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dentro da observância da
CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA E
ancar as objeções que se FALSIFICAÇÃO, ADULTERAÇÃO E OUTRAS
:ão dos presídios, mas já
ar a experiência, pois nada IRREGULARIDADES EM MEDICAMENTOS E
~ntada até agora e muitos
SUBSTÂNCIAS ALIMENTÍCIAS.
pIo citado acima, estão
lue a sociedade possa lhes
ERON VERÍSSIMO GIMENES
:nça de nossa sociedade. Dele)(ado de Polícia IUI cidade de A)(lII/o.\' e Bauru - SP
ro possa realmente ser seu
~re sobre a necessidade da
Inal privada no Brasil.
o Legislador, na ânsia de reprimir a criminalidade envolvendo
falsificação de medicamentos e substâncias alimentícias, sob a
inspiração da emoção, implantada pela mídia e o período eleitoral
que circundava o momento, lançou ao mundo jurídico duas novas
leis, a primeira Lei n° 9.677 de 2 de julho de 1998, adveio com
imprecisões técnicas nos textos, mormente, nos mandamentos
enunciativos da lei, não bastasse isso, a forma escolhida que
seqüenciou os parágrafos do artigo 273, por números e letras,
afastou-se completamente da técnica legislativa brasileira. Na
primeira visada constatava-se que os artigos 272 usque 277 do
Código Penal em vigor, transmudaram-se para a etiqueta (método
usado para rotular determinados crimes de hediondos) de delitos
hediondos. O método adotado, diga-se açodadamente, foi
semelhante quando da criação da Lei n° 8.072/90, que introduziu
no Brasil o instituto do crime hediondo, na época, a
intranqüilidade social advinha dos casos de extorsão mediante
seqüestro, de pessoas importantes no meio social, notadamente, o
caso de um empresário. Com a lei mais gravosa em vigor, em
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1993, uma atriz de televisão foi barbaramente executada por um nesse mesmo elastério tI
colega de trabalho, dando ensejo então à Lei 8.930/94, que incluiu utilizavam do remédio}
o homicídio qualificado na esteira dos crimes hediondos. de próstata, em decorrênl
A Lei n° 9.677/98, entretanto, teve carreira solo por cerca de I Com as denúncias de
(um) mês e 18 (dezoito) dias, vez que, as críticas exacerbadas dos Civil do Estado de S
lidadores do Direito clamavam ao legislador que aparasse suas profissionais competente
imperfeições técnicas, no que foram atendidos, surgindo assim, a Polícia e auxiliares, I
Lei 9.695/98 que complementou a Lei n° 9.677/98, delimitando o investigando, esclarecen
que deveria ser considerado hediondo, restringindo o campo de sendo que adveio à t
incidência da hediondez, vale dizer, com o advento da Lei n° falsificadores que coloca
9.695/98, devem ser considerados hediondos os crimes contra a - produtos que não p
saúde publica, apenas o artigo 273 parágrafos e incisos, exceto a que dizem tratar;
forma culposa, vale dizer, a falsificação, corrupção, adulteração
- remédios com dosa
ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou
informa a bula;
medicinais dolosa. Não fosse a segunda lei (9.695/98) cujo
objetivo maior foi qualificar o crime de falsificação de remédios - medicamentos feitos
como hediondo, porque não estava explícito na anterior, haveria o - remédios que poss
absurdo de considerar-se hediondo até mesmo as formas culposas correta, mas fabricado
dos artigos supra mencionados (272 à 277), esta exegese seria nenhuma higiene e qualic
uma heresia jurídica. Mesmo assim, há críticas contra ela, ou seja, - amostra grátis dos
as condutas de maior ou menor gravidade tiveram tratamento falsários, e mesmo com a
semelhante. Outrossim, não contemplou o dispositivo do artigo
272 - que trata da falsificação, corrupção, adulteração de - muitas vezes só são
substância ou produtos alimentícios como hediondos. fabricação e prazo de vali
À guisa de esclarecimento, as novas leis (9.677/98 que alterou - os mais sofistic,
dispositivos do capítulo III do título VII do código penal, laboratórios improvisado~
incluindo na classificação dos delitos considerados hediondos - são fraudados, pl
crimes contra a saúde pública, dando outras providências, alterada consumidos e de prefe
pela Lei n° 9.695/98, que acrescentou incisos ao artigo I da Lei n° antibióticos. De cada 100
8.072/90, que dispõe sobre os crimes hediondos, e altera os artigos De outra parte, imper
2, 5, e 10 da Lei n° 6.437177, dando outras providências), jurídico previa anteriorr
ganharam corporificação e foram promulgadas e publicadas combater os crimes de fa
somente após a descoberta de falsificações em medicamentos, do próprio Código Pena
notadamente os episódios envolvendo as pílulas anticoncepcionais crimes contra a saúde pu
Microvlar inócuas, produzidas pelo laboratório responsável para define crimes contra a OI
testar um equipamento de embalagem, no entanto, foram estas de consumo no seu artigc
colocadas no mercado indevidamente e consumidas. Também
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mente executada por um nesse mesmo elastério temporal advieram a óbito pessoas que se
Lei 8.930/94, que incluiu utilizavam do remédio Androcur, usado no tratamento do câncer
mes hediondos. de próstata, em decorrência da falta de efeito a que se destinava.
rreira solo por cerca de 1 Com as denúncias de falsificação dos medicamentos, a Polícia
, críticas exacerbadas dos Civil do Estado de São Paulo, mais uma vez, através de
;Jador que aparasse suas profissionais competentes e responsáveis, no caso, Delegados de
ldidos, surgindo assim, a Polícia e auxiliares, deram sua contribuição a sociedade,
) 9.677/98, delimitando o investigando, esclarecendo e responsabilizando os indigitados,
restringindo o campo de sendo que adveio à tona algumas formas de atuação dos
>m o advento da Lei n° falsificadores que colocaram no mercado:
Indos os crimes contra a - produtos que não produzem nenhum efeito contra a doença
~rafos e incisos, exceto a que dizem tratar;
I, corrupção, adulteração
- remédios com dosagem de substância ativa menor do que
a fins terapêuticos ou
informa a bula;
lda lei (9.695/98) cujo
falsificação de remédios - medicamentos feitos a partir de água e farinha;
:ito na anterior, haveria o - remédios que possuem a substancia ativa na quantidade
esmo as formas culposas correta, mas fabricados em laboratórios clandestinos sem
277), esta exegese seria nenhuma higiene e qualidade;
'íticas contra ela, ou seja, - amostra grátis dos propagandistas chegam nas mãos dos
fade tiveram tratamento falsários, e mesmo com a validade vencida, são reaproveitadas;
o dispositivo do artigo
rupção, adulteração de - muitas vezes só são raspadas as numerações de lote, data de
, hediondos. fabricação e prazo de validade;
e alterar).
lte oportunidade de trazer
Neste artigo, não se enquadra mais substância medicinal,
l1al da pessoa jurídica,
anteriormente também tipificada neste dispositivo. Necessário
~as delinquere non potest, ainda destacar que a substância ou produto alimentício
12 de fevereiro de 1998 necessariamente tem que ser destinado ao consumo de um número
ninistrativas derivadas de indeterminado de pessoas e deve ser nocivo à saúde (prejudicial,
nbiente (Artigo 3°) sob o danos a saúde humana). Ou ainda reduzindo-lhe o valor nutritivo.
z de obrigar diretores das A intenção do legislador, a tutela, é proteger a saúde pública.
mais rigorosamente seus Ressalte-se, por oportuno que qualquer pessoa pode cometer o
:1 a ordem econômica e a crime; entretanto, na maioria das vezes, é um industrial, agricultor
ado ao assunto - Artigo ou comerciante. É indispensável que a conduta torne a substância
~ de responsabilizar-se a ou o produto nocivo à saúde ou reduza-lhe seu valor nutritivo.
jividual dos dirigentes,
A prova pericial é indispensável, além do mais este deve ser
is com sua natureza.
conclusivo, o laudo necessariamente deve conter fundamentação.
~ue há profissionais do
Não obstante, no Estado de São Paulo, a colheita de amostras deve
a responsabilidade penal
ser realizada de conformidade com a Lei n° 10.083, de 23 de
.ado no argumento do
setembro de 1998 (Código Sanitário do Estado de São Paulo ), sob
rta política.
pena do Exame Pericial tornar-se imprestável. De se observar que
se a substância não for nociva à saúde ou não ter seu valor
OS CRIMES CONTRA nutritivo reduzido, poderá ocorrer violação de outro dispos,itivo.
PELAS LEIS 9.677, de Há ainda de se destacar que o crime é de perigo, não havendo
necessidade de efetivo dano. Os produtos alimentícios podem ser
líquido e sólido, exceto a água, que se for corrompida ou
caput que "corromper, envenenada poderá ensejar enquadramento na lei penal ambiental
l ou produto alimentício (Lei n° 9.605/98).
1 saúde ou reduzindo-lhe Além da responsabilidade penal, o increpado pode ser
:clusão de 4 a 8 anos e responsabilizado civil e administrativamente, cabendo inclusive
caso, que as condutas interdição do estabelecimento comercial pela Fiscalização
advento das novas leis Sanitária e o proprietário poderá ingressar com Mandado de
per" (estragar, infectar, Segurança, visando amparar seu direito que foi violado por não ter
ir para pior), "falsificar" sido observado os ditames da legislação que circundam o assunto.
ão é), acrescentou-se no
Em que pesem as argumentações anteriores pelos lidadores do
~scentou ainda: "além de
direito, entendo que a nocividade, com o advento da nova
lhe o valor", retirando:
legislação pode ser positiva ou negativa. - Nocividade positiva:
então que as condutas
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capacidade de causar diretamente dano à saúde pública. 277, com esta nova t
Nocividade negativa: redução do valor nutritivo sem perigo advirá tranqüilidade p"
imediato a saúde. - A tentativa é possível com a interrupção da De outra parte, imp
conduta, não se exige fim de lucro, exceto ter em depósito. A ação não ingressou na esfel
penal é pública e incondicionada. Mesmo que se cometam vários gravior (Lei mais sev~
verbos do tipo, só há um delito. Constituição Federal
Sem a prova de que a substância ou produto tornou-se nocivo à salvo para beneficiar c
saúde ou reduziu-lhe seu valor nutritivo, não há o que se punir, Supondo que a lei le).
restando a aplicação subsidiária de outro dispositivo, havendo aplica-se a fatos ocorr
destinação dirigida na conduta a determinada pessoa poderá revogada pela lex g,
ocorrer outro ilícito. Não basta a conclusão do laudo dizer que a ultratividade da lei m
substância continha produto de adição proibida, tem que informar José da Costa Rica
que a quantidade adicionada tornava a substância nociva ou que Convenção American
seu valor nutritivo foi reduzido contrário, se a lei nova
11, Não obstante, há entendimento que, mesmo antes das novas (é retroativa, é ultrativ;
II~ I tem extratividade.
,\" leis ingressarem no sistema jurídico, já haviam outros
.
li"
,
dispositivos, que poderiam ser aplicados ao caso concreto ( Lei n° A modalidade culpe
::~ :
!t.
.' conduta de fabricar, vender, expor à venda, importar, ter em Esclareça-se ainda q
depósito para vender, ou de qualquer forma, distribui ou entrega a apenada com detençãl
consumo a substância alimentícia ou o produto falsificado, atualmente passou a d
corrompido ou adulterado. implicações que essa ai
A grande novidade neste dispositivo é que seu § 1° tipificou a vez que anteriormente
ação prevista no artigo 272 em relação a bebidas, com ou sem teor força do Artigo 61 da ]
alcoólico, uma vez que havia grande incerteza na aplicação do a ser Boletim de Gcor
uísque falsificado, vez que não se chegava a um entendimento se configuração, face às
o uísque era alimentação. Uma corrente dizia que o uísque não era provas. Também não
substância alimentícia nem medicinal, outra corrente dizia que a preceito secundário
venda de uísque nacional em vasilhame estrangeiro configurava a condicional do processe
violação do artigo 175 do CP, portanto não poderia ser Alguns exemplos ql
enquadrado nesse dispositivo, aplicando-se outros, dentre os quais Adição de sulfito de só,
artigo 171 Caput, e parágrafo II inc, IV ou Artigo 275, 276, ou substância e mistura co
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[ano à saúde pública. 277, com esta nova tipificação no parágrafo 1° do Artigo 272,
>r nutritivo sem perigo advirá tranqüilidade para os enquadramentos futuros.
reI com a interrupção da De outra parte, importante também mencionar que o artigo 272
:> ter em depósito. A ação não ingressou na esfera de crimes hediondos, ocorreu apenas lex
o que se cometam vários gravior (Lei mais severa que a anterior) . O artigo 5°, inc. XL da
Constituição Federal estabelece que a lei penal não retroagira
'Oduto tornou-se nocivo à salvo para beneficiar o réu (ver CP. Artigo 2°, parágrafo único).
, não há o que se punir, Supondo que a lei lex mitior (lei mais benigna) seja revogada,
tro dispositivo, havendo aplica-se a fatos ocorridos na sua vigência, mesmo que esta seja
~rminada pessoa poderá revogada pela lex gravior, em decorrência do princípio da
~ão do laudo dizer que a ultratividade da lei mais benigna. Nesse sentido, Pacto de São
oibida, tem que informar José da Costa Rica de 22/11/69, conhecido também como
.ubstância nociva ou que Convenção Americana Sobre Direitos Humanos, seria ao
contrário, se a lei nova fosse mais benéfica, ela tem extratividade
mesmo antes das novas (é retroativa, é ultrativa). A contrario sensu, a lei mais severa não
o, já haviam outros tem extratividade.
ao caso concreto ( Lei n° A modalidade culposa vem prevista no § 2°, entretanto, ela não
I). cabe na falsificação, somente nos outros verbos, ocorrendo
lrtigo 272 em questão, quando o agente não quer o resultado, mas por desatenção, falta
l de recl usão de 02 a 06 de cuidado, causa a ação. Exemplo: esquecimento da separação e
a mesma pena é aplicada inutilidade de carnes infectadas ou infeccionadas, misturando-a
, isto é, quem pratica a com outras.
'enda, importar, ter em Esclareça-se ainda que anteriormente a modalidade culposa era
la, distribui ou entrega a apenada com detenção de seis meses a um ano e multa, e
o produto falsificado, atualmente passou a detenção de um a dois anos e multa; As
implicações que essa alteração trouxe é de grande relevância, uma
que seu § 1° tipificou a vez que anteriormente elaborava-se Termo Circunstanciado por
'ebidas, com ou sem teor força do Artigo 61 da Lei n° 9099/95, não obstante, agora passou
certeza na aplicação do a ser Boletim de Ocorrência ou Flagrante, este ultimo de difícil
a a um entendimento se configuração, face às peculiaridades da colheita e exame das
zia que o uísque não era provas. Também não se aplica diante da nova apenação do
tra corrente dizia que a preceito secundário da modalidade culposa, a suspensão
strangeiro configurava a condicional do processo prevista no artigo 89 da Lei n° 9099/95.
:anto não poderia ser Alguns exemplos que poderiam tipificar o delito em questão:
~ outros, dentre os quais Adição de sulfito de sódio a carne crua e moída, da absorção dessa
ou Artigo 275, 276, ou substância e mistura com a carne moída crua pode resultar dano à
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mucosa do aparelho digestivo humano (adulteração em carne pré A nova Lei acrescei
moída). Utilizar, na preparação de alimentos utilizados para sistemática diferente, a
venda, óleo corrompido ou adulterado sabendo de sua parágrafo 1° - letra A e
emprestabilidade, por ser nocivo à saúde pública. Adição de
O § 1° apenava
sulfito de sódio ao produto pré-moído para dar-lhe aspecto de alterada" e agora adie
higidez. O laudo pericial deve esclarecer a quantidade adicionada, Os parágrafos mencio
para verificar se caracteriza nocividade à saúde. Alguns exemplos, aplicação da pena prev
sem prejuízo de outros, são: utilização de carne de cavalo na 10 a 15 anos e multa
fabricação de lingüiça, pois há a substituição de elemento de sua registro no órgão corr
convicção normal (substância ou produto alimentício destinado a neste artigo. Bem como
consumo). Apreensão de amostra de pão que supostamente registro expedido pela
continha bromato de potássio. A colheita do material e de identidade e qualic
conseqüente análise oficial devem observar determinações com redução de seu '
contidas na Lei Estadual lO.ü83 de 23 de setembro de 1998, procedência ignorada,
(Código Sanitário do Estado de São Paulo) caso contrario ocorrerá licença da autoridade s
nulidade. Saúde Pública.
O artigo 273 tipifica a conduta de quem "falsifica, corrompe,
A ação penal é púb
adultera ou altera produto destinado a fins terapêuticos ou
praticado por qualquer
medicinais". Excluiu a terminologia "substância alimentícia" e
industrial, trata-se de Cf
adicionou produto destinado a fins terapêuticos, mantendo
várias condutas, ações.
"medicinais", os núcleos passaram a se falsificar, corromper,
com o artigo 272 é que
adulterar, alterar. Do tipo anterior, foi mantido somente o núcleo alimentícia ou medicin
alterar existente no caput, excluindo as condutas previstas nos saúde, mas sim a falsifil
incisos I e II que tratavam de modificar e suprimir. de produto destinado a
Esse dispositivo é o único juntamente com os seus parágrafos ver, integram a noci\
primeiros e incisos, que foram alçados a crimes hediondos, com porém, que o artigo 273
exceção da modalidade culposa prevista no parágrafo II, aqui é artigo 272: "Tomando-c
enquadrada a conduta de quem falsifica medicamentos ou falsificação, e consiste
produtos destinados a fins terapêuticos, por força da Lei n° destinado a fins terap~
9695/98, que complementou a Lei n° 9677/98. sendo o mesmo produtl
A pena prevista para o caput do artigo 273 e § ]O foi guindada Mesmo que a pessoa cc
à reclusão de lO a 15 anos e multa, anteriormente era prevista a descritas no tipo penal, r
pena de reclusão de I a 3 anos e multa, houve uma exacerbação das ações enunciadas I
muito grande no preceito secundário, inclusive este fato está excluído assim o concm
sendo muito criticado pelos profissionais do direito, o § 1° - A, a consumação perigo COI
que inseriu na esfera dos crimes hediondos, os cosméticos. O Exame Pericial
dispositivos legais espe(
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adulteração em carne pré A nova Lei acrescentou dois novos parágrafos através de uma
llimentos utilizados para sistemática diferente, até então não utilizada no Brasil, vale dizer,
~rado sabendo de sua parágrafo 1° - letra A e parágrafo 1° - letra B.
lúde pública. Adição de O § 10 apenava anteriormente "substância alimentícia
I para dar-lhe aspecto de
alterada" e agora adicionou "produto" e suprimiu "alimentícia.
r a quantidade adicionada, Os parágrafos mencionados e incisos também estão sujeitos a
i saúde. Alguns exemplos, aplicação da pena prevista no caput do artigo 273, vale dizer, de
D de carne de cavalo na
10 a 15 anos e multa. Seus incisos incidem sobre quem, sem
:uição de elemento de sua registro no órgão competente, atua com os produtos previstos
to alimentício destinado a neste artigo. Bem como em desacordo com a fórmula constante do
pão que supostamente registro expedido pela Vigilância Sanitária, sem as características
colheita do material e de identidade e qualidade admitidas para sua comercialização,
observar determinações com redução de seu valor terapêutico e de sua atividade, de
3 de setembro de 1998, procedência ignorada, ou adquiridos de estabelecimentos sem
lO) caso contrario ocorrerá
licença da autoridade sanitária competente. O objeto jurídico é a
Saúde Pública.
uem "falsifica, corrompe, A ação penal é pública incondicionada e este crime pode ser
a fins terapêuticos ou praticado por qualquer pessoa ainda que não seja comerciante ou
mbstância alimentícia" e industrial, trata-se de crime de ação múltipla de conteúdo variável,
terapêuticos, mantendo várias condutas, ações. A diferença entre o delito do artigo 273
se falsificar, corromper, com o artigo 272 é que não se pune aqui alteração de substância
lantido somente o núcleo alimentícia ou medicinal que torne estas substâncias nocivas à
s condutas previstas nos saúde, mas sim a falsificação, corrupção, adulteração ou alteração
•suprimir. de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. A meu
e com os seus parágrafos ver, integram a nocividade positiva e negativa. Observa-se,
a crimes hediondos, com porém, que o artigo 273 não traz a conduta obrigatória inerente ao
a no parágrafo lI, aqui é artigo 272: "Tornando-a nociva à saúde'. Aqui basta a alteração,
;ifica medicamentos ou falsificação, e consiste na modificação da qualidade do produto
IS, por força da Lei n° destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Embora continue
7/98. sendo o mesmo produto, perde os atributos que o caracterizam.
o 273 e § ]O foi guindada Mesmo que a pessoa cometa várias ações, mais de uma conduta,
eriormente era prevista a descritas no tipo penal, responde por um crime, a prática sucessiva
. houve uma exacerbação das ações enunciadas no texto legal importa em crime único,
inclusive este fato está excluído assim o concurso material de crimes. Não é exigido para
s do direito, o § 10 - A, a consumação perigo completo.
)s, os cosméticos. O Exame Pericial é indispensável e deve obedecer os
dispositivos legais específicos do Código Sanitário do Estado de
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:m conformidade com o
~ exigida a condição de comerciante, por si ou por seus prepostos, que respondem pela
uma vez que qualquer omissão do patrão (salvo quando não exerçam função de gerência
~ulposa, vem prevista no ou chefia) ex. transporte, armazenamento inadequado do produto.
I dos crimes hediondos, O revendedor tem obrigação de verificar se o produto entregue ao
consumo está alterado; caso contrário, pode responder a título de
llposa, deu-se, vez que, culpa, isto é, omissão de cuidados devidos para preservar o
~s e multa, com as novas produto, sem prejuízo de eventual responsabilidade insculpida no
ção, mas agravou de I a Código de Defesa do Consumidor. À guisa de exemplificação,
ões, dentre as quais não trazemos à colação alguns exemplos de violação, ao menos em
anciado, devendo ser tese do preceito primário preconizado no art. 273 em comento:
Flagrante, entretanto, é produção de complexo vitamínico com componentes em menor
o flagrante depende de quantidade que a indicada em sua fórmula, pílulas de farinha
e possíveis de estarem como as usadas no caso Microvlar e Androcur, substituir a
nte, em se tratando de penicilina por farinha de trigo no antibiótico Ampicilina (este caso
lecorrem de órgãos ocorreu na cidade de Santo André onde era produzida), substituir
à própria polícia, o que a insulina por água destilada que não remove a hiperglicemia,
aliciaI, vale acentuar, o supressão de elementos que compõem a fórmula, elemento
mencionado na bula que não há no produto, constitui alteração na
fórmula e redução do valor terapêutico.
~ se a farmácia recebeu
I "caso Microvlar", a Não se deve esquecer, porém, que este artigo 273 § 10 e incisos
conista ou do vendedor foram guindados a crimes hediondos, dentre todos os outros
a sua maioria, afirmar contra a saúde pública, mas, no artigo 273, deve-se observar a
mtrário, nem sempre é exceção que é a modalidade culposa, vale dizer, deve-se excluir a
vel destacar que em forma culposa do rol dos crimes hediondos.
I quem distribui para Quanto ao artigo 274, que trata do emprego de processo
lpêuticos e medicinais o proibido ou de substância não permitida, as novas leis 9677/98 e
m os medicamentos, tal 9695/98, não alteraram o preceito primário do referido artigo,
, caso de substâncias apenas aumentando o preceito secundário, isto é, a pena
lS originais feitas pelo anteriormente era de detenção de 1 a 3 meses e multa e, com o
embalagem deve fazer advento da nova legislação, passou a ser de reclusão, de 1 a 5
:eúdo. De outra parte, anos e multa, isto implica diversos novos posicionamentos, vale
tos contidos em vidros dizer, não se elabora mais o Termo Circunstanciado, mas Boletim
mtilizaria a mercadoria de Ocorrência ou Flagrante, este último já expende as críticas
que normalmente os necessárias na sua elaboração, ao analisar os delitos anteriores.
LOto, a toda evidência o Importante destacar que este dispositivo não se restringe às
) comercial incumbe ao substâncias alimentícias, mas qualquer outra, como, por exemplo,
material de limpeza.
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, I
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