Como prometido, estou aqui para dar mais algumas orientações para quem quer se preparar para o próximo concurso da CGU. Ainda não sabemos quando será, mas já há o pedido (com urgência) no MPOG. Bom, minha aprovação na CGU aconteceu da seguinte forma: estudava para a receita federal, mas tive de mudar o foco com a ausência de notícias sobre o edital. No segundo semestre de 2007, tentei o TCU, mas não deu certo. Logo a seguir veio o concurso da CGU e consegui o 1° lugar nacional. Ademais, durante o curso de formação da CGU de 2008 tive a oportunidade de perceber que vários colegas eram provenientes da área fiscal, mas tinham mudado de rumo pela ausência de concursos naquela área ou então pela simpatia pelo planejamento ou controle das despesas públicas, que realmente é uma atividade fascinante! Portanto, se você ainda é iniciante na área de “controle e gestão”, não se preocupe, pois ainda dá tempo para se preparar e concorrer a uma das vagas. E agora, o que deve fazer quem quer se preparar para a CGU? A primeira dica é que faça o concurso de APO-MPOG, pois tem muitas matérias similares com a CGU (mesmo que você opte por estudar apenas as matérias comuns). E já é possível ir treinando para a CGU. Ademais, a remuneração é a mesma para os dois cargos: mais de 12 mil iniciais. Para quem já está na estrada há algum tempo, é interessante avaliar o último edital e distribuir seus horários pelas matérias do concurso (eu me programaria como se tivesse de 4 a 6 meses até a prova). Se for o seu caso, faça muitas questões antigas das matérias já conhecidas. (Quer uma dica? Separe um horário de estudo só pra fazer questões...) As minhas sugestões serão baseadas no que eu fiz na minha época (deu certo!). Portanto, terão mais aplicação no caso de concurseiros que se encontram mais ou menos na mesma situação: já estudaram bastante as matérias básicas e querem algum bom cargo público para poder largar a armadura de concurseiro e vestir a de servidor público de alto nível. (Pois é, gente, a guerra não acaba, só mudam os motivos e os inimigos...) Vamos às sugestões: 1) Língua Portuguesa – Como a maioria já estudou português, o melhor é concentrar-se em fazer provas antigas da ESAF pra se acostumar com o estilo. Ou seja, baixar todas as provas da Esaf (pelo menos de 2005 para cá) e ir resolvendo as provas uma a uma. Nos estudos para a CGU, peguei todas as provas de português da ESAF no ano de 2006. Meu estudo foi basicamente resolver essas provas e marcar meu tempo de resolução e índice de acertos. Quando eu tinha dúvidas, recorria posteriormente a um material de português (pode ser um curso online, livro ou gramática, apenas para tirar as dúvidas). 2) Língua Estrangeira – Se você já tem uma base, estude também por provas anteriores. Monte um dicionário das palavras que você eventualmente não conheça e leia-o periodicamente. Avalie o seu índice de acertos para ver se precisa dedicar-se mais ou não. 3) Raciocínio Lógico- Quantitativo – Essa matéria tem entrado em quase todos os últimos concursos. Portanto, a pessoa pode ir estudando por algum material de que já disponha e seja aplicável ao edital da CGU. Tem um livro do Weber Campos, que parece ser bom. 4) Conhecimentos Gerais – Nos dois concursos do TCU (2007 e 2008) e no da CGU (2008) caíram conhecimentos gerais (ou atualidades). Vou ser bem sincero: não vale a pena perder muito tempo estudando essa matéria. Sempre li jornal (Folha de S. Paulo) diariamente, mas nos últimos tempos o concurso já não permitia... mas decidi que essa história de estudar atualidades não valeria a pena. A chance de você ler (num livro ou revista) o que vai cair é mínima. Então não estudei, só acompanhava as notícias superficialmente quando dava... Mas geralmente as questões não versam sobre coisas tão atuais, como o que aconteceu no mês passado. Em regra, cobram-se conhecimentos mais gerais sobre assuntos de política, economia, meio ambiente etc. 5) Administração Pública - Quando estava estudando administração pública para concursos não havia ainda nenhum bom livro conhecido (sei que foram lançados alguns de lá pra cá). Então, fiz um curso em BH com o Eduardo Fávero e gostei. Ele deu o mesmo curso online aqui no Ponto. Foi muito bom também o curso do Rafael Encinas (que continua aqui no Ponto). Na época do TCU muita gente fez esse curso dele e foi muito bem recomendado. 6) Direito Constitucional e Direito Administrativo – Para quem já estudou bastante essa matéria, o ideal é pegar provas antigas e ir resolvendo direto. Use um bom livro para consultas quando tiver dúvidas, grifando o mais importante (aqui sugiro os livros do Vicente e do Marcelo, que são unanimidade). Se for o caso, reserve um tempo para fazer um curso mais próximo do seu concurso para relembrar os principais aspectos e conhecer as novidades da jurisprudência. Nas últimas duas semanas faça uma revisão e leia a Constituição Federal, bem como as leis de administrativo, pois a Esaf tem cobrado a literalidade. 7) Adm. Financeira e Orçamentária - Sempre estudei pelo livro do Valdecir Pascoal, mas hoje o nível de cobrança dos concursos vai muito além. Esse livro é bom para se ter uma base, um primeiro contato. Para quem já conhece o assunto, é bom ler o Manual Técnico do Orçamento, disponível do site do MPOG. Apesar de algumas pessoas recomendarem, não sugiro a leitura do Giacomoni para provas da Esaf (digamos que o custo-benefício do Giacomoni não vale a pena para provas ESAF, ao contrário do CESPE, que gosta de cobrar trechos desse livro). O Ponto lançou em 2009 o curso regular do prof. Sérgio Mendes, que parece ser muito bom. 8) Técnicas de Controle – Sugiro o livro do Ricardo Ferreira de Auditoria. Para quem for da área de auditoria e fiscalização – controle interno, o Marcelo Aragão lançou um bom curso também que aprofundava mais na parte de auditoria governamental. Além disso, ultimamente, o Davi Barreto e o Fernando Graeff têm lançado bons cursos aqui no site do Ponto. 9) Orçamento e Contabilidade – Aqui mistura AFO, contabilidade geral e contabilidade pública. Mas não vale a pena se aprofundar muito em contabilidade, pois o edital tem cobrado o básico, sem ir muito a fundo. Em contabilidade pública, sempre usei o livro do Glauber Mota, que é muito bom. Quanto às disciplinas da P3, vai depender da área que cada um escolher e não tenho como falar sobre todas elas. O comentário a seguir servirá apenas para área de controle interno (área genérica de auditoria e fiscalização do concurso da CGU). Se eu fosse fazer esse concurso não estudaria as disciplinas de finanças e análise de projetos até sair o edital (ou, pelo menos, até novas notícias), pois essas matérias nunca caíram na CGU até o ano de 2008 (e só caíram mesmo no concurso, pois já no curso de formação não “ouvimos falar” mais nada sobre aqueles assuntos). De qualquer forma, na época, estudei essas matérias pelos livros do Assaf Netto e Stephen Ross. Para ver o que é mais importante, resolva as provas da ESAF e de outras bancas com esses assuntos. Sugiro as seguintes provas (claro que é só o que tiver no edital): BACEN: 2001, 2002, 2005 CVM: 2OO1, 2003, 2005 STN: 2002, 2005, 2008 IRB: 2004, 2006 INSS/2002, SUSEP/2006 BNDES: 2001, 2002, 2005, 2007 CGU: 2008 Apesar dessas dicas, reforço: eu esperaria até o edital... Afinal de contas, tem tanta coisa para estudar até lá! Já “Políticas Públicas” é assunto que me parece ter boas chances de voltar. No meu concurso, estudei lendo vários textos relacionados ao assunto (Maria das Graças Rua, Klaus Frey e vários textos da ENAP) e fiz um curso do Marcelo Gonçalves. A prova dessa disciplina foi a mais difícil de todo o concurso. Por fim, um pequeno comentário sobre a área de obras públicas. Aguarda-se que haja vagas para obras públicas (acredito que em maior número do que aquelas do concurso da CGU de 2008). Devo alertar os meus alunos que fizeram o curso para o TCU/2009 (e os alunos dos demais cursos do Ponto) que o edital da CGU é bastante similar àquele do TCU na área de obras públicas. Assim, aqueles cursos ainda servem para um estudo pré-edital. Todavia, como agora a banca é a Esaf, certas adaptações se fazem necessárias, tendo em vista que, diferentemente do Cespe, a Esaf costuma cobrar alguns assuntos com mais profundidade, inclusive alguns cálculos. Com o meu curso de obras hídricas (junto com o Di Bello), por exemplo, você não resolve algumas questões de cálculo da última prova da CGU de obras (pois o curso era para o Cespe). Mas, a teoria (a base, o grosso do assunto) é a mesma! As complementações necessárias são bem pequenas. Sobre a prova discursiva, dêem uma olhada no que eu já escrevi para o concurso da receita federal: http://www.pontodosconcursos.com.br/professor.asp?menu=professores&busca=&prof=167&art=4404&idpag=1
Caros amigos, é isso o que tinha para lhes falar hoje. Por favor, não saiam aplicando tudo que eu disse. Cada qual veja o que lhe serve, e o que é besteira... Um grande abraço. Fred Dias