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Fes lSr¢ RELATORIO DO MINISTERIO DAS RELACOES EXTERIORES 1961 APRESENTADO AO EXCELENTISSIMO SENTOR DOUTOR JOAO BELCHIOR MARQUES GOULART, PRESIDENTE DA REPUBLICA DOS ESTADOS UNI- DOS DO BRASIL, PELO SENHOR FRANCISCO CLEMENTINO DE SAN TIAGO DANTAS, MINISTRO DB ESTADO DAS RELACOES EXTERIORES Segac de Publicagées da Divisio de Documentacio ~~ 9 brasileiros © apoio da ago concentrada especialmente no quadro do GATT, mormente por ocasido dos trabalhos da XIX Sessio das’ Partes Contratantes e da Reunido de Ministros do Comércio, em novembro de 1961 AERICA ‘Tendo em vista a crescente importancia que vém assu- mindo as relagdes do Brasil com as novas nagées do Cont neate africano, foi criada, pela recente reforma administra- tiva do Itamaraty, a Divisio da Africa, subordinada a0 Secretatio Geral Adjunto para Assuntos da Europa Ociden- tal e Africa, com a incumbéncia especifica de tratar dos neg6- cios politicos, culturais e econdmicos dos paises daquela re- gido, excetuando-se, entretanto, a Repablica Arabe Unida, due se acha incluida na Divisio do Oriente Préximo. Constitui essa medida mais uma demonstragdo da especial importancia € atengio que © Govémno brasileiro dedica ao estreitamento de suas relagdes com os povos da Africa. Ainda em conformidade com essa politica, foram, ‘99 decorrer de 1961, criadas novas Missées diplomaticas e Re- partigses consulares em paises africanos, ao mesmo tempo em que se instalavam outras em postos ja-existentes. Além do estabelecimento de Missées permanentes, enviou, também, © Brasil e recebeu Missdes especiais, em oportunidades diver- sas e com finalidades varias GRUPO DE TRABALHO PARA A AFRICA Um Grupo de Trabalho para a Africa foi constituido na Secretaria de Estado, em 3 de marco de 1961, com o objetivo de apresentar conclusées sébre as Misses Diplomaticas Reparticées consulares brasileiras nos novos Estados afti- canos e de propor medidas concretas para o desenvolvimento das relagdes econémicas, comerciais e culturais entre o Brasil © o Continente africano. Entendeu 0 Grupo de Trabalho ~ 40 — que «a presenga atuante do Brasil no complexo politico afti- cano devera estar isenta de qualquer tendéncia de interven- 40 ou atitude partidaria nos assuntos locais ou nas questdes ainda nao consolidadas internacionalmente», MISSOES DIPLOMATICAS No ano de 1961, foram instaladas as Embaixadas que haviam sido anteriormente criadas em Acra, Tunis ¢ Rabat Ao mesmo tempo, era extinto o Consulado existente em Dacar, criando-se ali uma Missio diplomatica com categoria de Embaixada. Além dessas, foram criadas as Embaixadas em Porto Névo (Dahomé), cumulativa com a de Niamei (Niger) ¢ em Nouakchott (Mauritania), cumulativa com Dacar. A Le- gacdo em Adis Abeba, cumulativa com Beirute, foi elevada a Embaixada. Iniciaram-se ou concluiram-se negociagées para a criagio de Embaixadas na Guiné, cumulativa com Mali, e no Togo. cumulativa com Gana e Costa do Marfim. A Embaixada em Lagos encontra-se, presentemente ent instalagdo. MISSOES ESPECIAS Recebeu 0 Brasil, em 1961, a visita da Missiio Especial da Repiblica dos Camarées ¢ da Missio Econémica da Ni- géria. Também visitaram 0 pais, em carater oficial, 0 Ministro do Trabalho da Nigéria e 0 Ministro da Economia da Re- piblica do Gabao. Por sua vez, enviow o Brasil trés Missées especiais ao Continente africano. Na primeica, em marco, 0 Ministro Afonso Arinos de Melo Franco representou_ 0 Govérno brasileiro nas ceriménias comemorativas do aniversario da independéncia da Reptiblica do Senegal. A Missio 7 especial chefiada pelo Deputado J. P. Coelho de Sousa: teve por finalidade especifica representar o Brasil nas sole- nidades da independéncia de Serra Leoa e fazer entrega de mensagem presidencial ao Presidente da Republica dos Ca- mardes ; na mesma oportunidade, visitou, também em carter oficial, a Nigéria, Gana, Costa do Marfim e a Repiblica Ja Guiné, atravessando os territérios das Repiblicas do Tego ¢ Dahomé. Em maio, percorreu Angola a Missio especial do Embaixador Francisco Negréo de Lima, que apresentou relat6rio sdbre 0 encargo recebido. Por ocasiio dos festejos do primeiro aniversério da independéncia do Gabéo, féz-se o Brasil representar nas comemoragées realizadas em Libre- ville por uma Missio especial, chefiada pelo Senador Vivaldo Lima Filho. Finalmente, 0 Embaixador do Brasil no Caico i designado, na qualidade de Embaixador Especial, para comparecer as ceriménias da independéncia de Tanganica, realizadas em Dar-es-Salaam, de 8 a 12 de dezembro. REPARTIGOES CONSULARES Instalaram-se, durante 0 ano de 1961, os Consulados de carreira sediados em Luanda (Angola) e Lourenco Mar- ques (Mocambique). Por outro lado, eram criadas Reparti- es consulares de carreira, com igual categoria, em Nairobi (Quénia) e Salisbury (Rodésia do Sul). Pelo decreto publicado no Diario Oficial de 24 de junko de 1961 foram criadas Reparticées consulates honorarias em Beira, Bissau, Lobito, Mogamedes, Nova Lisboa e Quelimane, tOdas em territérios portuguéses da Africa. N. E, «CUSTODIO DE MELLOS Organizou o Itamaraty exposigio flutuante a bordo do Navio Escola e dois projetos de resolugao refletiram tal situagao: um, de iniciativa de paises africanos, como Gana e Nigéria, exigia a aplicacio pela ONU de sangées a Africa do Sul; outro, de ° autoria da india, Ceilao e Malasia, condenava com veeméncia a politica de discriminacdo racial do Govérno de Pretoria, mas, em vez de cominacéo de penalidades; solicitava da Africa do Sul uma conduta em consonancia com os principios da Carta. O segundo projeto alinhou 93 paises a seu favor, incluindo o Brasil. O projeto africano nao foi aprovado e nao mereceu o voto do Brasil, que observou serem as sancées preconizadas mais da algada do Conselho de Seguranca do gue da Assembléia Geral. Territérios Nao-Auténomos — O Brasil votou a favor do projeto de resolugao de iniciativa de 22 Estados Membros afro-asiaticos em que se solicitava as poténcias responsaveis pela administragao dos territérios nao-auténomos na Africa a elaboragéo de planos detalhados para o cumprimento da Resolugéo 1514 (XV) sébre a independéncia das colénias africanas. Ruanda-Urundi — O projeto de resolucio que dispunha : criada uma comisséo para examinar a aplicagio da anistia no territério de Ruanda-Urundi foi aprovada por 83 votos (inclusive o Brasil) contra 1. A Assembléia Geral designou o Brasil, juntamente com a Tunisia e © para integrar essa comissio. O representante bras Comissio foi o Senhor Antonio Houaiss. fos mada, iro nessa III Sesséo Extraordinaria Questio de Bizerta — As reivindica s da Tunisia sobre a base naval de Bizerta, pertencente & Franga, culmi- naram, em agdsto de 1961, num choque armado de que re- 3. Tendo em vista a negativa do comando francés de retirar as sultou a invasdo do territério tuinisiano por tropas francé: suas tropas, o Govérno tunisiano pediu fésse convocada, no. mesmo més, uma Assembléia Geral Extraordinaria para exa- minar o problema. O Brasil concordou com a convocagio dessa Assembléia Extraordinaria. ~ O Delegado brasileiro, em discurso pronunciado perante © Plenario, salientou que o futuro da base de Bizerta, regulada por instrumentos juridicos especificos, s6 poderia ser resolvido através de negociacgdes, e que o emprégo ie forca por uma ou outra parte era condenavel. Em conseqiiéncia do debate geral sébre o problema, os Paises afro-asiaticos apresentaram um projeto de resolugio, em cuja parte operativa se pedia a retirada das tropas francesas do territério ocupado por elas além dos limites da base naval, e se fazia um apélo aos dois Governos para que, por meio de negociag&o, encontrassem uma solugio condi- zente com 0 espirito da Carta. Por 66 votos a favor, incluin- do o do Brasil, nenhum contra e 30 abstengdes, a Assembléia Geral aprovou o referido projeto de resolugao, — 73 — que se prevé a cooperagéo das agéncias especializadas comm petentes para a troca de informagées cientificas, emprégo de satélites na previséo do tempo, telecomunicagées, etc. Estax beleceu-se o sistema de registro publico, no Secretariado, dos langamentos de instrumentos ao espacgo césmico. O Brasil continua a participar do Comité do Espago Césmico, que foi ampliado com a incorporagdo de Estados africanos e asiaticos. O Problema da Discriminagéo Racial na Africa do Sul A Delegag&o do Brasil condenou com veeméncia a po- litica do «apartheid» praticada pela Republica Sul-Africara, tendo apoiado o projeto neste sentido apresentado pela {ndia, Sempre na linha anti-racista, nossa Delegacao votou a favor do projeto que condenava a discriminagéo na Africa do Sul contra pessoas de origem indiana e paquistanense e copatro- cinou 0 projeto que condenava a discriminagao racial nos territérios ndo-auténomos e preconizava medidas penais cou- © tra quaisquer praticas discriminatérias. Renovada a proposta para aplicagao de sangées a Africa do Sul, a atitude do Brasil foi a mesma ja assumida na 2 parte da XV Sessao. Tal proposta nao logrou aprovagdo na XVI Sessio. Questéo da Representacgéo da China — O Brasil votou a favor do projeto de resolugdo de origem ocidental que considerava importante e, portanto, sujeito 4 regra dos dois tergos, qualquer resolucdo relativa 4 representacéo da China na ONU, manifestando-se contra o projeto soviético que mandava substituir a representagéo da China Nacionalista pela da Republica Popular da China em todos os érgdos da ONU, Questdo da Argélia — Embora reconhecendo o direito da Argélia 4 autodeterminacdo e 4 independéncia, dentro da integridade e unidade do territério argelino, a Delegacao do — 79 — Brasil absteve-se na votacdo do projeto de resolugaéo apre+ sentado por 33 paises afro-asiaticos, por consideragées juridicas referentes a redagdo do mesmo. Questéo de Bolzano — No exame da questdo relativa & populac&o de lingua alema da provincia de Bolzano, a Delegagao do Brasil manifestou-se, numa linha de equilibrio, a favor da reiteragdo das recomendagées feitas pela sessio anterior da Assembléia Geral. Prevaleceu éste ponto-de- vista, consubstanciado em resolugdo undnimemente aprovada, Questées Econémicas — Na parte econdmica, a Dele- gaco do Brasil apoiou medidas ¢ tomou iniciativas no senti- do de defender os interésses dos paises subdesenvolvidos. Apresentamos 4 Segunda Comissao projeto intitulado «, mostrando que as_patentes estrangeiras, longe de acelerar o desenvolvimento tecnolégico daqueles paises, tendem a retarda-lo, criando-lhes dificulda- des econémicas. A Assembléia aprovou o projeto brasileiro por 84 votos a favor, nenhum contra e 10 abstengées. A Delegacao do Brasil, ao lado dos paises nao desen- volvidos, apoiou a criagéo do Fundo Especial das Nagées Unidas para o financiamento de desenvolvimento econdmico; © projeto relativo a descentralizagao das atividades da ONU no campo econémico e a criagao da Agéncia Especializada para o Desenvolvimento Industrial. Emenda Brasileira Contra a Propaganda de Guerra — Durante o exame do projeto do Pacto sébre os Dineitos do Homem, a Delegacio do Brasil apresentou emenda conde- nando a propaganda da guerra. Os paises afro-asiaticos, 0 bloco soviético e latino-americanos votaram a favor da emenda brasileira, que foi aprovada por grande maioria. Questao dos Refugiados da Palestina — A respeito da guestao dos refugiados da Palestina no Oriente Médio, o — 80 — Brasil apoiou os projetos de resolugio do grupo de Braz- zaville e dos Estados Unidos da América e votou a favor de uma das emendas de inspiracdo arabe a éste dltimo projeto Fundo Internacioanl de Socérro & Infancia (FISI) © Fundo Internacional de Socérro a Infancia (FISI), designacéo pela qual € conhecido no Brasil o UNICEF (United Nations Children’s Fund), tem colaborado de ma- ni valiosa com as autoridades brasileiras, desde julho de 1950, na execugio de programas de assisténcia médica, ensino ¢ alimentaco materno-infa Nesses dez anos de atividade, 0 FISI ja aplicou no Brasil mais de 5 milhdes de délares, promovendo, ainda, a distribuigéo de 12.000 toneladas de leite em p6 e 30.000.000 de capsulas de vitaminas, atingindo cérca de 700.000 bene- ficiarios, principalmente lactantes, criangas em idade pré-es- colar, gestantes e nutrizes. A atividade do FISI tem-se concentrado nas regises Norte e Nordeste do pais, abrangendo treze Estados da Unido (Amazonas, Para, Maranhio, Piaui, Ceara, R. G. do Norte, Paraiba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Mato Grosso e Goiés), além dos Territérios Fetlerais do Acre, Rio Branco, Amapa e Fernando de Noronha). A contribuigdo do Brasil ao FISI em 1961 elevou-se a Cz.$ 47.800.000,00. Além dos programas normais de nu- trig materno-infantil, fundagio de Clubes de Maes e cen- tros de puericultura, o FISI reservou a dotagio de ... US$ 290,000.00 a ser aplicada com as seguintes finalidades : a) Programa de Saide Publica — Pernambuco — USS 119,000.00; 4) Inquérito para estabelecer a prevaléncia de tuber- culose — R. G. do Norte — US$ 41,000.00 ; c) Profilaxia da lepra — Brasil — US$ 130,000.00. nr Finalmente, cumpre ressaltar que, para 0 ano de 1962, © Comité de Programas do FISI aprovou os projetos reco- mendados pelo Diretor-Executivo, os quais incluem a dotacio de US$ 508,000.00 para os programas de assisténcia ao Nordeste do Bras Territérios Nao-Auténomos e Sob Regime de Tutela Os territérios sob regime de tutela e os nao-auténomos vém accedendo & independéncia em téo grande proporgaio nos tltimos anos que se pode dizer que o colonialismo, em sua forma tradicional, vai-se tornando um problema residual. A prépria estrutura prevista na Carta, em seu capitulo XII, para supervisionar o sistema de tutela, isto ¢, 0 Con- selho de Tutela sob a orientagio da Assembléia, ou criada, posteriormente, para supervisionar a evolugdo dos territérios nao-auténomos, isto é, as comissdes estabelecidas pela Assembléia Geral para exame das informagées previstas no artigo 73, letra e, da Carta, foi ultrapassada pelos aconte- cimentos. A XVI Sesséo da Assembléia Geral, reconhecendo tais circunstancias, adotou, com apdio do Brasil, a Resolu- cao 1954 (XVI) pela qual foi estabelecido um Comité de 17 paises para supervisionar a aplicag’io da «Declaragio sdbre Outorga de Independéncia aos Paises e Povos Colo- niais>, aprovada no ano anterior pela Resolucaio 1514 (XV), a qual previa a adocgdo, pelas Poténcias administradoras, de medidas imediatas, com vistas & independéncia de seus ter- ritérios coloniais. Este comité especial assume, de certo modo, a fungao de fiscal da liquidagao do colonialismo ¢ uma p ¢ao de certo modo superior 4 do Conselho de Tutela e a da Comissio de Territérios Nao-Auténomos que lhe devem prestar assisténcia. Com sua criagdo, pode-se dizer que se marca a passagem entre duas fases nas fungdes das Nagées Unidas nessas matérias. Na XVI Sessaéo da Assembléia Geral, 0 Brasil copatro- cinou o projeto de resolucgaéo adotado por unanimidade, a 19 — 82 — de dezembro, que preconizou a difusao maciga, nos idiomas indigenas dos territérios nao-auténomos, da «Declaracgao sdbre a Outorga da Independéncia a Paises e Povos Colo- niais» ja mencionada. Com relagéo ao problema do Sudoeste Africano, ter- ritério sob mandato da Africa do Sul, a Assembléia aprovou, na mesma data, por 90 votos a favor, um contra, e 4 absten- des, um projeto de resolugdéo que proclama solenemente o direito inalienavel da populagao daquele territério 4 indepen- déncia e 4 soberania nacional, criando um Comité especial das Nagées Unidas, a ser composto de representantes de sete Estados membros designados pelo Presidente da Assem- bléia Geral, a fim de entrar em contacto com a Poténcia Mandataria para atingir varios objetivos relacionados a inde- pendéncia do territério, inclusive uma visita aquela regiao antes de maio de 1962. O Brasil, que participara do grupo de redag&o que preparou o projeto, foi designado para inte- grar o Comité Especial. Ainda sébre a mesma questao, a Delegacdo do Brasil copatrocinou 0 projeto, também aprovado na mesma data, por quase unanimidade, que dissolveu ,o Comité para o Sudoeste Africano, criado pela resolugéo 749A (VIII), de 28 de novembro de 1953, do qual participaramos. O Comité, pnesidido pelo Senhor Enrique Rodriguez Fabregat, repre- sentante do Uruguai, forneceu, em seus relatérios anuais, importantes informagdes sobre o Sudoeste Africano, mas nao pode visitar aquela regido, impedido pelo Govérno da Africa do Sul de ultrapassar as fronteiras daquele territério sob mandato. Nésse Comité, o Brasil foi representado pelo Secretario Marcello Raffaelli. Copatrocinamos ainda o projeto de resolugao, adotado na mesma data, por 94 votos a favor, nenhum contra e 1 abstencdo, relativo 4 concessao de bélsas de estudos a indi- genas e refugiados do Sudoeste Africano. — 3 — A respeito dos territérios sob administracao -portuguésa, votamos pela Resolucdo que cria uma Comissio de 7 mem- bros destinada a coligir informagées sébre a situacao dos mesmos, enquanto Portugal no se prontificar a prestar as informacées que lhe reclama o Capitulo IX da Carta e a Resolugéo n? 1.542, aprovada pela XV Assembléia Geral, O projeto de resolug%o em apréco foi aprovado por 93 votos a favor e 2 contra. O voto brasileiro, préviamente anunciado ao Govérno portugués, foi feito com reserva da palavra con- dena na expressio «condena o continuo n&o-cumprimer.to por Portugal da obrigacdo de prestar informagées», haverdo o Chefe da Delegac&o, Senador Afonso Arinos de Melo Franco, ressaltado, em explicago de voto, a inalteravel vin- culacdo de amizade entre os dois povos. O Brasil copatrocinou resolucgées relativas ao término do sistema de tutela na Tanganica e na Samoa Ocidental. Admisséo de novos membros Foram admitidos como Estados Membros das Nacoes Unidas, com o voto do Brasil, os seguintes paises: Serra Leoa, a 27 de setembro; Repiblica Popular da Mong$lia, a 27 de outubro; Republica Islamica da Mauritania; a 27 de outubro; e Tanganica, a 14 de dezembro. A crise finnaceira dea ONU O nao pagamento, por parte de varios Estados-mem- bros, das respectivas quotas das despesas da ONU com a UNEF e no Congo criou séria crise financeira para a Or- ganizac&o, cujo deficit chega a 107 milhoes de ddlares. Com © apoio dos Estados Unidos e do bloco afro-asiatico, pro- pos-se que a Assembléia Geral autorizasse o Secretario-Geral aemitir bonus da ONU até 200 milhdes de délares. A De- legagao do Brasil sustentou a tese de que a previsio sébre 0 resgate dos bénus deveria coadunar-se ao critério especial — 143 — INFORMAGOES COMERCIAIS Empenha-se a Divisio em solucionar o problema das informagées comerciais sdbre produtos e exportadores brash lefros, para divulgagio no exterior, Nao s6 0 assunto nao esta sistematizado, quer oficial, quer particularmente, sendo também sio precérias e contraditerias as fontes de informa gio. A coleta de dados € penosa e, geralmente, os dados obtidos nfo refletem a realidade. 1% necessirio, pois, unt esforgo constante a fim de que, sem mais perda de tempo, possam os SEPRO e as demais Repartigées brasileiras no exterior estar habilitadas a responder, expedita e eficazmente, 4s consultas daqueles que se mostram propensos a comerciar com o Brasil. A equipe da Divisio esté elaborando planos para editar, em colaboracio com as entidades particulares interessados, um «Manual do Exportador Brasileiro» € wm «Manual do Importador e Produtos Brasileiros», trabalhos em portugues e ingles, capazes de esclarecer adequadamente qualquer consulta sobre como, quando e com quem comerciar no Brasil. ZONA FRANCA DE MANAUS A criagio, regulamentagao ¢ estrutura da «Zona Fra: de Manaus» foi amplamente divulgada no exterior, por inter médio das Missoes diplomaticas, Repartigoes consulares € do SEPRO, fisse trabalho foi elaborado em cooperagio com a Divisio Consular ¢ com o Instituto Brasileiro de Geografia ¢ Estatistica. Os folhetos distribuidos sobre a Zona Pranca de Manaus foram acompanhados, em alguns casos, de pe~ quena meméria sobre a importancia econdmico-social da Ama- z6nia, em varios idiomas, inclusive em Arabe e japonés. VIAGEM DO leva ainda uma sétie de informacées titeis sébre a presenca do Brasil na Africa e pequena composicao fotografia. O primeiro niime- to circulou em outubro e © segundo ja esta sendo impresso em Berna. © planejamento dessa atividade da Diviséo foi efetuado com o auxilio de um grupo de profissionais especia-. lizados, e sua execucZo est sendo realizada com os recursos existentes, sem ser necessaria qualquer suplementagio de verba. A NOVA POLITICA ECONOMICA A Divisio, com a ajuda de uma equipe de técnicos ,esté preparando, para ser dada a lume, uma publicagio de trinta e duas paginas sobre a politica econdmico-financeira do Go- vérno. Sera impressa em portugués, espankol, inglés, fran- és, alemao e italiano. O texto, além de conter uma simula histérica dos problemas cambiais do Brasil, apresenta ao leitor, em linguagem acessivel e exata, a nova orientacao se- guida a partir da Instrugao 204 até a Instrucio 220. Embo- ra se trate de projeto complexo e dificil, a sua plena efetive- ‘so também néo acarretaré qualquer pedido de reférco de verba.

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