislativos € resolucdes do senado o que ocorre é distribuigo de competéncia, situadas xno mesmo piso normativo. ‘Nos casos de confronto entre duas normas, aplica-se a hierarquicamente superior. Se as normas estiverem, todavia, no mesmo patamar hierérquico, qual delas deve ser aplicada? Deve-se, nesta situagdo seguir as seguintes regras: a) Norma especifica prevalece sobre a geral ~ um confiito entre uma norma geral de Direito Previdenciario e outra especifica, de mesma hierarquia, que regule determinada matéria serd dirimido com aplicaga desta titima; ) In dubio pro misero, ou seja, na divida, a lei mais benéfica a parte mais fraca deve ser utilizada. f 0 que ocorre em relagtio aos beneficiérios que entram em conflito com 0 INSS. Havendo duas normas equivalentes, que tratem sobre questées diferentes, serd aplicada a mais favordvel a0 beneficidrio. Obviamente, se uma das duas tratar especificamente do tema em questio, enquanto a outra for norma genérica, seré aplicada a primeira, afastando-se 0 in dubio pro misero. 45. INTERPRETAGAO, APLICACAO, INTEGRAGAO E VIGENCIA DALEGISLAGAO PREVIDENCIARIA _ A interpretagto da norma previdenciaria tem por objetivo extrair 0 verda- deiro significado do regramento juridico. O intérprete deve penetrar na norma, ‘buscando seu sentido, seu alcance ¢ a extensio de sua finalidade. Ivor Kesey Qualquer lei necessita de interpretagto. Mesmo uma lei “clara” deve ser interpretada, pois, para se chegar A conclustio de que esta tem sentido auto- -explicavel, é necessério, de antemao, interpreté-la. ‘A interpretagio faz-se imperiosa para que se alcance @ intengo da lei (Ratio Legis). Entre as formas de interpretagdo, temos: — Gramatical - O sentido da norma é obtido a partir da simples leitura do texto legislativo; — Teleoligica ou Finalistico — Busca-se, aqui, o fim desejado pela lei, no sendo suficiente apenas a leitura da letra da norma, Esta é, sem dii- ‘Vida, a forma de interpretago que mais aproxima a aplicagao da lei no caso concreto 20 seu verdadeiro “espirito”, no se olvidando, todavia, que quando possivel deve-se utilizar mais de uma forma interpretativa, conjuntamente. Para isso, o hermeneuta (intérprete) pode valer-se das seguintes técnicas: + Restritiva — Quando 0 texto € mais amplo que a intengiio da lei, devendo o interprete restringir o seu alcance. Exempla: Foi editada le previdenciria com o seguinte texto: “Todos os segurados terfo direito a descanso remunerado de 120 dias no momento do parto de ‘seus fihos”. Quando 0 legisladoreditou tl norma, queria dizer que apenas as mulheres teriam direitos esta garantia. A andlise gramatical nos induziria aconceder este beneficio também aos homens, no momento do parto de suas mulheres. Cabe aqui uma interpretacto rest + Extensiva ~ Quando o texto é mais restrto do que a intengfo do legislador, o intérprete deve expandir seu alcance da lei. Exemplo: i Dietorin Colegiads do INSS pubicou portaria com oseguinte exo: ““B proibida a entrada de cfles nos prédios piblicos do INSS". A vontade do legislador foi proibir a entrada de animais nas unidades do INSS, logo, ‘caso um segurado aparega montado em um jegue e queira entrar, deveri ser impedido. Esta norma deve ser interpretada extensivamente, — Sistemética - Analisa-se todo 0 ordenamento juridico, buscando-se textos de outros ramos do Direito para que se possa detectar qual é 0 sentido da norma previdenciéria em andlise; — Histérieo — Analisa-se 0 momento histérico de aprovagio da lei, com © intuito de auxiliar no descobrimento da Ratio Legis; 9 Leatstacko Previeclnia = Auténtica — # a interpretagéo efetuada pelo proprio autor da norma juridica, Deve ser feita por meio de edigao de um novo ato normativo, ‘meramente explicativo para dirimir as davidas do anterior; — Surisprudencial — E a efetuada pelo magistrado com o objetivo de aplicar as normas aos casos concretos, na solugao das lides; ~ Doutrindria — i a interpretagio dos especialistas do direito, em suas obras literdrias. Depois de interpretada a lei, resta aplicé-la. Aplicagio da lei é, entio, 0 ‘enquadramento do caso pratico a uma norma juridica adequada, ‘ia integragio deve ser utilizada pelo aplicador, quando houver lacuna da lei, ou seja, quando ndo se encontrar nesta, para um caso conereto, normati zacao correspondente, Neste caso, poderio ser utilizadas as seguintes formas de integragio: — Analogia — Busca uma norma similar que supra a lacuna no caso con- creto. E a aplicagio de disposigées relativas a hipéteses semelhantes a ‘um caso conereto no previsto pelo legislador; — Costume (para quem jé nfo o considera fonte formal, nfo-estatal) — fb prética reiterada aliada a consciencia de sua necessariedade juridica; — Prinefpios Gerais do Direito — Séo os princfpios bisicos do ordena- mento juridico que orientam todos os ramos do Direito; = Jurisprudéncia — Conjunto uniforme de decisdes. Decisdes reiteradas do Poder Judiciério na solugio do caso concreto; — Equidade — Em sentido estrito, significa o ideal de justiga, enquanto aplicado, ou seja, a justiga no caso concreto. Registre-se, por fim, mais uma vez, que a classificagiio das fontes e formas de integrago do Direito nao encontra uniformidade na doutrina. A vigéncia 6 existéncia da lei em determinado momento. Nao estando vigente, a lei ndo pode ser aplicada. A vigéncia da lei previdenciéria segue a regra geral: se no houver disposigao expressa, a norma passa a vigorar 45 dias aps sua publicagao (art. 1°, LICC). ‘normas eotiverientes As contribuigbes sociais, existe repra expr tituigdo qué prevé a sua eficdcia somente-apés 90 dias da publicacio da lei (Get 195, § 68, Chr88)- See 95 ‘CartruLo 5 Srcurapos po RGPS 5.1. DEFINICAO Os segurados do Regime Geral de Previdéncia Social dividem-se em dois grupos: segurados obrigatérios e facultativos. s segurados obrigatérios so 05 maiores de 16 anos, salvo na condigao de aprendiz. (que se permite o inicio das atividades a partir dos 14), que exercem ‘qualquer tipo de atividade remunerada licita que os vinculem, obrigatoriamente, 20 sistema previdenciério, Os segurados obrigatérios atendem ao principio constitucional da com- pulsoriedade do sistema previdencisrio. Como bem ilustramos no primeiro capitulo, caso a inclusio dos segurados dependesse de ato volitivo, o sistema deixaria de captar diversas pessoas que por ele néo optariam por falta de re~ ccursos suficientes para atender a todas as suas necessidades, deixando, entéo, a previdencia social retegada ao segundo plano. A legislagto previdenciéria subdivide os segurados obrigatérios em cinco categorias: + Empregado; + Empregado doméstico; + Contribuinte individual; + Trabalhador avulso; + Segurado esp. O segurado facultativo & 0 que, mesmo nao estando vinculado obrigato- riamente a previdéncia social, por ndo exercer atividade remunerada, opta pel sua inclusio no sistema protetivo. Ele deve ter, no minimo, 16 anos. segurado facultativo foi criado para atender ao principio constitucional da universalidade da cobertura e do atendimento, pois, desta forma, até mesmo (08 que ndo trabalham podem optar pela sua incluso no sistema previdencisrio. Os segurados podem ainda possuir dependentes, que tém direito a usufruir de prestagdes previdencidrias. A legislarao define quem so os dependentes, 27 Ivar Kasra ilo podendo estes ser inscritos pela vontade do segurado. Neste capitulo, ¢s- ‘tudaremos apenas quem so os segurados. Seus dependentes sero estudados em capitulo proprio. 5,2. SEGURADOS OBRIGATORIOS 5.2.1. Empregados > Art. 42,1, Lei 8.222/91 > rt. 98,1, Decreto 3.048/99 CO conceito de segurado empregado para a Legislago Previdencitria, como ‘veremos em seguida, é muito mais abrangente que aquele utilizado pelo Direito do Trabalho, Comentaremos cada classe de segurado empregado, destacando (08 principais pontos que tm sido objeto de questionamento nos tltimos con- ceursos piblicos. ‘5.2.1.1. Espécies de empregados mais recorrente em concursos pitlicos I~ aquele que presta servico de natureza urbana ou rural d empresa, em cariter néo-eventual, com subordinagdo e mediante remuneragéo, inclusive como diretor empregado; Este conceito é semelhante a0 da legislagio trabalhista que exige para a caracterizagio do vinculo empregaticio a nao eventualidade e a pessoalida- dde da prestagio do servigo, assim como a subordinacao eo recebimento de remuneraglo. Consideram-se nfo eventuais as atividades de periodicidade certa, mesmo que nfo sejam exercidas diariamente. Um professor que ministra uma aula lar, pode ser considerado empregado, pois ‘por semana, em uma escola particular, pode ser considerad ‘trabalho, nesta situagdo, no é reputado eventual, tendo petiodicidade definids, “A pessoalidade na prestagiio de servigos é, também, requisito fundamental para. earacterizago do trabalhiador empregado. O contrato demanda aaivida- de profissional de determinada pessoa, nfo podendo ser substitufda por outra, ‘mesmo que desempenhe a mesma tarefa, © trabalho do empregado ¢ direcionado ¢ comandado por um superior hierérquico, que pode ordenar a forma de execugao das tarefas. Nao existe ‘empregado sem a subordinacio, Obviamente, a remuneragio do servigo pres- tado é obrigatéria para que se enquadre o segurado na categoria de empregado, ‘Os trabathadores contratados por empresas puiblicas, fundagdes ou sociedad de economia mista, regidos pela Consolidago das Leis Trabalbistes ~ CLT, ‘Staunapos po RGPS também silo considerados segurados empregados, por exemplo, os contratados da Petrobris, Banco do Brasil etc. 0 Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil — AFRFB, no exercicio de sua atividade, poderé enquadrar qualquer segurado como empregado para fins, providencidrios, desde que sejam verificados os pressupostos caracteristicos da relagdo de emprego. Pode, ainda, desconsiderar a existéncia de ficticia sociedade prestadora de servigos, enquadrando seus sécios como empregados da empresa contratante, Exemplo: ‘A-empresa Contabilize pertence ao Sr. Carlos Almeida, ex-empregado da em- presa Luz do Sol HuminagGes. Carlos Almeida montou a sua empresa para prestar servigos de contabilidade exclusivamente para o seu ex-empregador. Continuo cexercendo as atividades em condigSes idénticas ds da época em que era empregado: ccumpria jomada de oito horas, inclusive registrando a frequéncia em cartio de ponto, continuando subordinado ao Sr. Jofo da Silva, Gerente Contabil A Contabilize emitia uma nota fiscal de prestagio de servigos por més, exceto només de dezembro, quando, entZo, emitia duas notas fscais (a segunda, referente a0 13° salério). Neste caso, o AFREB, analisando as circunstancias faticas pode desconsiderar a empresa Contabilize, enquadrando Carlos como empregado da ‘empresa Luz do Sol E findamental salientar que o projeto de lei que culminou na aprovagtio da Lei 11.457/07, que criou a Receita Federal do Brasil, continha a enfadonha Emenda 3, prevendo que, no exercicio das atribuigdes da autoridade fiscal, a desconsideragao da pessoa, ato ou negécio juridico que implicasse reconhe- cimento de relagio de trabalho, com ou sem vinculo empregaticio, deveria sempre ser precedida de deciso judicial. Ou seja, caso fosse aprovado este dispositivo, o AFRFB nfo teria mais autonomia para desconsiderar @ pessoa Juridica, impondo as devidas contribuigdes inerentes & relagdo de trabalho, dependendo previamente de decisao de Magistrado Trabalhisia. AEmenda 3 gerou grande polémica, mobilizando todos os setores da s0- ciedade civil organizada. De um lado, os empresérios e suas entidades repre- sentativas clamavam pela sango da Emenda, sob a alegagio que os auditores estavam dotados de “super poderes” ¢ que nfo teriam competéncia técnica para reconhecer uma relagio de trabalho, o que deveria ser feito pelos Magistrados ‘Trabalhistas. De outro lado, as entidades associativas dos Auditores-Fiscais, dos Procuradores do Trabalho e dos Juizes do Trabalho pediam o veto da Emenda, pois alegavam que, caso aprovada, enfraqueceria a protecdo ao trabalho formal e dificultaria o combate ao trabalho informal, traduzindo-se, na pritica, em flexibilizagio do contrato de trabalho. 99 aot Kernan Felizmente, para os que acreditavam que a Emenda 3 repercutiria de forma negativa para o trabalhador, ela foi vetada pelo Presidente Lula, preservando-se a competéncia dos Auditores para desconsiderar a pessoa juridica ¢ impor os efeitos da relagao de trabalho. I~ o aprendiz, maior de quatorze e menor de vinte e quatro anos, res- salvado o portador de deficiéncia, ao qual ndio se aplica 0 limite maximo de idade, sujeito & formacdo técnica-profissional metédica, ‘sob a orientagéo de entidade qualificada; © aprendiz pode ter idade entre 14 ¢ 24 anos, salvo se portador de defi- ia, que nifo tem idade limite. O limite de idade foi alterado pela Medida ia 251, convertida na Lei 11.180, de 23/09/05, que alterou a redago dos artigos 428 e 433 da CLT. Antes desta Lei, o limite méximo de idade para co aprendiz era de 18 anos. O aprendiz é considerado empregado para fins pre- videncirios. Constitui a tiica classe de segurado que pode inscrever-se antes de completar 16 anos de idade. I aguele que, contratado por empresa de trabalho tempordrio, por prazo ndo superior a trés meses, prorrogdvel, presta servigo para ‘atender a necessidade transitéria de substituicdo de pessoal regular ‘¢ permanente ou a acréscimo extraordindrio de servigo de outras empresas, na forma da legislagdio prépria; O trabathador temporitio é 0 contratado por empresa de trabalho temporério para prestar servigos que atendam & necessidade transit6ria de substitui¢ao do seu pessoal regular ou o acréscimo extraordinirio de servigo. As indistrias que atuam no ramo de fabricagao de chocolates, por exemplo, nos meses de fevereiro e margo, tém os seus niveis de producio elevados para atender & demanda da Pascoa. Estas empresas podem optar pela utilizarao de ‘iio de obra de trabalhadores temporérios para atender ao excedente de servico, ao invés de efetuar novas contratagées. O prazo maximo da contratagtio é de 3 meses, permitindo-se a prorrogago com a autorizagao de érgio local do Ministério do Trabalho ¢ Emprego. IV- 0 trabalhador contratado no exterior para trabathar no Brasil em empresa constituida e funcionando em territério nacional segundo as leis brasileiras, ainda que com salério estipulado em moeda es- trangeira, salvo se amparado pela previdéncia social de seu pais de origem, observado o disposto nos acordos internacionais porventura cexistentes; 100 ‘Seounanos bo RGPS O trabathador contratado no exterior que exerga suas atividades no Brasil é considerado empregado, se nio for coberto pela previdéncia social do seu pais. Cestrangeiro, nerente de uma empresa Multinacional que é transferido da vunidade da Franca para a filial brasileira, seré considerado empregado, caso nfo mantenha filiago com a previdéncia francesa. Sendo este, no entanto, filiado ao regime de origem, serd excluido do RGPS. V= o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado no exterior, em sucursal ou em agéncia de empresa constituida sob as leis brasileiras e que tenha sede administracao no Pais; Perceba, neste caso, que a Legislacao Previdenciaria dispbe que o brasileiro eo estrangeiro, domiciliados e contratados no Brasil para trabalhar no exterior, em uma sucursal ou agéncia de empresas constituidas sob as leis brasileiras, serdo considerados empregados. Exemplo: ‘Yuri, brasileiro, trabalba no Brasil em uma empresa de construgio civil cons- tituida sob a leis brasileias. A sua sucursal contratou uma obra na Venezuela para construgo do metr6 da cidade de Caraces. Yuri, entéo, foi transferido para 1 Venezuela. Neste caso, ele mantém o vinculo com o RGPS, devendo contribuir para o sistema brasileiro. Mesmo que Yuri tvesse a nacionalidade venezuelana, ‘manteria 0 vinculo com a previdéncia social brasileira Esta 6 uma forma de proteso as pessoas que residem no Brasil, pois, caso retomem ao Pais, contardo com a cobertura social, podendo ter acesso a todas as prestagdes previdencidrias, V1— o brasileiro ou oestrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior. com ‘maioria de capital votante pertencente & empresa constituida sob 4s leis brasileiras, que tenha sede e administracdo no Pais e cujo controle efetivo esteja em cardter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas fisicas domiciliadas e residentes no Brasil ou de entidade de direito piblico interno; sta situagdo € semelhante & anterior e possui o mesmo objetivo: proterio social aos habitantes no territério nacional. A diferenga, neste caso, € que a expatriagiio (transferéncia para o exterior) ocorre para uma empresa do grupo empresatial cujo controle acionario pertenca & empresa brasileira. Perceba que, na situaao anterior, a transferéncia ocorreu para uma sucursal da mesma empresa situada em outro pais. Aqui, a expatriago ocorre para outra firma do mesmo grupo. 101 Tos Keren VII aquele que presta servigo no Brasil é missao diplomética ou éreparti- ‘edo consular de carreira estrangeira ow a érgéios a elas subordinados ‘ouamembros dessa missao ou reparticdo, excluido o néo-brasileiro sem residéncia permanente no Brasil e 0 brasileiro amparado pela legislagdo previdencidria do pais da respectiva missio diplomatica ‘ou da repartigio consular; s funcionérios contratados para trabalhar nos consulados ¢ embaixadas de outros paises em funcionamento no Brasil so segurados empregados, excetuando-se 0s estrangeiros nfo residentes e o brasileiro coberto pela previ- déncia do pais representado. Na prova do concurso para o cargo de Juiz Federal do TRF da 5* Regio de 2011, este assunto foi cobrado. Vejamos: Exemplo de questo sobre este tema: (@luiz Federal do TRF da $* Regio 2011 - CESPE) # segurado obtigatério daprevidéncia social na qualidade de empregado aquele que presta servigo no Brasil a missio diplomitica ou a repartigdo consular de carreiraestrangeira e 1 6rgiios a ela subordinados ou a membros dessas misses e repartigtes, aln- da que o prestador desse tipo de servigo seja estrangelro sem residéncia permanente no Brasil. Percebe-se que esta proposigao esta errada, pois incluiu 0 estrangeiro sem residéncia permanente no Brasil, no rol dos empregados do RGPS. VII — 0 brasileiro civil que trabatha para a Unido no exterior, em organis- ‘mo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, ainda que ld domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislagao vigente do pats do domicilio ou se amparado por regime proprio de previdéncia social; ‘Note que, nesta situagao, so abrangidos apenas brasileiros, a0 contrério das expatriagbes efetuadas pelas empresas privadas, nas quais, mesmo os ¢s- trangeiros residentes no Brasil continuam vinculados 20 RGPS. Aqui, caso Unitio contrate um trabalhador brasileiro para representé-la no exterior, em um. organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, como, por exemplo, a ONU, independentemente de a contratagdo ter ocorrido no Brasil ou no pais onde se situa 0 érgo, este trabalhador serd vinculado ao RGPS na qualidade de empregado, Perceba que o trabalhador aqui tratado deve ser contratado para represen- tar 08 interesses da Unio no organismo oficial internacional (ONU, Corte ry ‘Stourapos po RGPS Internacional de Justica etc). Caso o brasileiro seje contratado pelo proprio ‘organismo, sem que seja representante oficial do govemo brasileiro, seré vin- culado ao RGPS, na condigio de contribuinte individual, como veremos ainda neste capitulo, DX— 0 servidor civil titular de cargo efetivo ou o militar da Unido, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municipios, incluldas suas au- tarquias e fundagies de direito piiblico, desde que, nessa qualidade, nao esteja amparado por regime préprio de previdéncia social; ‘Como comentado no primeiro capitulo desta obra, a Unido, todos os Estados brasileiros e o Distrito Federal possuem regimes préprios de previdéncia social Muitos municipios do pais, entretanto, néo instituiram seus regimes pr6prios, sendo seus servidores de cargo efetivo vinculados a0 RGPS. X— oservidorda Unio, Estado, Distrito Federal ou Municipio, ncluidas suas autarquias e fundagdes, ocupante, exclusivamente, de cargo em ‘comissdo declarado em lei de livre nomeagao e exonerago; Os servidores ocupantes de cargo em comissdo de livre nomeara0 ou ‘exoneraglo, como, por exemplo, Assessor Parlamentar, Ministro de Estado, Secretirio Estadual ou Municipal so considerados empregados para o Direito Previdenciério, valendo-se de todos os direitos e obrigacdes pertinentes a esta categoria. Somente serio considerados segurados empregados os ocupantes de ‘cargo de comissio a partir de marco de 2000. No periodo anterior a esta data cles eram considerados segurados facultativos por falta de previsto legal que 0 enquadrasse como empregados (art. 5*, § 1°, I, IN 971/FRB, de 13/11/2009), Caso 0 ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretirio Estadual, Distrital ou Municipal esteja amparado por regime proprio de previdéncia, social, em raziio do exercicio de cargo efetivo do qual se tenha afastado para ‘assumir essa fun, continuaré vinculado ao Regime Proprio de origem, no sendo enquadrado como empregado do RGPS. XI~ 0 servidor contratado pela Unido, Estado, Distrito Federal ou Miicipio, bem como pelas respectivas autarquias e fundagées, ‘por tempo determinado, para atender a necessidade tempordria de excepcional interesse publico, nos termas do inciso IX do art. 37 da Constituicao Federal; Os trabalhadores por tempo determinado dos entes federativos sto consi- derados empregados, ja que no podem ser vinculados aos respectivos regimes 103 Tuan Kesrcay proprios por eles instituidos. Este inciso trata do chamado REDA ~ Regime Especial de Direito Administrativo, utilizado cada vez com mais frequéncia pela administragio piiblica em geral. XII ~ oservidor da Unido, Estado, Distrito Federal ou Municipio, incluidas suas autarquias e fundacBes, ocupante de emprego piiblico; Os servidores contratados pelos entes federativos ocupantes de empregos ppiiblicos so considerados empregados. Saliente-se que os servidores que exer- em atividade tipica de Estado nfo podem ser contratados como empregados piiblicos, devendo ser vinculados a0 Regime Proprio do ente federativo, se exist. XII ~ 0 exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou muni- cipal, desde que ndo amparado por regime proprio de previdéncia social; Os escothidos em processo eleitoral, sejam Vereadores, Prefeitos, De- putados, Governadores etc, so considerados empregados se nao estiverem amparados por Regime Priprio, afastados apenas para 0 exercicio do cargo eletivo. Somente serdo considerados segurados empregados os exercentes de mandato eletivo a partir de 01/02/98. No periodo anterior a esta data eles eram considerados segurados facultativos por falta de previsio legal que o enqua-

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