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2007.70.01.002563-4/PR)
AUTOR : SHALIMAR WASSILEVSKI
ADVOGADO : SHALIMAR WASSILEVSKI
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL - SECCAO DO
RÉU :
PARANA
SENTENÇA
Destacou que, ao lado dessa situação, sua honra, imagem e boa fama foram
lesadas, ocasionando-lhe danos, os quais são presumidos, principalmente
quando, tratando-se de dano moral, sobre o qual discorreu, este visa
compensar o abalo sofrido, devendo ser traduzido em pecúnia,
apresentando, para tanto, parâmetro centrado na declaração de
rendimentos, ou seja, R$2.000,00 (dois mil reais), mensais, estimando o
dano, então, totalizado em R$82.000,00 (valor correspondente ao tempo da
suspensão).
Deu valor à causa em R$30.000,00, juntando documentos às fls.11/31.
Por fim, salientou culpa da autora, devendo ser afastada a indenização, cujo
intuito é de locupletamento, e, a título de argumentação, se procedente o
pedido, a indenização deve ser fixada com base na equidade, evitando-se
fixação de quantum abusivo.
É o relatório! Decido:
FUNDAMENTAÇÃO
DISPOSITIVO
Além disso, tem-se que a razoabilidade das leis, princípio com assento no
devido processo legal ( artigo 5º, inciso LIV, CF/88), autoriza o Magistrado
a cotejar os atos praticados pela Administração com os parâmetros de
Justiça inerentes à ordem jurídica, deles podendo se inferir a existência de
desconformidade ética e moral.
Nesse aspecto, ainda que lastreada em lei, tenho que malfere o ideal de
justiça preconizado pela Constituição a consideração feita pela Ré, de
tratar inadimplência como infração, alçada à violação de ética e ensejadora
de desencadeamento de processo disciplinar, notadamente quando
confrontado com o princípio da dignidade da pessoa humana e da valorização
do trabalho, decantados no capítulo dos direitos fundamentais.
Entendo que a aplicação de suspensão do exercício da atividade profissional
pelo inadimplemento é diametralmente desproporcional ao fim visado,
porque à Administração permite-se, sim, adotar medidas necessárias para a
consecução de seus fins, mas devem ser as menos gravosas e, ainda, deve
haver ponderação entre o ônus imposto e o benefício conseguido, tudo com a
finalidade de se constatar se é justificável a interferência na esfera dos
direitos do cidadão.
Tal ato caracteriza-se mais como sanção política pelo não pagamento da
anuidade - pois impede o exercício profissional do advogado inadimplente -
do que exercício regular de direito e, por assim ser, já quadrou ensejo ao
egrégio Supremo Tribunal Federal decidir pela impossibilidade de imposição
de tais penalidades, restando sumulada a matéria, sendo proibida a vedação
ao exercício de atividade como meio de coagir alguém a pagar tributo.
Para tanto, conforme lúcida análise de Carlos Dias Motta ( Dano Moral Por
Abalo Indevido de Crédito, RT 760, fevereiro de 1999, p. 74/94):
DISPOSITIVO