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EXEMPLO DE DESCRIÇÃO

Quero ver na volta!

A seleção brasileira embarcou ontem rumo à terra da Copa do Mundo de


2010, onde poderá sagrar-se hexacampeã. O voo que levou o time pentacampeão
mundial para a África do Sul saiu ontem à tarde, de Brasília, após o encontro da
delegação com o presidente Lula. O grupo ficará concentrado na cidade de
Johannesburgo, e, segundo o técnico Dunga, totalmente isolado, sem acesso à
imprensa nem à torcida.
Antes de ir a Brasília, a seleção deixou Curitiba nos braços do povo – ou
quase isso. Foram alguns poucos segundos, sem parada para fotos e autógrafos e
com forte esquema de segurança, mas o jogadores foram muito festejados por
uma multidão de torcedores no aeroporto.
No aeroporto, as “kakazetes”, enfim, apareceram. No saguão, as fãs
histéricas, gritavam para o craque do Real Madrid. Em recuperação de um
estiramento na coxa esquerda, Kaká foi o único a trabalhar, ontem pela manhã,
antes da viagem.
O jogador, que tem recebido atenção especial da comissão técnica, fez
um trabalho físico acompanhado do preparador Paulo Paixão. A tendência é de
que, nos próximos dias, ele faça seu primeiro trabalho com bola desde que se
apresentou à seleção.
Os jogadores apenas acenaram para a torcida. A despedida foi breve, já
que a delegação brasileira levou poucos segundos do saguão até a área de
embarque.
(Márcio Mercante; Jornal Meia Hora)

TEXTO OBJETIVO

“As casinhas eram alugadas por mês e as tinas por dia: tudo pago
adiantado. O preço de cada tina, metendo a água, quinhentos réis, sabão à parte.
As moradoras do cortiço tinham preferência e não pagavam nada para lavar.
Graças à abundância da água que lá havia, como em nenhuma outra
parte, e graças ao muito espaço de que se dispunha no cortiço para estender a
roupa, a concorrência às tinas não se fez esperar; acudiram lavadeiras de todos os
pontos da cidade, entre elas algumas vindas de bem longe. E, mal vagava uma
das casinhas, ou um quarto, um canto onde coubesse um colchão, surgia uma
nuvem de pretendentes a disputá-los.”
(Aluísio Azevedo)

TEXTO SUBJETIVO

“Nunca será tão domingo como aqui, e domingos e domingas de


eternidade se concentram em vigorosa dominicalização. Não acontecer nada, que
beatitude! Deixar o mato crescer – mas o próprio mato foge à obrigação, e goza o
domingo. Lá estão o touro zebu e seu harém de nobres e modestas vacas –
porque o zebu alia à majestade indiana a placidez das Minas, e boi nenhum se fez
tão mineiro quanto esse,e bicho nenhum é tão mineiro quanto o boi, em seu calado
conhecimento da vida, sua participação no trabalho. O rebanho amontoa-se em
círculos, algumas reses em pé, outras deitadas, chifres cumprimentando-se sem
ruído. Parece um só boi espalhado, maginando. Com o pincel do rabo, executa o
milenar movimento de repelir a mosca, sei que não o pratica pelo prazer de
abanar-se. Mas há bois esparsos, bois solitários, que se postam junto a árvores,
aparentemente recolhidos; ou fitam o carro que levanta poeira habitual, e ruminam
não sei que novelas de boi.”
(Carlos Drummond de Andrade)

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