Você está na página 1de 45

Departamento de Desenvolvimento Profissional

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


Profª Adriana Valente

e-mail: adrianatvalente@hotmail.com

Rio de Janeiro, 1º semestre de 2017.

Rua 1º de Março, 33 – Centro – Rio de Janeiro/RJ – Cep: 20.010-000


Telefone: (21) 2216-9544 e 2216-9545 cursos@crcrj.org.br – www.crc.org.br
2

1 ESTRUTURA DO CURSO

1.1 Objetivos

Transmitir aos participantes os conhecimentos básicos necessários à


Analise das Demonstrações Contábeis.

1.2 Carga Horária

15 h/a.

1.3 Metodologia

Exposição teórica com aplicação de exercícios práticos.

1.4 Programa

PROGRAMA

1. Objetivo da Análise das Demonstrações Contábeis


2. Análise Horizontal e Vertical
3. Análise da Liquidez
4. Análise da Rentabilidade e Rotação
5. Análise do Endividamento
6. Análise do Capital de Giro e a Necessidade de Capital de Giro
7. Ciclo Operacional e Financeiro
8. Giro do Ativo, Retorno sobre o Ativo e Retorno sobre o
Patrimônio Líquido
9. Insolvência

2
3

2 INTRODUÇÃO

 FINALIDADE

Estudar a situação patrimonial da entidade através da decomposição,


comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações
contábeis, visando obter informações analíticas e precisas sobre a
situação patrimonial da empresa.

 OBJETIVO

Visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas


empresas, a posição econômica financeira atual, as causas que
determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Pela
análise extraem-se informações sobre a posição passada, presente e
futura (projetada) de uma empresa.

 PROCESSO PREPARATÓRIO

Para conclusões e decisões acerca da análise das demonstrações


financeiras é fundamentalmente importante à qualidade das
informações (exatidão dos valores registrados, rigor nos lançamentos
e princípios contábeis adotados etc.) e do volume de informações
disponíveis ao analista.

 COMPARAÇÕES

É importante acrescentar, ainda, que a análise de balanços é


fundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quando
avaliado isoladamente, não produz informações suficientes para uma

3
4

correta conclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse


resultado nos últimos anos e em que nível ele se situa em relação aos
concorrentes e aos padrões de mercado.

 EMPRESA E O MERCADO

Uma preocupação essencial do analista deve ser a de conhecer mais


detalhadamente a empresa e seu mercado de atuação, de maneira a
melhor avaliar as decisões financeiras (investimentos e
financiamentos) tomadas.

A análise torna-se bem mais consistente quando interpretada dentro


das características do setor de atividade da empresa.

No estudo do setor de atividade em que uma empresa encontra-se


inserida devem ser avaliados o potencial, atual e futuro do mercado
consumidor, o nível e o tamanho da concorrência, a dependência
tecnológica, os fornecedores, a política de preços adotada para o setor,
etc.

Iudícibus

“Pode-se partilhar a ideia de que a análise de balanços é uma arte,


pois, apesar das técnicas desenvolvidas, não há nenhum critério ou
metodologia formal de análise válidos nas diferentes situações e
aceitos pelos analistas. Dessa maneira, é impossível sugerir-se uma
sequência metodológica ou um instrumental cientifico capazes de
fornecer diagnósticos sempre precisos das empresas”.

4
5

A maneira com que os indicadores de análise são utilizados é particular


de quem faz a análise, sobressaindo-se, além do conhecimento técnico,
a experiência e a própria intuição do analista.

Dois analistas podem chegar a uma conclusão bem diferente sobre uma
empresa, mesmo tendo eles trabalhados com as mesmas informações
e utilizado iguais técnicas de análise.

 Segmentação do risco empresarial

 Risco operacional – sazonalidade


 Risco financeiro – endividamento

ALGUNS AJUSTES NO NAS DEMOSNTRAÇÕES PARA ANÁLISE

 Despesas pagas Antecipadamente – Por não representar


mais entrada de recursos, geralmente é reclassificada para o
Patrimônio Líquido.

 As participações de empregados e dos diretores no resultado da


empresa, geralmente determinadas sobre o lucro após o IR e
CSLL, são melhores representadas como despesas operacionais,
pois poderão ser avaliadas como “despesa de pessoal“,
devendo, por conseguinte onerar o resultado operacional da
empresa.

 Ações em Tesouraria – em alguns casos pode representar mais


efetivamente uma aplicação financeira, sendo, portanto
classificada no ativo. Dado o caráter controvertido ela é
geralmente mantida no PL.

5
6

3 ANÁLISE HORIZONTAL E VERTICAL

 De evolução, horizontal ou de crescimento.

 De estrutura, vertical ou de composição.

Análise Horizontal

Tem por objetivo avaliar o aumento ou a diminuição dos valores que


expressam os elementos patrimoniais ou do resultado, numa
determinada série histórica de exercícios.

Análise Vertical

Tem por objetivo medir percentualmente cada componente em relação


ao todo do qual faz parte e fazer as comparações caso existam dois ou
mais períodos.

CONTAS 2014 AV 2013 AV AH


Caixa e Equivalentes a Caixa 31.000 39.100 -20,71
Clientes 10.000 15.000
Estoques 4.000 1.000
Imobilizado Liquido 14.000 13.000
TOTAL ATIVO 59.000 68.100
Fornecedores 12.000 20.000
Salário a Pagar 3.000 4.000
Encargos Sociais 2.000 5.000
Dividendos 3.000 4.000
Empréstimo 18.000 13.000
Patrimônio Líquido 21.000 22.100
TOTAL DO PASSIVO 59.000 68.100

6
7

Contas 2014 AV 2013 AV AH


Vendas Líquidas 55.000 60.000
CMV (29.000) (30.000)
Lucro Bruto 26.000 30.000
Despesas Administrativas (21.000) (28.000)
Lucro Operacional 5.000 2.000
IR/CSLL (600) (200)
Lucro Líquido 4.600 1.800

Exercícios

1. Julgue os itens em certos ou errados.

a) A análise das demonstrações financeiras visa fundamentalmente ao


estudo do desempenho econômico-financeira de uma empresa em
um período anterior, para diagnosticar sua posição atual e produzir
resultados que subsidiem a previsão de tendências futuras.

b) Para fornecer elementos suficientes a um diagnóstico preciso de uma


determinada empresa, o processo de análise econômico-financeira
deve ser complementado com uma comparação temporal – evolução
nos últimos anos – e setorial – principais concorrentes e média do
mercado do setor – dos indicadores levantados.

c) É obrigatória a reclassificação contábil no balanço patrimonial da


conta fornecedores classificado no passivo circulante, quando se
referir a uma empresa controlada.

d) Na reclassificação do balanço para análise, é comum reduzir o


imobilizado do patrimônio líquido.

e) O ativo realizável a longo prazo é normalmente transferido para o


ativo circulante, visando uma classificação conservadora.

7
8

2. Análise as informações da Cia. Nunes S.A num


determinado exercício social:

Elementos do resultado 31/dez/2003 31/dez/2004


Vendas Líquidas de Mercadorias 1.000,00 1.582,00
Custo das Mercadorias Vendidas 620,00 860,00
Despesas Operacionais 200,00 383,00

Na análise horizontal, o percentual da variação ocorrida no lucro bruto


da Cia, Nunes, em 2004, foi:

a) 90,0% b) 158,20% c) 165,00% d) 190,00%


b) e) 265,00%

3. Considerando o Balanço Patrimonial abaixo, julgue os itens


em certos ou errados.

balanço patrimonial (em R$)


movimento 1º movimento 1º
ativo 31/12/2001 31/03/2002 passivo 31/12/2001 31/03/2002
trimestre trimestre
circulante 178.000 43.107 221.107 circulante 82.000 34.142 116.142
disponibilidades 5.000 25.200 30.200 fornecedores 56.000 31.000 87.000
contas a receber de vendas 125.000 15.000 140.000 pessoal e encargos a pagar 5.000 5.000 10.000
estoque de mercadorias 46.000 2.407 48.407 tributos a pagar 6.000 1.642 7.642
despesas do período seguinte 2.000 500 2.500 aluguéis e seguros a pagar 3.000 500 3.500
realizável a longo prazo 5.500 500 6.000 dividendos 11.000 -11.000 0
empréstimos 5.500 500 6.000 empréstimos 1.000 7.000 8.000
permanente 65.500 40.800 106.300 patrimônio líquido 167.000 50.265 217.265
investimentos 2.500 4.000 6.500 capital social 100.000 15.000 115.000
imobilizado 60.000 37.000 97.000 reservas de capital 50.000 50.000
Intangível 3.000 -200 2.800 reservas de lucros 10.000 10.000
lucros acumulados 7.000 35.265 42.265
total 249.000 84.407 333.407 total 249.000 84.407 333.407

Julgue os itens a seguir em certos ou errados, considerando os


elementos do balanço patrimonial apresentado no quadro acima:

a) Pela análise horizontal, pode-se concluir que os recursos próprios


cresceram no primeiro trimestre em valor absoluto mais que os de
terceiros.

8
9

b) Pela análise vertical, pode-se observar que, nos dois balanços, a


empresa opera com capital fixo em proporção superior àquela do
circulante.

c) Caso essa empresa tivesse aplicado mais capital no ativo fixo no


primeiro trimestre, teria de diminuir o ativo circulante ou aumentar
uma das fontes no passivo.

d) Pelo movimento do ativos e passivos no primeiro trimestre, pode-


se concluir que a empresa operou com lucro no período.

4. O balanço patrimonial de uma companhia nos três últimos exercícios


apresentava os seguintes dados (valores em R$):

2012 2013 2014


Ativo Circulante 50.000 96.000 104.000
Passivo Circulante 56.000 84.000 96.000

Tomando como base da série histórica o exercício de 2012, constata-


se que do exercício de 2012 para o exercício de 2013, o crescimento
nominal do ativo circulante foi superior ao do passivo circulante em:

(A) 84% (B) 78% (C) 64% (D) 14%

9
10

4 INDICES

 Liquidez – Avalia a capacidade da empresa, para satisfazer


compromissos de pagamentos com terceiros.

 Rentabilidade – Avalia o rendimento, a lucratividade da empresa


obtida em determinado período.

 Rotação – Determina o giro (velocidade) dos valores aplicados.

 Endividamento – Avalia o grau de endividamento da empresa.

 Rentabilidade e Lucratividade – Avalia o rendimento obtido pela


empresa em determinado período.

10
11

5 ÍNDICES DE LIQUIDEZ

Avalia a capacidade da empresa para honrar compromissos assumidos.

“O índice quanto maior melhor”.

Liquidez Fórmula Exemplo

*Caixa e Equiv.Caixa 31.000 = 0,96 ou 96%


Imediata ou Passivo Circulante 32.000
absoluta * Caixa e Bancos

Corrente Ativo Circulante 45.000 = 1,40 ou 140%


Passivo Circulante 32.000

Seca Ativo Circulante – ( Estoques + *DA) 37.000 = 1,15 ou 115%


Passivo Circulante 32.000

*DA (despesas pagas antecipadamente)

Geral Ativo Circulante + Realizável Longo Prazo 49.000 = 1,08 ou 108%


Passivo Circulante + Exigível Longo Prazo 45.000

Exercícios de Fixação
11
12

1. Dados extraídos do balanço da Cia. Gama em 31.12.2015:

Ativo Circulante (R$)


Disponibilidades ................................................................... 20.000,00
Clientes ....................................................................................130.000,00
Estoques ................................................................................. 90.000,00
240.000,00
Ativo Não Circulante
Realizável a LP 42.000,00
Imobilizado .............................................................................. 68.000,00
Intangível 10.000,00
120.000,00
TOTAL DO ATIVO 360.000,00

Passivo Circulante
Fornecedores ....................................................................................
80.000,00
Outras Obrigações ........................................................................... 70.000,00
150.000,00
Passivo Não Circulante
Financiamentos ...................................................................................
85.000,00
85.000,00
Patrimônio Líquido
Capital ........................................................................................................
50.000,00
Reservas .................................................................................................
75.000,00
125.000,00
TOTAL DO PASSIVO 360.000,00

É correto afirmar que o índice de

a) Liquidez imediata é igual a 0,15.


b) Liquidez geral é igual a 1,2.
c) Liquidez corrente é igual a 1.
d) Liquidez seca é igual a 1,6.
e) Endividamento total é igual a 0,5.

2.

12
13

Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.520 Passivo Circulante 16.400
Dusponibilidades 1.200 Fornecedores 1.100
Contas a receber 6.000 Salários e encargos a pagar 800
Estoques 8.000 Tributos a recolher 5.000
Despesas do período seguinte 120 Provisões para conting. Fiscais 6.500
Adiantamentos 700 Outras contas a pagar 3.300
Outros valores a receber 500

a) A liquidez corrente da empresa é de 1,99, indicando uma excelente


situação financeira.

b) As disponibilidades, representando 7,3% do total do ativo


circulante, não estão adequadas, pois o mais correto seria a
manutenção de um caixa mais elevado, permanentemente, mesmo
considerando que o mercado financeiro garante uma rentabilidade
inferior à aplicação no negócio da companhia.

c) A companhia dá preferência ao pagamento à vista ou antecipado


das suas compras, mesmo sem desconto, para manter um giro
rápido das suas contas a pagar, medida esta julgada acertada.

3. Em 31 de dezembro de 2016, a firma Leo, Lea & Cia. Tinha


um patrimônio composto dos seguintes elementos, com
respectivos valores, em milhares de reais:

O balanço decorrente do patrimônio acima foi submetido ao programa


de análise contábil da empresa, tendo revelado, em termos
percentuais, os seguintes quocientes de liquidez:

13
14

a) Liquidez Geral 175,00 %


b) Liquidez Corrente 150,00 %
c) Liquidez Comum 112,50 %
d) Liquidez Seca 100,00 %
e) Liquidez Imediata 44,12 %

4. Observe as informações abaixo, sobre as Empresas Alfa e


Beta.

Liquidez corrente da Empresa Alfa 2,0000


Liquidez Corrente da Empresa Beta 3,0000

Sabendo-se que a Alfa compra mercadorias com vencimento de curto


prazo e que a Beta paga uma dívida com vencimento de curto prazo,
pode-se concluir que a liquidez corrente:

(A) manteve-se inalterada nas duas empresas.


(B) aumentou na Empresa Alfa e diminuiu na Empresa Beta.
(C) aumentou nas duas empresas.
(D) diminuiu nas duas empresas.
(E) diminuiu na Empresa Alfa e aumentou na Empresa Beta.

5. A Cia. Sobral apresentou a seguinte estrutura Patrimonial,


em reais, em 31/12/2004:

Ativo Passivo
Ativo Circulante 5.000,00 Passivo Circulante 5.500,00
Realizável LP 2.000,00 Exigível LP 1.500,00
Imobilizado 1.000,00 Patrimônio Líquido 1.000,00
Total 8.000,00 Total 8.000,00

O pagamento de fornecedores com cheque no valor de R$ 500,00:

a) não modifica os índices de liquidez corrente e geral.


b) melhora o índice de liquidez corrente, mas não altera o índice de
liquidez geral.
c) melhora os índices de liquidez corrente e geral.
d) piora os índices de liquidez corrente e geral.
e) piora o índice de liquidez corrente, mas não altera o índice de
liquidez geral.

6. O que ocorrerá se uma empresa apresentar um índice de


liquidez corrente igual a 0,80?

14
15

a) Terá muita dificuldade para honrar compromissos de curto prazo.


b) Deverá providenciar, uma redução simultânea e do mesmo valor,
no Ativo e no Passivo Circulante.
c) Estará praticamente falida.
d) Em condições normais, não poderá pagar suas obrigações de
curto prazo.
e) Em condições normais, não poderá pagar suas dívidas de longo
prazo.

15
16

6 ÍNDICES DE RENTABILIDADE

Avalia o rendimento, a lucratividade da empresa obtida em


determinado período.

“O índice quanto maior melhor”.

Índices Fórmula Exemplo

Margem Bruta Lucro Bruto 12.000 = 0,20 ou 20%


Receita Líquida 60.000

Margem Operacional Lucro Operacional 3.750 = 0,06 ou 6%


Receita Líquida 60.000

Margem Líquida Lucro Líquido após o IR 3.000 = 0,05 ou 5%


Receita Líquida 60.000

16
17

Exercícios

1.

Com base na demonstração de resultado apresentada acima, julgue


os itens a seguir em certo ou errado.

I. A empresa está operando com resultado positivo e a sua margem


líquida é superior a 6% sobra as vendas líquidas.

II. A margem bruta sobre a receita líquida é menor que 47%.

III. A margem operacional situa-se em torno de 10% da receita


líquida.

2. A Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa


Óleos & Lubrificantes apresenta as seguintes contas e
saldos, em reais:

Receitas de Vendas 45.000,00


ICMS sobre Vendas 7.500,00
Devolução de Vendas 1.100,00
Despesas com Vendas 2.800,00
Resultado Negativo de Equivalência Patrimonial 1.500,00
Provisão para Imposto de Renda 2.250,00
Despesas Financeiras 1.700,00
Custo das Mercadorias Vendidas 12.200,00

17
18

Com base nos dados apresentados, a Margem Operacional Líquida da


empresa será, em reais, de:

a) 0,35 b) 0,40 c) 0,50 d) 0,70 e) 0,75

3. Em 31/12/2015, o balanço patrimonial da Cia. ABC apresentava os


seguintes dados (valores em R$):

Caixa e Equivalente de Caixa 10.000


Clientes 20.000
Capital Social 60.000
Financiamento a Longo Prazo 24.000
Mercadorias 12.000
Fornecedores a Curto Prazo 10.000
Reservas de Lucros 6.800
Investimentos 12.800
Contas a Pagar 6.000
Imobilizado 52.000

Na análise econômico-financeira realizada, o analista apurou que o


índice de rentabilidade do ativo era igual a 2,5. Considerando esses
dados, pode-se concluir que o lucro líquido do exercício foi igual a:

(A) R$ 1.920,00 (B) R$ 2.400,00 (C) R$ 2.490,00 (D) R$ 2.670,00

18
19

7 CICLO OPERACIONAL

Fases operacionais existentes no interior da empresa, que vão desde a


aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas
efetuadas.

Fases operacionais de uma indústria

Aquisição de Matéria Prima - MP


Prazo Médio de Estocagem da MP - PME
Prazo Médio de Fabricação - PMF
Prazo Médio de Estocagem do Produto Acabado (PA) - PME
Prazo Médio de Recebimento das Vendas – PMRV
Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores - PMPF

Fases operacionais de um comércio


Aquisição de mercadorias para revenda
Prazo Médio de Estocagem - PME
Prazo Médio de Recebimento das Vendas – PMRV
Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores - PMPF

Ciclo Operacional Comercial


PME + PMRV
20 dias + 16 dias = 36 dias

Quanto mais longo se apresentar o ciclo operacional, mais elevado


serão às necessidades de investimento em giro.

19
20

Índices Fórmula Formulas

Prazo Médio de Estoque Médio x 360 360


Estocagem CMV CMV
Estoque médio

Prazo Médio de Fornecedores Média x 360 360


Pagamento Compras anuais a prazo ou Fornecedores
média Duplicatas a pagar
ou média

Prazo Médio Clientes Média x 360 360


Recebimento Vendas anuais a prazo ou Clientes
vendas anuais Vendas anuais a
prazo ou média

Rotação 360
Estoques Prazo Médio Estocagem

Rotação 360
Pagamentos Prazo Médio de Pagamento
Fornecedores

Rotação 360
Recebimento Prazo Médio de Recebimento
Vendas

20
21

Exercícios

1.

Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.520 Passivo Circulante 16.400
Dusponibilidades 1.200 Fornecedores 1.100
Contas a receber 6.000 Salários e encargos a pagar 800
Estoques 8.000 Tributos a recolher 5.000
Despesas do período seguinte 120 Provisões para conting. Fiscais 6.500
Adiantamentos 700 Outras contas a pagar 3.300
Outros valores a receber 500

Considerando o demonstrativo acima, que contém o ativo e o passivo


circulantes de uma companhia em uma determinada data, e ainda, os
princípios de administração financeira aplicáveis, julgue os itens
abaixo:

a) As vendas anuais da companhia, no valor de R$ 72.000, indicam


que o giro de contas a receber é muito lento, tomando por base
a mediana do setor em que ela atua, a qual corresponde a um
prazo médio de recebimento de vendas de 60 dias.

b) Considerando que a mediana do prazo médio de renovação dos


estoques que se verifica entre as empresas do setor em que atua
a companhia seja de 30 dias, é correto afirmar que ela apresenta
um giro muito lento para os seus estoques, considerando que o
custo das mercadorias vendidas no período foi de R$ 30.000.

2. Julgue os itens em Certo ou Errado

a) O prazo médio de recebimento de vendas de um ano de R$


360.000, para um contas a receber médio, líquido da provisão
para devedores duvidosos, de R$ 30.0000, estará em torno de
30 dias.

b) O aumento do prazo de renovação de estoques, com a elevação


de vendas e do custo das mercadorias vendidas, não requererá,
necessariamente, capital para o financiamento desse ativo
acrescido.

3.

21
22

balanço patrimonial (em R$)


movimento 1º movimento 1º
ativo 31/12/2001 31/03/2002 passivo 31/12/2001 31/03/2002
trimestre trimestre
circulante 178.000 43.107 221.107 circulante 82.000 34.142 116.142
disponibilidades 5.000 25.200 30.200 fornecedores 56.000 31.000 87.000
contas a receber de vendas 125.000 15.000 140.000 pessoal e encargos a pagar 5.000 5.000 10.000
estoque de mercadorias 46.000 2.407 48.407 tributos a pagar 6.000 1.642 7.642
despesas do período seguinte 2.000 500 2.500 aluguéis e seguros a pagar 3.000 500 3.500
realizável a longo prazo 5.500 500 6.000 dividendos 11.000 -11.000 0
empréstimos 5.500 500 6.000 empréstimos 1.000 7.000 8.000
permanente 65.500 40.800 106.300 patrimônio líquido 167.000 50.265 217.265
investimentos 2.500 4.000 6.500 capital social 100.000 15.000 115.000
imobilizado 60.000 37.000 97.000 reservas de capital 50.000 50.000
Intangível 3.000 -200 2.800 reservas de lucros 10.000 10.000
lucros acumulados 7.000 35.265 42.265
total 249.000 84.407 333.407 total 249.000 84.407 333.407

Julgue os itens subsequentes, observando os elementos dos balanços


apresentados nos quadros I e II, que se referem à mesma empresa e ao
mesmo período.

a) Pelos números apresentados, o prazo médio de renovação de


estoques de mercadorias é superior a 30 dias.

b) O prazo médio de recebimento de contas de clientes é inferior a 40


dias.

c) O prazo médio de pagamento de fornecedores é superior a 60 dias,


considerando que as compras do primeiro trimestre foram de R$
102.000.

d) A partir da análise do fluxo de caixa, observa-se que a empresa


está aplicando capitais no crescimento da sua atividade e na
compra de ativo fixo, sem contar com capitais de terceiros.

e) A margem bruta sobre vendas líquidas da empresa é de 48%.

22
23

4. Considere os dados abaixo, com valores em reais,


extraídos da contabilidade da Cia. Gama, referentes ao
exercício de 2014:

• Estoque inicial de mercadorias 10.600,00


• Estoque final de mercadorias 9.400,00
• Compra de mercadorias 70.800,00

Considerando-se que o ano comercial tem 360 dias, o prazo médio de


rotação dos estoques da Cia. Gama, no exercício de 2004, em dias, é:

a) 25 b) 50 c) 75 d) 100 e) 125

5. Analisando as demonstrações contábeis de uma companhia


comercial, elaboradas no exercício social encerrado em 31 de
dezembro de 2015, foram apurados os seguintes prazos (índices) de
atividade:

• Prazo Médio de Pagamento das Compras (PMPC) = 26 dias


• Prazo Médio de Recebimento das Vendas (PMRV) = 30 dias
• Prazo Médio de Renovação do Estoque (PMRE) = 20 dias

Considerando-se exclusivamente as informações recebidas, a boa


técnica de análise das demonstrações contábeis e a correspondente
interpretação dos índices apurados, o prazo médio que essa companhia
leva para vender suas mercadorias estocadas, em dias, é

(A) 20 (B) 24 (C) 26 (D) 30 (E) 50

23
24

8. ANÁLISE CICLO OPERACIONAL E FINANCEIRO

Ciclo Operacional

A soma dos prazos, PMRE + PMRV, representa o Ciclo Operacional, ou


seja, o tempo decorrido entre a compra e o recebimento das vendas
de mercadorias.

Ciclo Financeiro

É o tempo decorrido entre o momento em que a empresa paga aos


fornecedores e o recebimento das vendas (clientes).

Exemplo:

Empresa BIG

XI X2 X3
PMRE = 74 dias PMRE = 114 dias PMRE = 112 dias
PMRV = 63 dias PMRV = 67 dias PMRV = 70 dias
PMPC = 85 dias PMPC = 83 dias PMPC = 73 dias

Mercado

X1 X2 X3
PMRE = 66 dias PMRE = 67 dias PMRE = 70 dias
PMRV = 75 dias PMRV = 79 dias PMRV = 77 dias
PMPC = 69 dias PMPC = 76 dias PMPC = 78 dias

Análise de X1

Empresa BIG
Ciclo operacional = 74 dias + 63 dias = 137 dias
Ciclo Financeiro = 137 dias – 85 dias = 52 dias

Mercado
Ciclo operacional = 66 dias + 75 dias = 141 dias
Ciclo Financeiro = 141 dias – 69 dias = 72 dias

24
25

Exercícios

1. Determinada empresa apresentou os seguintes prazos


médios referentes ao ano de 2004:

• Prazo Médio de Renovação de Estoques - 24 dias


• Prazo Médio de Recebimento de Vendas - 15 dias
• Prazo Médio de Pagamento de Compras - 34 dias

É correto afirmar que esta empresa obteve, em 2010, um ciclo


financeiro:

(A) positivo de cinco dias.


(B) positivo de dezenove dias.
(C) negativo de cinco dias.
(D) negativo de dezenove dias.
(E) negativo de quarenta e três dias.

2. Foram calculados os índices de atividade de determinada


empresa e encontrados os seguintes prazos médios:

• Prazo Médio de Renovação de Estoques 36 dias


• Prazo Médio de Pagamento de Compras 45 dias
• Prazo Médio de Recebimento de Vendas 13 dias

Pode-se afirmar que esta empresa apresenta:

Ciclo Operacional Ciclo Financeiro


de
a) 4 dias negativo de 32 dias
b) 4 dias positivo de 32 dias
c) 4 dias positivo de 4 dias
d) 49 dias positivo de 4 dias
e) 49 dias negativo de 4 dias

25
26

3)

4. A Indústria Califórnia, efetuando um estudo com relação ao


seu ciclo financeiro, verificou que o prazo médio de estocagem
de suas matérias-primas é de 45 dias, sendo que os
fornecedores dão um prazo de 30 dias para pagamento das
duplicatas. A produção demanda, normalmente, um prazo de 30
dias, permanecendo os produtos fabricados estocados durante
15 dias à espera de ser vendidos. A política de vendas da
empresa é a de adotar um prazo de recebimento de 60 dias.

Com base nesses dados, de quantas vezes é o giro de caixa da


empresa?

(A) 3,43 (B) 3,00 (C) 2,57 (D) 2,40 (E) 2,00

5. Análise as informações a seguir:


Conta/saldo (R$)
despesa de salários 120
combustíveis a pagar 320
prejuízos acumulados 330
estoque inicial 600
contribuição social sobre o lucro 760
dividendos a pagar 780
26
27

fornecedores 780
amortização acumulada 990
estoque final de mercadorias 1.200
investimento em ações 1.230
despesas antecipadas 3.200
contingências trabalhistas 3.210
capital social 5.450
clientes 6.500
custo da mercadoria vendida 7.200
veículos 9.900
receita de vendas 26.000

Tendo como referência as informações contidas na tabela acima, é correto


afirmar que o giro do estoque apurado é

A inferior a 1.
B superior a 1 e inferior a 3.
C superior a 3 e inferior a 5.
D superior a 5 e inferior a 7.
E superior a 7.

5) Ainda com relação à tabela, o prazo do ciclo financeiro apurado, em


dias, é

A inferior a 110.
B superior a 110 e inferior a 125.
C superior a 125 e inferior a 140.
D superior a 140 e inferior a 155.
E superior a 155.
QUESTÃO 52

6) Segundo a tabela, o prazo do ciclo operacional apurado, em dias, é

A inferior a 125.
27
28

B superior a 125 e inferior a 140.


C superior a 140 e inferior a 155.
D superior a 155 e inferior a 170.
E superior a 170.

9. CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL) E CAPITAL DE GIRO

A princípio, quanto maior o CCL melhor, cuja fórmula representa: CCL


= AC – PC. No entanto, há que se considerar o segmento em que a
empresa atua.

Análise do Capital de Giro

A necessidade de Capital de Giro é a chave para a administração


financeira de uma empresa.

Necessidade de Capital de Giro, que designaremos NCG, é não só um


conceito fundamental para a análise da empresa do ponto de vista
financeiro, ou seja, análise de caixa, mas também de estratégias de
financiamento, crescimento e lucratividade.

Nenhuma análise econômico-financeira de empresa produtiva pode


prescindir de abordar a NCG, tamanha a sua importância.

28
29

Determinação da Necessidade de Capital de Giro = NCG

Ativo Circulante Operacional – ACO - Investimentos que decorre


automaticamente das atividades de compra, produção, estoque e
venda.

Passivo Circulante Operacional – PCO - Financiamento


automaticamente que decorre dessas atividades.

A diferença entre esses investimentos (ACO) e financiamentos (PCO) é


quanto a empresa necessita de capital para financiar o giro, ou seja, a
NCG. Portanto:

NCG = ACO – PCO

As situações básicas que ocorrem numa empresa, com relação ao


ACO/PCO podem ser assim resumidas:

ACO > PCO


É a situação normal na maioria das empresas. Há uma NCG para a
qual a empresa deve encontrar fontes adequadas de financiamento.

ACO = PCO
Neste caso a NCG é igual a zero e portanto a empresa não tem
necessidade de financiamento para o giro.

ACO < PCO


A empresa tem mais financiamentos operacionais do que
investimentos operacionais. Sobram recursos das atividades
operacionais, os quais poderão ser usados para aplicação no mercado
financeiro ou para expansão da planta fixa.

Fontes de Financiamentos da NCG

Para financiar as necessidades de capital de giro, a empresa pode


contar normalmente com três tipos de financiamentos:

 Capital Circulante Próprio


 Empréstimos e Financiamentos Bancários de Longo Prazo
 Empréstimos Bancários de Curto Prazo e Duplicatas Descontadas.

29
30

Exercícios

1. A parcela de capital aplicada pela empresa em seu ciclo


operacional, caracteristicamente de curto prazo, a qual assume
diferentes formas ao longo de seu processo produtivo e de
vendas, corresponde ao (à):

a) capital de giro.
b) capital próprio.
c) fluxo de caixa.
d) ciclo de caixa.
e) rotação de valores a receber.

2. Dados extraídos do Balanço Patrimonial da Cia.


Transamérica em 31.12.X0:

ATIVO CIRCULANTE R$
Disponível 30.000,00
Clientes 250.000,00
Estoques 180.000,00
PASSIVO CIRCULANTE R$
Fornecedores 150.000,00
Impostos a Pagar 40.000,00
Salários a Pagar 60.000,00
Empréstimos Bancários 90.000,00

Com base nessas informações, o Investimento Operacional em Giro


(IOG) da companhia é, em R$.

a) Nulo.
b) 90.000,00.
c) 180.000,00.
d) 210.000,00.
e) 250.000,00.

3. Trabalhando sobre as Demonstrações Contábeis da Global


S/A, Gregório Fortunato, Contador da empresa, encontrou a
seguinte situação no Balanço:

ATIVO PASSIVO
Disponível 280 Fornecedores 300
Duplicatas a Receber 500 Duplicatas a Pagar 100
Estoques 500 Duplicatas Descontadas 300
ATIVO CIRCULANTE 1.280 Salários a Pagar 80
Empréestimos a Pagar 400
PASSIVO CIRCULANTE 1.180

O Passivo Circulante financeiro, em reais, é:


30
31

a) 400,00 b) 480,00 c) 580,00 d)700,00 e)880,00

4) Analise as informações a seguir:


Conta/saldo (R$)
Caixa 100
QUESTÃO 49 outros valores a receber 300
Intangível 500
prejuízos acumulados 500
aplicações financeiras 800
contas a pagar 1.000
energia a pagar 1.000
impostos e taxas a pagar 1.000
Reservas 1.000
Clientes 1.200
Investimentos 2.000
salários e encargos a pagar 2.000
Empréstimos 2.000
mercadorias para revenda 2.100
exigível a longo prazo 4.000
Veículos 5.500
realizável a longo prazo 7.500
Capital 7.500

A partir das informações contidas na tabela acima, que se referem a


uma empresa hipotética, é correto afirmar que o valor da necessidade
de capital de giro dessa empresa, em reais, é igual a

A 900.
B 1.050.
C 1.100.
D 1.400.
E 2.500.

31
32

10 ESTRUTURA DE CAPITAL

Avalia o grau de endividamento da empresa e aplicação do capital


próprio ou de terceiros.

Índices Fórmula Exemplo

33.000= 0,42 ou 42%


Participação do Exigível Total (PC e ELP) 78.000
Capital de Terceiros Exigível + PL
em Relação ao
Capital Total

33.000 = 0,73 ou 73%


Participação Capital Exigível Total 45.000
de Terceiros ao PL PL

Composição do Passivo Circulante 32.000 = 0,71 ou 71%


Endividamento Exigível Total 45.000

Imobilização do PL Imobilizado 38.000= 0,84 ou 84%


PL 45.000

32
33

Exercícios

1. A empresa Ativa de Comércio Ltda, apresentou o seguinte


extrato de seu Balanço, em reais, elaborado em 31 de
dezembro de 2016.

Ativo Circulante R$ Passivo Circulante R$


Disponibilidades 2.232,00 Fornecedores 5.950,00
Duplicatas Receber 4.000,00 Contas a Pagar 8.100,00
Estoques 14.000,00 Passivo exigível a LP
Ativo RLP Financiamentos 8.430,00
Títulos a Receber 5.620,00 Patrimônio Líquido
Ativo Permanente Capital 11.000,00
Imobilizado Líquido 9.273,00 Reservas de Lucros 1.645,00
Total 35.125,00 Total 35.125,00

Para análise através de índices, a composição do endividamento do


ativo é:

a) 0,3600 b) 0,6250 c) 0,6400 d) 1,1500 e) 1,4400

2. Considere os dados, em reais, abaixo.

Itens Empresas
Alfa Beta Gama Delta Ômega
Ativo Total 1.250.000,00 1.340.000,00 2.250.000,00 2.650.000,00 3.125.000,00
Ativo Permanente 600.000,00 765.000,00 1.275.000,00 1.045.000,00 1.250.000,00
PL Total 575.000,00 965.000,00 1.250.000,00 1.115.000,00 1.215.000,00

A empresa que apresentou o maior índice de imobilização do


Patrimônio Líquido e, consequentemente, o maior comprometimento
do Patrimônio Líquido, foi a:

a) Alfa b) Beta. c) Gama. d) Delta. e) Ômega.

33
34

11 OUTROS ÍNDICES

Índices Fórmula Significado

Quanto cada unidade


Giro do Ativo – GA Receita Bruta monetária investida no
Ativo Ativo gerou de vendas.

Quanto cada unidade


Retorno sobre o Ativo - RSA LL antes das DF monetária investida no
Ativo médio Ativo gerou de lucro.
*Despesa Financeira
Quanto cada unidade
RSPL (Retorno sobre o PL) ou Lucro Líquido monetária no PL gerou
retorno do capital próprio Patrimônio Líquido Médio em termos de lucro
líquido.

34
35

Exercícios

1. Em 31/12/2014, foram levantadas as seguintes informações


da Empresa ABC (valores em R$):

Ativo Circulante 60.000


Ativo Não Circulante 180.000
Passivo Circulante 40.000
Passivo Não Circulante 80.000
Vendas 300.000
Custos e Despesas Totais. 172.000
Deduções sobre Vendas 80.000

Pode-se afirmar que, no exercício, a taxa de retorno do patrimônio


líquido correspondeu a:

(A) 40% (B) 50% (C) 70% (D) 250%

35
36

2. A companhia T apresentou as seguintes informações referentes


ao exercício social / 2013:

Demonstração do Resultado do Exercício / 2013


Receita Operacional Bruta 550.000,00
(-) Deduções (50.000,00)
(=) Receita Operacional Líquida 500.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (170.000,00)
(=) Lucro Operacional Bruto 330.000,00
(-) Despesas Operacionais (220.000,00)
(=) Resultado Operacional 110.000,00
(-) Imposto de Renda e CSLL (22.000,00)
(=) Lucro Líquido do Exercício 88.000,00

Outras informações:
• O Resultado Operacional é igual ao Lucro antes do Imposto de Renda.
• O Imposto de Renda e a CSLL foram devidamente calculados com
base no Lucro Real apurado no LALUR.
• Giro do ativo = 4.

Considerando exclusivamente as informações apresentadas e os


termos da análise das demonstrações contábeis, o percentual da taxa
de retorno sobre o ativo (rentabilidade) da companhia, em 2013, é

(A) 20,0% (B) 22,0% (C) 60,0% (D) 66,0% (E) 70,4%

36
37

12 FÓRMULA DE PREVISÃO DE FALÊNCIA

A análise discriminante leva obtenção dos pesos e ao fornecimento de


uma nota final que, comparada a uma escala de avaliação, dará a
classificação de risco da empresa.

A insolvência de uma empresa ocorre pela incapacidade de solver suas


obrigações, ou seja, pela falta de dinheiro no momento de vencimento
de uma dívida.

A falta crônica de dinheiro e a perspectiva a longo prazo de


agravamento da insuficiência de entradas em caixa em face das saídas
comprometidas caracteriza a insolvência, cujas soluções só podem ser
a concordata ou a falência.

Via de regra, a falta de dinheiro a curto prazo deve-se a cinco motivos:

 Desempenho de vendas aquém do esperado;


 Falta de controle das despesas;
 Prejuízos;
 Má administração do Ativo e Passivo Circulantes;
 Excesso de investimentos em Ativos (Investimento, Imobilizado e
Intangível).

Toda empresa tem um fluxo de caixa – movimento de entrada e saída


de caixa – em que as entradas naturalmente se equilibram com as
saídas. Essa harmonia é quebrada quase sempre por uma daquelas
cinco hipóteses e só será corrigida se a empresa for capaz de obter os
empréstimos adicionais necessários.

FATOR DE INSOLVÊNCIA – Avalia a solvência da empresa.

37
38

Modelo desenvolvido por Stephen Charles Kanitz

Índices
X1 – Rentabilidade do PL = LL / PL x 0,05

X2 – Liquidez Geral = AC + RLP / ET (PC + ELP) x 1,65

X3 - Liquidez Seca = AC-E-DPA / PC x 3,55

X4 – Liquidez Corrente = AC / PC x 1,06

X5 – Grau de Endividamento = ET / PL x 0,33

Fator = X1 + X2 + X3 – X4 – X5

Entre zero e 7 = Empresa está solvente


Entre -3 e zero= Empresa está em dúvida
Entre -7 e –3 = Empresa está insolvente

Exercícios

38
39

1. O modelo desenvolvido por Stephen C. Kanitz, utilizando a


metodologia de análise discriminante, para mensurar a solvência de
uma empresa é constituído pela seguinte fórmula:

FI = 0,05 X1 + 1,65 X2 + 3,55 X3 – 1,06 X4 – 0,332 X5

Onde:

FI = fator de insolvência
X1 = lucro líquido / patrimônio líquido
X2 = (ativo circulante + realizável a longo prazo) / passivo
exigível
X3 = (ativo circulante – estoques) / passivo circulante
X4 = ativo circulante / passivo circulante
X5 = exigível total / patrimônio líquido

No modelo, quanto maior o valor de FI, mais solvente é a


empresa. Logo, pode-se afirmar que a empresa será mais
solvente, segundo esse modelo,

a. quanto menor for seu retorno sobre o patrimônio líquido.


b. quanto maior for seu índice de liquidez corrente.
c. quanto maior for seu índice de participação de capital de terceiros.
d. quanto maior for seu índice de liquidez seca.
e. quanto maior for seu índice de liquidez geral.

2. Uma empresa apresentou uma variação do capital circulante


líquido negativa no exercício social de 2011 e, a partir de uma
análise da situação, solicitada por sua Diretoria, constatou que
houve uma sensível redução do contas a receber, em função de
uma nova política de financiamento de clientes e, por outro
lado, houve um aumento do prazo médio de pagamento aos
fornecedores, ampliando o contas a pagar, tudo isso em um ano
em que o lucro aumentou muito. Mesmo tendo sido observado
um aumento das disponibilidades, ainda o capital circulante
líquido apresentou variação negativa. Nas conclusões da
análise da situação financeira, é correto que o analista da
empresa conclua que a variação negativa do capital circulante
líquido foi um fator:

a) positivo, pois liberou recursos para investimentos, tendo


permitido a empresa crescer a sua planta instalada sem se
financiar junto às instituições financeiras.

39
40

b) intermediário, porque houve aumento na disponibilidade, apesar


da piora no ativo de contas a receber e no passivo de contas a
pagar, em função da redução verificada no primeiro e do
aumento, no segundo.

c) negativo, porque diminuiu o índice de liquidez corrente da


empresa.

d) negativo, porque além da empresa perder ativo de contas a


receber aumentou o passivo de contas a pagar a fornecedores.

e) negativo, porque aumentou as disponibilidades de dinheiro


parado, que deveria estar aplicado no negócio, diminuiu o ativo
de contas a receber e aumentou o passivo de contas a pagar a
fornecedores.

3. A análise de demonstrações contábeis envolve vários


aspectos, como a estrutura de capitais, a situação econômica
ou de rentabilidade e a situação financeira. Vários indicadores
são utilizados sobre elementos patrimoniais ou estáticos, sobre
elementos dinâmicos ou de fluxo, como a demonstração do
resultado e a demonstração do fluxo de caixa, e sobre ambos.
Sempre que se fizer uma análise a respeito de elementos
estáticos é preciso alguns cuidados para evitar o juízo
inadequado, especialmente quanto a índices de liquidez e de
endividamento. Um índice de liquidez elevado nem sempre é
bom e um de liquidez baixo nem sempre é ruim; tudo depende
do fluxo de caixa. Um endividamento alto pode ser bom, se o
custo do dinheiro produzir uma alavancagem positiva e a
situação de caixa estiver equilibrada. Da mesma forma, um
endividamento baixo, com alavancagem financeira positiva,
pode ser ruim. Em consonância com esse assunto, assinale a
opção correta.

a. Um índice de liquidez de uma empresa de 0,70 indica uma situação


sofrível, independentemente do seu ramo de atividade.

b. Uma liquidez absoluta de 0,01 é sofrível, mesmo considerando que


a empresa esteja operando com rentabilidade elevada, que tenha
um fluxo de caixa equilibrado e que esse quociente se apresente
assim apenas em um determinado mês.

c. A imobilização de capitais próprios de 0,30 é excelente, já que gera


sobras para formar uma liquidez forte. Mesmo considerando o caso
de um mercado em expansão e de uma empresa com excelente

40
41

rentabilidade, não é recomendável elevar o grau de imobilização,


para garantir sobras de capital de giro.

4. Acerca da interpretação de indicadores financeiros,


econômicos e patrimoniais, assinale a opção correta.

a. Em uma empresa que tenha necessidade de capital de giro


próprio para operar o seu negócio, quanto maior for o seu índice
de imobilização de capital próprio, melhor será para ela.

b. Do ponto de vista de segurança para terceiros que avaliam o


risco de uma empresa, quanto menor for seu índice de liquidez
corrente, melhor será para ela.

c. Para uma empresa que atue no ramo de comércio de


mercadorias a varejo e tenha vendas elevadas e boa margem de
lucro, quanto mais próximo for o seu índice de liquidez seca do
índice de liquidez corrente, melhor será para ela.

d. Do ponto de vista de folga para o fluxo de caixa de uma empresa,


quanto maior for a sua participação de passivo circulante no total
do passivo, melhor será para ela.

5. Do balanço patrimonial de uma determinada companhia, elaborado


em 31/12/2014, são conhecidos os seguintes dados:

Passivo Circulante.......................R$ 18.000,00


Realizável a Longo Prazo...........R$ 10.800,00

Com base na análise elaborada sobre a demonstração, foram obtidos


os seguintes índices:

Liquidez Corrente = 1,8


Liquidez Geral = 1,6
Solvência Geral = 3,0

Com base nessas informações, o balanço elaborado indicava que o


somatório do Ativo Investimento, Imobilizado e Intangível
correspondia a:

(A)R$ 25.200,00 (B)R$ 27.000,00 (C)R$ 34.200,00 (D)R$ 37.800,00

6. Solvência Geral indica a capacidade de cobertura que os ativos têm


para cobrir todos os passivos, sendo apurada pela seguinte fórmula:

41
42

Onde:
SG = ATO SG = Solvência Geral
CTER ATO = Ativo Total
CTER = Capital de Terceiros

Analisando os balanços de uma companhia de capital aberto,


publicados em janeiro de 2012, referentes aos exercícios findos em 31
de dezembro de 2010 e 31 de dezembro de 2011, um analista apurou
os seguintes índices de solvência geral:

Indicador 31/dezembro/2010 31/dezembro/2011


Solvência Geral (SG) 2,000 4,000

Considerando exclusivamente os indicadores recebidos e a boa técnica


de análise de balanço, apresente e explique a variação ocorrida na
estrutura de capitais de 2011, em relação a 2010.

7. Na primeira reunião da diretoria da Cia. Beta em janeiro de x3,


foram analisados os seguintes indicadores relativos aos últimos dois
exercícios sociais da companhia:

X1 X2
Retorno Sobre o Patrimônio Líquido 4,8% 7,43%
Retorno sobre o ativo 2,40% 3,38%
Margem líquida 2,00% 2,70%
Margem Bruta 26,50% 25,30%
Giro do ativo 1,20 1,25
Alavancagem 2,00 2,20
Liquidez corrente 1,80 1,60
Perfil da dívida 30,00% 32,00%

Para manter a tendência de aumento do retorno sobre o patrimônio


líquido, foram sugeridas algumas estratégias durante a reunião.
Sabendo-se que a análise horizontal indicou não ter havido variação no
total do ativo de x1 para x2, é possivelmente consistente com o que
foi feito durante x2 a estratégia de:

(A) diminuir a margem de lucro para aumentar o volume de vendas;

(B) diminuir o capital de giro, ampliando investimentos de longo prazo


que ofereçam maior rentabilidade;

42
43

(C) alongar o perfil da dívida da companhia, utilizando financiamentos


de longo prazo para ampliar os investimentos de longo prazo;

(D) aumentar a participação do capital próprio no financiamento da


companhia;

(E) reduzir os custos de produção e ampliar os gastos com publicidade


e propaganda.

EBITDA

Reinaldo Luiz Lunelli


43
44

Um indicador financeiro bastante utilizado pelas empresas de capital


aberto e pelos analistas de mercado é o chamado EBITDA, cujo
conceito ainda não é claro para muitas pessoas.

A sigla corresponde a "Earning Before Interests, Taxes, Depreciation


and Amortization", ou seja, lucro antes dos juros, impostos,
depreciação e amortização.

CONCEITO

Em linhas gerais, o EBITDA representa a geração operacional de caixa


da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas
em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos
financeiros e de impostos.

Difere do EBIT, conhecido como o lucro na atividade, no que se refere


à depreciação e amortização, pois o EBIT considera estes efeitos
contábeis.

A utilização do EBITDA ganha importância, porque analisar apenas o


resultado final da empresa (lucro ou prejuízo) muitas vezes tem sido
insuficiente para avaliar seu real desempenho em um dado período, já
que muitas vezes é influenciado por fatores difíceis de serem
mensurados.

CÁLCULO DO EBITDA

Um primeiro passo é calcular o lucro operacional, que, de acordo com


o critério utilizado no Brasil, é obtido como a subtração, a partir da
receita líquida, do custo das mercadorias vendidas (CMV), das
despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas
menos receitas com juros e outros itens financeiros). Vale lembrar que
a definição de lucro operacional em boa parte do mundo exclui o
resultado financeiro.

44
45

Já para calcular o EBITDA, é preciso somar ao lucro operacional a


depreciação e amortização inclusas no CMV e nas despesas
operacionais. Isso porque essas contas não representam saída de caixa
efetiva no período.

Em resumo, a depreciação de um equipamento quantifica a perda de


sua capacidade produtiva graças ao uso ou tempo, e, portanto, a perda
de seu valor para a empresa. Essa perda, vale ressaltar, é apenas
econômica e não financeira, ou seja, não há um desembolso efetivo do
recursos no período.

Outra conta que deve ser acrescentada no EBITDA é a despesa


financeira líquida, que foge do escopo de análise do indicador, ou seja,
de efetivo desempenho operacional. Assim, para o cálculo do EBITDA,
adicionam-se os juros, depreciação e amortização ao Lucro Operacional
Líquido antes dos impostos.

Vale lembrar que muitas empresas já publicam diretamente o


indicador, que não é de divulgação obrigatória de acordo com as regras
da CVM. Isso tende a facilitar a análise, embora muitos analistas
critiquem as diferentes metodologias adotadas, principalmente em
relação a itens extraordinários.

45

Você também pode gostar