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Versão preliminar

19 de setembro de 2002

Notas de Aula de Física

13. EQUILÍBRIO ................................................................................................................. 2


CONDIÇÕES PARA O EQUILÍBRIO ........................................................................................... 2
SOLUÇÃO DE ALGUNS PROBLEMAS ....................................................................................... 3
10 .................................................................................................................................. 3
15 .................................................................................................................................. 3
19 .................................................................................................................................. 4
25 .................................................................................................................................. 5
27 .................................................................................................................................. 6
34 .................................................................................................................................. 7
35 .................................................................................................................................. 8
39 .................................................................................................................................. 8
Prof. Romero Tavares da Silva

13. Equilíbrio

Condições para o equilíbrio

Diz-se que um corpo está em equilíbrio quando o seu momento linear e o seu mo-
mento angular são constantes, ou seja:
!
P = cons tan te

!
 L = cons tan te

Quando as constantes mencionadas acima são nulas, diz-se que o corpo está em
equilíbrio estático. Nessa situação ele não está em movimento de translação e também
não está em movimento de rotação.

As condições expostas nas equações anteriores implicam que:


!
 dP !
 = F EXT = 0
 dt
 !
 dL ! EXT
 =τ =0
 dt

ou seja, para que um corpo esteja em equilíbrio estático devemos ter as seguintes condi-
ções satisfeitas:
!
F EXT = 0


τ! EXT = 0

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Solução de alguns problemas

Capítulo 13 - Halliday, Resnick e Walker - 4a. edição

10 Uma esfera uniforme de peso P e raio r é mantida no lugar por uma corda presa a
uma parede, sem atrito, situada a uma distância L acima do centro da esfera, con-
forme a figura a seguir.

a) Encontre a tensão na corda.

Como a esfera está em repouso, y


temos que: ! θ
! ! ! T !
T +P +N =0 ! L T
ou seja: N !
N
T cos θ − P = 0 ! !
 P
 P
T sen θ − N = 0

Logo
P  L2 + r 2 
T cos θ = P ⇒ T = ∴ T = P
cos θ  L 
 
onde
L
cos θ =
L +r2
2

b) Encontre a força exercida pela parede sobre a esfera.

N T sen θ r 
= ⇒ N = P tan θ ∴ N =  P
P T cos θ L
onde
r
tan θ =
L

Capítulo 13 - Halliday, Resnick e Walker - 4a. edição

15 Uma viga é transportada por três homens, estando um homem em uma das extremi-
dades e os outros dois sustentando a viga por meio de uma trave transversal, colo-
cada de modo que a carga esteja igualmente dividida entre os três homens. Em que
posição está colocada a trave transversal? (Despreze a massa dessa trave.)

Por exigência do enunciado, temos que:


! ! Eixo
F1 = F2 = F3 = F F1 P x
! !
F2 + F3

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Como o corpo está em repouso a resul- !


tante de forças é nula, logo: F2
!
F1 + F2 + F3 - P = 0 ! P
F1
O torque resultante também é nulo. Va-
mos considerar o torque em relação a ! x
uma eixo que passa ao longo da trave F3
transversal. Desse modo:
Eixo
L 
F1 (L − x ) − P  − x  = 0
2 

Da primeira equação encontramos que P = 3 F , e usando esse resultado na segun-


da equação:
L   3L 
F (L − x ) − 3F  − x  = 0 ⇒  L −  + (3 x − x ) = 0 ∴ x =
L
2   2  4

Capítulo 13 - Halliday, Resnick e Walker - 4a. edição

19 Duas esferas idênticas, uniformes e sem atrito, cada uma de peso P , estão em re-
pouso conforme mostra a figura à seguir.

a) Encontre, em termos de P , as forças que atuam sobre as esferas devido às su-


perfícies do recipiente.

θ = 450 !
F12 = F21 = F F12
P1 = P2 = P !
T2
!
Os dois corpos estão em repouso, logo N1
a resultante das forças que atuam em
!
cada um deles é nula. P2
! !
F21 T1
N 1 − P − F sen θ = 0
 !
 e
P1
 T − F cos θ = 0
 1

 F sen θ − P = 0 !
 N1
 !
F cos θ − T = 0 F12

θ
2
! !
θ T1 T2
Das equações acima encontramos que: !
F21 !
!
T1 = T2 = F cosθ P1 P2

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e
N1 - P - P = 0 ⇒ N1 = 2 P

P
F= =P 2
sen θ

T = F cos θ = P cot anθ ⇒ T =P

b) Encontre, em termos de P , as forças que atuam sobre as esferas devido uma à


outra, se a linha que une os centros das esferas faz um ângulo de 450 com a
horizontal.

P
F= =P 2
sen θ

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25 Uma placa quadrada uniforme, pesando 50,0kg e tendo 2,0m de lado, está pendu-
rada em uma haste de 3,0m de comprimento e massa desprezível. Um cabo está
preso à extremidade da haste e a um ponto na parede situado 4,0m acima do ponto
onde a haste é fixada na parede, conforme mostra a figura a seguir.

a) Qual é a tensão no cabo?

M = 50kg L2 = 2,0m
L1 = 4,0m L3 = 3,0m

Vamos considerar apenas as forças ! L1


que atuam na haste horizontal. FV
! !
Como a placa é uniforme as forças P1 T θ FH
e P2 são tais que: ! !
P2 P1
P1 = P2 = P / 2 = M g / 2 L2

Vamos considerar o torque das forças


que atuam na haste, em relação a um
eixo perpendicular ao papel e que pas- L3
se no ponto onde a haste está presa na
parede.
T senθ L3 - P2 L3 - P1 ( L3 - L2 ) = 0

T sen θ L3 =
P
[L3 + (L3 − L2 )] ⇒ T =  2L3 − L2 
 P
2  2L3 sen θ 
Mas
L1  (2L3 − L2 ) L21 + L23 
sen θ = ⇒ T =  P = 408,34N
L21 + L23  2L1L3 

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b) Qual é a componente vertical da força exercida pela parede sobre a haste?

Vamos considerar o torque das forças que atuam na haste, em relação a um eixo
perpendicular ao papel e que passe no ponto onde o cabo suspende a haste.

P1 L2 - FV L3 = 0

P1L2 PL2
FV = = = 163,34N
L3 2L3

c) Qual é a componente horizontal da força exercida pela parede sobre a haste?

Como a placa está em repouso, a resultante das forças que atuam nela é zero,
Segundo um eixo horizontal, as forças que atuam são tais que:

 L3 
T cos θ − FH = 0 ⇒ FH = T cos θ = T  
 L2 + L2 
 1 3 

Usando o resultado para T deduzido anteriormente, temos que:

 2L − L2 
FH =  3  P = 245N
 2L1 

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!
27 Na figura a seguir, qual a magnitude da força F , aplicada horizontalmente no eixo
da roda, necessária para fazer a roda ultrapassar um obstáculo de altura h ? Consi-
dere r como sendo o raio da roda e P o seu peso.

Na iminência da ultrapassagem do obstá- !


culo, a roda perdeu o contato com o solo, N
e as forças que atuam nela estão mostra-
das na figura ao lado. Como ainda não !
F
existe movimento, a resultante é nula. r θ r-h
Logo: h
F - N cosθ = 0
!
P
P - N senθ = 0

P N sen θ P
= = tan θ ⇒ F=
F N cos θ tan θ
Mas
r −h r −h  2rh − h 2 
tan θ = = ⇒ F= P
r 2 − (r − h ) 2rh − h 2  r − h 
2

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34 Uma barra não uniforme de peso P está suspensa em repouso, na horizontal, por
duas cordas sem massa, como mostra a figura a seguir. Uma corda faz um ângulo
θ = 36,90 com a vertical e a outra faz um ângulo ϕ = 53,10 , também com a vertical.
Se o comprimento L da barra é 6,1m , calcule a distância x entre a extremidade
esquerda da barra e o seu centro de gravidade.

θ = 36,90
ϕ = 53,10 ! !
L = 6,1m T1 x T2
L ϕ
Vamos calcular o torque das forças que
θ
atuam na barra em relação a um eixo
perpendicular ao papel, e que passe por
um ponto da extremidade esquerda da !
barra. P
τ = P x - T2 cosϕ L = 0
ou seja:
 T cos ϕ 
x= 2 L
 P 
Por outro lado, como a barra está em repouso a resultante das forças que nela atuam
é nula:
T1 cos θ + T2 cos ϕ − P = 0
! ! ! 
T1 + T2 + P = 0 ⇒ 
 T sen θ − T sen ϕ = 0
 1 2

Da última equação temos que:


 sen ϕ 
T1 = T2  
 sen θ 

e usando esse resultado na penúltima equação, encontramos:

  sen ϕ 
T2  sen θ  cos θ + T2 cos ϕ = P
  
ou seja:
T2 {sen ϕ cos θ + cos ϕ sen θ } = P sen θ

 sen θ 
T2 sen(ϕ + θ ) = P sen θ ⇒ T2 =  P
 sen(ϕ + θ )
Mas
 T cos ϕ   L cos ϕ   sen θ 
x= 2 L ⇒ x=  P
 P   P   sen(ϕ + θ )
logo
 cos ϕ sen θ 
x=  L = 2,23m
 sen(ϕ + θ ) 

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Capítulo 13 - Halliday, Resnick e Walker - 4a. edição

35 Na figura a seguir, uma barra horizontal fina AB , de massa desprezível e compri-


mento L , é presa a uma dobradiça em uma parede vertical no ponto A e sustenta-
da em B , por um fio fino BC , que faz um ângulo θ com a horizontal. Um peso P
pode ser movido para qualquer posição ao longo da barra, sendo a sua posição defi-
nida pela distância x desde a parede até o seu centro de massa.

a) Encontre a tensão no fio.

Iremos considerar apenas as for-


ças que atuam na barra. C
Vamos calcular o torque em rela- !
ção a um eixo perpendicular à folha de T
papel e que passe pelo ponto onde a !
FV
barra está presa á parede pela dobradi- !
ça (ponto A) B θ FH
Como a barra está em repouso o A
torque em relação a qualquer eixo é ! x
nulo, logo: P

T senθ L - P x = 0 L

 x 
T = P
 L sen θ 
b) Encontre a componente horizontal da força exercida sobre a barra pelo pino da
dobradiça em A .

Como a barra está em repouso a resultante das forças que nela atuam é nula. A
componente horizontal da resultante é:

 x 
T cos θ − FH = 0 ⇒ FH = T cos θ
∴ FH =  P
 L tan θ 
c) Encontre a componente vertical da força exercida sobre a barra pelo pino da do-
bradiça em A .

Vamos considerar, agora, o torque das forças em relação a um eixo perpendicu-


lar à folha de papel e que passe pelo ponto onde o fio está preso na barra (ponto
B).
L − x  x
P (L − x ) − FV L = 0 ⇒ FV =   P ∴ FV = 1 −  P
 x   L

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39 Uma tábua uniforme de comprimento L = 6,1m e peso P = 444,8N está em repou-


so no chão, encostada numa quina sem atrito, situada no alto de uma parede de altu-
ra h = 3,0m conforme a figura a seguir. A tábua permanece em equilíbrio para qual-
quer valor do ângulo θ ≥ 700 , mas escorrega para θ < 700 . Encontre o coeficiente
de atrito entre a tábua e o chão.

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θ é o ângulo limite para o deslizamento, e !


isso significa que para esse ângulo a força T
de atrito estático é máxima, logo α

Fa = µE N
! α
Pode-se perceber que os ângulos α e θ N h
são complementares, logo:
!
! P
α = π/2 - θ
θ Fa
A força da quina na tábua é perpendicular à
tábua pois não existe atrito entre as duas.
d
Como o corpo está em equilíbrio, a resultante de forças é nula e o torque resultante
também é nulo.
O torque em relação a um eixo que passe pelo ponto de apoio da escada no chão e
que seja perpendicular à folha de papel tem a forma:

-(T cosα ) h - (P senα) L/2 = 0

PL sen α
T =
2h cos α

A resultante de forças tem a forma:

T sen α − P + N = 0
! ! ! ! 
T + P + N + FaE = 0 ∴ 
 − T cos α + F = 0
 aE

ou seja:
FaE T cos α µ N T cos α
= = E ∴ µE =
N P − T sen α N P − T sen α

e usando o resultado anterior para T , encontramos:

 PL sen α  L
  cos α sen α
 2h cos α  2 h
µE = ∴ µE = = 0,3981
 PL sen α  L sen 2 α
P −  sen α 1−
 2h cos α  2h cos α

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