De repente um barulho ensurdece, assusta... Este caos já se pressentia.
Na vida não há surpresas...há coisas que não se querem ver. E então você bem devagarzinho se dá conta que lá no fundo, bem escondida, havia uma janela que você não abria.
Pessoas são bichinhos de pelúcia soltos na chuva.
Não é triste molhar o pelo destes ursinhos?
E a gente brinca de esconde esconde com a gente mesma
e o maior sofrimento passa reto... Até a inevitável e descarada revelação. Mas veja - não adianta apressar. Nada ocorre antes do tempo.
Não precisa vasculhar baús antigos,
o sábio entende - tudo vem a seu tempo Talvez por isto os oráculos falassem por parábolas Assim a Esfinge falou à Édipo Os terapeutas ouvem e aguardam lêem nas entrelinhas o perpassar da angústia o véu que esconde- desvela. Mas pré-sentem o estardalhaço oculto - o inevitável clarão. Dói os olhos de tão ofuscante (furaremos os olhos?) O eu real salta à vista e à vida. A natureza agradecida segue - impávida Fim de tempestade.
Os estragos? Que bom que chove - a enxurrada leva. A alma leve convalesce.