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ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos em que são partes as acima indicadas,
acordam os ministros da QUARTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade
dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade, em conhecer em parte do recurso e, nessa
parte, dar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Massami Uyeda, Cesar Asfor Rocha e Aldir Passarinho Junior
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Hélio Quaglia Barbosa.
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Superior Tribunal de Justiça
RECURSO ESPECIAL Nº 651.203 - PR (2004/0081242-9)
RELATÓRIO
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Alternativamente, requer a redução do quantum fixado a título de danos morais, ao considerar
que o valor arbitrado pelo Tribunal de origem é excessivamente elevado, destoando dos
padrões adotados por este Superior Tribunal de Justiça em casos semelhantes.
É o breve relatório.
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RECURSO ESPECIAL Nº 651.203 - PR (2004/0081242-9)
EMENTA
RECURSO ESPECIAL. DANO MORAL. ABERTURA DE CONTA
CORRENTE. DOCUMENTOS EXTRAVIADOS. INCLUSÃO INDEVIDA
EM CADASTRO RESTRITIVO DE CRÉDITO. RESPONSABILIDADE
DO BANCO. REVISÃO DO VALOR. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS
DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO
CONHECIDO EM PARTE E PROVIDO.
1. Responde pelos prejuízos gerados pela sua conduta a instituição financeira
que permite a abertura de conta corrente mediante a apresentação de
documentos falsos.
2. Para a fixação dos danos morais, o entendimento deste Superior Tribunal de
Justiça é firme no sentido de que evidente exagero ou manifesta irrisão na
fixação, pelas instâncias ordinárias, viola os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade, tornando possível, assim, a revisão da aludida quantificação.
2. Recurso conhecido em parte e, na extensão, provido.
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO HÉLIO QUAGLIA BARBOSA (Relator):
1. Cinge-se a irresignação do recorrente na ausência de culpa no evento danoso
e no excessivo valor arbitrado a título de indenização por danos morais, pela indevida inclusão
em cadastro restritivo de crédito.
2. Inicialmente, cumpre destacar que, ante as circunstâncias fáticas apuradas
nas instâncias ordinárias, restou incontroversa a responsabilidade do banco-recorrente, que
permitiu a abertura de conta corrente mediante documentos falsos, ocasionando a inscrição
indevida do nome do autor-recorrido em registros de proteção ao crédito.
Nesse ponto, assim esclareceu o Tribunal a quo:
"Com efeito, o fato alegado restou comprovado: os documentos de fls. 17 e
26/37 atestam que houve adulteração do documento de identidade do autor,
utilizado pelo falsário, e que houve utilização de cheques, em nome do
autor, debitados em conta corrente aberta sem o devido cuidado pela
instituição bancária, tanto que a assinatura aposta pelo falsário no contrato
de abertura da conta corrente é muito diferente daquela que consta na
carteira de identidade do autor, que foi adulterada pela troca de
fotografias. Ademais, se houvesse uma verificação cuidadosa, pelo gerente
da agência bancária, por certo, teria sido frustrada aquela ação criminosa.
Assim, presente o nexo causal - atitude do réu em promover a inscrição do
nome do autor no SPC, pelo suposta emissão de cheques sem provisão, de
conta corrente que nunca requereu abertura, causando ao autor
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constrangimentos e abalos morais - não há dúvidas de que o réu deve
responder civilmente, reparando os danos sofridos."
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dou provimento, para reduzir a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a indenização por danos morais,
atualizado monetariamente esse valor desde a data do julgamento deste recurso até a efetiva
liquidação.
É como voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS
Secretária
Bela. CLAUDIA AUSTREGÉSILO DE ATHAYDE BECK
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : BANCO ABN AMRO REAL S/A
ADVOGADO : OSMAR MENDES PAIXÃO CÔRTES E OUTROS
RECORRIDO : ANTÔNIO FRANCISCO DOS SANTOS JÚNIOR
ADVOGADO : SHEYLA DAROLT BOLSI DOS SANTOS
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, conheceu em parte do recurso e, nessa parte, deu-lhe
provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Massami Uyeda, Cesar Asfor Rocha e Aldir Passarinho Junior votaram
com o Sr. Ministro Relator.
Brasília, 10 de abril de 2007
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