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Outra razão, adiantada por Adorno entre outros, é a de que nas obras de
pornografia falta a forma de começo-meio-e-fim característica da literatura.
Uma peça de ficção pornográfica mal inventa uma indisfarçada desculpa para
um início e, uma vez tendo começado, avança às cegas e termina nenhures.
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Para colocar a questão de forma mais geral: a arte (e fazer arte) é uma
forma de consciência; seus materiais são a variedade de formas de
consciência. Nenhum princípio estético pode fazer com que essa noção da
matéria-prima da arte seja construída excluindo-se mesmo as formas mais
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Não é difícil entender por que aqueles com suficiente curiosidade para
especular sobre os dois pseudônimos tiveram de se inclinar para algum nome
da comunidade das letras estabelecida da França. Era pouco concebível que
qualquer dos dois livros fosse o filho único de um amador. Por diferentes que
sejam um do outro, História de O e A Imagem comprovam uma qualidade que
não pode ser atribuída simplesmente a uma abundância dos dotes literários
comuns da sensibilidade, da energia e da inteligência. Tais dons, bastante em
(*)
Trad. bras. de Maria de Lourdes Nogueira Porto, Brasiliense, 1985. (N.T.)
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Isso fica muito claro no caso das obras de Genet, que, apesar do caráter explicito das experiências sexuais
relatadas, não são sexualmente excitantes, para a maior parte dos leitores. O que o leitor percebe (e Genet o
afirmou em várias ocasiões) é que o próprio autor estava sexualmente excitado enquanto escrevia O Milagre
da Rosa, Nossa Senhora das Flores etc. O leitor mantém um contato intenso e perturbador com a excitação
erótica de Genet, que é a força motriz dessas narrativas eivadas de metáforas; mas, ao mesmo tempo, a
excitação do autor impede a do leitor. Genet está perfeitamente certo quando afirma que seus livros não são
pornográficos.
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na vida comum uma pessoa saudável é aquela que impede que tal lacuna se
amplie. É normal nós não experimentarmos, pelo menos não querermos
experimentar, nossa satisfação sexual como distinta de, ou oposta a, nossa
satisfação pessoal. Mas talvez em parte elas sejam distintas, quer queiramos
ou não. Na medida em que o sentimento sexual poderoso efetivamente
envolve um grau obsessivo de atenção, ele inclui experiências nas quais uma
pessoa pode sentir que está perdendo seu “eu”. A literatura que vai de Sade a
essas obras recentes, passando pelo surrealismo, capitaliza esse mistério, isola-
o e faz o leitor percebê-lo, convidando-o a participar dele.
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Mas isso não exclui outros tipos de finais. Um traço notável de Histoire
de l’Oeil e, em menor medida, de A Imagem, consideradas obras de arte, é seu
evidente interesse em gêneros mais sistemá ticos ou rigorosos de finais, que
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Por certo, a imaginação pornográfica não pode ser vista como a única
forma de consciência que propõe um universo total. Uma outra é o tipo de
imaginação que gerou a moderna lógica simbólica. No universo total proposto
pela imaginação dos lógicos, todas as afirmações podem ser derrubadas ou
arrasadas a fim de tornar possível reapresentá-las na forma da linguagem
lógica; as partes da linguagem comum que não servem são simplesmente
abandonadas. Alguns dos notórios estados da imaginação religiosa, para
recorrer a outro exemplo, operam da mesma maneira canibalista, engolindo
todos os materiais disponíveis para retraduzi-los em fenômenos saturados de
polaridades religiosas (sagrado e profano etc.).
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