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A QUESTAO AMBIENTAL URBANA: PERSPECTIVAS DE ANALISE Liicia Cony F. Cidade" ‘A Questo Ambiental e a Questo Urbana’® A presenga constante da crise ambiental planetéria nos meios de comunicacéo, a énfase com que esta tem sido tratada pela acdo governamental @ © papel central que 0 tema tem ocupado nos. debates académicos indicam 0 Teconhecimento de sua fundamental importancia. Além disso, com a ruptura do projeto socialista © com a crise profunda e prolongada do modelo capitalista, a tica ambiental tormou-se para muitos a unica alternativa viével de um compromisso com a qualidade de vida do planeta © com o bem-estar da espécie humana. Apesar da ubiqlidade do assunto meio ambiente (ou s6 “ambiente"), 0 aparato tebrico para orientar a andlise e a pratica social a ele relacionadas ainda cesta sendo construldo. ‘Andlises interdsciplinares recentes da questo ambiental 18m ultrapassado tanto a perspectiva ecolégica tradicional, que contrapde recursos natura limitados a uma populagao progressivamente crescente, quanto a viséo desenvolvimentista, que supée um progresso tecnolégico capaz de expandir de forma ilimitada os recursos naturals do planeta. Esses novos enfoques adotam ‘uma abordagem que busca superar tanto o determinismo do meio quanto a énfase antropocéntrica. Essas perspectivas integrades tem raizes na economia politica, na geografa ertica © na cultura humanista e proper que a andlise do ambiente cdeve partir de ura concepsao histérica @ filoséfica e buscar modos de convivéncia ‘que respeiter e valorizem fanto o espago social quanto o espaco natural. Devido 20 papel dominants da urbanizagdo no. estdgio atual do ccapitalismo, a andlise da questo ambiental As vezes se mistura com a reflexdo sobre problemas ambientais das cidades. Se 0 apoio teérico sobre a relagao sociedade-natureza em sua forma atual ainda esté por se consolidar, 0 assunto torna-se ainda mais rarefito quando se trata da combinagao cidade-ambiente. O objetivo deste texto & buscar conextes entre as diferentes perspectivas de andlise dda questo ambiental em geral © os enfoques atuais sobre a questéo ambiental urbana, em especial para paises subdesenvolvidos. Para isso, primeiro S80 apresentadas as principais correntes de andlise ambiental contempordnea {ecologia © ambientalismo, economia ambiental e economia politica do ambiente). Em. seguida, identificam-se diferentes vertentes de andlise ambiental urbana, buscando tragar 0 caminho percorrido por essas linhas de pensamento até as formulagées atuais (ecologia urbana, gerenciamento do ambiente urbano critica sécio-ambiental urbana). © texto também busca identificar formas de abordagem {que se propdem a superar obstécules a uma concepséo integrada e integradora da ‘questo ambiental urbana, “ Professora do Departamento do Geografa da UnB o Posqusadora do NEURJUNB. "Esto trabalho tove como uma de suas metivagées letras © debates no Arbito de um grupo do estudos com Marla Steinberger, a quem agradero. A responsablidade por eros & ‘omisades permanece com a autora, 290 Visdes Sobre a Questao Ambiental As diferentes perspectivas sobre a questo ambiental na_atualdade compdem um espactro bastante variado, insirado em diferentes visbes do mundo por parte daqueles que as adotam. Os enfoquesIncluem desde grupos ecoldgicas Breocupados com a devastagio presente e futura do planeta em que vivemos, até posigbes dedicadas a incorporar aspectos de preservacdo"® do ambiente no modelo ‘esenvolvimeniita atual, deforma a proporcionaalgumias corres funciona de percurso. Outros grupos, usando andlises histéricas e dialéticas, consideram que 56 relagies socials justas poderéo permitir uma relaglo sociedade-naturaza também justa e equilibrada. Esses diferentes enfoques podem ser de trés tipos: ecologia e ambientalismo, economia ambiental e economia politica do ambiente. Ecologia e ambientalismo Ecologia A linha da ecologia (também chamada “Deep ecology") caracteriza-se por ‘uma visdo que teve origem nos fildsofos organicos Tales, Anaximandro e Herdcito. Esses pensadores consideravam 0 cosmos, a natureza @ 0s seres humanos como algo vivo e aulo-criativo, construindo continuamente a ordem a partir da desordem. ‘Sous seguidores de hoje cultivam a *hipbtese Gaia e consideram o planeta como ‘um organismo vivo, com uma fisiclogia auto-criativa © auto-protetora. Nesse ‘sentido, a consciéncia @ a praca ecolégicas s&o decisivas para a compreensio da Telacdo da humanidade com 0 meio ambiente e com outras espécies (Sahtouris, 1997, 16-20). A visdo da teoria de Gaia sobre a evolucéo, longe de enfatizar a nsia territorial © @ agresso mitua dos sociobiélogos inspirados em Darwin Lamarck, sugere, “ao contrério, uma intrincada rede de dependéncia mitua em sistema "cooperative, a_evolugo consecutiva dos projetos, que harmoniza interesses confitantes. Os modelos da evolugéo nos mostram a preservagio criativa da vida em toda sua complexidade” (Sahtouris, 1991, 25). A proposta resgata da teoria da evolucdio os aspectos de competicto @ cooperaga, de independéncia de interdependéncia, considerando que a competicao © a independéncia s80 importantes para a sobrevivéncia dos individuos, enquanto a ‘cooperacdo © a interdependéncia so relevantes para a sobrevivéncia do grupo, sociedade ou espécie. O enfoque advoga que a perspectiva de Gaia apresenta solugées simples para os maiores problemas da humanidade atual - guerras, -superpopulaglo @ fome - sein que, contudo, ssjam féceis de ser impiementadas, (Os maiores obstéculos & resolucdo desses problemas seriam a nossa visto de mundo @ @ busca da maximizagao do lucro, que no permitem que se mude da competigdo internacional para a cooperag’o internacional (Sahtouris, 1991, 262- 263). ‘Alguns autores consideram que a humanidade esté atravessando uma “erise civlizatéria’ com implicagées sérias na biosfera. Esses autores notam a ameaga representada pela predomingncia do sistema de valores ocidental e pelo surgimento de “um novo paradigma tecnoprodutivo, fundado no. dominio da informacao, através da microeletrénice, das telecomunicagSes e de uma nova filosofia da organizagao das unidades produtivas”. (Viola & Leis, 1991, 30) Apesar ‘agdes que garantem a manutengéo das caracteristcas préprias de interages ene seus components". (Rocha etal, 1992, 102) 291 esse diagnéstico sombrio, os autores identificam a emergéncia de um sistema de valores pos-materialsta na proposta ecologista da atvalidade, onde se procura harmonizar o desenvolvimento material e 0 espirtual. (Viola ¢ Lets, 1991, 37) Em jutro trabalho, Leis considera que 0 ecolagismo, longe de ser unificado, expressa o confronto entre dois tipos de racionalidade: a racionalidade critica’ do projeto ecol6gico e a racionalidade instrumental do projeto industrial-consumista. Segundo Leis, 0 projeto ecoldgico 6 baseado em tradighes espirtuais, na nova ciéncia ontemportinea de enfoque sist8mico © em perspectivas criticas (Habermas Foucauit). Em contraste, 0 projeto industral-consumista representa o resultado do predominio de valores matetilistas, caracteristico da civilizagdo ocidental. O ‘confronto entre esses dois tipos de racionalidade teria evoluldo para a assimilag&o ‘© ‘mistura’ dos dois blocos de valores © resultado em uma “azo mais ‘ecologizade’, expressa no ambientalismo, (Leis, 1991, 11) Ambientalismo (Ecodesenvolvimento) Para Leis, 0 movimento ecoldgico expressa-se por duas vertentes diferentes entre si: 0 ambientalismo e © ecologismo. © ambientalismo, segundo o Autor, no muda 0s valores da sociedade ocidental, pois a nogtio de ambiente coloca a humanidade como centro @ a natureza como perferia. Para Leis, essa Visio implica a considerago da natureza como objeto externo de dominagao, no Feconhece seu aspecto ativo © criativo © procura moldar o projeto ecolgico a0 projeto ocidental hegem@nico. (Leis, 1991, 11-12) ‘© ambientalismo, egresso do ecologismo, porém amoldandose & racionalidade instrumental’ do projeto industrial-consumista, apresenta-se como uma forma de equacionar 0 conflto entre crescimento econémico preservagio ambiental. Cardoso considera que para isso, foi bastante itil 0 surgimento do ‘conceito de desenvolvimento sustentével (Cardoso, 1994, 215). Esse conceito, popularizado pelo Relatério Brundtland, considera como desenvolvimento ‘sustentvel “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as geragies futuras atenderem a suas proprias necessidades”. (CMMAD, 1988, 46) ‘Segundo Cardoso, a equidade entre os paises e entre as geragSes coloca- ‘se como foco do debate. Além disso, a questo da sustentabilidade elucida o nivel cde compromisso com a “preservago" @ com a equidade. Segundo o autor, “o ‘novo paradigma’ passa, assim, @ ter grandes possiblidades de se integrar ao velho". (Cardoso, 1994, 216) ‘Outra vertente do ambientalismo inspira-se em uma viséo malthusiana ‘que compara recursos limitados com uma populagto sempre erescente. Segundo Goldsmith, que critica tanto a viséo ecocéntrica como a sua contrapartida ‘econdmica, a vis8o econacéntrica, 0 principal pressuposto dessa linha considera ‘que fatores ambientais,tais como recursos e base fisica, s8o constantes © que 0 Progresso tecnolégico 'é limitado, Assim, a sustentabilidade ecol6gica s6 sera alcangada com a expressiva limitago do crescimento populacional. (Goldsmith, 1992, 7) Uma vez que as maiores taxas de crescimento populacional encontram-se ppredominantemente em paises do "Sur, esse tipo de argumento traduz-se facilmente em recomendagées que atribuem a esses paises grande parte da Tesponsabilidade © dos custos de resolugéo dos problemas ambientals munciais. Essa posi¢éo atinge dois objetivos em um unico lance: além de obscurecer a 292 Participagdo, essa sim significativa, dos paises do “Norte” na geragdo © agravamento dos problemas ambientais do mundo de hoje, reforca andlises Lnilaterais sobre o velho problema do subdesenvolvimento. Economia ambiental Economia de fronteiras [A viséo conhecida como economia de fronteiras, também denominada econocéntrica, inspira-se em formulages da economia que enfatizam comportamento de mecanismos de mercado. De acordo com Goldsmith, essa vertente prevé a expansdo da prépria base de recursos, por meio do avango tecnolégico, por sua vez viabilizado por interesses de mercado. Essa linha faz posigao a perspectiva ecolégica e & mais forte em paises em paises do ‘Sul’, cujas principais preocupagdes so com o desenvolvimento. (Goldsmith, 1992, 8-9) linha econémica, ao privilegiar 0 mercado como simultaneamente meio e fim das atividades da sociedade, submete a légica ambiental aos des(gnios do modelo dominante de relagées ‘sociais © da cultura do consumismo. As Perspectivas de anélise e solug3o dos problemas em geral e dos ambientais em particular esti limitadas a adequagées internas ao sistema, sem que por isso se \islumbre nenhuma possiblidade de superacao de suas contradigbes basicas, Gorenciamento de recursos AA vis8o de economia dos recursos naturais surgiu das propostas da ‘economia neocléssica, incluindo aspectos ‘institucionalistas”. Suas proposicées tebricas pretendem aprimorar os mecanismos de mercado, incluindo a nogao de ‘custos ambientais, como uma forma de regulago que permita a continuidade do sistoma. (Cardoso, 1994, 216) Nossa _perspectiva, poderiam também sor incluldas as medidas de Protegao do meio ambiente, no ambito das relaghes econémicas intemnacionais, como 0 uso de equipamentos antipoluigio, @ regulamentaczo de produtos poluentes, negociagées para evitar ou minimizar os efeitos da poluigéo interfonteiras © passos para inslituir um sistema de nocas ambientais intemacionais uniformes. Outro concsito instrumental 6 0 principio’ do poluidor- ppagador que atribui ao poluidor a responsabllidade pelas despesas relativas as ‘medidas para prevenir ¢ conter a poluigdo. (Comune, 1994, 199-203) ‘Outros autores enfatizam a necessidade © os desatios de uma politica de meio ambiente, sugerindo o fortalecimento de instrumentos de gerenciamento. Um desses instrumentos 6 0 das contas patrimoniais “que permitem incorporar o valor fecondmico da dotagdo de recursos naturais do pals no planejamento ‘macrosconémico”. (Guimaraes, 1992, 73) Margulis, discutindo métodes utilzados em estudos do Banco Mundial, aborda os custos de controle ambiental, considerando o nivel “6timo" de controle ‘ambiental como "aquele que pondera o quanto cada sociedade deseja crescer ou rmanter em termos do atividades econémicas com os investimentos em controle ambiental”. O autor sugere que o nivel timo de controle estabelece inciretamente © ‘nivel étimo de poluigdo,” que por sua vez depende do nivel de renda do pais, dos custos de controle e dos seus beneficos. (Margulis, 1992, 88) Economia politica do ambiente [A abordagem integrada, também chamada de economia politica do ambiente, interpreta a sociedade ‘sob uma perspectiva dialética © de confito de classes. Goldsmith, ao advogar essa abordagem, prope que tanto as questes ecolégicas quanto 'as econémicas, apesar de sua natureza técnica, requerem landlises sociais e pollicas profundas. A complexidade ¢ as indefinigSes envolvidas nessas andlises seriam menores nos aspectos relatives & natureza @ & tecnologia, aumentando progressivamente a0 se penetrar na esfera da economia e finalmente no sistema social ¢ poltico. (Goldsmith, 1992, 9-12) Para superar a situagéo de dominagao © divisées sociais, Goldsmith busca identificar as forcas socials ccapazes de simultaneamente promover methoria poltica, econémica @ ambiental Nesse modelo, sustentabildade seria incompativel com sistemas socials que mantém 0 prvilégio como norma. Em uma socledade sustentével, grupos organizariam a politica © a economia para um uso igualitrio @ respeitoso do ambiente natural, Essa sociedade deveria responder tr8s Imperativos: a) a melhoria nas relagées entre a sociedade e o mundo natural; b) a reestruturagao das relagBes entre os palses industrializados @ os em desenvolvimento; © o principal c) 2 redugo, ou transcendéncia, de diferengas pemiciosas de classes socials, género @ raga. Em todos 0s tr8s casos, 0 autor nota, seria necessério desafiar relagtes e confites construldos socialmente, registrando a necessidade de evitar excesso de timismo. (Goldsmith, 1992, 13) Essa perspectiva revela que, 20 reproduzir as relacées de uma sociedade do classes, voltada para a acumulagéo sem fronteiras, a relagto entre as questbes fecolégicas e econémicas extrapola sua aparéncia técnica e vai além, para deixar transparecer uma esséncia intimamente articulada as grandes questées sociais de rnossos dias, Revela ainda que a relagdo sociedade-natureza fruto do modelo fecondmico capitalista reproduz a ideologia de desigualdade © antagonismo inerentes a esse sistema. Ao considerar a natureza, na tradig&o baconiana, como algo a ser dominado em favor de um projeto essencialmente mecanicista, a ‘sociedade atual talvez esteja acelerando um confronto decisivo com seus préprios valores, A abordagam da economia pottca do ambiente traz em si uma atitude de cautela, © uma de otimismo. Cautela, pois exige mudangas fundamentals no ‘modelo’ econémico contemporaneo © em sua base ideoiégica. Otimismo, pois j& ‘esta surgindo uma nova consciéneia nos movimentos ecologistas, baseada em anélises realistas das causas dos principals problemas ambientais do presente aliada a valores engajados em um projeto social. \Visbes Sobre a Questiio Ambiental Urbana ‘As perspectivas de andlise sobre a questtio ambiental urbana estéio assentadas em formulagées sociolégicas do inicio deste século e em uma vis8o econémica ligada ao planejamento. Propostas alternativas atuais consideram importante uma visto histérica e interdisciplinar que integre preocupagées da ecoiogia com andlses séio-policas, passando pela googata, poo dito © pola losofia. Ecologia urbana Acidade como organismo {A linha da ecologia urbana tem seu marco histérico nos trabelhos de socidlogos europeus © americanos ligados & “Escola de Chicago” que, a partir da segunda década deste século, desenvolveram estudos na linha da ecologia humana aplicada aos fendmenos decorrentes do significative crescimento das grandes cidades, em particular nos Estados Unidos. Em artigo cléssico sobre @ vida mental metropolitana, publicado peta primeira vez em 1902, Simmel compara a cidade a um organismo. Nessa estrutura, Tegida pela “corrente em constante movimento do dinheiro,” a vida das pessoas depende de uma adaptacao intelectual & multiplcidade de estimulos, da integragao temporal e espacial das “atividades © relagies mctuas em um calendérro estavel e impessoa’". (Simmel, 1973, 15-16) Park, considera que a cidade nao se limita a ser um mecanismo fisico © ‘uma construcio artificial; 6 obra da natureza, em especial da natureza humana, festando vinculada aos processos vitais de seus habitantes. Em artigo primeiro Publicado em 1916, considera fatores primarios na organizagao ecolégica das idades as coisas que promovem mobilidade © concentragao de populagies urbanas, como transporte, comunicago @ construgées. Para Park, a cidade 6 0 habitat natural da sociedade civilizada. (Park, 1973, 28) Wirth, a0 contrério de Simmel e Park, assinala que “em nenhum lugar do mundo a humanidade se afastou mais da natureza organica do que sob as concigbes de vida caracteristicas das grandes cidades. Ao considerar o urbanismo como um modo de vida, Wirth proptes tr8s tipos de perspectivas, a primeira das quais diz respeito & cidade “como uma estrutura fisica consistindo uma base de Populagdo, uma tecnologia 6 uma ordem ecolégica’. (Wirth, 1973, 107) ‘Chombart de Lauwe, a0 estudar a organizacéo social nas cidades, identifica a ecologia como um de quatro grandes setores de observagdo da Corganizagéio social no meio urbano (1. a ecologia; 2. 0 estudo das estruturas sotiais; 8. 08 estudos psicossociolégicos do comportamento; @ 4.0 estudo das ropresentagées, das imagens, dos modelos culturais, dos simbolos, dos sistemas de valores). A ecologia urbana poderia, assim, utlizar métodos técnicas de andlise das variéveis do meio. (Chombart de Lauwe, 1973, 126) Outros autores, de diferentes linhas ligadas a planejamento urbano @ regional, também contribuiram para o estudo das cidades na perspectiva da ‘ecologia urbana. Kingsley Davis aproxima-se da preocupagio demogratica da ecologia a0 enfatizar a urbanizacdo como um proceso que envolve némeros progressivamente crescentes de pessoas. Aponta como tnica solugao para deter 0 crescimento das cidades e atacar os problemas urbanos do mundo desenvolvido © subdesenvolvido a reducdo do crescimento demografico. (Davis, 1972, 13) Woiman discute as necessidades metabdlicas das cidades, definindo-as como “todos os materials, servigos e comodidades indispenséveis'para assistir seus habitantes em casa, no trabalho e na recreago. O ciclo metabblico no se completa até que os dejetos da vida cotidiana tenham sido removidos © liminados.” (Wolman, 1972, 169) Entre os principals problemas. metabélicos discutidos estéo “o fomecimento de um suprimento adequado de agua, 0 tratamento do esgoto e o controle da poluigdo do ar’. (Wolman, 1972, 170) 295 Kevin Lynch considera 0 melo ambiente importante na _percepgio imediata, no uso diério, e na vida dos habitantes urbanos, realgando o fato de que a forma fisica de uma cidade tem um impacto sensorial que condiciona profundamente a vida de seus habitantes". Advoga poliicas que leven & ‘construgdo de cidades habitdvels e harménicas. Sua preocupagao 6 em tomar a ‘cidade mais humana, melhorar as condigSes de vida da populacéo. (Lynch, 1972, 208-216) A cidade como ecossistema (© conceito de sistema ecolégico ou ecossistema parte de uma visto de intertelacionamento entre 0s organismos vivos @ seu ambiente néo-vivo. Ecossistema 6 "qualquer unidade (biossistema) que abranja todos os organismos {que funcionam em conjunto (a comunidade biética) numa dada érea, interagindo com 0 ambiente fisico de tal forma que um fiuxo de energia produza estrutures biéticas claramente definidas e uma cilagem de materiais entre as partes vivas @ no-vivas. (Odum, 1988, 9) ‘Aiguns autores consideram que a cidade pode ser vista como um ‘ecossistoma, em sentido amplo: “uma unidade ambiental, dentro da qual todos os ‘elementos @ processos do ambiente sto inter-relacionados e interdependentos, de modo que uma mudanca em um deles resultard om alteragies em outros componentes". (Mota, 1981, 15) Segundo o autor, o ecossistema urbano é constituldo pelo sistema natural @ 0 sistema cultural. Mota considera a cidade como um sistema aberto, dependente de outras partes do ambiente mais amplo. (Mota, 1981, 15) ‘Quiros. autores consideram os ecossistema urbanc-industriais como ‘aqueles criados pela sociedade © que utlizam os combustiveis como principal fonte de energia, ao invés do sol. Consideram que esses sistemas geram riqueza “seus restos sto agentes poluidores". (Rocha et ali, 1992, 55-56) Douglas considera a cidade como um sistema aberto com elementos vivos interagindo com seu ambiente fisico. Segundo 0 autor, a proposta de cidades como sistemas econémicos pode ser vista como fluxos de dinheiro, mercadorias, servigos emateriais. Enquanto ecossistemas, elas podem ser interpretadas segundo fluxos de energia, Agua e elementos quimicos ou ainda como um habitat para organismos, particularmente seres humanos. Douglas rev6 diferentes formas de tratar a cidede com analogias sistémicas e particularmente como um ecossistema com caracteristcas especifcas. Esses pontos de vista podem ser 0 econémico, © ambiental ou do habitat © 0 integrado ou bio-s6clo-fisico. Usando o ponto de vista econdmico, as cidades podem ser vistas como sistemas de consumo, comerciais @ de produgo. Na perspectiva do habitat ou ambiental, a cidade pode ser vista ‘como um ecossistema ou como um sistema de apoio & vida. O autor critica essa ‘analogia por sugerir que @ cidade 6 uma maquina fisica com um sistema social © cultural independents. (Douglas, 1981, 315-820) ‘A consideracdo da cidade como ecossistema 6 assunto de controvérsia. Branco argumenta quo a cidade néo 6 um ecossistoma pois ola nao 6 auto. suficiente. Considera que um ecossistema deve abranger organismos produtores, consumidores © decompositores para que a reciclagem de substéncias quimicas ppossa ocorrer de forma continuada. Segundo 0 autor, a cidade seria somente a parte consumidora do sistema. (Branco, 1988, 74) 296 Gerenciamento do ambiente urbano Planejamento do ambiente urbano Esta linha tem origem no planejamento @ tenta superar as falhas desse processo, por meio da critica e da incorporagao de novos métados conceites. Visa, dessa forma, aumentar o grau de efciéncia @ equidade na administragdo do investimentos e recursos. Kade, em estud inicialmente publicado pela Unesco em 1970, aponta que a ideologia do planejamento surgiu da combinago dos modelos tracicionais de tomada racional de decis6es com a proposta de intervengo do Estado na economia. Essa ideologia seria, pois, ao mesmo tempo racionalista © intervencionista. Kade considera que a poluico ambiental nao é um problema isolado, & uma questio social na base do proprio sistema capitalista e, portanto, impossivel de ser resolvida pelo planejamento, que representa solugées técnicas para melhorar um sistema social supostamente satisfatrio. O autor vé como ponto de partida a tentativa de estabelecer um método intercisciplinar de controle ambiental. (Kade, 1976, 4-18) ‘A perspectva do planejamento do ambiente urbano, em sua verso atual, considera importante anaisar 0 ambiente sob o ponto de vista da ullizago do espago e recomenda duas dimensées analiticas. Uma refere-se & crescente ‘concentragio da popuiaglo brasileira, criando adensamento urbano em todas as regides ¢ ‘problemas ambientais comuns. A ouira refere-se a desigualdades na ddstrbuigdo espacial de recursos naturais © de atvidades econdmicas. A ‘combinagdo dessas duas dimensdes daria o caréter da questo ambiental em diferentes regides do pals. Essa ética considera que os problemas ambientais urbanos no Brasil séo determinados por dois tipos de fatores. Em primeio lugar, a ‘combinago da pobreza com a degradacio ambiental, tipica dos grandes centros urbanos. Em segundo, a concentracao de atividades industrais @ seus impactos ambientais negativos nas grandes cidades. (CIMA, 1991, 54-60) Gerenciamento de recursos no ambiente urbano ‘A perspectiva econémico-ambiental urbana tem sua origem em trabalhos ‘que abordam a questo ambiental urbana como um caso particular da andlise microeconémica, no apresentando formulagées teéricas especificas para as cidades em sua relagéo com 0 ambiente. Segundo Alier ¢ Schllpmann, os economistas mais ortodoxos inclinar-se-iam a interpretar quesiées ecolégicas ‘como problemas de risco ou como questBes de escolha coletiva ou externalidades, Os autores notam que @ muito dificil atribuir custos ecolégicos atualizados aos bbens que consumimos. Em alguns casos, os custos ecolégices sero sentidos no futuro, como no caso da industria automobilistica, que utiliza recursos nd renovaveis como combustival; em outros casos, as conseqléncias da produgao & ‘consumo atuais sobre a ecologia so desconhecidas. (Alier © Schlupmann, 1993, 221-223) ‘Ao critica a linha econémica, Kade nota que a teria econémica da poluigéo manteve um referencial estritamente econémico e sem substancia, privilegiando 0 uso de mecanismos de mercado. As propostas decorrentes so, Segundo ele, baseadas em solugdes técnicas, para as quais so feitas estimativas de custos @ lucros, sem ressonancia na solugio dos reais problemas sociais, Politicos e, por conseguinte, ambientais de hoje. (Kade, 1975, 14-16) 207 Critica séclo-ambiental urbana As perspectivas critcas privilegiam a andlise da questo ambiental urbana ‘como expressao do estagio atual do capitaismo, que ainda mantém como caracteristicas a acumulagéo de capital, 0 confito social © a organizagao da ‘sociedade em classes. Essa visto permite uma dose de realismo nao encontrada habitualmente em outras linhas de argumentagdo tebrica. Na verdads, propostas de superagao da crise ambiental devem levar em conta sua propria viabilidade @ ‘analisar os principais obstéculos para sua aceitaclo pela sociedade. A viso sécio- ambiental urbana vislumbra propostas de interdisciplinaridade desenvolvidas nas itimas décadas, em alguns casos oriundas de posigées criticas a andlises ‘segmentadas da realidade. Goldmith pressupde que 0 equillbrio ambiental retaciona-se de perto com trés ordens de fatores: a) a natureza da mudanca tecnolégica; b) as taxas de industrilizacdo e urbanizacdo; e c) a estrutura da economia ¢ da sociedade. O autor considera que a mudanga tecnolégica ¢ fruto de decisées na esfera da economia (predominantemente industrial © urbana) © que essas por sua vez so determinadas a partr da organizagao de uma dada sociedade. Assim, “nfo faz sentido falar de um ambiente urbano em particular, mas ‘somente um ambiente urbano construide como um resultado de interago sociale politica envovendo cooperagso, confit @ represséo, projeto, escolha @ coergo. No mundo real de hoje, isso ‘significa que nossas diversas compreensdes de problemas do ambiente urbano dependem de consideragées de género, raca, nacionalidade @ classe social. Mais dretamente, esse ponto de vista afirma que seré impossivel compreender 0 ambiente urbano ¢ agir para melhoré-lo a menos que possamos simultaneamente agi para ‘melhorar a situago das mulheres, reduzir a discriminacdo racial, inverter relagdes internacionais injustas e contemplar a desigualdade de classes. Esses requisites so dificeis de alcangar eles deve: ‘alertar-nos para o fato de que solugées para problemas ambientais Uurbanos serdo dificeis de encontrar’. (Goldsmith, 1992, 12) Dessa forma, problemas ambientais urbanos seriam o resultado de uma corganizagdo social que: a) produz desigualdades entre os seres humanos; b) encoraja 0 conflte; ¢ c) depende de infinito crescimento material. (Goldsmith, 1992, 12) Monte-mér argumenta que 0 reflexo da emergéncia da consciéncia ambiental © ecolgica sobre as cidades ainda é limitado. Considera também que o debate sobre a qualidade de vida, categoria com potencial para “o resgate do valor de us0 no espago urbano e do sentido social da propriedade’, ainda 6 incipiente. Provoca ecblogos @ ambientalistas a0 propor a questio da biodiversidade do ambiente construldo © ao propor revisdes na consideragao dos espagos urbano- ‘metropolitanos como “espagos mortos”. O autor ressalta que, enquanto a falta ou inadequagio de servigos de Agua, esgoto © lixo atingem principalmente as opulagdes pobres das cidades em seu cotidiano, a disposiao final de residuos sélidos @ efluentes afetam as éreas urbanas como um todo. Uma vez que solugbes tradicionais S80 caras © ineficientes ¢ solugdes alternativas so diticeis de implementar em locais de altas densidades, Monte-mér conclui que "6 0 proprio modelo territorial urbano @ metropolitano que necessita ser revisto, em busca de 298, alterativas multiplas que garantam maior permeabilidade ¢ integragao entre 0 ‘espago natural e 0 espago social”. (Monte-mér, 1994, 174-176) Outros autores consideram que o conceito de ambiente tem sido uiilizado dd forma inadequada e proper avangos no sentido de ultrapassar interpretagdes deterministas ¢ funcionalistas do termo. A proposta & considerar o ambiente como a “espacialidade de determinados processos naturais e biolégicos” articulados a pprocessos sociais, considerando-o essencial ao proceso de construgao social da realidade. (Randolph e Bessa, 1993, 76) Randolph © Bessa propdem mudangas essenciais em nossa interaglo ‘com o mundo objetivo (ecologia ambiental), com o mundo subjetivo (ecol ‘mental) © com o mundo social (ecologia social). Para orientar a nova relagao com 0 ‘mundo, 08 autores propdes dois principios: a) considerar 0 cardter essencialmente social do meio ambiente; 6 b)relacionar 0 conceito de meio ambiente & “realidade social de configuragées @ organizagSes teritriais’. Propdem, para isso, uma interpretagao dialética, que v8 0 meio ambiente como totalidade concreta. (Randolph e Bessa, 1983, 81) HA ainda ‘trabalhos recentes, como o de Aguiar, que revela a grande potencialidade do direito como instrumento de luta social nas questtes de meio ambiente. O autor advoga uma abordagem totalzante e transdisciplinar para a questdo-ambiental ¢ critica a viséo antropocéntrica da relagao sociedade-natureza. © autor realga 0 fato de que “o ser humano pertence a um todo maior, que & complexo, aticulado e interdependente”, notando também que “a natureza & fnita € pode ser degradada pela utiizagao perduléria de seus recursos naturais". Mostra também que a humanidade © sua produgo tem que procurar conviver pacificamente com a natureza para néo correr 0 risco de ser destruida, indicando o ‘caminho da responsabilidad social como essencial para a luta ambiental. (Aguiar, 1994, 20-21) 0 trabalho indica instrumentos para uma organizagao da cidadania ambiental, incluindo a politica urbana, e sumariza a legislagdo existente sobre a questo ambiental, indicando diversas formas de participacdo popular. Qs trabalhos que adotam a concepgéo critica identificam poder e a Figidez do modelo industia-consumista na’ determinacdo da crise ambiental contempordnea. No entanto, eles revelam certa dose de otimismo ao vislumbrar germens de superacdo da racionalidade instrumental nos movimentos ambientalistas, em particular nos populares e urbanos. Para Uma Visio Integradora Cidade-Ambiente A dlversidade de posigdes apresentadas nessa breve discussto e 0 fato de varios autores se concentrarem em aspectos especificos da relagdo cidade-meio ambiente sugere que ainda estamos longe de encontrar um referencia & altura da complexidade do problema. Tanto os enfoques que privilegiam a perspectiva ecol6gica como os enfoques de énfase econdmica tendem a um reducionismo que, se por um lado permite uma espécie de mergulho na légica intrinseca de cada campo de conhecimento, por outro delimita em excesso 08 horizontes de Compreensto do problema. A perspectiva critica, embora ainda sem uma tradigao consolidada de reflexées sobre a questéo ambiental urbana, oferece uma proposta potenciaimente fértl. O enfoque d& a devida importancia aos grandes condicionantes por trés do projeto de desenvolvimento capitalista, como a racionalidade instrumental e a interpretacdo mecanicista da natureza. A proposta 6, em si, intercisciplinar, em consondncia com a complexidade do problema, o que 299 significa um bom comeso. E preciso no entanto causa, para evitar a ropetigio futura de pocados de algumas vetentes da crea social que convidavam a colocar oo método acim da realtiado, Bibllogratia AGUIAR, Roberto Armando Ramos de. Direito do meio ambiente e participacao popular. Brasilia: IBAMA, 1994, ALIER, Joan Martinez & SCHLUPMANN, Klaus. La ecobgia y la economia, ‘Mexico: Fondo de Cultura Econémica, 1993, BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate. Sto Paulo: Moderna, 1988. CARDOSO, Adauto Licio. “Valores © interesses. Notas sobre ética ambiental, reestruturagio econémica @ a formagdo dos blocos regionals”. in Lavines, Lena; Carlelal, Liana Maria da Frota; © Nabuco, Maria Regina (orgs.). 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