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TORCIDAS DE NARIZ A BOURDIEU E PASSERON * José Carlos Durand Sociélogo da Fundosio Geto Vargas, de S. Paulo. Orge nizador da antologia Educerdo © Hegemonis de Classe, Rio, Zahar, 1979. A mindcia com que Vincent Petit examina a arti- culacdo interna de A Reproducao revela um empenho obstinado em indicar as insuficiéncias dessa obra, que pretendeu sistematizar proposi¢des em torno da imposi- cio cultural na relagdo pedagégica formal. Escrita por dois socidlogos franceses, e tendo por apoio, entre outros, uma série de andlises empiricas prévias acerca dos processos de selecdo social e de inculcagdo cultural na escola francesa, A Reproducéo recebeu uma bateria cerrada de objecSes, mais intensamente partidas de autores de filiagdo marxista, As criticas que, na Franca, se sucederam entre 1972 e¢ 1973', reproduziram-se Posteriormente no exterior. No Brasil, apés a traducdo “a seco” da obra em 1975%, (isto é, sem comentérios que procurassem pensésla para o contexto brasileiro ou agregar uma nota sequer de apresentacdo), péde-se vé-la severamente criticada em 1977 por Barbara Freitag”. Em 1979, Luiz Antonio Cunha ~ outro analista da edu caeio brasileira — dedicouthe extenso artigo*. Dai resultou um processo de incorporacfo/exclusso desses autores no campo da sociologia educacional brasileira Bourdieu © Passeron passaram entio a ser encarados como autores de uma sociologia — para ndo usar eufe- mismos — reacionéria, cujo maior perigo estaria em convencer de que a eficicia da ago pedagogica na imposieio ideolégica da dominacio de classe seria nada menos do que total e definitiva. Bento Prado Jr. apon- tou essa ordem de reservas aborrecidamente repetidas a0. mencionar “objecées de inspiracdo marxista que insistom, sem descontinuar (grifo meu, JCD) no fato de que Bourdieu e Passeron, depois de descreverem a funedo reprodutiva da escola, calam a maneira pela qual 6 refletido, no espago interior das instituig&es, pedagdgicas, 0 conflito de classes que atravessa 0 todo da sociedade. .."5. Bento Prado Jr. foi o Gnico a acen: tuar a dimensdo positiva do livro, nele localizando 0 onto de partida de um proceso de desconstrugio das representacdes vulgares acerca das. instituicBes, pedagdgicas. Ndo me proponho aqui responder & safra de obje ‘¢6es levantadas por Petit e os demais autores, por part: Thar do que reputo ser a principal dentre elas, ou seja, de que 2 énfase conferida por Bourdieu e Passeron as “m: nelras de ser perante o saber" descambou em A Repro- dugo para uma descrenga quanto a um saber universal que € précondicdo para estruturar uma aco politica 52 transformadora. E, em conseqiiéncia, por concordar que todo © saber como que ficou confundido perigosamente com uma aparéncia de saber, tornando impossivel operar a clivagem verdade x falsidade, necesséria& localizacdo combate da ideologia®. € vida, a meu ver, a observagdo de Petit segundo a qual, pela leitura de A Reproducdo, a ceducagio como que se reduz 2 um "jogo entre alunos ludibriados e professores cimplices", na medida em que Notas suscitadas pelo exame do artigo de V. Petit, “Les Contradictions “dele Reproduction”, Le Pensée, 168, abril 1973._0 autor agradece a Aparecida Joly Gouveie pela discussSo que levou a este texto e polas observarées feitas 2c mesma, 0s tulos conhecidos 80. os seguintes: Prost, Antoine, "Une soviologie stévie: La Reproduction”, Esprit, 398, 1970; Boudelot e Establet, L’Ecole capitalitte on France, Masporo, 1972; Potit, V., op. cit: Sainsauliou, R., "Sur la Reproduction de P. Bourdieu # J.C. Passeron® in’ Rewue Francaise de Sociologe, Vj, 3, uiholeet, 1975. A Reproducéo, elementos para uma teoria do sistema de ‘envino, Rio, Francisco Alves, 1975. Freitag, B.. Escola, Estado e Sociedade. EDART-Sio Paulo Livraria Egitora Lida, 1977 "Notas para uma leivura da teoria da violencia simbélica”, Jn Eaucaedo & Sociedade, n° 4, setembro 1979. Bento Prado Jr. "A educacdo depois de 1968, ou cem ‘anos de ilusio", in Descaminhos do educardo pée68, Sie Paulo, Brasliense, 1980, p.20. Convém pereeber que @ linguager empregada nas siénciat sociais € na filosofia, © apelo & legancia na redacso (a valo- rizagdo explicita do estilo como $2 pode observar nos elo ios em bancas de tes), 0 uso de epigrates @ um sem numero de sinais indicam que 3 nfase nas “maneiras de ser perante (0 saber” nesses dominios estdo muito mals impregnadas do {que so imagina. Assim, dove-se descartar 2 iosia de que sou fxame £0 #0 justifique no entino de letras, ou que 2 explo- racdo da relard0 com a cultura, por meio do qual Sourcieu esmontou as condutes arstocratizantes no ensino superior francés, sola vigente apenss nos estudos literdrios, au cigar reapeito 2 algo muito particular & Franga, como shuns inst fauam 2 fim do restringir © alcance de sua andliso. Basta co- tear oF textos do cidncias Foci com oF relator de pesquisa ‘om biologia ou agronomia, por exemplo, para se ver que no ‘nosso dominio se estd muito longe oa linguagem direta, eco. ‘ndmica de palavras e da efeitos de retorics que se v8 aplicade 2s cidncias nacurais. Basta ainda observar — por exemplo, nas sages da SBPC ~ as comunicagdes de centistas naturals pera reparar 0 quanto eles parecer “tosc0s" ou "aipiras” na sua festampa pessoal e na sua forma de expresso quando comps ‘ads 208 clentistas socials © 90 engenho que estes mobilizam para catvarplaaias. Cad, Pesq., Sé0 Paulo(43): 52-54, Nov. 1982 provoce @ divide absurda de se valeria ou no a pena o dominado pretender a educacdo escolar, Mas quero des- tacar uma dimenso das contribuigdes de Bourdieu que tende a ser negligenciada em razio dessa critica severa, destaque esse que parece tanto mais oportuno quanto ‘mais se conhecem c: perigos daquela atitude de rejeic30, {que consiste em “jogar a crianca fora, junto com a agua do banho"””, A Reproducao nfo pretendou ser obra final de Bourdieu em seus estudos acerca do sistema escolar, nem este foi seu Gnico ou principal objeto de interesse. ‘Ao tempo em que a escreveu, Bourdieu avancou em ter: ‘mos empiricos e teéricos em formulagées acerca da pro- ducio e circulacio de significacées na sociedade de classes. Nesse ambito mais geral de preocupacées, cui dou ele de esmiucar a estrutura interna dos meios de producio da alta cultura ‘A sociologia dos meios intelectuais 9 que entéo comecou a empenhar-se derivou, durante os anos seten- ‘ta, para um nGmero apreciével de estudos sobre a consti- tuicgdo histérica € 0 estado atual de concorréncia entre produtores culturais, intermedirios e destinatarios finais®. Por deteds desse programa, prevalecia a idgia de que 0: espacos da producdo cultural sio passtveis de uma andlise sociolégica, e que o principal obstaculo a essa sociologia esté justamente no pretenso cardter de excegdo que a ideologia carismatica da “criacdo" confere ‘208 produtores da “alta” cultura, procurando fazé-las ppassar por préticas “desinteressadas"” Todavia, tal critica 8 ideologia dos dons, ou da genialidade, no chegarie a provocar tanta repulsa coma provocou se a desconfianea de Bourdieu em relaco ao carater “tnico" da obra e do produtor nfo se fizesse acompanhar de uma desconfian- ‘ga semelhante em relaco ao que seria o sa/do final de efeitos politicos do trabalho intelectual. Em outras pala- vras, se a teoria da ideologia, tio desenvolvida no marxis mo, dé conta das correspondéncias que existem entre os interesses das classes fundamentais e sua expressio sim: bélica, na verdade ela capta tdo somente os efeitos polr- ticos externos, isto 6, sobre o conflito de classes a0 nivel macro social, relegando ao siléncio os efeitos internos {em relacdo aos meios socials dos produtores de cultura) No limite, uma linha de preocupacées com esses efeitos internos admite que até mesmo o marxismo possa ser afetado, em sua eficiéncia politica, pelos rituais do campo intelectual onde se constroem as reputacses filo- séficas e cientificas © onde a producdo se dé cada ver mais em termos de carreiras hierarquizadas e institucio- nalizadas e portanto protegidas por um esprit de corps ‘que ajuda a assegurar uma condi¢go de vida acomodada, @ por vezes mesmo burguesa, a um bom néimero de inte lectuais, Assim, a academicizago do marxismo néo pas saria sem conseqléncias para ele proprio enquanto teoria pretendente @ arma politica das classes proletérias” Desse modo, se concordarmos com Petit que a escola serve & dominagdo de classe procedendo a “canalizago"” dos candidatos a0 saber e & “neutralizacio do poder de transformacio das relacées de classe imanente ao saber, poderemos acrescentar que a critica & escola capitalista deve também incidir sobre o processo de academicizagdo do marxismo e dos rituals de reasseguramento da ortodo: xia que pretendem opor, na sua versio mais vulgar, 0 “funcionalismo" (sinénimo sem mais de conservacio, de Torcidas de nariz. reacionarismo, de pobreza de espirito) ao “marxismo”” (sindnimo sem mais de visio critica global e de contest io revolucionéria), Essa academicizacio seria uma das ‘manifestacées da referida neutralizacdo, ‘Shanin, enfastiado ¢ irritado com interminavel dis cussio em seu dominio de interesse, a agricultura capita lista, oferece um desabafo que bem ilustra 0 processo de neutralizago referido, Comentando a “"redescoberta”” do ‘camponés como tema de sociologia agraria na ultima dé: cada, redescoberta devida a uma conjuncao de fatores, centre os quais uma sucessio de crises na agricultura mun. dial, assinala ele: “a estrutura das casas editoriais trans: formou tudo isso em moda, crescentemente controlada pelas leis do mercado da moda, Isso significou um rapido aumento da utilizago da palavra como um truque edito rial (20 lado de mulheres nuas e camisas com retratos do Che). Significou brigar por dizer alguma coisa de novo ‘ou de bom para fazer carreira, em um campo que se absrrotava depressa, muito antes que qualquer avanco real do conhecimento o justficasse. Facil predizer o esti- gio seguinte, dentro da racionalidade de tais dinamismos ‘académicos: desencantamento, sinais de fastio com 0 ‘ermo utilizado em excesso e trivializado, descobertas de sua ‘néo-existincia real’, apelos a desconceituacio, inves tidas em novos truques e, freqientemente, tentativa de tirar academicamente proveito da desmititicaco de velhas predileges (. ..), Estamos agora nos aproximando rapidamente desse estagio, dentro do ciclo da moda cam ponesa. Ela mostrou-se ‘articulads a’, e ‘sobredetermina dda conjunturalmente’ por uma onda de marxismo dedu- cionista nas universidades ocidentais”!®. Ressalvado 0 7 Notese que o extenso @ bem articulado texto de Cunha omega com um pardgrafo em que destaca a relevincia de A Reproduce como sobre mais importante de sociolo- tia educocional eserita na erteira de Durkheim, 3pbs tanto {empo da edigso dos escritos desse fundodor sobre o assunto. E nada apregs, do segundo pardgrafo erm diente, que conere tize ou convenca dessa importancia. Por que entso 2 frose? Por que 2 necessidade desse bor-mocismo, se nada 0 confir- mma e, portanto, por que perder tanto tempo esmiucando Sus contradiges © lacunas? Seré que a isenedo cedeu lugar Birla exorcizante? Pode-se mencionar aqui 0 artigo “0 mercado dos bens sim botiees" de 1870 (in Bourdieu, P,, A economia das trocas simbdicas, Perspective, 1974) indicar em bioco as contri baicoes do autor,e de sua equipe divulgadas na revista Actes Ge le Recherche, editad 2 partir de 1975, Nao se tsta aqui ‘de querer desviar 2 steno para outros dominios de pesaui- fa que ele enfrentou, mar sim mostrar que ¢ essa sociologia dos meios intolectuais que permite sitar muites das questées fque Bourdieu colaca a respeito do sistema de ensino © de Sua insereo na Sociedade de classes. Gr. por exemplo, © artigo de Bourdieu ironicamente int fulado "La lecture de Mare: quelques remarques critiques P propor do "quelques remarquer ertiques & propos de Lie le Capital”. Actes de la Recherche, SI6 nov. 1975, fonde € comentada 2 dimensio racralizeda a que pode chegar © marxlemo, na medida em que seu cultivo seadémico san fiona uma disputa infinita pele ortodoxia, acionando um processo de celabragao rweiproca entre os envolvidos nas frances contendae tedriess,@ 3 formacdo de uma coorte de facerdotes autorizados. Shanin, Teodor, “A definiela de camponés: conceituacdes & Sesconceituegdes, O velho e novo em uma discussSO mar xista", 9 Estudos Gebrap, 26, 1980, pp. 41-80 53 tengano de Shanin em deslocar para a concorréncia e para (5 interesses econdmicos dos editores a responsabilidade ‘maior da escalada da moda no campo cultural, nada mais elogiiente do que essas linhas para mostrar @ realidade interna de um campo cultural, sua temporalidade parti: cular e 05 efeitos de imposi¢ao de temas, de linguagens ede maneirismmos! E til observer nesse ponto uma situacdo interes: sante. Desde que o cientista social se valha das categorias ‘marxistas para examinar como um determinado ramo ou setor da produgdo material em uma dada formaco social se ajusta ao principio da valorizacio do capital, destruin- do ou redefinindo relagdes de trabalho nfo cepitalistas, ele esté, no cotidiano do campo intelectual onde o marxismo € hegeménico, a margem de divides quanto ao seu trabalho ser simplesmente um “‘estudo de reprodu 80", € isento de objecdes quanto & sua importancia pro- priamente politica, Quando, porém, em dominios que no tiveram, da parte de Marx, 0 mesmo desenvolvimen- 10 te6rico que ele alcancou no exame da produgdo mate- rial, procurar valer-se de conceitos de outras matrizes ou tentar formular relagdes no formuladas, correrd o sério risco de ser acoimado de “funcionalista”, ainda que no ense a sociedade de classes como comunidade de inte- resse — este sim 0 vicio de raiz que compromete como, ideologica boa parte da socialogia ocidental, e a torna candidamente ingénua. Dessa forma, desde que tome as eategorias marxistas como instrumental de anélise (ou, como retérica expositiva), poderd ele comprazer-se no exame intermindvel de conjunturas politicas bem distan tes, de movimentos sociais que no deixaram seajiela alguma no presente, ou ainda poderd dedicar-se aos mais esotéricos ensaios epistemolégicos, na convicedo de que serve a interesses sociais alevantados. Ou seja, de que seu irabalho se inscreve na “uta de classes” Essas observacdes so feitas para contestar a in- transigéncia com que, em nome dos interesses das class ses subalternas, so encaradas as formulacées sociolégi- ‘cas que se atém — para usar expresso reiteirada entre os eriticos de Bourdieu ~ as “variagées compativeis com 0 sistema”. E como se 0 pecado mortal de no apontarem, explicitamente para contradigées politicamente explosi- vas as comprometesse irremediavelmente como conheci ‘mento real. Hé muita “variaco compativel com o siste ma” ainda a ser conhecida, ¢ sem davida alguma, as for ‘mas de competigéo pela exceléncia do mundo intelectual © académico ndo tinham sido, até as formulagdes de Bour: dieu, objeto de andlise mais sistemética. Na verdade, 0 ue parece provocar mais indignacdo ndo € o ter-se atido Bourdieu as “variagdes compativels com o sistema’, mas, (0 de ter lancado luz na condic&o socialmente privilegiada das “elites” intelectuais e de suas estratégias de oculta ‘930 desses privilégios em tomadas de posicdo proféticas e radicais que negam simbolicamente essa prépria condi a0. Seria possivel mesmo, sem querer provocar confu: séo, dizer que, considerada em si, a obra maxima de Marx, O Capital, vem a ser um grande esforgo de abstra- 80 com 0 fito de captar a dinamica da produgo mate rial retendo as “variagdes compativeis com o sistema”, a saber, com 0 principio de valorizacdo do capital. Afinal, © 0 proprio Marx quem adverte: “0 que nos interessa a ui ndo é precisamente o grau mais ou menos alto de de. 54 senvolvimento das contradi¢des sociais que brotam das leis naturais da produgSo capitalista. Interessam-nos, tes, e3sas leis em si, essas tendéncias que agem e impdem- se com necessidade férrea” (grifos de Marx)" ‘Tomando © conjunto das formulagées de Bour- dieu acerca do sistema escolar (particularmente o ensino superior) e dos principios de estruturagdo interna dos meios culturais eruditos, e pensando-se a sua possibilida- de de extrapolaco aos campos universitério e cultural dos palses periféricos, como o Brasil, percebe-se uma situagdo bastante diversa daquela defrontada em Franca. No Brasil, a produco cultural e os circulos de produto- res encontram-se muito menos protegidos contra o exer- cicio da forca por parte das classes e grupos dominantes a nivel do Estado. Bastaria mencionar sem pormenor o exercicio da censura e as diretrizes de politica educacio- nal que exprimem uma tentativa muito nitida de impedir que os intelectuais exercam poder sobre a selecSo escolar (como, por exemplo, via vestibulares classificatérios ou via estimulo privatizago e expansao do ensino supe- rior com fins comerciais) para se captar diferencas de re- evo. Na Franca, a0 contrério, conjugam-se os efeitos de uma maior difuséo da cultura erudita a uma articulag5o muito mais forte da sociedade civil, que garante, ao mes ‘mo tempo, continuidade ao jogo democrético no nivel Politico, e protecdo instititucional aos intelectuais. Apesar de tudo, como conseqiiéncia de um modelo. ‘concentrador de riquezas e seu correlato educacional {aumento répido das facilidades de escolarizagio das classes altas e médias a nivel secundério e superior, em descompasso com a alfabetizacdo das grandes massas das classes populares) vern o sistema escolar brasileiro expan- dindo-se e abrigando volumosos efetivos de professores. sso aciona, por sua vez, maior profissionalizacio do tra- balho cultural e uma diversificagdo maior das categorias de produtores e de intermediérios envolvidos no circuito cultural. Em suma, rapidamente e com tendéncias de acentuagéo, 0 peso dos interesses categoriais e a rede de relagdes que unem os diversos tipos de intelectuais entre si € a suas instituicées de trabalho, a agéncias de Financia ‘mento estatal, 8 rede de editoras, jornais e outros meios de divulgacdo, revestem 0 campo cultural de uma densi- dade que néo pode ser negligenciada enquanto mediago no conflito de classes a nivel mais amplo. Na medida em que isso vier a ser percebido devida ‘mente, verificar-se-é que muita coisa hd se passando sob © 01 @ que é irredutivel aos desfgnios do capital ou do Estado totalitério. 11 Mans, K., © Capital, prélogo & primeira edie6o, pa. XIV da 1edigS0 do Fondo de Cultura Eeonémica, Se se Comparer 0 tempo que Marx despendeu com O Capital com 0 que ele {estou no Manifesto Comunista @ em suse anlises de conju. tra politica, verse que a maior parte de tou exforeo inte- lectual consumiu-se em ...“varlacdes compativels com 0 ss: Cad. Pesq. (43) Nov. 1982

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