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O Cone Sul é um média-metragem que impressiona pela forma como trata o tema da
violência política, praticada nas décadas de 60 e 70 na América Latina, em especial no
Uruguai e Brasil. O roteiro conta a história do seqüestro dos uruguaios Lilian Celiberti e
Universindo Diaz, realizado em 1978, em Porto Alegre/RS, com a colaboração das
polícias militares do Brasil e Uruguai. Trata-se do único seqüestro político
internacional, com a colaboração da polícia, reconhecido pela justiça. O filme mostra a
importância da pressão da imprensa para desmascarar a versão “oficial”, reforçando a
existência da Operação Condor, aliança político-militar entre os vários regimes
militares da América do Sul — Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai —
criada com o objetivo de coordenar a repressão a opositores dessas ditaduras, instalados
nos seis países do Cone Sul.
O documentário é dinâmico, alternando reconstituição de cenas (rapto, tortura e
assassinato) com os depoimentos de defensores dos direitos humanos e vítimas da
repressão. Vai além do simples relato do seqüestro, buscando elementos para compor
um quadro sensível do que foi a perseguição política nos regimes ditatoriais. Comove
ao registrar o sofrimento de pessoas simples, que tiveram suas vidas rechaçadas pela
intolerância. Importante registro histórico, que mantém viva a memória dos oprimidos
e esclarece as novas gerações, estimulando a luta contínua contra os opressores. Foi
filmado na clandestinidade, entre 1980 e 1985, período anterior a abertura política no
Brasil.
Importante registrar que, neste mês de novembro de 2008, completam-se 30 anos do
seqüestro de Lilian e Universindo, o que torna a exibição de Cone Sul ainda mais
significativa.
DEPOIMENTOS: Omar Ferri, Carlos Castro, Jair Krischke, Tota Quinteros, Cláudio
Benech, Artigas Dias, Graziela Dias, Universindo Diaz e Lílian Celiberti.
PRÊMIOS: Festival de Gramado, 1985: melhor curta gaúcho. Rio Cine Festival, 1985:
prêmio estímulo.