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O espelho vem e vai

É isto e assim, palavras do quê? Vem e vai, foge e retrai.


Esqueceu-se porque acabrunhou. Gosto que não
descarrega electricidade fica retido num eco. Cápsula
do tempo paralisado. Vem que vai e foge e caduca em si.
Porque se esqueceu, do verbo que flui. Acorda
atormentado com os arranhões que a si infligiu. Tem a
boca a saber a livro e palpita o coração que vê de fora
o tempo que se esvai, vem e vai e foge e retrai.
Esqueceu-se do verbo despertar e olha para si aflito
que a si inflige. Cruzes do nome que atormenta não
saber, vê-se no espelho aquilo e isso mais isto. Modera
provedor que jus de seu nome esquecido se agarra à
indumentária, daquilo que quer ser vestido, não
descarrega electricidade e fica retido. É isto e assim,
palavras do quê? És a alma penada que me atormenta do
saber que julgo vestir que olho ao espelho e modero
provedor, jus do nome esquecido, vem e vai, foge e retrai.

Autor: José Pedro Gomes


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