Nos ltimos anos, foi possvel observar um aumento na militncia e no ativismo
no campo dos direitos humanos. Diversos fatores podem justificar esse crescimento, como o desgaste do sistema poltico e a crise da forma de partido. Deve-se destacar tambm o advento das redes sociais, que intensificou lutas que j foram restritas s ruas. Alm do aumento visvel de tal militncia, ocorreram mudanas na prtica da mesma: h mais reivindicaes justia redistributiva com demandas marcantes de reconstruo de identidades e subjetividade, deixando de lado aes mais centralizadas. Junto s mudanas, houve reivindicao dos "lugares de fala". Assim, minorias que antes no tinham voz nas suas prprias lutas se tornam protagonistas das mesmas, j que so os verdadeiros sujeitos oprimidos por preconceitos e discriminaes. Desta forma, o privilgio restrito ao homem branco, rico, heterossexual e cis quebrado e o "lugar de fala" estendido outros grupos. Porm, os movimentos de direitos humanos podem sabotar a si mesmos ao tornar pautas e discusses nicas e exclusivas, acabando por afastar pessoas que devem se comprometer com a luta. Com exceo de discursos opressores, todos os outros devem ser ouvidos e, assim, todas as experincias revertidas em combustvel para o movimento. Os "lugares de fala" podem, muitas vezes, reproduzir hierarquias que deveriam ser extintas. Isso resulta em contradio quando, por exemplo, mulheres reproduzem o machismo (ou at a homofobia, racismo, etc). Dado o exposto acima, torna-se claro que os novos modelos de militncia que esto surgindo requerem uma reinveno das prticas e mtodos altura. Deve-se ouvir e falar muito e, deste modo, teremos movimentos mais construtivos e eficazes.