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Empreendedorismo: empreendedores e proprietarios-gerentes de pequenos negécios Louis Jacques Filion “Je suis mal-aisé ¢ esbranler; mais estant avoyé, je vais tant qu'on veut. Jestrive autant aux petites entreprises qu’aux grandes ...” Michel de Montaigne, Essai Qualquer discussdo sobre pequenas empresas deve, necessariamente, ser precedida por uma discusso em torno do conceito de proprietérios- sgerentes de pequenas empresas, eno se pode falar nisso sem também falar sobre 0 conceito de empreendedor. /As abordagens ¢ 0s métodos usados tem variado bastante em diferentes paises e mesmo continentes. Na Gré-Bretanha, por exemplo, de Bolton (1971) até os anos 80, muito foi dito sobre proprietérios gerentes (Stanworth et alii, 1982; Stanworth & Gray, 1991), mas desde entéo as atengées térmse voltado cada vez mais para os ‘empreendedores (Burns & Dewhurst, 1989; Birley, 1989; Deakins, 1996) 'Nos Estados Unidos, ambos vém sendo tratados com atengao, mas os em preendedores tém sido favorecidos como campo de pesquisa (Kent, Sexton & Vesper, 1982; Sexton & Smilor, 1986; Sexton & Kasarda, 1992) ‘Mais de mil publicagées surgem anualmente no campo do empreen- dedorismo, em mais de 50 conferéncias e 25 publicagées especializadas. ‘Areas de especializacao tém sido criadas, em namero consideravel,inclu- indo inovagéo e criatividade, criagfo, inicio, novos empreendimentos, abertura e fechamento de empresas, crescimento de empresas, auto- emprego e microempresas, franquias, bem como as varias dimensbes dos empreendedores (comportamentos, sistemas de atividade, processos empreendedoristicos, intrapreendedorismo'” ¢ empreendedorismo corporativo, tecnoempreendedores), o desenvolvimento regional, o em preendedorismo étnico, os sistemas de apoio ao empreendedorismo e as politcas governamentais, o empreendedorismo cooperativo, aformago em empreendedorismo, os empreendedores do sexo feminino e, final- mente, a pesquisa de pequenos negécios e consequientemente suas abor- dagens funcionais,inchindo finangas, marketing, gerenciamento de ope- rages, gerenciamento de recursos humanos, sistemas de informago estrategia. evista de AdminisiragSo, S8o Paulo v.34, 2, .05-28, abei/unho 1909 ‘Tradugo do ings eta por Maria Leticia Gazz «@ Paulo Luz Morea e revisto final da traducio polo Professor Femando Dolabela da Universidade Federal de Minas Gerais. Recebio om dezembro'97 2 versio om sotembro!se Louis Jacques Filion ¢ Profesor responsive pla CCadeita do Enrepreneursto Maclean Hunter da HEC, Faculdade de Administracao da The University of Montreal Business Schoo! e mambo do Conseho Internacional para Pequenas Negécios (1esB} malt: Louislaques Flin @hec.ca Louis Jacques fon Este artigo destina-se tanto a iniciantes quanto a especialis- tas (ver também Filion, 1997; 1998a; 19986). Obviamente, no se tenta cobrir todos os as- ppectos listados, os quais consti- tem 0 campo do empreende- dorismo. O objetivo é descrever Nos anos 80, 0 campo do empreendedorismo expandiu-se e espalhou-se para varias outras disciplinas. Organizagées e sociedades foram forgadas a buscar novas ‘estavam interessados somente ‘em economia, mas também em ‘empresas, criagao de novos em preendimentos, desenvohimen- to e gerenciamento de nego- ios. Cantillon era basicamente tum banqueiro que, hoje, pode- a ser descrto como um capita- e discutir 0 elementos centrais abordagens para lista de rsco. Seus eseritos reve- do conhecimento atual sobre incorporarem as rapidas lam um homem em busca de empreendedores ¢ proprieté- mudangas tecnolégicas oportunidades de negécios, riosgerentes de pequenos ne- ‘4 sua dindmica. preocupado com 0 gerencia ‘g6cios. Inicia'se o texto exami- ‘mento inteligente de negécios e rrando o universo do empreen- dedor, como visto pelos pionei: ros do campo, os economistas, e depois pelos behavioris- tas, que tém mostrado, através dos anos, considerével inte esse no assunto. Apés descreve-se, com exemplos, a ex: pansdo do campo além de suas fronteirase sua conseqiien- te expansdo para praticamente todas as discipinas da érea de ciencias humanas e gerenciais. Nos topicos posteriores so examinadas algumas tipologias de proprietérios-geren- tes, propondo-se uma nova, produto de uma taxonomia, Em seguida, 0s impactos da tipologia proposta sobre a es- tratégia de pequenos negécios s8o brevemente analisados € algumas propostas teéricas, principalmente da década passada, so consideradas e comentadas. Finalmente, pproposta uma definicao de empreendedor, representativa das tradicionals tendéncias de pesquisa na érea. O UNIVERSO DO EMPREENDEDOR NNa literatura sobre empreendedorismo ha nivel noté- vel de confuséo a respeito da definigao do termo empre- endedor. Neste artigo prefere-se falar de diferenga no lugar de confusao. Pesquisadores tendem a perceber & definir empreendedores usando premissas de suas proprias disciplinas. Por esse ponto de vista, a confuséo talvez no seja t€o grande quanto querem fazer crer, porque seme- Ihangas na percepcéo do que seja um empreendedor sur- gem em cada disciplina. Por exemplo, 0s economistas associam 0 empreendedor com inovagéo, enquanto os comportamentalistas se concentram nos aspectos criativo € intuitivo. Os dois pontos de vista seréo analisados mais detalhadamente a seguir Os economistas Primeiramente é necessério avaliar a crenca popular de ‘que o empreendedorismo surgiu s6 das ciéncias econdmi- cas. Leitura atenta dos dois primeiros autores normaimente identificados como pioneiros no campo — Cantillon (1755) ¢ Say (1803; 1815; 1816; 1839) — revela que eles no a obtengio de rendimentos ott rmizaclos para o capital investi. Verin (1982) examinou a origem ¢ a evolucdo da pale- va entre-preneur, revelando que ela adquiriu seu signi ficado atual no século XVII. Embora 0 termo fosse usado antes de Cantillon, esta evidente, como Schumpeter (1954:222) apontou, que ele foi o primeiro a oferecer clara concepedo da fungao empreendedora como um todo. ‘Alguns autores tgm associado Cantillon 2 uma ou outra determinada escola de pensamento. Entretanto, Cantillon era um individualista e € improvavel que tivesse qualquer filiagao a correntes de pensamento desse tipo, Ele, sem diwvida, mostrou preocupago com as mesmas questoes econdmicas e necessidades de racionalizacao que seus con- temporéneos europeus, ainda que no tenha se assentado em pais algum em particular, por circunstancias de sua vida pessoal. A familia Cantillon, origindria da Normandia, emi- grou para a Irlanda durante o reinado de Wiliam, © Con- uistador, que nomeou membros da familia para 0 governo de um pequeno territrio quase do tamanho de um mumnici- pio, Eram, portanto, pessoas da classe alta. Richard, cuja data de nascimento é ignorada (e que tampouco pode ser confundido com o tio, cavaleiro Richard Cantillon, que tam- bem viveu em Paris), fugiu da Ilanda para Paris em 1716, apds a queda dos Stuarts na Gré-Bretanha. Paris possuia My) A expressio eo sucesso (para os propésitos deste texto, define-se 0 sucesso como ter permanecido no negécio por ‘cinco anos) da pratica empreendedora dependem de varios Revista de Admiistagto, So Paulo v.34, n2,p.05-28, abrvjunho 1999 EMPREENOEDOPISWO! EMPREENDEDORES € PROPRIETARIOS-GERENTES DE PEQUENOS NEGOCIOS elementos, dois dos quais tém recebido pouca atencSo: ge- renciamento de espago e de tempo. Os empreendedores devem aprender a gerenciar 0s espacos interno e externo. Dever aprender a identifcar, definir e estabelecer um es- pago do mercado a ser ocupado, Como a maioria das ativi- dades de negocio é ciclica, espago e tempo transformam-se ‘em elementos-chave para a explicacéo do sucesso, por ‘exemplo, no nivel de estoque e no gerenciamento de caixa. ‘Alem do espaco de mercado, os empreendedores tem de definir um espago fisico organizacional e espacos indi Viduais psicolégicos para seus colaboradores, dependen- do da percepeao das capacidades e habilidades das pes- soas & sua volta. Seu método de gerenciamento espacial tera impacto enorme sobre o tempo. Quanto mais preci 08 conseguirem ser ao alocarem o espace individual e 20 selecionarem o espaco no mercado, mais tempo terBo para dedicar & identificagao e & definigao de outro espaco. ‘Assim como gerenciar o espago, os empreendedores deve também gerenciar o tempo. A duraco de tempo em que um espaco se mantém aberto no mercado tem-se tornado menor com o passar dos anos. De forma similar, dada a velocidade das mudancas, seré mais fécil para 0s individuos ajustarem seus métodos se tiverem mais espago para si proprios. Quanto mais plenamente as pessoas ti- verem aceito a cultura e as regras da organiza¢ao, mais, conflanca e espaco conseguiréo. E quanto mais espa¢o tiverem, mais capazes seréo de funcionar rapidamente, pois © nimero de pessoas com as quais devern transacio- nar para atuarem seré proporcionalmente menor. Na verdade, chega-se a um ponto em que a velocidade dda mudanca tecnolégica esta diretamente relacionada as habilidades dos individuos e organizagées em gerenciar de forma empreendedora, ou seja, criativa e rapidamente, E improvivel que se retorne & situago ern que membros de uma organizaco passavam muitos anos fazendo as mes- mas tarefas repettivas. Firmas empregando mais de 5 mil ‘pessoas, divididas em unidades de mais de 200, provavel- ‘mente néo se manterdo em posico de lideranga por mul- to mais tempo. Isso é fcil de entender: quanto maior a ‘organizaco, maior tempo ela necessita para aprender € ‘mudar. Além de um certo tamanho, o tempo equerido para as mudancas internas é maior do que a velocidade das mudancas externas. Por causa disso, a prOxima era seré ado florescimento do empreendedorismo. Entretanto, quanto maior a velo- cidade da mudanga tecnol6gica, maior a probabilidade de © empreendedorismo ser expresso por formas organiza: cionais menores — resultado direto da formula apresen- tada anteriormente. A relagdo ¢ inversamente proporcio nal. As companhias com maior probabilidade de sucesso fe crescimento sero aquelas que faro amplo uso de sub- contratagao e diferentes formas de franquias. Todos os tipos de novas formas de empreendedorismo desenvol ver-se-4o — por exemplo, auto-emprego em redes com- plementares e de pares (Filion, 1996a). Como a socieda- de transforma-se no sentido de tornar-se, cada vez mais, uma socledade na qual cada individuo é responsével por si proprio, voluntéria ou involuntariamente, caminha-se na diregio de nimero maior de pessoas mais livres. E aqui a pesquisa no campo do empreendedorismo adquire um novo significado, por oferecer ferramentas que ajudarao ‘quantidade cada vez maior de pessoas a atuarem sob suas, proprias condig6es, a serem elas mesmas em suas ativida- des e a compartilharem isso com as outras. CONCLUSAO © empreendedorismo foi identificado pelos economis- tas, em um primeiro momento, como um elemento itil & compreensio do desenvolvimento. Subseqientemente, os ‘comportamentalistas tentaram entender o empreendedor ‘como pessoa. Atualmente, o campo esta em processo de expanséo para quase todas as disciplinas das ciéncias hu- Concorda-se com Mulholland (1994) e Rosa & Bowes (1990) que o campo ainda é dominado por positivistas- funcionalistas e que hé necessidade urgente de novas pers pectivas para compreender o que os empreendedores 580 @ 0 que eles fazer. Particularmente merecedor de men- ‘0 6 0 notavel trabalho do pesquisador Cosette (1994a;, 19946), que abriu novo caminho para a pesquisa a partir do uso de mapearnento cognitivo para 0 exame da légica estratégica do empreendedor. Pode ser interessante, tarn- bem, desenvolver um trabalho futuro sobre os conceitos de visdo empreendedora Filton, 1991b; 1991¢) e de auto~ espaco percebido, desenvolvido e adquirido pelo empre- endedor (Filion, 1993a; 1994), ‘A luz do que foi apresentado neste artigo, o campo do tempreendedorismo pode ser definido como aquele que es- tuda os empreendedores. Em outras palavras, examina suas aividades, caracterstcas, efeitos sociais ¢ econdmicos & os ‘métodos de suporte usados para facilitar a expresséo da atividade empreendedora. Contudo, nenhum campo aca- demico pode prescindir de teoria, Para a criagéo uma teo- via do empreendedor, provavelmente seré necessério sepa: rar pesquisa aplicada de pesquisa tebrica, estabelecendo una nova ciencia, a empreendedologia (entreprenology). Essa nova ciéncia talvez possa criar um compo tebrico composto por elementos convergentes de estudos teGricos sobre em- preendedores, efetuados por empreendedologistas (entreprenologist) em vérias disciplinas. O proprio em- preendedorismo permaneceria como um campo de pes quise aplicada, produzindo resultados de interesse para em- preendedores potenciais e empreendedores de fato. Possi- vvelmente, milhares de publicacées surgiréo e décadas pas- saréo antes de se ter atingido esse ponto. Revita de Adminstragéo, Sao Paulo v.24, n2,p.05-28, abrivjunho 1909 a Louis Jacques Fon NOTAS RESUMO (1) No original em inglés, intrapreneurship, Neolo- gismo que indica 0 estudo do empreendedoris- mo dentro de organizagées [Nota do Tradutor} (2) Como é também o caso de Olivier de Serre, 150 ‘anos antes de Cantilon, como visto em Théditre agriculture et messages des champs, 3 a, 1605, (3) © mesmo tipo de entreposto comercial da familia Perreault das cidades de Quebec e TroisRivieres no Canad. O pai de Frangois Joseph Perreault foi viver em St. Louis no vale do Mississippi de- pois da conquista do Canada pela Gré-Bretanha ‘em 1760. Frangois Joseph Perreault ¢ considera- do um dos pais da educag3o no Quebec, tendo criado as primeiras escolas privadas no comeco do século XIX, (4) Do inglés behaviourists. O mesmo que behavio- ristas ou clentistas do comportamento [Nota do Tradutor (6) No original em inglés, locus of control. O termo locus, empréstimo do latim, é normalmente usa- do na matemética, na medicina genética e no direito com a idéia de lugar ou local especifico [Nota do Tradutor] (6) Do original em inglés, incubative. Trata-se de um neologismo, mesmo em inglés [Nota do Tradutor). (7) Do original em inglés, reactor, aquele que reage, no caso [Nota do Tradutor). (8) No original em inglés: CATWOE (Customers of the system, actors involved in the system, the transformation process involved, the weltanschauung — in other words, the im- ‘age that makes the system menaingful to the system owner —, the system owner, and the ‘environment constraints on the system con cerned) [Nota do Tradutor) Neste texto € apresentado um resumo de pesquisa sobre empreendedores e proprietérios-gerentes. Primeiramente, so introduzidos os pioneiros no campo, Cantillon, Say e Schumpeter, e mencionadas as contribuigdes de alguns outros economistas, incluindo Knight, Hayek, Penrose e Casson. Em seguida 80 descrtas as contribuigSes dos comportamentalistas, com énfase especial em McClelland. Na seqiiéncia so discutdas as caracterstcas mais comumente atribuidas aos empreendedores. A partir de 1980, o campo do empreendedorismo transpos fronteirase tem sido explorado por quase todas as dsciplinas da rea de ciéncias hhumanas. Assim, algumas das tipologias mais estudadas no empreendedorismo so apresentadlas e o autor propée uma tipologia de proprietarios-gerentes de pequenos negécios. Vrias tendéncias tebricas s8o também dliscutides, sendo sugerida uma definigdo do termo empreendedor. Finalmente algumas tellexdes sobre direcbes futuras na érea s8o apresentadas. Palavras-chave: empreendedorismo, pequenos negécios, empreendedores, teoria de empreendedorismo, ABSTRACT tipologia de empreendedores, epistemologia do empreendedorismo. This text presents a summary of the research on entrepreneurs and owner-managers. First, it introduces the pioneers of the field: Cantillon, Say and Schumpeter. The contributions of a number of other economists, including, Knight, Hayek, Penrose, Kirzner and Casson are mentioned. It then describes the contributions of the behaviourists, with special emphasis on MacClelland. The characteristics most often attributed to entrepreneurs are discussed, From the 1980s onwards, the field of entrepreneurship exploded and was appropriated by almost all the soft science disciplines. Some of the most commonly studied typologies in ‘entrepreneurship are introduced, and a typology of small business owner-managers is proposed by the author in an appendix. A number of theoretical trends are discussed. A definition of the entrepreneur is suggested and the text also contains some reflections on future directions in the field. Uniterms: entrepreneurship, small business, entrepreneurs, entrepreneurship theory, entrepreneurial typologies, entrepreneurship epistemology. Revista de Acministracéo, Séo Paulo 34, n.2,9.05-28, abrijunho 1989 EUPREENDEDOAISHO: EMPAEENDEDORES E PROPRIETAAIOS-GERENTES DE PEQUENOS NEGOCIOS REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS [AMIR GLOSTEN, Leta, Chalonges to theory development in entrepreneurship research. Joumal of Management Studies, v.30, n, p.815:834, 1993, BANNOCK, G. The economics of small fms: rtum form the wildemess. Oxford, Basi Blackwell, 1981 BAUMOL, W.J. Entrepreneurship in economic theory. The ‘American Economic Review, 058, p 64-71, 1968. . Entrepreneurship: productive, unproductive, and destrucve. Joumal of Political Economic, 98, 5, p.883- 921, 1990. . Formal entrepreneurship theory in economics: ‘existence and bounds. Joumal of Business Venurng. 3, p.197-210, 1983. BECHARD, J.P.Comprencte le champ de entrepreneurship. Research paper 96-01-01, Maclean Hunter Chair of Erirepreneursip, HEC, The University of Montreal Business ‘School, 1998. BIRCH, D.L. The contribution of smal entrepise to growth and ‘employment. 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