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Nutmeros Complexos 1. Introdugio Bm 16545, Jerdnimo Cardano (1501-1676), em seu liv “Ars Mag- na” (A Grande Arte), mostrou o método para resolver equagoes da tereeiro grat que 6 hoje chamado de Férmula de Cardano. Bom- belli (1526-1572), discipulo de Cardano, em sua “Algebra”, aplicou a férmula de Cardano & equagao x — 15x -4=0 obtendo xa (ay aa 2a. Embora no se sentisse completamente a vontade em relagio as raires quadradas de ndimeros neqativos (dizia que eram ines © sofisticas), Bombelli operava livremente com elas, aplicando-Ihes as regras usuais da Algebra ‘No caso, Bombelli mostrou que (24+ VoT)? = 243-22 VOT 43-2. (VT) + VP 84 12V=1-6- Va 240vaT =24 Voi. 24 Va 249 {2- VA = 2- Var. Logo, ¢,analogamente, Portanto, ovalor de x 6x = 24+ V=T+2~- =I =4. Como 4 érealmens raiz da equagio, a partir de Bombell os mateméticos passaram @ usar as raizes quadradas de nimeros negatives, em- bora se sentissem um poucn desconfortaveis com isso. Bombelli trabalhava sistematicamente com a quantidade y=T, que hoje chamamos de unidade imaginéria erepresentamos por . Apenas no século XIX, quando Gaus (1787-1856), o grande matemético da época ¢ um dos maiores de todos os tempos, divulga repre sentagio geométrica dos nimeros complexos é que essa sensagéo de desconforto desaparcee. 2 A forma algébriea ‘Um miimero complexo é um mimero da forma x + vi, com xe y reais ei = V1. Fixando um sistema de coordenadas no plano, © complex z = x + yi érepresentado pelo ponto P(x, u). © ponto & chamedo de imagem do complexo z, Como a correspondéncia entre os complexos ¢ suas imagens é um-a-um, freqientemente {dentificaremos os complexos a suas imagens eserevendo (x,y) + yi. O rlano no qual representamos os complexos é chamado de plano de Argand-Gaus* (0s niimeros representatios no eixo dos x so da forma (x,0) = Xx +04 =x isto 6, so mimeros reais, Por esse motivo, o eixo dos x 6 chamade de eixo real Oscomplexosrepresentados no eixodos y so da forma (0,u) 0+ yi =i. Eases complexos sio chamados de mémeros ima- sindrios puros. As coordenadas x,y do complexo z = x+ visio chamadas res- pectivamente de de parte real e parte imagindria de zo, Rscreve-se Oscomplexas 2 =x+yie2’ = x'+y' sfoiguais (par definigao) 50, © somente se, x =x’ ey = y’. Em particular, tom-se x +iy = 0 se, e somente se, x= Oey = 0. Argan, 3 (1768-1820, tems fran Exemplo 1. a) (2431) +(4—-) 6424, b) (243i) (4a) = 2444 ©) (243i) (4—t) = 8—2i4+ 121-3? d) (2434)? = 2742-2-31+ (34) 54121 © conjugado do complexo z =x + vi, xe reais, 60 complexe 2 = x—vt. E ficil ver que complexos conjagados tm imagens simétrieas em relagio a0 eixo real. Note que o produto 8—H412-3(-1) = 1 +108 ABE S44 FHT BBs bet yl): (x —yl) yet yy? é um nimero real. Para dividir ntimeros complexos, multiplica- mos dividendoe divisor pelo conjugado do divisor, oque transforma © problema em uma divisdo por um mimero real, Exemplo 2. 243i_ 24 Sei 7 ‘As poténcias de { aprosentam um comportamento interes- sante. Observe abaixo 0 céleulo das sete primeiras poténi 143i Sy wa P=C)-)= ""-1 = 1", Isso nos permite estabelecer uma regra para 0 cAleulo de poténcias de t. Para caleular ‘", divida n por 4; se + 60 resto dessa diviséo, temas i” = i". Com eftito, se q & 0 quociente da divisio, * = #9""= (3/9 4 10.4 oi Exemplo 3. Caleular (177795317 Solugdo: Basta determinar o resto da diviséo de 1999 945347 por 4. Ora, para doterminar o resto da diviséo por 4, basta deter- minar o resto da diviséio do nimero formado pelos dois dltimos algarismos, no caso, 47. Como 47 dividido por 4 di resto 3, temos foes ey Exemplo 4. Resolva a equagio 2 °. Solugso: Temos bya aee _2tv—4 242i ee Exemple 5. Determine as raizes quadradas de 3— 4i, Solus: Queremos determinar os complexos 2 =x+-yi, xey reais, tais que 2# = 3—4i, Temos Bales ya + Qi tye = Fy) + 2evi Para que esses complexos sejam iguais, eles devem ter as mesmas coordenadas. Dai, {oul A segunda equagio dy = ~2/x; substituindo na primeira equa- io obtemos ou ainda, x‘ ~ 3x? Dai, x2 = 4 00 x2 =—1. Como x 6 real, temos apenas duas possi- bilidades: x = 2.oux = -2. Como y = —2/x, obtemos y = —1 ou ‘y = ly respectivamente. As raizes silo 2—ie 2 +i. Poderiamos aproveitar um resultado conhecido que é a férmu- la de transformagio de radicais duplos: = Vane AsV , [A= VB v3-8 = V3— Vee = y3- vaT6. Aplicando a férmula de transformagao com A = 3B = —16, temos RB = I= HI =5 um dos valores de Va-Ve=vi=a é AsVAr=8 [A-VR=B_ (373 [3-5 z z ~ 2 2 =2-V=2-1 B claro que a outra raiz quadrada 6 —(2 —~ i) 244. Exemplo 6. Identifique geometricamente 0 conjunto dos comple- xos da forma z = t + it?, quando o mimero real t varia de 0 a1. Soluso: As coordenadas das imagens desses complexos sio x y= 1, com O 1. ztl ® on!) 8) Sezéum complexo ndo-real, qual éanaturezadoquadrilétero ceujos vértices s80 as imagens de 2,7, -e—2? (1-az4i e+ (14iW=0 2 est ose 1 10) Determine os complexos z tais que 2-+ > 11) a) Prove o Teorema de Bramagupta’: Se ae b so niimeros naturais ¢ cada um deles é uma soma de dois quadrados perfei- tos entao ab também é uma soma de dois quadrados perfeitos. b) Esereva (5?+6) (72+ 102) como uma soma de dois quadra- dos perfeitos. 12) Determine o polinémio de segundo grau, de coeficientes reais, que admite 1 — 3i como raiz. 18) Determine a real para que a equagao 2?+ (a+iJz+2—3i=0 admita uma raiz real 14) Simplifique: a) ¥2+V3. by V7-+4¥3. 15) O polinémio P(z}, de coeficientes reais é tal que P(1 ~ 2i) = 243i, Determine o valor de P(1 +21). 16) Uma das raizes da equago x* + bx? + 143i, Determine as outras. 17) Para n inteiro, quantos valores diferentes pode ter a expresso mt 18) Caleule 1+ i+ i++ +4". E+E Uetz 19) Prove que Re(z) = == e im(z} = 5+ 20) Resolva as equagdes: a) 2+22 = 6+. =0, bec reais, é b) (I+z+3iz *Matemétca hindu do slo VIL

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