Você está na página 1de 22
Corpo e mente Silvana de Souza Ramos 0 PENSAR temas foram cuidadosamenteselecioados para abr ar os topics mais importantes da reflexao fiesca tual, sempre conectados com a histria do pensameto, ‘Assim, a colegdodestina-se tanto quel que de Scam Iniciar-se nos caminhas das diferentes flosofias ‘como iqueles que j esto habituados aces e querem contnuar oexercicio da reflex, flanos de “ior sofas’ no plural. pois no hé apenas uma forma de ensamento Peo contri, hi um caledoseépio de ‘cores floscas mulo diferentes inenss. ‘Ao mesmo tempo, esses volumes sto tamivém um materia eo para o uso de professors eestudanes de Filosofia, pois esto interamente de acodo com 38 covientagdes cuticulares do Minisério da Edveasio Pata 0 Ensino Méioe com a expectatvas dos cursos Discos de Filosofia para as fauldades brett, Os Autores sto especialistas reconhecidas em suas reas, criativos e perspcares,ineiramente preparades para 15 objetivos dessa viagem pelo pais mulfacetado das loots ‘ej bem-vindoe boa vingem! INTREDUCAO 0 que 6 ser humano? _Algumas cies podem parecer muito cars. prin- tipalnente as que se referem a nés mesmos. Asim, ereditamos saber o que € 0 ser humo. Mas, se nos Interogamos um pouco, descobrimos aspectos nunca magic. ‘Saqunio uma defniio recorrente, formulas ma antiga Gricia, por Aristtles (385-322 aC), demos fzer que © Komen & um anna raconal. Em tnhas eras essa defingo pretend expliar 0 fto de que {© howrem, como qualquer animal, possui um corp, fenibor: nose reduza aso, Notas lavas o homem, rio € apenas uin animal, na medida em que nio & ‘apaz somente de realizar a5 tarelas exighas para a rmanengto da vida. O homem seamen, se repro hz psi sertidos que he permitenexploraro mundo ‘awe ncireunda, alm de conviver com sres de diver- sas esc. Pork, € precio acrescentar que ele possul ums cexisténcia esititual © homem er, tem sentimenios, fae eines, esree vos, produ lls que onganlzam socledades, fiz ate e pode aida refletir a respeito de tao isso, Em resuno: © homem, diferentemente dos ‘outros animais & conscente daqullo que fz: poe, pelo pensamento, ampliar constantemente 0 alcance € senda de suas tildes. ‘Ala etm nos sures: a experncia parece grant cvidencia dessa formula. Pos, a0 defini 0 homem conto um animal racinal, parece que consegut- ‘mos dar conta dos elementos rsponsvels por fazer de fam home, un omen. Mas seri que essa definigao realmente respond & prgunta a respite de nosso se? io sera preciso investiga com maior euidadoo que & Mine cont, um animal ou um corpo vive? Alem ‘so, o que signs exatamenteserracional?Signifca ‘que somos os ties Seres a possui uma mente capa de ensat? Que set Mas, eno, precsanos defini © que {mentee 0 ue € persamente. Poderiamoscontnwar ‘multigicand infeamentenosasdividas. Feros cr= tern da ensncia de ness prio compo? Fle no po- ease uma uso, como mum sono? Depois de fee ese tipo de questionamento, Jt mo senimos a ssguranga de antes Pois nossa defini= {inal em ver de responder & pergunta que Mac- nos, tornou-a mito mais diel. Que faze, eno? Para ajudar-aos a eslaecer nosso tema, acompa~ hemos a reflexio de dos pensadores extemamente Jmportantes na sistrla da Flosola: René Descartes (1596-1650) Maurice Meleau-Ponty (1908-1961) i 41. 0 mistério da unido entre corpo e mente 1. Pensar como um gebmese Em sua obra Meditagies metafseas, 0 Msofo frances René Descartes salient a insufléncin das de- fnigoes para dar conta de ntureza do homem. Se uno Descartes, nto podemos defn algo que anda {feseonnecemos, por melo de leis igualment desco aecidas. Em outraspalawas, no deveros defini Fomem como animal ou com racional se no sabe pros exatamente o que sihiicam as ideas de anim Tidade ou de racionalidade ‘Mas, se assim €, sel que Bearemos eterammente reson mum Grculo vicioss? Ser que jamats podere iso desafo que Descartes Se props wencer plo es tetecment de um novo método de reflexdo, Para of | : a valldadepartindo de iin lara e distin. & © ‘aminho em diego a0 conhecimento deve comesar or alguna verdad j& certcada por ns. Precisamos ‘contra um solo seguro antes de comecara constr ‘odo saber. Pr isso, Desearessstenta que devemos pensar como gedmettas, pos, quando umn matemstico no sabe, por exemplo, 2 altura de um tingle, pode ‘caluli-ta por meio de medidas} conbecidas. Ele po te comegar pela medida de um Angulo intemo da fra, 0, ainda, pode ptt da Targura da base ou da hipotenuss ses medidas frmecerdo os elementos a= ins por mio dos qua gedmetta poder descobrir a altura do angul. ‘Muito bem, Apliquemos eno metodo do gebme- ‘ra a0 problema que estamos dscundo: © que €um er human? 0 que sabemos com seguranca a espeito dese sr para que possamos enfin descrevé-to com eareza? 2, 0s sentidas nos enganam Sabet, em primero hg, que verosclnco sen- tidos visio, a audigio 0olato,o paladar 0 tao Vejamos, pos, que tio de cenhecimenta os semtidos nos trazem e a€ ue ponto des so verdadelamente confidvels.Incialmente, podemos dizer que eles nos permite perceer as qualdatessersives do mundo ‘exterior, Venos cores, ouvimes sons, sentimos adores, sores ¢ texturas, Os sentido sb uma ese deja nea através da qual podemos apreciar 2 imagem do mundo sob diversosaspecos Porm, questiona Des cares, ser que essa Imagem comresponde 20 que 0 ‘mundo realmente & Noutas paves, podemos conar nas Informacdestrazas pelo sentdos? Analiscmos algiumas studs. Quando avsto 20 Jonge uma torre, ela me parece pequen, sinto que posso media pela dstncia que separe meu dedo in ficador do polegae, Contuda, quando me aproximo, ere que trata de uma pore consti men samente maior que mina pra estarua. Ou, ands, ‘quando veo um bastio mergulhado pela metade num reciente com gua, ee me parece quebrado. Port, 20 retri-lo da agua, ercebe que ele est completa ‘mente intact, sem nenhuma fisura. Que der dessas experiuclas? Nelas, nto encanramios nenhuma cor- teza; pla contro, as informacdes dos sentldos se —

Você também pode gostar