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Funcées de Varias Variaveis e Suas Derivadas RESUMO —Fung0es com duas ou mais varidveis independentes aparecem com mais frequéncia em ciéncia que fungGes de uma ‘nica varidvel, e seu eélculo & ‘ainda mais extenso, Suas derivadas so mais variadas e mais interessantes por causa das diferentes maneiras como as varidveis podem interagr, e suas inte arais Ievam a uma variedade maior de aplicagoes. Os estudos de probabilidade, estatistica, dindmica dos fluidos e eletricidade, para mencionar s6 alguns, con- duzem de uma maneira natural a fungSes de mais de uma varidvel. A mateméti- ca dessas fungdes € uma das mais extraordindrias realizagdes em ciéncia ‘Como veremos neste capitulo, as regras de célculo permanecem essencial- mente as mesmas quando trabalhamos em dimensOes maiores. Precisamos cobservar ao mesmo tempo as varias diregSes de variagdo, o que torna necessério algumas notagdes novas que res, mas felizmente nfo precisamos reinventar a teoria. Na verdade, 0 céleulo ram a notaco vetorial dos capitulos anterio- de varias varidveis € na realidade 0 célculo de uma variavel aplicado a varias varidveis ao mesmo tempo. aay Fungées de Varias Variaveis Fungdes de Duas Varidveis * Dominiose Imagens * Graficos € Curvas de Nivel de Fungdes de Duas Variaveis_* Curvas de Contorno ‘© Graficos por Computador * Fungdes de Trés ou Mais Varidveis * Superficies de Nivel de Fungdes de Trés Variaveis Muitas fungées dependem de mais de uma varidvel independente. A fung3o V = ah calcula o volume de um cilindro circular reto a partir do seu raio & altura, A fungdo fix, y) = x° + y*calcula a altura do parabolbide z = 7 + acima do ponto P(x, y) a partir das duas coordenadas de P. A temperatura T de uum ponto na superficie du Terra depende de sua latitude x ¢ longitude y, repre- sentada por T = (x 9). Nesta seg definimos fungGes de mais de uma variével independente e apresentamos maneiras de representa-las em graficos. Fungdes de Duas Varidveis Os dominios de fungdes reais de duas varidveis reais sto conjuntos de pares crdenados de nimeros reais, ¢ as imagens s20 conjuntos de niimeros reais do tipo que usamos até agora 255 256 Capitulo 11: Fungdes de Viras Varidves ¢ Suas Derivadas Companion Website Ensaio Histérico _Varidiveis independentes x ¢ y sio as ’ d 3 ea varidvel dependente w é a variével de saida da fungdo, 3 Em aplicagdes, tendtmos a usar letras que nos lembram o significado da variével. Para dizermos que 0 volume de um cilindro circular reto € uma fungao de seu raio e altura, poderfamos escrever V = f(r, hi). Para sermos mais especifi- ‘cos, poderfamos trocar a notacdo fy, h) pela formula que calcula o valor de Va partir dos valores de re h e escrever V = rh, Em ambos 0s casos, re h seriam as varidveis independentes e V seria a variével dependente da fungio. ‘Como de costume, calculamos fungdes definidas por formulas substituindo 6s valores das varidveis independentes na férmula e calculando o valor corres- pondente da varidvel dependente. Exemplo 1 Fungo Distancia da Origem a um Ponto no Plano ‘Quando usamos coordenadas cartesiana, a distancia de um ponto (x,y) & ori gem é dada pela fungo Dix, ) = Vi" + y?. O valor de D no ponto (3, 4) é DG,4) = VP FA = V25 = 5. Dominios e Imagens ‘Ao definirmos fungdes de duas variéveis, seguimos a prética habitual de excluir entradas que levem a niimeros complexos ou a diviséo por zero. Se f(x, y) = ‘Vy =", y nio pode ser menor que x2, Se f(x, y) I/(xy), xy nao pode ser zer0. Consideramos que os dominios das fungdes so os maiores conjuntos para ‘08 quais as regras de definigdo geram ntimeros reais, ¢ a imagem consiste no ‘conjunto de valores de safda para a varidvel dependente. Exemplo 2 Identificando Dominios ¢ Imagens Dominio Imagem (a) Vy=F yer (0, =) o a0 (-#,0)U@,%) Plano inteiro — [=1, 1] Assim como acontece com os domfnios de fung6es definidas em intervalos da reta real, 0s domtnios de fungdes definidas em porgées do plano podem ter pontos interiores e pontos de fronteira. 11.1 Fungoes de VariasVariéveis, = 257 Definigdes Interior, Fronteira, Aberto, Fechado {Espaco Bidimensional) ‘Um ponto (x, ya) em uma regio (conjunto) R no plano xy é um ponto {interior de R se € 0 centro de um disco que est inteiramente em R (Figura 11.1). Um ponto (x, 4) € um ponto de fronteira de R se todo disco centrado em (xp, yq) contém ao mesmo tempo pontos que esto ‘em R e do lado de fora de R. (O ponto de fronteira propriamente dito (0) Pot inter nilo precisa pertencer a.) (Os pontos intriores de uma regio, como um conjunto, compéem o {interior da regio. Os pontos de fronteira da regio compéem sua fronteira. Uma regido € aberta se consiste inteiramente em pontos imeriores. Uma regito 6 fechada se contém todos os seus pontos de fronteira (Figura 11.2), () Ponto de fronteira FicuRa 11.1 Pontos interiores e pontos de fronteira de uma regiao plana R, Um onto interior é necessariamente um. onto de R. Um ponto de fronteira de R no precisa pertencer a R. {aplPayr0 Figura 11.3 O dominio de fx, ») ‘Vy = = consiste na regidio sombreada e ‘em sua pardbola de fronteira y (Exemplo 3). A superficie JE=f%9) 00 2-2 Corio de f fy) = 51 {oma curva Se nivel pica no dominio da Fungo) Fioura 11.4 O gréfico e curvas de nivel selecionadas da funcao f(x, y) = 100 — x? = ¥ (Exemplo 4). ‘Acurva de contoma fix») = 100 ~ 22 - y acircunferéacia x? + 52 = 25 no plano 2 Plano z = 75 / ‘Accrvade nivel f(xy) = 100 ~ 3? — Eacicunfertacia x! + y?= 25 no plano.y. FicuRa 11.5 O gréfico de f(x, y) = 100 ~ x — y*e sua intersecgao com o plano z= 75, Capitulo 11: Fungbes de Virias Vardveis ¢ Suas Derivadas Solugdo ‘Como / € definida apenas onde y ~ x? = 0, o dominio é a regio fechada, no limitada, mostrada na Figura 11.3. A pardbola y = 2° € a fronteira do dominio. Os pontos acima da pardbola compoem o interior do domi Graficos e Curvas de Nivel de Fungdes de Duas Variaveis Existem duas maneiras-padrio de visualizar os valores de uma fungio flx, »)- Uma é desenhar e identificar curvas no domfnio nas quais ftem um valor cons- tante. A outra é esbogar a superficie z = f(x, y) no espago. Definigbes Curva de Nivel, Gréfico, Superficie (FungBes de Duas Varidvels) (© conjunto de pontbs no plano onde uma funcao f(x, y) tem um valor constante f(x,y) € é0 — (—%, #8) Superficies de Nivel de Fungdes de Trés Varidveis No plano, os pontos onde uma fungo de duas varidveis independentes tem um valor constante f(x, ») = c perfazem uma curva no dominio da fungao. No espa- 0, os pontos onde uma fungdo de trés varidveis independentes tém um valor constante f(x,y, 2) = ¢ perfazem uma superficie no domfnio da fungao. Definigo Superficies de Nivel (0 conjunto de pontos (x,y, 2) no espago onde uma fungdo de tes ‘vari6veis independentes tem um valor constante flx, y,z) = c6cha- ‘mado de superficie de nfvel de f. Como os grificos de fungdes de tés variéveis consistem em pontos (x yz ‘fle, y,2))em um espaco quadridimensional, nfo podemos esbogé-los de maneira ‘eficaz. em nosso sistema de coordenadas tridimensional de referéncia. Contudo, podemos ver como a fungao se comporta analisando suas superficies de nfvel ti- 0, € uma esfera de raio ¢ cen- trada na origem. A Figura 11.8 mostra um corte de trés dessas esferas. A superficie de nivel Vx? + y+ 2? = O consiste apenas na origem. [Nao representamos graficamente a fungo neste caso; verificamos as superficies de nivel no dominio da fungio. As superficies de nivel mostram como os valores da fungdo mudam & medida que nos movemos por seu dominio. Se permanecemos numa esfera de raio c centrada na origem, a fun- 40 mantém um valor constante: c. Se nos movemos de uma esfera para outra, os valores da fungo mudam — ela aumenta se nos movemos para Jonge da origem e diminui se nos movemos em diregdo & origem. A maneira ‘como os valores mudam depende da diregao que seguimos. A dependéncia da variago em relagao a direcao é importante. Voltaremos a isso na Segdo 11.5. (@) Pont interior (©) Ponto defromeira FiouRA 11,9 Pontos interiores e de fronteira de uma regio no espaco. 11.1 Funpbes de ViriasVariveis 261 As definig6es de interior, fronteira, aberto, fechado, limitado e ilimitado para regides no espago so similares aquelas para regides no plano. Para aco- ‘modar a dimensao extra, usamos esferas s6lidas em ver de discos. Definigdes Interior, Fronteira, Aberto, Fechado {(Espago Tridimensional) ‘Um ponto (ayo za) em uma regido R no espaco é um ponto interior de R se € 0 centro de uma esfera s6lida que estd inteiramente em R (Figura 11.92). Um ponto (xa, yo za) € um ponto de fronteira de R se toda esfera centrada em (1a, yo,za) ontém pontos que esto fora de R assim como pontos que estio dentro de R (Figura 11.9). O interior 4e R € 0 conjunto dos pontos intetiores de R. A fronteira de R é 0 onjunto dos pontos de fronteira de R. ‘Uma regitio ¢ aberta se consisteinteiramente em pontos interiores. ‘Uma regitio é fechada se ela contém toda a sua fronteira. ‘So exemplos de conjuntos abertos no espaco o interior de uma esfera, 0 semi-espago aberto z > 0, o primeiro octante (onde x, y € z sio todos positivos) € 0 préprio espaco. ‘io exemplos de conjuntos fechados no espago retas, planos, 0 semi-espa- go fechado z = 0, o primeiro octante junto com os seus planos de fronteira e o préprio espago (uma vez que ele no tem pontos de fronteira). ‘Uma esfera solida com parte da sua fronteira removida ou um cubo sélido sem uma face, aresta ou vrtice no & nem aberto nem fechado. FungSes de mais de trés varidveis independentes também so importantes. Por exemplo, a temperatura em uma superficie no espago pode nao depender ‘apenas da localiza¢ao do ponto P(x, y, z) na superficie, mas também do instante ‘no qual ele € visitado, de modo que poderiamos escrever T= f(x,y, 2,0). Em geral, uma fungio f de m varidveis & uma regra que associa a cada eupla (ty. 43. %) de miimeros reais um miimero real tinico w = fx, x3,» %). As varidveis x; ax, sd0 as varidveis independentes (de entrada) e w é a varié- vel dependente (de saida). FungOes de mais de trés variéveis nao slo facilmente visualizaveis, mas foram desenvolvidos métodos mateméticos poderosos para analisé-las, que voce poderd estudar em cursos de matemética avancada, Neste texto, restrin- gimos nossa atengdo a fungdes de duas ou trés varidveis independentes talizadas pot meio de seus gréficos, curvas de nivel ou superficies de nfvel, conforme apropriado. EXERCICIOS 11.1 Dominio, Imagem e Curvas de Nivel Nos exercicios 1-12: (@) Encontre © dominio da fungio; (b) Encontre a imagem da fungio; (©) Descreva as curvas de nivel da Fungo; (@ Encontre a fronteira do dominio da fungio; (©) Determine se o dominio € uma regio aberta, uma regio fechada ou nenhuma das duas; (© Decida seo dominio é imitado ou no limita, L fe,y)ay—x 3. fos.) = 42 + 9)? 5. fx, ) = 6 fx, y) = ylx? 262 Capitulo 11: Fungoes de VriasVardves eSuas Dervadas 1 7. flr, & fa,y=Vo-F=y 9. fox, y) = IG? + y*) 10. fix, =e"? AL. fix, ») = ate senty ~ x) ee) Identificando Superficies e Curvas de Nivel (s exercicios 13-18 mostram curvas de nivel para as fungdes cujos gréficos so apresentados em (a)-(f). Associe cada conjunto de — © B. Identificando Fungdes de Duas Varidveis Apresente os valores das fungdes nos exercicios 19-28 de duas ‘maneiras: (a) esbovando a superficie z = fx, y) (b) desenhando vvirias curvas de nivel no dominio da fungio. Identifique cada ‘curva de nivel com o seu respectivo valor da fungao, 19. for, y= 9" 2. fis, 2. fs, 25. fx 27. foe, 9) =1-|y| 28. fix, y) = 1 = |x1~Iyl Encontrando uma Curva de Nivel Nos exereicios 29-32, encontre uma equagio para a curva de nivel 4a Fungo f(x, ») que passa pelo ponto dado. \ ® 2. fiz, ) =16-2-, QV3, VD 30. for.) = VE=T. (1,0) 31. foe, “fj a, (VED = (os.(e08 eA 32. fly») iio Esbocando Superficies de Nivel [Nos exercicios 33-40, esboce uma superficie de nivel pica para a fungao. Bf der ty te 34. flrsy, = InP ty" +2) 35, far. ys) 36. fl. ys 2) =z 37. fla. y.2) 39. fla. y, 2) 40. fle, y, 2) 38. flr, y= yt? = 7/28) + (7/16) + 219) Encontrando uma Superficie de Nivel [Nos exercicios 41-44, encontre uma equagdo para a superficie de nivel da funglo que passa pelo ponto dado. 41. fx, y= VE=y—Inz, B.-1,1) 2. for.y,2)= ING? ty +24), (-1,2,1) 4. gtx, y, (Qn2,1n4, 3) MH era=f . (0,1/2,2) sat ie (vita le was Teoria e Exemplos 445. 0 valor maximo de uma fungdo em uma retano espoco A Fungo ‘Ses, y, 2) = aye tem um valor maximo na reta x = 20 = y= 1,2 = 20? Se tiver, qual é ele? Justifique sua resposta (Dica: Ao longo da reta, w = fx, y, 2) 6 uma fungio derivi- vel de t 446. 0 volor minimo de uma fungdo em uma reto no espogo A fungiio ‘fos. y.2) = xy ~ ztem um valor mfaimo na reta x= ¢— 1,y = 1~2,2= 1+ 72 Se tiver, qual €0 valor? Justifique sua res- posta. (Dica: Ao longo da reta, w = fx, y, 2) € uma fungéo derivavel det.) 447. O-estrondo sénico cousade pelo Concorde A largura w da regido na ‘qual pessoas no solo ouvem o estrondo sénico causado pelo Concorde diretamente, e nfo refletido por uma camada na stmosfera, é uma fungao de T= temperatura do ar ao nivel do solo (em graus Kelvin) h tude do Concorde (em quildmetros) 44 = gradiente vertical de temperatura (queda de temperatu- raem graus Kelvin por quilémetros). ‘A formula para w & Veja a Figura 11.10. 11.1 Fungbes de Visas Variveis 263 atrondosnico causado pelo Concorde Figura 11.10 As ondas sonoras do Concorde curvam-se & ‘medida que a temperatura muda acima e abaixo da altitude de vo do avidio. A regidio de sobrepressio ¢ a regio no solo ‘que recebe as ondas de choque diretamente do avido, nlio reffetidas pela atmosfera nem difratadas a0 longo do solo. A. regido 6 determinada pelos raios que atingem o solo e que partem do ponto diretamente sob o avitio (Exercicio 47). © Concorde com destino « Washington aproxima-se dos Estados Unidos vindo da Europa em um curso que o leva a0 sul da IIha de Nantucket a uma altitude de 16,8 km. Se a tem- peratura da superficie for 290 K e o gradiente de temperatura vertical for 5 K/km, a quantos quilémetros ao sul de Nantucket © avio deverd voar para manter 0 rufdo longe da ilha? (Fonte: “Concorde sonic booms as an atmospheric probe", de N. K. Balachandra, W. L. Donn e D. H. Rind, Science, v. 197, 1 jul 1977, p. 47-49.) 48, Escrevendo para aprender Como voc# sabe, 0 grifico de uma funglo real de uma tnica varidvel real é um conjunto no espa- ‘90 bidimensional. O gréfico de uma fungio real de duas varis- ‘eis reais independentes € um conjunto no espago tridimensio- nal. O grafico de uma fungio real de wes varisveis reais independentes ¢ um conjunto em um espaco quadridimensio- nal. Como vocé definiria 0 gréfico de uma fungo real fry, xy 45, 4) de quatro variéveis reais independentes? Como oo’ efiniria 0 grafico de uma funglo real f(xy. XX mn %) de varigveis reais independentes? ea ¢€ USANDO_O COMPUTADOR Superficies Explicitas Use um sistema de dlgebra por computador (SAC) para executar as seguintesetapas para cada uma das fungbes nos exercicios 49-52 (a) Tce spec no engulfed (6) Trace vis cua de elm engl. (© Tce aca eel dps elo pons da, 9. ,0s,9)= xen} + ysend, 051259 05 <5r roa. 30) 50. f(x, ») = (sen x/(c0s 9) eM", OS x= 5m, OSS Sm, Paz, 4) 264 Capitulo 11: Fungoes de Varia Variveise Suas Derivadas SL. flx, y) = sen (x + 2c08)), “293 < 2m, —2w 0, existe um 5 > 0 correspondent tal que, para todo x, O<|x-xl<8 © O [fle,y)—Li (0, 0), nao podemos usar a Regra do Quociente do Teorema 1. Con- tudo, se multipliamos numerador e denominador por Vx + Vy, produzi- mos uma fragdo equivalent eujo limite podemos encontra: fim = fig OV + V9 ohn Vea Vy when Ce — VyyVa + V9 xe = Vet V9) bg AG cig coe) oem = V0 + V0) =0 Continuidade de uma Fungio de Duas Variaveis A definigio de continuidade para fungdes de duas varéveis € essencialmente a ‘mesma que para fungSes de uma vnica variavel. Definigdes — Continuidade em um Ponto, Contir ‘Uma funcio flx,y) € continua no ponto (x5, 5) se 1. f for definida em (x, ¥); — 2, Tits, »-agny £08») existe: 3. Lim, vag) FOE 9) = P60» Y0)- ‘Uma fungéo € continua quando é continua em todos os pontos de seu dominio. Como acontece na definigao de limite, a definigao de continuidade aplica- se tanto a pontos de fronteira como a pontos interiores do dominio de fA tnica cexigéncia & que o ponto (x,y) permaneca no dominio todo o tempo. (Gente peo banat) @ © FicuRa 11.11 (a) O grifico de fe) 3 (9) #00) vty 0, (x.y) = 0,0). ‘A fungao é continua em todo ponto com ‘excegdo da origem. (b) As curvas de nivel de f (Exemplo 3). 11.2 Limites e Continuidade em Dimensbes Maiores 267. Como vocé ja pode ter imaginado, uma das conseqiléncias do Teorema 1 é que combinagées algébricas de fungSes continuas so continuas em todo ponto para o qual as fungSes envolvidas sio definidas. Por esta razdo, somas, diferen- 628, produtos, multipicagéo por constantes, quocientes e poténcias de fungées continuas so continuas onde slo definidas. Em especial, polindmios e fungées racionais de duas variveis sio continuas em todo ponto onde sto definidas Se z = f(x, ») uma fungao continua de.x e ye w = g(2) € uma fungio con- ‘nua de z, nto a composta w = g(f(x,y)) € continua, Deste modo, x» eer cos In (+x ‘do continuas em todo ponto (x,y). Como acontece em fungdes de uma varidvel, a regra geral é que compostas de fungdes continuas so continuas. A tinica exigéncia & que cada fungao seja continua onde ela for aplicada. Exemplo 3. Uma Fungdo com um Unico Ponto de Descontinuidade Mostre que 6.) # 0.0) See) = aoe 6.) = 0.0) € continua em todo ponto exceto a origem (Figura 11.11). Solugéo A fungio f€ continua em qualquer ponto (x, ») # (0, 0) porque 60 seus valores so dados por uma funglo racional de xe y: Em (0, 0), 0 valor de f é definido, mas f, afirmamos, nao tem limite quando (x, y) — (0, 0). A raziio é que diferentes caminhos de aproximagao dia origem podem levar a resultados diferentes, como veremos a seguir. Para todo valor de m, a fungio f tem um valor constante na rea “furada’ y= mx,x # 0, porque 2xy my 2x(mx) Paton) ms? _ 2m mm + me Sem T+ me $6.9)| Portanto, f tem esse niimero como seu limite quando (x, y) se aproxima de (0, 0) a0 longo da reta: = 2m en =n [209], Jr Esse limite muda com m. Nao existe, portanto, um tinico nimero que pode- ‘mos chamar de limite de f quando (x, y) se aproxima da origem. O limite nao existe e a fungdo nao € continua, 0 Exemplo 3 ilustra um ponto importante sobre limites de fungdes de duas varidveis (ou até de mais varidveis). Quando um limite existe em um ponto, 0 limite tem que ser o mesmo ao longo de todos os caminhos que se aproximam do ponto, Esse resultado € anélogo a0 caso de uma tinica variével na qual ambos os limites laterais tém que ter 0 mesmo valor e, portanto, para fungdes de dduas ou mais varidveis, se encontrarmos caminhos com limites diferentes, sabe- remos que a fungio nao tem limite no ponto em questao. 268 Capitulo 11: Fungoes de Varia Variveise Suas Derivadas ® Fioura 11.12 (a) O grifico de f(x») 2x'y/(at + y?), Como o gréfico sugere e 6s valores da curva de nivel na parte (b) confirmam, lime »-soo fC y) ndo existe (Exemplo 4) Teste dos Dois Caminhos para a Nao-Existéncia de um Limite Se flx, 9) tem limites diferentes a0 longo de dois caminhos diferentes quando (x, y) se aproxima de (x9, yp), entlo Tima,» syy fx») no exist. Exemplo 4 Aplicando o Teste dos Dois Caminhos Mose que a fungao ay vey Sey) (Figura 11.12) ndo tem limite quando (x,y) se aproxima de (0,0). Solugo Ao longo da curva y = kx’, x # 0, a fungdo tem o valor constante | __2sy SOD) aa Portanto, = tk coh FO) iy [p> 1 rE somanceyett Esse limite varia com 0 caminho de aproximagio. Se (x, )) se aproxima de (0, 0) 20 longo da parsbola y = x?, por exemplo, entio k = 1 0 limite € 1. Se (x, ») se aproxima de (0, 0) ao longo do eixo x, entio k = 0 0 limite é 0. Pelo teste dos dois caminhos, f ndo tem limite quando (x, y) se aproxima de (0, 0). ‘A linguagem aqui pode parecer contradit6ria. Vocé pode dizer: “Como assim f no tem limite quando (x, y) se aproxima da origem? Ela tem um monte de limites”. Mas essa é a questo. Nao existe um tinico limite inde- pendente do caminho e, portanto, pela definicao, lima, ag f(t, ») nfo existe. A aparente contradiglo é criada quando traduzimos essa afirmagio formal na expresso mais coloquial “no tem limite”. A matemética esté cor- reta, O problema surge da maneira como falamos sobre isso. Precisamos de certa formalidade para manter as coisas padronizadas. Fungées de Mais de Duas Variiveis ‘As definigdes de limite e continuidade para fungdes de duas varidveis as con- clusdes sobre limites e continuidade para somas, produtos, quocientes, poténcias ‘e composigdes estendem-se a fungdes de ts variéveis ou mais. FungBes como In@@ty+2€ so continuas nos seus dominios, e limites como ‘onde P indica 0 ponto (x,y. 2), podem ser encontrados por meio de substituigio direta 112. Limites€ Continuidade em Dimensdes Maiores 269. Valores Extremos de Fungées Continuas em Conjuntos Fechados ¢ Limitados ‘Vimos que uma fungo de uma variével que é continua em um intervalo fecha- do ¢ limitado [a, 6] assume um valor méximo absoluto e um valor minimo absoluto pelo menos uma vez em (a, b]. © mesmo vale para uma fungdo z ‘fC8, y) que € continua em um conjunto R fechado ¢ limitado no plano (como um. segmento de reta, um disco ou um trigngulo cheio). A fungo assume um valor maximo absoluto em algum ponto em Re um valor mfnimo absoluto em algum ponto em R. Teoremas similares a esses e outros teoremas desta seco sto verdadeiros para fungGes de trés ou mais varidveis. Uma fungdo continua w = f(x,y, 2), por exemplo, deve assumir valores méximo € mfnimo absolutos em qualquer con- junto fechado e limitado (esfera s6lida ou cubo, casca esférica, sdlido retangu- lar) no qual é definida, ‘Aprenderemos como encontrar esses valores extremos na Segéo 11.8, mas primeiro precisamos conhecer as derivadas em dimensdes maiores. Este € 0 assunto da préxima segéo. EXERCICIOS 11.2 Limites com Duas Varidveis Encontre os limites nos exerefcios 1-12, Bayt tS . tim, i, © iin FED > li 75 Bling VERT & ti, (245) ety lim, see x . ity 008 Folin FEY © dithy xFyHT eee i & 3, BIH 9 dim, S808 10. tim, cos VigT= 1 rseny cos yt 1. i, 1. im, Seat odin Fa colBan 7 Sere Limites de Quocientes Encontre os limites nos exerefcios 13-20 reeserevendo prmeiro as rages ma 13. tim 22049" 14. lim corey y woratiay EY +2 18. tim wri aT yea 16. tim | ~—?*4____ yng By say +a ae yeaa ary t2VE~2Vy 7. tim 224 PV r corm Va Vy vE=y-2 a % in E 2. wore YT Limites com Trés Variaveis icone o init not exerkoe 21-25 a jing (F344) ti. PEF 3. lim (sen? x + cos* y + sec? 2 % 1m, ieee raclBan MEE A i, 2 608 2 26, im, In Vive Continuidade no Plano Em que pontos (x,y) no plano as fungBes nos exercfcios 27-30 so continuas? 27, (a) flx,y)=sen(e+y) —(b) fly) = Ine + y*) 28. (@) fix, = E22 0) f= mer 29. @) atx.) © se =e 3. (@) g6,9)= © s@,9)= 270 Capitulo 11: Fungées de Varias Varveise Suas Derivadas Continuidade no Espaco [Em que pontos (x,y, 2) no espago as furigdes nos exereicios 31-34 so continuas? 31 (a) fx, y, =x ty? — 22 ©) fox, y= VFI 32. (@) fos, y, 2 = Inge () fir, y, = e082 (a) hx, y, 2) = aysen} @.y.=4—h 3) My D=wseny OW) Mey. I= 1 1 M@) Mey. d= 5 ©) Key. = ST ag Aplicando o Teste dos Dois Caminhos Considerando caminhos diferentes que se aproximam da origem, rmostre que as fungGes nos exerefcios 35-42 nio tm limite quando Gy) > 0,0), 38. for, ) = — | y (Gera plo Matamaten) 31. fy BE 38. gy = 41. Gx.) Usando a Definigdo 5-€ 43. Mostre que a exigéncia 8-¢ na definigao do limite 6 equiva- lente a O<|x-HI<3_ © O<|y~y| <6 = [fle9)-Li Go, Yo 24) Qual seria a definiggo andloga para uma fungdo h(x, y, 2, de quatro variveis independentes? Cada um dos exereicios 45-48 forece uma fungdo f(x, y) € um niero positivo ¢. Em cada exercicio, mostre que existe um 8 > 0 tal que, para todo (x,y), VEFY <6 = 170.9) ~[O0.01<€ ‘ou mostre que existe um 6 > 0 tal que, para todo (x,y), ly <8 = [f.») ~f00,0)| <6. Escolha o procedimento que the parecer mais conveniente. Nio & necessério fazer ambos. Ini<8 ty, €=001 00s 48. fox. ») 46. for.» =yIG? +1), € 47. fe, = (e+ YUE +, €= 001 48. for. ») = (e+ 2+ 008%), €= 0,02 Cada um dos exercicios 49-52 apresenta uma fungi flx, ys 2)€ um ‘nimero positive e, Em cada exercicio, mostre que existe um 5 > 0 tal que, para todo aimero (x,y, 2), VETTE <8 = [flry.2) (0.0.0) 0 para todo (x,y, 2) Ix1<8, ly] <8 e [z1<81fex.y.2)—f0,0,0)1 0 existe um 6 > O tal que, para todo re 8, Ir] <6 > |rcos'@ - 0) 0 6 razoavelmente clara, Contudo a mudanga ‘para coordenadas polares nem sempre ajuda e pode até nos levar a conclusdes falsas. Por exemplo,o limite pode existir ao longo de toda reta(0u raio) 0 = constante e mesmo assim ndo existir em un sentido mais amplo, O Exemplo 4 ilustra essa questio, Em coorde- nadas polares, f(x,y) = (2x"yya* + y) tomase {Fr cos 6,7 sen 6) = 508 0300.28. P cos! 8 + sen 8 para r # 0, Se deixamos @ constante e fazemos r > 0,0 limite € 0. No caminho y =.7, contudo, temos r sen 0 = 7 cos! Be cos @ sen 28 P cost + (r cos’) = 2rcos'@ sen 0 2F cos’ 6 kr 00s 0, 7 sen 8) = rseno Fos a Nos exercicios 55-60, encontre o limite de f quando (x, y)—> (0, 0) ‘0u mostre que o limite no existe 58. fos.) == a 56. fix, ») = 008, fe -~ 8. f= PG 58. fix.» xi + iy? vty $9. for. = we ) 60. fix, y) Nos eerfcos 6162, defn (0, 0 de mancia que fs estenda a ua fungi contnoanaoigem, ofa =e" 1. fe.) ae ) 8 fe y= Teoria e Exemplos 63. Escrevendo para oprender Se lity.) fx. y) = Ly f deve ser definida em (x, yo)? Justfique sua resposta. 64. Escrevendo para aprender Se fix Yo) = 3, 0 que vocé pode alizer sobre coli £0 se f for continua em (tp, 34)? E se fo for continua em (x,y)? JIustifique sua resposta, (65. (Continuacao do Exemplo 3) (a) Releia o Exemplo 3¢ substitua m = tg na formula 2m +m fey) = ¢ simplifigue o resultado para mostrar como o valor de f varia de acordo com o ngulo de inclnago darts, (©) Use « formula que voce obteve no item (a) para mos- tear que o limite de f quando (x, y) —> (0, 0) a0 longo da reta y = mx varia de ~1 a 1 dependendo do angulo de aproximagio. 112. Limites e Continuidade em Dimensdes Maiores 271 (66. Sxtensdo continuo Defina f(0, 0) de maneira aestender ‘2 uma fungio continua na origem, O Teorema do Confronto 0 Taree do Canons pr ges de svi ama que, se g(x, y) = f(x, y) = A(x, y) para todo (x, y) # (Xo, yo) em um Eovcmicnwen ovewe eel uvaens mete bay to L quando (x, y) — (xq, yp), entiio oh FE Us ete eto pan antarctic oot (67, Eserevendo para aprender Sabendo que lim, estoy Justfique sua resposta (68. Escrevendo para aprender Sabendo que 2iay| =F <4 ~ 4 cos Vin <2larh ‘oct pode dizer algo sobre 4-4 cos Vini, lim, estan Lay Justfique sua resposta. 169. Escrevendo para aprender Sabendo que | sen (I/s)| < 1, voce pode dizer algo sobre 1 «litt, 9 sen? Justifique sua resposta. 70, Escrevendo poro aprender Sabendo que |c0s (I/)| = 1, voot pode dizer algo sobre lim | x cos Justfique sua resposta ¢ ‘USANDO_O COMPUTADOR T, Explore 0s grficos das quatro fungdes cujo limites voc® con- siderou nos exercicios 67-70. Tente encontrar um ponto de vista que justfique seus resultados para aqueles exercfcios. 272 Capituior 1: Fungoes de Vir Vardveise Suas Derivadas SEE HEI» erivadas Parciais Derivadas Parciais de uma Fungo de Duas Varidveis * Célculos * FungGes de Mais de Duas Variéveis * Derivadas Parciais e Continuidade © Derivadas Parciais de Segunda Ordem * 0 Teorema das Derivadas Mistas * Derivadas Parciais de Ordem Superior © Diferenciabilidade ‘Quando fixamos todas as varidveis independentes de uma fungao, exceto uma, € derivamos em relagdo a essa variével, obtemos uma derivada ‘parcial’. Esta seco mostra como as derivadas parciais aparecem e como calcular derivadas parciais aplicando as regras para derivagdo de funges de uma tinica varidvel. Derivadas Parciais de uma Fungo de Duas Variaveis Se (4,34) for um ponto no dominio de uma fungao f(x,y), 0 plano vertical y Yo cortard a superficie z = f(x, y) na curva z = f(x, yp) (Figura 11.13). Essa ‘curva € 0 gréfico da fungao z = f(r, yy) no plano y = yp, A coordenada horizon- tal nesse plano é x e a coordenada vertical € z. ino vertical no plano Py Yoh) Acurva z= f1% 9) no plano y = 39 [Goth Eixo horizontal no plano Figura 11.13 A interseceao do plano y = yp com a superficie z = fx, y) vista de um ponto acima do primeiro quadrante do plano xy. Definimos a derivada parcial de fem relago a x no ponto (xo, yo) como a derivada de f(x, yo) em relagdo a x no ponto.x = xo. Definigo — Derivada Parcial em Relagdo a x 9 A derivada parcial de f(x, y) em relagio a x no ponto (xy 5) 6" (*! | d Flay dx FOO desde que o limite exista. O simboto ‘a’ (chamado de ‘del’), similar 3 letra grega mindscula ‘8’ usada na definigao de limite, € apenas um outro tipo de ‘d’. E conveniente ter essa ino vertical no plano oo eta tangeni® Poy Yo p39) (y %0) (ay Yt Acura = fly.) ‘po plano Exo horizontal x=) —noplanox =, Figura 11.14 A intersecgao do plano x =x) com a superficie z = f(x,y), vista de cima do primeiro quadrante do plano xy. 113 Derivadas Parciais 273 rmaneira distinta de estender a notagio diferencial de Leibniz para um contexto de varias variéveis. coeficiente angular da curva z = f(x, yx) no ponto Plt, Yo, fl. ¥9)) nO plano y = yp € 0 valor da derivada parcial de fem relagdo a.x em (io, yy). A reta tangente & curva em P é a reta no plano y = yp que passa por P com esse coefi- ciente angular. A derivada parcial affax em (x) fornece a taxa de variagio de ‘fem relagdo a x quando y € mantido fixo no valor yo. Essa € a taxa de variago de fna diregdo de iem (i, Jo) ‘A notagdo para uma derivada parcial depende do que queremos enfatizar: Z cx, 9 00 fit, 9) “Derivada parcial de fem relapo a xem (x, 3)” 04 “f,em (xy yo.” Conveniente para enfatizar 0 ponto Go. 90) & “Derivada parcial de z em relago a.x em (Xo, 9)” loss Comum em ciéncias e engenharia quando se lida com as variéveise no se menciona a fung0 explicitamente, % “Derivada parcial de f (ou z) em relagdo a x.” Conveniente quando se considera a derivada parcial como uma fungao. {A definigo da derivada parcial de f(x, y) em relagao a y no ponto (%, ys) & similar & definigdo da derivada parcial de fem relagdo a x. Mantemos x fixo no valor x € tomamos a derivada comum de fl, y) em relagio a y em yo, Definigéo —Derivada Parcial em Relagio a y A derivada parcial de f(x, y) em relag&o a y no ponto (X, Yo) & a a | Fe a lim £0 Yo + 4 = fet» ¥0) desde que o limite exista. 0 coeficiente angular da curva z = flip, y) no ponto PC, Yor FU. Ja)) BO plano vertical x = x (Figura 11.14) 6 a derivada parcial de fem relagao a y em (Yo). A Teta tangente a curva em P € a reta no plano x = xy que passa por P ‘com esse coeficiente angular. A derivada parcial fornece a taxa de variagio de f «em relagio a y em (xy, yp) quando x é mantido fixo no valor x. Essa € a taxa de variagdo de fina direga0 de J em (X ) ‘A derivada parcial em relagio ay € denotada da mesma maneira que a deri- vada parcial em relacéo a x Lear. fenrd 2s, Observe que agora temos duas retas tangentes associadas & superficie £ = f(x,y) no ponto PG, Yo. y4)) (Figura 11.15). O plano que elas determi- nam é tangente & superficie em P? Seria bom se fosse, mas temos que aprender ‘mais sobre derivadas parciais antes de descobrirmos. 274 Capitulo 11: Fungbes de Vrias Vardveis e Suas Derivadas ota eta tangente tem. cooficiente angular f.(, 90) sta retaangente tem cocficiente angular fC 90) Acura z= fl) no plano y= 39 yey 7 Ficura 11.15. As figuras 11.13 ¢ 11.14 combinadas. As retas tangentes no Ponto (Xo Yo./ (ta ¥o)) determinam um plano que, nesta figura pelo menos, parece ser tangente a superfic CAleulos As definigoes de af/ax e df/ay fornecem duas maneiras diferentes de derivar f em um ponto: em relagao a x, de maneira usual, tratando y como uma constante ¢,em relagdo a y de maneira usual, tratando x como uma constante. Como mos- tram os exemplos a seguir, os valores dessas derivadas parciais geralmente sio diferentes no ponto dado (1, a). Exemplo 1. Encontrando Derivadas Parciais em um Ponto Encontre os valores de f/x e f/ay no ponto (4, ~5) se Foy) =P + Bay ty— 1 Solugdo Para encontrarmos af/ax, tratamos y como uma constante ¢ deri- ‘vamos em relago ax: Ded rg ay tyne retsitey 40-08 2+ 3y O valor de af/ax em (4, ~5) € 24) + 3(—5) = ~7. Para encontrarmos @f/@y, tratamos x como uma constante e derivamos em relagioa y: F dua Vty-D= sae oe Fre tO Hy DOF Ix OR Be HL valor de affay em (4, 5) 6 3(4) + 1 = 13. Exemplo 2 Encontrando uma Derivada Parcial como uma Funcao Encontre affay se fx, y) = y sen xy. 113, Derivadas Parciais 275 Solugéo Tratamos x como uma constante e fcomo um produto de y e sen xy: ta ay 2 ay 7 dy 860) = V5 semay + (Gen) (9) = (9 605 29) Fy) + Sen ay = xy 608 xy + sen ay USANDO A Diferenciagao Parcial Um aplicativo gréfi- TECNOLOGIA _©o simples pode verificar seus célculos mesmo em vérias dimensdes. Se vocé especifica os valores de todas as variéveis independentes exceto uma, 0 aplicativo _gréfico pode calcular derivadas parciais e tragar um gréfico em relagio varidvel remanescente, Um sistema de Algebra por computador (SAC) em geral pode calcular derivadas parciais simbélica e numeri- ccamente com a mesma facilidade com que calcularia derivadas sim- ples. A maioria dos sistemas usa o mesmo comando para diferenciar ‘uma fungdo, ndo importando o nimero de variéveis. (Basta especificar a variével com a qual a diferenciagio ocorreré.) Exemplo 3. Derivadas Parciais Podem Ser FungGes Diferentes Encontre f, ef, se ay LOD = FF e085 x Solugio Tratamos f como um quociente, Com y mantido constante, obtemos 2(<%,) (+ om 92.09) - ay 20+ 0082 oe TF cos x, (y+ cos a (y+ 608 30) ~ 2y(~sen x) __2y sen _x (y+ cos x)" (y+ cos Com x fixo, obtemos (y+ cos Ve) - we ot cos x) a(_»_\. BY cos, + cos (y + 005 2)@) ~ 291) __2 cos x (+ cos HF + cos ‘A diferenciagiio implicita funciona para derivadas parciais da mesma ‘maneira que para derivadas comuns, como ilustra o préximo exemplo. Exemplo 4 Diferenciagdo Parcial Implicita Encontre éz/ax se a equagio ye-Inz=xty definir z como uma fungio de duas variveis independentes x e y ¢ a deriva- da parcial existir. 276 Capitulo 11: Fungies de Virias Variveis e Suas Derivadas Ficuma 11.16 A tangente & curva de itersecgao do plano x = 1 e da superficie x? + y no ponto (1, 2, 5) (Exemplo 5). Solugéo Diferenciamos ambos os lados da equagio em relagdo a x, man- tendo y constante € tratando z como uma fungdo derivavel de x: x2 mx ax 2oy-2 OD Flnz (Com y constante a _ Lae 2 y Baito 2 ci é wend Exemplo 5 Encontrando o Coeficiente Angular de uma Superficie nna Diregdo y plano x = 1 presenta intersecgto com o parabolbide z = x* + y* em uma pardbola. Encontre o coeficiente angular da tangente & pardbota em (1, 2, 5) (Figura 11.16). Solugdo O coeficiente angular ¢ 0 valor da derivada parcial @z/@y em (I, 2): 22) =4, laa =a laa aoe a +) lazy Para verificarmos, podemos tratar a parabola como o grifico da fungao de ‘uma varidvel z = (1)? + y¢= 1 +»? no plano x= Le procurarainclinaglo em, = 2. O coefciente angular, calculado como uma derivada comum, € de dy =4a4y)| = ory 2y| Fungées de Mais de Duas Variaveis As definigées de derivadas parciais de fungdes de mais de duas varidveis inde- ppendentes sio parecidas com as definigdes para fungdes de duas varidveis. Elas so derivadas comuns em relagdo a uma variével, tomadas enquanto as outras, varidveis independentes so mantidas constants. Exemplo 6 Uma Funcdo de Trés Varidveis Se x, ye z forem varidveis independentes e ‘Sls y,2) = xsen (y + 32), entio Fo 2 ie sen(y + 30)= a en (9 +30) =x cos +39 £7 + 39 = 3 cos (y + 32). Exemplo 7 Resistores em Paralelo Se resistores elétricos de R, Ry € Ry ohms so conectados em paralelo para formar um resistor de R ohms, o valor de R pode ser encontrado a partir da equagio 113. DerivadasParciais 277 (Figura 11.17). Encontre o valor de AR/@R; quando R, = 30, R, = 45 € Ry = 90 ohms. Solugdo Para encontrarmos aR/@R;, tratamos R, € R; como constantes € 0 quando Ax -> 0. Para fungGes de duas variéveis, a propriedade andloga toma-se a definicao de diferenciabilidade. Teorema do Incremento (Go efleulo avangado) nos diz quando esperar que a propriedade sejaverdadeira Seems meme: = Teorema do Incremento para Fungdes de Duas Variéveis nha que as derivadas parciais de primeira ordem de flr, y) sejam defini- das em uma regifio aberta R que contenha o ponto (xp, yo) ¢ quef, ¢ f, ot BERRA SAMEERA Gon.) «eagle @ varingto o> iy oup Sb © liens FO + Ax, yp + Ay) ~ fla, 90) np es aciomyslb somsbog mabye fho valor de Pque resulta do movimento de (xp, yx) para um outro ponto Go + Ax, yp + Ay) em R satisfaz uma equagio da forma Az = flsq, Yo) Ax + Sto. Yo) Ay + € Ax + € Ay, ‘Ax, Ay> 0. € sata ‘Voce verd de onde os épsilons vieram se ler a prova no Apéndice 11. Vers tam- bbém que resultados similares so verdadeiros para fungdes de mais de duas variveis independentes. ey cemmsianone 2 4 8 08g ssciDefimig&o! Diferenicjabilidade de uma Fungo de Duas Variaveis Afungiio z = f(x, y) € diferencidvel em (ro, ys) 8 f(x Yo) © “So Yo) existem e Az satisfaz uma equagfo da forma duu hts Skea Wx + fo Yo) By + 6 Bx + € Ay, ‘na qual €,, €, —> 0 quliido Ar, Ay > 0. Dizemos que f¢ diferencifivel se ela é diferenciével em todos os pontos de seu dominio. Com essa definigio, temos o corolério do Teorema 3, que diz que uma fun- ‘do é diferencivel se suas derivadas parciais so continuas. °“ConltHd’ do Teorertia’'S'” Continuidade de Derivadas Parciais Implica Diferenciabitidade ‘Se as derivadas parciais f, e f, de uma funcdo f(x, y) so continuas ‘a0 longo de uma regio aberta R, entio f€ diferenciavel em todos os pomtos de R. ‘Como podemos ver pelos teoremas 3 e 4, uma fungéo fx, y) deve ser continua em um ponto Go, 9) $6 ff, Ho continuas em uma regido aberta contendo (ry, ¥). Lembre-se, contudo, ‘que ainda ¢ possivel que uma fungo de duas varidveis seja descontinua em um ponto onde suas derivadas parciais de primeira ordem ‘existam, como vimos no Exemplo 8, Apenas @ cexistincia ndo ¢ suficiente 113. Derivadas Parcs 281 Se z = f(x,y) & diferenciavel, entio a definigdo de diferenciabilidade asse- gura que Az = f(y + Ax, yp + Ay) ~ fix yo) Se aproxima de 0 quando Axe Ay se aproximam de 0. Isso nos diz. que uma fungdo de duas varidveis € continua «em todos os pontos onde ela € diferencivel. ‘Teorema 4 _ Diferenciabilidade Implica Continuidade ie, ‘Se uma fungio f(x, y) € diferencidivel em (xo, yo), entio ela ¢ continua em (oy Yo). : EXERCICIOS 11.3 Calculando Derivadas Parciais de Primeira Ordem Nos exereicios 1—22, encontre affax eafay. De ~ 3y—4 2 faayar—yty = DO +9 Sxy Te = y+ 3 — 6y +2 Gy - DF 6 fa, 9) = x3)" vir 8. flr = G8 + DP” Veet y) 10. fix, y) = sh + Y) G+ Gy- 1) fo, y) = are!) eon 14, fla, 9) =e sen (r+) ety 16. fix, y) = e7Iny n° (x ~ 39) 1B. flx, y) = 608" Gx — y?) , 20. fox, »)= log, x J 104 (om gon pr td 9 Sor ovi

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