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Claustrofobia Ao Ar Livre: Zenyata Mondatta

Quem está morto tem medo de viver, era o que dizia uma plaquinha
que eu encontrava nos lugares públicos mais badalados pela “nata” da
sociedade desta localidade ao sul do norte da Europa quando ficar mais
velha.
Olha, prá dizer a verdade, eu acho que este leite está é estragado e
essa gente da “nata” são na verdade fungos e germes, se não forem
vermes, foi o que comentou numa ferocidade que fazia ciúmes a uma
mulher que leva um fora de um cara, logo ela, que achava que tinha um
trono dentro do abdômen. O cara autor deste comentário não se
conforma com a existência de panelinhas tão vazias de vida inteligente, se
tanta gente morre de fome e de acidentes nas ruas desta cidade que, só
não é melhor porque não possui terremotos, mar com praia e etc., e TV a
cabo.
Mas voltando às focas, elas são muito desvalorizadas, desmoralizadas,
senão desfocalizadas do mundo das divindades circenses quando as
peruas, galinhas, pombinhas e outras cheias de penas mostram toda
aquela carne a torto e a direita, nas festas que são legais e onde todos
se divertem até mesmo aqueles que insistem em dançar bossa-nova
bebendo sua vodca sem gelo e comendo pizza com peixe cru.
Não que eu não goste dessa tal de burguesia, mas prefiro bem mais
um hamburguer de fim de noite, frio com aqueles lixos industriais que
nossos pais inventaram e colocaram numa bisnaga, dando o nome de
catchup, mostarda e Coke.
Eu gosto muito de falar destes brotinhos pré-fabricados em colégios
de classe mediana que se vestem com câmara de ar (e fazendo isto ficam
parecendo com uma câmara cheia) e saem por aí, rosto mais colorido que
uma ceia de natal sub-tropical e cabelos que deixam a Barbie com a maior
inveja deste mundo (inclusive do mundo infantil, no caso).
O que está acontecendo na verdade no mundo dos lixos empacotados
e com preços em código de barras é que não sabem se vão a uma
danceteria divulgar seus desajeitos que chamam de dança, ou a um show
de heavy metal, imitar seus ídolos headbangers quebrar aquilo que não
existe.
Bom, como diz o ditado, quem não tem cão, não vai aos megacanis que
são os shopping centers que se espalham, pasmem! , mais rápido que as
Igrejas Evangélicas, com a diferença que nos shoppings você não paga
para entrar.

À seguir: “Você não precisa mudar de país: suicide-se.”

Jorge Pereira – 04/10/1991


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