Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cleber Rentroia
A palavra economia origina-se do grego: Oikos (eco), que significa casa, riqueza, e Nomos (nomia),
cujo significado é lei, regra, administração.
2 – DEFINIÇÕES DE ECONOMIA
Nesse sentido, a economia foi definida como a ciência que se dedica ao estudo das leis que
determinam a riqueza ou da administração da riqueza. Uma vez que a riqueza é gerada pelos homens e
por eles administrada, é preciso considerar suas ações sobre a natureza para produzi-la, e suas ações entre
si para reproduzi-la e administrá-la.
A riqueza não tem sentido em si mesma. Ela somente será completa se puder ser utilizada em
benefício do homem (satisfação de necessidades). Para satisfazer as necessidades o homem necessita
consumir algo (coisas). O homem transforma essas coisas através do seu trabalho, com o auxílio de
instrumentos. O ato de transformar é denominado produção e por meio dele criam-se bens e serviços.
A partir do século XVIII, a economia entraria na sua fase científica, com a formulação de
princípios, teorias e leis sobre os três grandes compartimentos básicos da atividade econômica: formação,
distribuição e consumo das riquezas.
Em outras palavras, a economia foi definida como a ciência da escassez. Dentro dessa perspectiva,
o estudo da economia fundamenta-se na atividade humana denominada econômica e dirigida no sentido
de escolher, dentre as diversas alternativas existentes, o que fazer com recursos escassos. Ou seja, trata-se
de descobrir a melhor utilização a ser dada aos recursos limitados existentes na natureza de forma a
melhor satisfazer as necessidades humanas.
_____________________________________________________________________________________________
1
Prof. Cleber Rentroia
3 – OBJETO DA ECONOMIA
a) de 1776 até 1936, o objeto da economia foi o estudo da formação e repartição da riqueza;
b) em 1936, com o fim da Grande Depressão Econômica, John Maynard Keynes, mostrou que o
objeto de estudo da economia deveria centralizar-se na pesquisa dos fatores determinantes das
flutuações da renda nacional e do volume de emprego, ou seja, flutuações da atividade
econômica;
4 – TEORIA ECONÔMICA
É o ramo da teoria econômica que trata do estudo agregativo da atividade econômica, ocupando-se
de magnitudes globais, com o objetivo de determinar as condições necessárias do crescimento e equilíbrio
do sistema econômico. A macroeconomia estuda: (i) teoria geral do equilíbrio e do crescimento
econômico; (ii) teoria da moeda; (iii) teoria das finanças públicas; (iv) teoria das relações internacionais;
(v) teoria do desenvolvimento. É importante ressaltar que, a macroeconomia trata da formulação de
políticas econômicas.
5– COMPARTIMENTOS DA ECONOMIA
De acordo com a maioria dos autores contemporâneos, a Ciência Econômica comporta três
desdobramentos principais, constituídos pela economia descritiva, pela teoria econômica e pela política
econômica.
_____________________________________________________________________________________________
2
Prof. Cleber Rentroia
_____________________________________________________________________________________________
3
Prof. Cleber Rentroia
A economia positiva é o campo da economia que descreve ou, então, teoriza determinado aspecto
da realidade, preocupando-se com os fatos, da forma como eles são ou segundo se apresentam. A
economia positiva é constituída da economia descritiva e da teoria econômica.
A economia normativa é o campo da economia que formula julgamentos e propõe novas situações,
procurando examinar ou propor como os fatos devem ser. A política econômica faz parte do campo de
estudo da economia normativa.
Assim, como a primeira afirmativa descreve um fato econômico como ele se apresenta, então
faz parte da economia positiva; enquanto a segunda, por propor o que o governo deve fazer para reduzir a
inflação, então se enquadra no campo da economia normativa.
_____________________________________________________________________________________________
4
Prof. Cleber Rentroia
Refere-se à realidade básica da vida de que existe apenas uma quantidade finita de recursos
humanos e não-humanos que o melhor conhecimento técnico é capaz de usar na produção de apenas uma
quantidade máxima e limitada de cada produto.
Bens econômicos e riqueza são dois importantes conceitos largamente utilizados em economia, que
apresentam as seguintes definições.
3.1 – Bens Econômicos: são coisas que satisfazem as necessidades humanas. Sua principal
característica é ser consumível. Se um bem não for apropriado e se não se desgastar ao longo do
tempo para satisfazer uma necessidade, então não é um bem econômico.
3.2 – Riqueza: é o conjunto de bens e serviços de consumo. A idéia moderna de riqueza introduziu a
variável consumo, porque a palavra riqueza deixou de ser abstrata e estática no sentido de
somente acumular coisas de valor, e adquiriu maior dinâmica com a idéia de que a riqueza é
tudo aquilo que permite à pessoa consumir mais bens com aquilo que já acumulou.
_____________________________________________________________________________________________
5
Prof. Cleber Rentroia
4 – FATORES DE PRODUÇÃO
Para que as necessidades humanas sejam satisfeitas, e para que o problema central da economia
possa ser devidamente equacionado é necessário contar com o concurso dos instrumentos de produção, ou
seja, aquilo com que se produz, assim como, com os objetos da produção, isto é, aquilo que transformado
resultará em algo capaz de satisfazer as necessidades do homem. Em economia, tais elementos são
conhecidos como fatores de produção.
Os fatores de produção podem ser definidos como o conjunto de todos os recursos que se pode usar
na produção. Daí a pergunta: que recursos são esses? Um simples raciocínio nos faz deduzir que para se
produzir um bem é preciso um material qualquer que, trabalhado por alguém com alguma ferramenta,
resultará nesse bem. Aí estão colocados então os três fatores de produção, a saber: (i) terra (recursos
naturais que fornecem a matéria-prima); (ii) capital (recursos financeiros, máquinas equipamentos); e (iii)
trabalho (mão-de-obra).
4.1.1 – Terra: a terra é a origem das matérias-primas, sendo que no caso dos bens agrícolas é a
própria matéria-prima.
4.1.2 – Trabalho: o trabalho é a própria força de trabalho, ou capacidade de trabalho do homem,
sem a qual nenhum bem seria produzido.
4.1.3 – Capital: o capital inclui todos os equipamentos utilizados de forma a auxiliar o homem na
produção, contemplando também, a capacidade gerencial que o homem tem de melhor
alocar os recursos (terra, capital e mão de obra) de forma que, com o auxílio da
tecnologia, possa produzir com eficiência.
6
Prof. Cleber Rentroia
Uma vez que o objetivo do processo de produção é produzir bens e serviços com o fim de
satisfazer as necessidades da sociedade, é preciso entender com que finalidade ele será utilizado. Trata-se,
portanto, de distinguir a origem, a natureza e o destino desses bens. Assim, os bens e serviços apresentam
a seguinte classificação.
5.1.1 – Bens Livres: (ou abundantes), também denominados de não econômicos, pois não têm
valor e nem preço. Estão à disposição na natureza. O único bem verdadeiramente livre é
o ar, pois até hoje ninguém o produziu ou então, o comercializou. Há outros bens,
entretanto, que dependendo das circunstâncias em que são obtidos, podem ser
considerados livres ou não. A areia do deserto, por exemplo, é um bem livre. Entretanto,
se for explorada comercialmente (para construções, por exemplo), então deixará de ser
um bem livre, pois será submetida a um processo produtivo (extração, refinamento,
transporte, etc).
5.1.2 – Bens Produzidos: (relativamente raros), também denominados de econômicos e que têm
como principais características: (i) existirem em quantidades limitadas; e (ii) serem
comercializados, haja vista que possuem valor e preço. Qualquer bem que seja obtido
através do processo produtivo é considerado um bem econômico. Exemplos:
refrigerantes, automóveis, televisores, tecidos, gasolina etc.
_____________________________________________________________________________________________
7
Prof. Cleber Rentroia
5.2.2 – Bens Imateriais: correspondem aos serviços, que não têm uma forma física e material,
mas que satisfazem as necessidades humanas. Exemplos: serviços médicos, serviços de
educação, etc.
5.3.1 – Bens de Consumo: são aqueles que se destinam atender diretamente as necessidades
humanas, ou seja, têm um fim em si mesmos. Em outras palavras, os bens de consumo
são aqueles que são produzidos para consumo final, isto é, que não produzem e nem
entram na produção de outro bem. De acordo com a sua durabilidade classificam-se em:
• Duráveis: são aqueles que não se extinguem no ato do consumo, processo este que
ocorre num período de tempo mais longo. Exemplos: automóveis, eletrodomésticos,
etc.
• Semiduráveis: são aqueles que têm uma vida útil não muito longa. Exemplos: sapatos,
roupas, etc.
5.3.2 – Bens de Capital: são os bens utilizados na produção de outros bens, mas que não se
desgastam totalmente neste processo de produção. Como exemplos temos as máquinas,
equipamentos, ferramentas, instalações, etc. Sua principal característica é elevar a
produtividade da mão-de-obra, e são classificados contabilmente no ativo fixo das
empresas.
5.3.3 – Bens Intermediários: são aqueles que são transformados ou agregados totalmente no
processo de produção. Transferem-se, por assim dizer, para os bens que produzem.
Classificam-se em:
6 – NECESSIDADES ILIMITADAS
As necessidades são ilimitadas porque são inerentes à própria capacidade de renovação e criação de
novos desejos de consumo por parte da sociedade. O nível de satisfação da sociedade difere com o seu
próprio estágio de desenvolvimento. As necessidades são classificadas em:
6.1 – Necessidades Primárias: são aquelas essenciais para a sobrevivência humana. Exemplos:
alimentação, vestuário, habitação, transporte, etc.
_____________________________________________________________________________________________
8
Prof. Cleber Rentroia
6.2 – Necessidades Secundárias (ou acidentais): são decorrentes do convívio social. Não se
instalam de repente, mas aos pouco vão se tornando um hábito, precisando ser satisfeitas.
Exemplos: fumar, lazer, etc.
6.3 – Necessidades Coletivas (ou sociais): são aquelas que para serem satisfeitas exigem um esforço
coletivo, satisfazendo exigências coletivas ou sociais. Exemplos: segurança pública, educação,
etc. De forma geral, o governo está encarregado de sua satisfação através dos serviços públicos.
Por outro lado, existem alguns fatores que contribuem para aumentar o nível das necessidades
ilimitadas da sociedade, dentre eles destacam-se:
• efeito demonstração – típico de países subdesenvolvidos – que significa adquirir hábitos de
consumo de sociedades desenvolvidas;
• propagandas e publicidades;
• desenvolvimento tecnológico; e
• nível cultural, significando aqui os costumes, hábitos, valores e a forma de organização da
sociedade.
_____________________________________________________________________________________________
9
Prof. Cleber Rentroia
Colocando estas quantidades, que formam pares ordenados de pontos dados pelas diversas
alternativas de produção em um gráfico cartesiano, onde as quantidades do bem A são lançadas no eixo
das abscissas (eixo X) e as quantidades do bem B são lançadas no eixo das ordenadas (eixo Y), temos a
seguinte representação gráfica:
Bem B
F
750
700 E
600 D
C
450
250 B
Esta curva chama-se curva de possibilidades de produção (ou fronteira de produção ou curva de
transformação), que indica as infinitas combinações possíveis de produção dos bens A e B. Em qualquer
ponto desta curva uma quantidade produzida de A, corresponde a uma quantidade produzida de B. A
curva de possibilidades de produção estabelece os níveis máximos de produção desses dois bens.
Para que uma economia possa operar em qualquer ponto sobre a curva de possibilidades de
produção é necessário que:
(i) exista pleno emprego de todos os fatores produção disponíveis. Isto significa que não há
nenhum fator de produção ocioso, como também não é possível agregar mais fatores;
(ii) não sejam introduzidas inovações tecnológicas. Ou seja, a economia opera com os
padrões tecnológicos existentes; e
Desse modo, uma economia que se encontre operando sobre a curva de possibilidades de produção,
ao se deslocar do ponto A para o ponto B, ou do ponto B para o ponto C, e assim sucessivamente até o
ponto F, estará deixando de produzir algumas unidades do bem A para produzir mais quantidades do bem
B. Em outras palavras, estará transformando o bem A em bem B. Por esta razão, esta curva também é
conhecida como curva de transformação. Cabe ressaltar que, esta transformação não é física, significa
apenas que se está transferindo recursos ou fatores de produção de um processo produtivo para outro, no
caso da produção do bem A para o bem B.
Outro importante ponto a ser destacado, é que associada a esta escolha sobre quantos e quais bens
produzir, há uma questão mais ampla de eficiência alocativa. Ou seja, uma vez definidas as quantidades e
_____________________________________________________________________________________________
10
Prof. Cleber Rentroia
a qualidade dos fatores de produção, é preciso alocá-los, isto é, distribuí-los entre os setores produtivos de
forma a obter a máxima eficiência na quantidade e qualidade dos bens produzidos.
A curva de possibilidades de produção pode ser analisada sob quatro diferentes aspectos: (i) quanto
aos pontos localizados na curva; (ii) quanto aos deslocamentos da curva; (iii) quanto aos deslocamentos
diferenciados da curva; e (iv) quanto aos deslocamentos parciais da curva.
Bem B
•C
YB • B
YA • A
• Bem A
0 XA XB
_____________________________________________________________________________________________
11
Prof. Cleber Rentroia
ocorrer em situações de guerra (toda economia fica paralisada em função das atividades beligerantes), e
em função de catástrofes naturais (inundação, terremoto, vulcões, etc., que destroem completamente a
economia).
• o ponto C não existe para essa curva de possibilidades de produção, pois não pode ser
atingido com o volume de fatores existentes. Para que este ponto possa ser atingido, é preciso acrescentar
alguma quantidade de pelo menos um dos fatores de produção. Assim, a produção poderá se expandir,
possibilitando o deslocamento da curva de possibilidades de produção para níveis mais elevados.
Bem B
Bem A
0 P1 P2 P3
Bem B
0 P3 P2 P1 Bem A
_____________________________________________________________________________________________
12
Prof. Cleber Rentroia
Bens de Capital
AK Alfa
Bens de
0 BC AC Consumo
• Bens de Consumo: o país Alfa aloca de seus fatores de produção para produzir bens de
consumo o segmento 0Ac, enquanto o país Beta aloca 0Bc. Como o segmento 0Ac é maior do que o
segmento 0Bc, isto significa que o país Alfa destina mais recursos para produzir bens de consumo do que
o país Beta.
• Bens de Capital: o país Beta aloca de seus fatores de produção para produzir bens de
capital o segmento 0Bk, enquanto o país Alfa aloca 0Ak. Como o segmento 0Bk é maior do que o
segmento 0Ak, isto significa que o país Beta destina mais recursos para produzir bens de capital do que o
país Alfa.
• Conclusão: como estes dois países estão destinando fatores de produção para produzir bens
de capital, então, no futuro suas economias terão uma capacidade produtiva maior. A questão é saber qual
dos dois países terá maior expansão na sua capacidade de produção, o país Alfa ou o país Beta.
Analisando o gráfico, observa-se que o país Beta alocou proporcionalmente mais de seus fatores de
produção para produzir bens de capital do que o país Alfa. Esta decisão fará com que no futuro, a
economia do país Beta tenha uma capacidade de produção maior do que a do país Alfa, que alocou menos
de seus fatores para produzir bens de capital.
Suponhamos que ocorra uma inovação tecnológica na produção do bem A. Nesse sentido, a
capacidade de produção do bem A aumenta, provocando um deslocamento da curva de possibilidades de
produção apenas no ramo que representa o referido bem, conforme demonstrado no gráfico abaixo. Cabe
ressaltar que, se a inovação tecnológica ocorrer em relação ao bem B, o mesmo deslocamento da curva de
possibilidades de produção acontecerá, só que neste caso específico, será no ramo que representa este
bem.
_____________________________________________________________________________________________
13
Prof. Cleber Rentroia
Bem B
0 A A1 Bem A
A lei dos rendimentos decrescentes refere-se à quantidade decrescente de produção adicional que se
obtém, quando são acrescentadas, sucessivamente, unidades extras e iguais de um fator de produção
variável a uma quantidade fixa de um outro fator de produção.
Cabe salientar que, este fenômeno somente ocorre sobre a curva de possibilidades de produção,
quando todos os fatores de produção estão plenamente empregados. Quando a economia está operando
com capacidade ociosa é sempre possível alocar e incorporar fatores que operem com igual ou maior grau
de eficiência. Como existe ociosidade, estes fatores de produção estariam apenas esperando por uma
oportunidade de emprego. Com certa freqüência vemos na televisão que em momentos de recuperação
econômica, quando se está contratando funcionários, muitas empresas dão preferência à ex-funcionários
que tenham sido demitidos em momentos de crise ou desaquecimento da economia. Isso acontece porque
esses ex-trabalhadores além de terem a necessária eficiência, evitam uma queda no ritmo de produção das
empresas.
A título de exemplo, suponhamos as seguintes informações:
Como se pode observar, ao longo dos sete períodos de produção, o fator de produção terra ficou
constante em 150 ha, variando apenas o fator mão-de-obra. À medida que a mão-de-obra foi
experimentando período após período, sucessivos aumentos de duas unidades adicionais, tanto a produção
do bem X quanto à do bem Y foram aumentando, só que a taxas decrescentes. Ou seja, os incrementos
verificados na produção dos bens X e Y, foram cada vez menores, que é dado pela produção marginal de
cada um deles.
_____________________________________________________________________________________________
14
Prof. Cleber Rentroia
Este fenômeno é explicado pela existência no processo produtivo dos bens X e Y, de um fator de
produção que ao longo de todo o período ficou constante, no caso específico, o fator terra. Assim, à
medida que o fator mão-de-obra experimentava aumentos iguais, o fator de produção terra ia perdendo
produtividade, ou seja, a sua capacidade de absorver a mão-de-obra tornava-se cada vez menor.
9 – CUSTO DE OPORTUNIDADE
Como foi discutido anteriormente, ao se deslocar fatores de produção de uma alternativa de
produção para outra, as quantidades adicionais produzidas de um bem serão menores, em detrimento de
reduções iguais ou cada vez maiores na produção de outro bem.
Esta situação permite inferir que, existe um custo cada vez maior medido em unidade do bem que
se deixa de produzir, para se obter quantidades adicionais, cada vez menores, do bem que se deseja
produzir mais.
Este custo é também conhecido como custo de oportunidade. No exemplo da produção dos bens A
e B, citado anteriormente, significa que existe um sacrifício de unidades de produção do bem A, a cada
expansão da produção do bem B. Em outras palavras, o custo de oportunidade significa a renúncia de
determinados ganhos.
Em nosso cotidiano, nos deparamos com muitas situações práticas e não econômicas de custos de
oportunidade. Seja o seguinte exemplo.
Um indivíduo decide praticar esportes para melhorar seu condicionamento físico. Alguns de seus
hábitos ou comportamentos ele terá que sacrificar, eliminando-os ou reduzindo-os, significando assim
como seu custo de oportunidade, como por exemplo:
• o lazer (assistir televisão ou bater papo com os amigos no barzinho, etc.);
• convívio familiar (esposa, filhos etc.);
• atividades culturais (leitura, cinema, teatro, etc.)
• horário de almoço, caso decida praticar esportes entre às 12 e 14h;
• a novela das 8h, se tiver este hábito, e se decidir pela prática de esportes à noite.
A tabela abaixo mostra o custo de oportunidade associado a cada uma das alternativas de produção
dos bens Z e W
Alternativas Produção Produção Acréscimo na Custo de Oportunidade
de de produção de W para produzir W (em
Z W termos de quantidade de Z)
A 12 0 – −
B 11 20 20 1 (12 − 11)
C 8 37 17 3 (11 − 8)
D 4 48 11 4 (8 – 4)
E 0 50 2 4 (4 − 0)
15
Prof. Cleber Rentroia
1 – CONCEITO DE MERCADO
A instalação e a existência de um mercado se verifica quando ocorre a interação das duas forças
que o compõem, ou seja: a demanda e a oferta. A demanda é constituída pelos agentes econômicos que
participam no mercado adquirindo algum bem ou serviço; enquanto que a oferta é formada pelos agentes
econômicos que oferecem bens e serviços no mesmo mercado. O mercado funciona mediante a realização
de trocas que podem ser de duas natureza: diretas ou indiretas. As trocas diretas, conforme analisado na
Unidade VI, não envolve o uso da moeda, sendo que as transações são realizadas utilizando-se como
objeto de troca as mercadorias e serviços. As trocas indiretas são realizadas mediante a utilização da
moeda que um intermediário de troca, ou seja, as transações são efetivadas tendo como objetos
transacionados a moeda e as mercadorias e serviços.
2 – ESTRUTURAS DE MERCADO
Quando se estuda as diversas estruturas de mercado, ou seja, tipos de concorrência, está-se fazendo
uma análise sob a perspectiva das firmas. Em outras palavras, trata-se do comportamento das firmas em
relação ao mercado, que definem a estrutura de mercado em que atuam. Nesse sentido, estruturas de
mercado são modelos que captam os aspectos inerentes de como os mercados são organizados. A
diferenciação das estruturas de mercado baseia-se no estabelecimento de hipóteses e características, tais
como: (i) número de empresas, (ii) número de compradores, (iii) interdependência das empresas,
(iv) homogeneidade do produto, (v) substituição do produto, (vi) controle de preços, (vii) concorrência
extra-preço, e (viii) acesso ao mercado, que definem a tipificação de cada uma das formas de mercado.
As mais importantes formas de estrutura de mercado são: (i) monopólio puro; (ii) oligopólio; (iii)
concorrência perfeita; e (iv) concorrência monopolística.
2.1.1 – Número de Empresas: existe apenas uma empresa no mercado, não ocorrendo nenhum tipo
de concorrência. Não existem exemplos de monopólios privados, apenas de monopólios
estatais. Os monopólios podem ser de duas naturezas: (i) legal, quando é assegurado ao
produtor a exclusividade no mercado, como por exemplo, a Petrobrás – Petróleo Brasileiro
S/A, que até 1998, detinha o total controle na extração e refino de petróleo, e (ii) técnico,
que ocorre quando a produção através de uma única empresa é a forma mais barata de
fabricar o produto ou serviço, como por exemplo, geração e distribuição de energia elétrica,
abastecimento de água e esgoto.
2.1.2 – Número de Compradores: existe um grande número de compradores, haja vista que a
empresa monopolista produz um bem ou serviço que, além de ser impossível a sua
substituição, é normalmente indispensável para os consumidores.
_____________________________________________________________________________________________
16
Prof. Cleber Rentroia
2.1.3 – Interdependência das Empresas: não existe nenhum tipo de interdependência, haja vista que
a empresa monopolista opera sozinha no mercado.
2.1.4 – Homogeneidade do Produto: não existe homogeneidade de produto, pois, o produto que o
monopolista produz é único no mercado.
2.1.5 – Substituição do Produto: o produto que a empresa monopolista elabora não tem nenhum
substituto no mercado.
2.1.6 – Controle de Preços: existem duas regras quanto à fixação de preços: (i) sem a intervenção
do governo, o controle de preços do monopolista é total, principalmente considerando que
a empresa opera sem nenhum concorrente no mercado; e (ii) com a intervenção do
governo, o preço é negociado entre a empresa monopolista e o governo. A Petrobrás,
mesmo sendo uma empresa de monopólio estatal, teve por diversas vezes os preços de seus
produtos controlados pelo Governo Federal.
2.1.7 – Concorrência extra-preço: pelo fato da empresa monopolista operar sozinha no mercado, ela
não recorre a propaganda ou qualquer outro instrumento de marketing para promover seus
produtos junto aos consumidores. A propaganda que o monopolista realiza tem um caráter
institucional, ou seja, a empresa utiliza-se da propaganda para mostrar aos consumidores o
seu porte e a sua importância e contribuição para o desenvolvimento do país, com a
geração de empregos, recolhimento de impostos, etc.
2.2 – Oligopólio
2.2.1 – Número de Empresas: existe um pequeno número de empresas. Este é o tipo de estrutura de
mercado que mais prevalece no mundo atual, especialmente, nas economias capitalistas.
Em decorrência do pequeno número de empresas operando no mercado, é comum ocorrer
entre essas empresas práticas conspirativas através da realização de acordos e conluios.
Entre essas práticas a mais conhecida é o cartel que é definida como uma organização
formal ou informal de produtores dentro de um setor da economia, que determina a política
de preços para todas as empresas que o compõem, como por exemplo, a
OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo. A economia brasileira está
repleta de exemplos de oligopólios em diversos setores, tais como: transporte aéreo,
bebidas, cimento, siderúrgico, químico, farmacêutico, automobilístico, papel e celulose,
eletrodomésticos, etc.
2.2.3 – Interdependência das Empresas: por se conhecerem mutuamente e por se competirem entre
si, as políticas de uma empresa afetam diretamente as outras empresas, ou seja, o que uma
empresa fizer terá impacto sobre as demais. Uma das formas que as empresas oligopolistas
utilizam para preservarem sua parcela no mercado é a realização de acordos tácitos, onde
são estabelecidas quotas para os seus produtos.
17
Prof. Cleber Rentroia
2.2.8 – Acesso ao Mercado: é difícil, mas não impossível. Na hipótese do eventual ingresso de
novas empresas no mercado, os oligopolistas procurarão impedir o acesso dessas empresas,
principalmente, pressionando o governo para que não autorize a sua instalação.
2.3.6 – Controle de Preços: nenhuma empresa isoladamente consegue controlar o preço. O preço é
definido pelos mecanismos de mercado, ou seja, pela demanda e pela oferta. Assim, o
preço é dado a empresa, sendo que ela pode vender a quantidade que desejar ao preço
estabelecido pelo mercado. Se o preço definido pelo mercado não for suficiente para gerar
uma receita que permita a empresa pelo menos igualar a seus custos de produção, a
alternativa é a empresa abandonar o mercado.
2.3.7 – Concorrência extra-preço: como os produtos são idênticos e substitutos perfeitos, não há
como ocorrer qualquer tipo de concorrência extra-preço.
_____________________________________________________________________________________________
18
Prof. Cleber Rentroia
2.3.8 – Acesso ao Mercado: é completamente livre, não existindo nenhuma restrição à entrada de
novas empresas.
2.4.1 – Número de Empresas: um grande número de empresas que concorrem entre si, porém não
comparável com o da concorrência perfeita. É importante ressaltar que, a concorrência
monopolística é um tipo de estrutura que se situa entre os extremos da concorrência
perfeita e do monopólio.
2.4.4 – Homogeneidade do Produto: os produtos são semelhantes, mas não homogêneos, e com
elevado grau de substituição entre si, permitindo dessa forma, que as empresas através de
suas políticas assegurem para si, uma maior participação no mercado.
2.4.6 – Controle de Preços: as empresas têm relativo grau de controle sobre os preços, mesmo
existindo espaço para a concorrência.
2.4.7 – Concorrência extra-preço: pelo fato dos produtos serem semelhantes, a concorrência extra-
preço se faz presente e funciona muito.
2.4.8 – Acesso ao Mercado: existe uma relativa facilidade de acesso de novas empresas.
É importante ressaltar que, quanto aos fatores de produção, existem dois tipos de estrutura de
mercado: o monopsônio e o oligpsônio. Monopsônio é quando existe no mercado apenas um comprador
de fatores/insumos de produção. Um exemplo típico é o caso de uma única usina de pasteurização de leite
que se instala numa determinada região e adquire toda a produção de leite daquela região. O oligpsônio
ocorre quando existe no mercado poucos compradores de fatores/insumos de produção, como por
exemplo, o setor automobilístico constituído por um pequeno número de empresas montadoras, que
adquirem grande parte da produção das indústrias de auto-peças.
3 – ANÁLISE DA DEMANDA
A demanda é definida como sendo as várias quantidades que os consumidores estão dispostos e
aptos a adquirirem aos diferentes níveis de preços, num determinado período de tempo. A disposição
refere-se à vontade que os indivíduos têm de consumirem; enquanto que a aptidão refere-se à capacidade
de compra de cada consumidor.
19
Prof. Cleber Rentroia
• nível de renda (R): a renda reflete a capacidade de compra do consumidor. A relação entre a
renda e a demanda por um bem pode ser direta ou inversa. Assim, os bens em relação à renda
têm a seguinte classificação: (i) bens normais são aqueles que quando a renda aumenta a
demanda também aumenta; (ii) bens inferiores são aqueles que quando a renda aumenta a
demanda diminui; e (iii) bens superiores ou supérfluos são aqueles que quando a renda
aumenta a demanda também aumenta, só que proporcionalmente mais do que o aumento da
renda.
• expectativa quanto à evolução da oferta (EX): este fator está relacionado com as possíveis
quebras de oferta que podem ocorrer na produção de qualquer bem. Assim, na iminência de
uma possível quebra de safra agrícola, por exemplo, na produção de soja, isto pode levar no
futuro a faltar óleo de soja no mercado. Nesse caso, os consumidores para fazer frente à falta
desse produto, procurarão formar estoques domésticos.
• preços de outros bens (PS e PC): trata-se dos bens substitutos e complementares. Bens
substitutos são aqueles que guardam entre si, semelhanças em suas características básicas,
como por exemplo, a manteiga e a margarina. Bens complementares são aqueles que são
consumidos conjuntamente, como por exemplo, café e açúcar.
A função da demanda é definida como sendo a relação funcional que se estabelece entre as
quantidades demandadas (Qd) e os fatores que a determinam. Assim, em termos matemáticos, a função da
demanda é definida como sendo:
É importante ressaltar que,. a realização de uma análise com todos os fatores variando ao mesmo
tempo é extremamente complexa, o que exige um conhecimento avançado de técnicas de cálculo
matemático de funções com múltiplas variáveis. Nesse sentido, se convencionou entre os estudiosos de
economia analisar separadamente a influência que cada um dos fatores exerce sobre as quantidades
demandadas (Qd). Este de tipo análise é denominado de condição ceteris paribus, que significa, com a
exceção de um fator, todos os demais permanecem constantes.
_____________________________________________________________________________________________
20
Prof. Cleber Rentroia
Qd = f (P)
Qd = f (P)
Assim, pelo princípio da demanda quando o preço (P) aumenta as quantidades demandadas (Qd)
diminuem; contrariamente, quando o preço (P) diminui as quantidades demandadas (Qd) aumentam. As
variáveis preço (P) e quantidades demandadas (Qd) guardam entre si uma relação inversa. Em termos de
representação gráfica tem-se:
P
D
A
P1
P0 B
Qd
A curva da demanda associa para cada nível de preço uma quantidade demandada correspondente,
num determinado período de tempo. Assim, no ponto B do gráfico, ao preço P0, as quantidades
demandadas correspondentes são Qd0. Se o preço passar para P1, ou seja, mais elevado, as quantidades
demandadas passarão para Qd1, que são menores. O mesmo raciocínio vale para o ponto A. Nesse ponto,
ao preço P1 as quantidades que o consumidor irá demandar ou adquirir são iguais a Qd1. Se o preço
diminuir para P0, as quantidades demandadas aumentarão, passando para Qd0. É importante ressaltar que,
este comportamento é de um consumidor racional, pois, existem consumidores que agindo de maneira
totalmente irracional, adquirem ou compram mais de um bem, quando os seus preços estão subindo, o que
é uma irracionalidade sob a perspectiva econômica.
↑ P ⇒ ↓ Qd
↓ P ⇒ ↑ Qd
_____________________________________________________________________________________________
21
Prof. Cleber Rentroia
Foi analisado que cada ponto na curva de demanda indica uma combinação específica de preços e
quantidades demandadas. Assim, a variação nas quantidades demandadas ocorre quando os pontos se
deslocam e se movimentam ao longo de uma mesma curva de demanda, tendo em vista modificações
verificadas apenas nos níveis de preços. Em outras palavras, os pontos caminham ao longo de uma
mesma curva de demanda, haja vista que, se o preço aumenta as quantidades demandadas diminuem, e se
o preço diminui as quantidades demandadas aumentam.
O gráfico acima ilustra essa situação. No ponto A, o preço P1 está tão elevado que o consumidor só
adquire as quantidades Qd1. Para que o consumidor passe para o ponto B, na mesma curva de demanda, o
preço do bem tem que diminuir até P0, onde as quantidades demandadas Qd0 são maiores. Análise
semelhante pode ser feita passando do ponto B para o ponto A, ou seja, com o preço subindo.
Conforme analisado, a demanda é determinada por vários fatores, tais como: (i) preço do bem; (ii)
nível de renda; (iii) gosto e preferência; (iv) expectativa quanto à evolução da oferta; (v) propaganda e
marketing; (vi) dimensão de mercado; e (vii) preços dos bens substitutos e complementares. Assim, a
variação na demanda ocorre quando a curva de demanda se desloca em toda a sua extensão positivamente
ou negativamente, tendo em vista todos aqueles fatores, com exceção do preço do bem. Nessa análise o
preço do bem é que fica na condição ceteris paribus, ou seja, permanece constante. Em termos de
representação tem-se:
P
D2 D0 D1
(–) ← → (+)
C A B
P
A demanda por um bem aumenta quando a curva de demanda se desloca à direita, ou seja,
positivamente, se afastando da origem. Assim, tomando-se como referência a curva de demanda D0 do
gráfico acima, o aumento na demanda se verifica quando a curva se desloca para D1, indicando um
aumento nas quantidades demandadas Qd1, quando comparadas com as quantidades demandadas Qd0,
relativas à curva de demanda D0. Como se pode observar, o preço P não sofreu nenhuma alteração, sendo
o mesmo para as diferentes quantidades demandadas. Isto significa dizer que, o preço não influenciou no
deslocamento positivo da curva de demanda, mas sim, outros fatores.
_____________________________________________________________________________________________
22
Prof. Cleber Rentroia
• preços de outros bens: trata-se dos bens que guardam entre si uma relação de substituição
e de complementação. Assim, tem-se:
A demanda por um bem diminui quando a curva de demanda se desloca à esquerda, ou seja,
negativamente, se aproximando da origem. Nesse sentido, tendo como referência a curva de demanda D0
do gráfico acima, a redução na demanda ocorre quando a curva se desloca para D2, refletindo uma queda
nas quantidades demandadas Qd2, quando comparadas com as quantidades demandadas Qd0, relativas à
curva de demanda D0. Da mesma forma que da análise anterior, o preço P não sofreu nenhuma
modificação, permanecendo no mesmo nível para as diferentes quantidades demandadas. Tal situação
demonstra que o preço não teve nenhuma influência no deslocamento negativo da curva de demanda, mas
sim, outros fatores.
_____________________________________________________________________________________________
23
Prof. Cleber Rentroia
• preços de outros bens: de igual modo, trata-se dos bens substitutos e complementares.
Assim, temos:
4 – ANÁLISE DA OFERTA
A oferta é definida como sendo as várias quantidades que os produtores estão dispostos e aptos a
oferecerem aos diferentes níveis de preços, num determinado período de tempo. Disposição refere-se à
vontade que os produtores têm de oferecerem seus produtos; enquanto que, a aptidão refere-se à sua
capacidade de produzir.
• condições climáticas favoráveis (CL): este fator é de natureza exógena para o produtor. Ou
seja, o produtor não tem nenhum controle sobre as condições climáticas que podem afetar a
produção, principalmente em si tratando de produtos agrícolas.
• impostos indiretos (II): são aqueles impostos que incidem no processo de produção e
comercialização, como por exemplo, o IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados e o
ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. A política tributária adotada
pelo governo pode afetar a produção e a comercialização de bens e serviços.
• subsídios (SB): correspondem ao total de recursos que o governo repassa ao setor produtivo da
economia, com o objetivo de reduzir os custos de produção. Existem várias formas de
subsídios, tais como: juros subsidiados, isenção fiscal, em espécie, etc.. A política de subsídios
a exemplo da política tributária, também pode afetar o sistema de produção e comercialização
de bens e serviços.
_____________________________________________________________________________________________
24
Prof. Cleber Rentroia
A função da oferta é definida como sendo a relação funcional que se estabelece entre as
quantidades ofertadas (Qo) e os fatores que a determinam. Assim, em termos matemáticos, a função da
oferta é definida como sendo:
De igual modo, a realização de uma análise com todos os fatores variando simultaneamente, é
extremamente complexa, exigindo avançado conhecimento de cálculo matemático. Nesse sentido, a
análise da influência dos fatores que afetam as quantidades ofertadas é feita separadamente, ou seja, cada
fator é analisado de forma isolada. Este de tipo análise, conforme analisado anteriormente, é denominado
de condição ceteris paribus,
Desse modo, utilizando-se da condição ceteris paribus, admite-se que o preço do bem (P) é o fator
mais importante que influencia as quantidades ofertadas. Assim, a função de oferta fica reduzida a:
Qo = f (P)
Qo = f (P)
Pelo princípio da oferta quando o preço (P) aumenta as quantidades ofertadas (Qo) aumentam;
contrariamente, quando o preço (P) diminui as quantidades ofertadas (Qo) diminuem. Pode-se constatar
que as variáveis preço (P) e quantidades ofertadas (Qo) guardam entre si uma relação direta. Em termos
de representação gráfica, tem-se:
_____________________________________________________________________________________________
25
Prof. Cleber Rentroia
P
O
P1 B
P0 A
Qo
A curva de oferta associa para cada nível de preço uma quantidade ofertada correspondente, num
determinado período de tempo. No ponto A, por exemplo, ao preço P0, as quantidades ofertadas
correspondentes são Qo0. Se o preço passar para P1, ou seja, mais elevado, as quantidades ofertadas
passarão para Qo1, que são maiores. Raciocínio idêntico vale para o ponto B. Nesse ponto, ao preço P1, as
quantidades que o produtor irá oferecer são iguais a Qo1. Se o preço diminuir para P0, as quantidades
ofertadas diminuirão, passando para Qo0.
↑ P ⇒ ↑ Qo
↓ P ⇒ ↓ Qo
O gráfico acima que representa a curva de oferta retrata essa situação. No ponto A, o preço P0 está
tão baixo que o produtor está disposto a oferecer as quantidades Qo0. Para que o produtor passe para o
ponto B, na mesma curva de oferta, o preço do bem tem que aumentar para P1, onde as quantidades
ofertadas Qo1 são maiores. Análise semelhante pode ser feita passando do ponto B para o ponto A, ou
seja, com o preço diminuindo.
A oferta de um bem é determinada por vários fatores, tais como: (i) preço do bem; (ii) nível
tecnológico; (iii) condições climáticas; (iv) impostos indiretos; (v) subsídios; (vi) dimensão de mercado; e
(vii) suprimento de matérias-primas. A variação na oferta ocorre quando a curva de oferta se desloca em
toda a sua extensão positivamente ou negativamente, em função de todos aqueles fatores, com exceção do
preço do bem. Isto significa dizer que, nessa análise o preço do bem é que fica na condição ceteris
paribus, ou seja, permanece constante. Em termos de representação tem-se:
_____________________________________________________________________________________________
26
Prof. Cleber Rentroia
P
O2 O0 O1
(–) ← → (+)
C A B
P
• impostos indiretos: a redução dos impostos que incidem no processo produtivo desonera
os custos de produção, possibilitando dessa forma, que as empresas aumentem as
quantidades de bens e serviços produzidas.
27
Prof. Cleber Rentroia
anterior, pode-se verificar que o preço P não sofreu nenhuma alteração. Tal constatação evidencia que o
preço não teve nenhuma influência no deslocamento negativo da curva de oferta, mas sim, outros fatores.
Os fatores que determinam o deslocamento negativo da curva de oferta, são os mesmos que
determinam o deslocamento positivo, diferenciando apenas na forma de impacto. Assim, tem-se:
• impostos indiretos: o aumento das alíquotas dos impostos que incidem na produção
oneram os custos das empresas, redundando numa diminuição das quantidades produzidas.
• dimensão de mercado: a redução do número de unidades produtoras, faz com que oferta
de bens e serviços diminua.
5 – EQUILÍBRIO DE MERCADO
O equilíbrio de mercado ocorre quando as quantidades demandadas pelos consumidores (Qd) são
iguais as quantidades ofertadas pelos produtores (Qo), definindo um único nível de preços que os
consumidores estão dispostos a pagar, e os produtores dispostos a receber pelas mesmas quantidades
transacionadas.
Ou seja: Qd = Qo
Em termos gráficos, o equilíbrio de mercado é dado pela intersecção das curvas de demanda e de
oferta, no qual é definido um ponto de equilíbrio, ou seja, preço de equilíbrio (Pe) e quantidades de
equilíbrio (Qe). Assim, tem-se:
Pe
D O
A
Pe
Qe
_____________________________________________________________________________________________
28
Prof. Cleber Rentroia
6 – DESEQUILÍBRIO DE MERCADO
Qualquer nível de preço diferente daquele que representa o de equilíbrio, caracteriza uma situação
de desequilíbrio de mercado, que pode ser por um excesso de demanda (ou escassez de oferta), ou por um
excesso de oferta (ou escassez de demanda).
Suponha que o mercado esteja em um dado momento em situação de equilíbrio, conforme gráfico
abaixo. Suponha ainda, que por uma razão qualquer o preço do bem aumente passando de Pe para P1.
Pelo princípio da demanda e da oferta, com o preço mais elevado as quantidades demandadas diminuem
passando para Qd1; enquanto que as quantidades ofertadas aumentam passando para Qo1. Nessas
circunstâncias, ao preço P1 os produtores estão dispostos a oferecerem as quantidades Qo1; ao passo que,
os consumidores estão dispostos a adquirirem as quantidades Qd1, configurando-se dessa forma, uma
situação de desequilíbrio de mercado, com a oferta maior que a demanda.
Para que o mercado volte ao ponto de equilíbrio, haverá uma concorrência entre os produtores no
sentido de reduzirem seus preços, de tal modo que, realizem suas vendas. Com isto, os consumidores
aumentarão as quantidades demandadas até que o equilíbrio seja novamente estabelecido.
Pe
D
Excesso de Oferta O
P1
A
Pe
Qe
Da mesma forma, partindo-se de uma situação de equilíbrio, suponha agora, que o preço diminua,
passando de Pe para P2. Com o preço mais baixo, as quantidades demandadas aumentam passando para
Qd2; enquanto que as quantidades ofertadas diminuem fixando-se em Qo2. Nesse caso, ao preço P2 os
produtores estarão dispostos a oferecerem as quantidades Qo2; enquanto que, os consumidores estarão
dispostos a adquirirem as quantidades Qd2, caracterizando-se assim, uma situação de desequilíbrio de
mercado, em que a demanda é maior que a oferta.
_____________________________________________________________________________________________
29
Prof. Cleber Rentroia
A volta para o ponto de equilíbrio, se dará com a concorrência que ocorrerá entre os consumidores
de maior poder aquisitivo, que no intuito de consumirem o bem cuja oferta é menor, pressionarão os
preços para cima, até que o equilíbrio se restabeleça. Os consumidores de menor poder aquisitivo ficarão
à margem do mercado.
Pe
D
O
A
Pe
P2
Excesso de Demanda
Qe
Suponha que o mercado do bem X esteja inicialmente em equilíbrio no ponto A, conforme gráfico
abaixo. Suponha ainda, que a curva de demanda se desloque positivamente de D0 para D1, em
decorrência, por exemplo, de aumento real de renda, aumento no gosto e preferência, ou em função de
qualquer outro fator determinante. Se a curva de oferta permanecer a mesma, ou seja, O, e com a
demanda maior, o ponto de equilíbrio se desloca para o ponto B, indicando um aumento no preço de
equilíbrio de Pe0 para Pe1, e nas quantidades de equilíbrio de Qe0 para Qe1.
Pe
D0 D1
O
→ B
Pe1 A
Pe0
Qe
0 Qe Qe
_____________________________________________________________________________________________
30
Prof. Cleber Rentroia
A mesma análise pode ser feita com a curva de demanda se deslocando negativamente. A única
diferença é que o equilíbrio será menor, ou seja, o ponto de equilíbrio se situará num nível mais baixo.
Isto acontece porque a curva de demanda se deslocando de D0 para D2, e a oferta não se alterando, a nova
intersecção dessas curvas será no ponto C, que está abaixo do ponto A. O preço de equilíbrio diminui
passando de Pe0 para Pe2, o mesmo acontecendo com as quantidades de equilíbrio que se reduzem de Qe0
para Qe2. Em termos de representação gráfica, tem-se:
Pe
D2 D0
O
← A
Pe0 C
Pe2
Qe
0 Qe Qe
O mercado do bem X está equilibrado no ponto A, conforme gráfico abaixo. Suponha que em
conseqüência de, por exemplo, inovações tecnológicas, aumento do número de unidades produtoras,
redução de impostos indiretos, concessão de subsídios, aumento no fornecimento de matérias-primas, ou
qualquer outro fator determinante, a curva de oferta se desloque positivamente de O0 para O1. Se a curva
de demanda permanecer inalterada, ou seja, D, e com a oferta agora maior, o ponto de equilíbrio se
desloca de A para B, indicando uma queda no preço de equilíbrio de Pe0 para Pe1, e um aumento nas
quantidades de equilíbrio de Qe0 para Qe1.
Pe D O0
Pe0 A O1
→
B
Pe1
Qe
Análise semelhante pode ser feita com a curva de oferta se deslocando negativamente. À exemplo
da demanda, a diferença é que o ponto de equilíbrio estará num nível mais elevado, haja vista que, a curva
de oferta se deslocando de O0 para O2, e a demanda permanecendo a mesma, a nova intersecção dessas
_____________________________________________________________________________________________
31
Prof. Cleber Rentroia
curvas será no ponto C, que está acima do ponto A. O preço de equilíbrio aumenta passando de Pe0 para
Pe2, enquanto que as quantidades de equilíbrio que se reduzem de Qe0 para Qe2. Graficamente, tem-se:
Pe D O2
Pe2 C O0
←
A
Pe0
Qe
Assim, à título de exemplo, suponha três diferentes situações em que ocorram modificações
simultâneas das curvas de demanda e de oferta: (i) aumento real de renda e aumento nos impostos
indiretos; (ii) redução do número de consumidores e melhoria tecnológica; e (iii) maior gosto/preferência
e aumento de subsídios, ressaltando, neste último caso, que as curvas de demanda e de oferta se deslocam
proporcionalmente.
1º Caso: o aumento real de renda desloca a curva de demanda positivamente passando de D0 para
D1, tendo em vista que, o poder de compra do consumidor é maior. Por outro lado, uma elevação nas
alíquotas dos impostos indiretos que incidem no processo produtivo onera os custos de produção,
reduzindo-se assim a oferta do bem, com a curva se deslocando negativamente de O0 para O1. Estando o
mercado inicialmente equilibrado no ponto A, e com as alterações verificadas na demanda e na oferta, o
equilíbrio de mercado passa para o ponto B. Neste ponto, o preço de equilíbrio é maior, passando de Pe0
para Pe1, e as quantidades de equilíbrio menores passando de Qe0 para Qe1, tendo em vista que, o
deslocamento negativo da oferta foi maior que o deslocamento positivo da demanda. Em termos gráficos,
tem-se:
_____________________________________________________________________________________________
32
Prof. Cleber Rentroia
Pe O1
Pe1 B
← O0
→
Pe0 A
D1
D0
0 Qe1 Qe0 Qe
Pe
D0 O0
D1 A
Pe0 → O1
B ←
Pe1
Qe
0 Qe Qe
3º Caso: se o bem proporcionar ao consumidor maior gosto e preferência, a curve de demanda se
desloca positivamente, passando de D0 para D1. Por outro lado, o governo aumentando os subsídios ao
setor produtivo, cobrindo dessa forma uma parte dos custos de produção, a oferta aumenta com a curva se
deslocando positivamente de O0 para O1. Com o mercado em equilíbrio no ponto A, e considerando que
as duas curvas se deslocaram positivamente e na mesma proporção, conforme o enunciado do caso, o
ponto de equilíbrio se desloca para o ponto B, indicando apenas um aumento nas quantidades de
equilíbrio que passaram de Qe0 para Qe1. O preço de equilíbrio não sofreu nenhuma alteração, porque as
curvas de demanda e de oferta se deslocaram no mesmo sentido, ou seja, positivamente e na mesma
proporção. Graficamente, tem-se:
_____________________________________________________________________________________________
33
Prof. Cleber Rentroia
Pe
D0 D1
O0
→
→ O1
Pe A B
0 Qe0 Qe1 Qe
Pela lei da demanda e da oferta, sabe-se que quando o preço de um bem aumenta, as quantidades
demandadas diminuem e as quantidades ofertadas aumentam. Da igual forma, quando o preço de um bem
diminui, as quantidades demandadas aumentam e as quantidades ofertadas diminuem. O que na verdade
se conhece é apenas a direção e o sentido, mas não a magnitude numérica que essas modificações de
preços podem provocar nas quantidades demandadas e ofertadas. A elasticidade-preço da demanda e da
oferta fornece essa resposta numérica.
8.1.1 – Conceito
p ∆q d
Ou seja: η= ⋅
q d ∆p
Como ∆qd/∆p é negativa (pela lei da demanda) e p e q são valores positivos, segue que a
elasticidade-preço da demanda é sempre negativa. Por essa razão, seu valor é usualmente expresso em
módulo, ou seja η .
_____________________________________________________________________________________________
34
Prof. Cleber Rentroia
De acordo com a elasticidade-preço, a demanda pode ser classificada como elástica, inelástica ou
de elasticidade-preço unitária.
a) Demanda Elástica (η > 1): toda vez que ∆qd/qd > ∆p/p, então η > 1. Neste caso, a demanda
é considerada elástica, haja vista que, a variação nas quantidades demandadas é maior que
a variação no preço, indicando desta forma, que o produto é sensível em relação à preços.
b) Demanda Inelástica ( η < 1): toda vez que ∆qd/qd < ∆p/p, então η < 1. Neste caso, a
demanda é considerada inelástica, haja vista que, a variação nas quantidades demandadas é
menor que a variação no preço, indicando desta forma, que os consumidores são pouco
sensíveis a variação de preços.
c) Demanda de Elasticidade Unitária ( η = 1): toda vez que ∆qd/qd = ∆p/p, então η = 1. Neste
caso, a demanda é considerada de elasticidade unitária, haja vista que, a variação nas
quantidades demandadas é igual que a variação no preço.
Os fatores que afetam o valor numérico da elasticidade-preço da demanda são: (i) disponibilidade
de bens substitutos, (ii) essencialidade do bem, (iii) importância do bem no orçamento, e (iv) horizonte de
tempo. Assim, tem-se:
b) Essencialidade do Bem: quanto mais essencial o bem, mais inelástica sua procura. Esse tipo
de bem não traz muitas opções para o consumidor fugir do aumento de preços. Exemplos
clássicos: sal e açúcar.
_____________________________________________________________________________________________
35
Prof. Cleber Rentroia
P1 = 15 A
P0 = 10 B
Q
Qd1 = 100 Qd0 = 120
p ∆q d 10 − 20 −1
η= ⋅ = ⋅ ⇒η = ou − 0,33
q d
∆p 120 5 3
Como η = 0,33, logo a demanda é inelástica. Cabe observar que, o mesmo cálculo pode ser feito
do ponto A para o ponto B. Assim, se o preço aumentar 10%, por exemplo, e com o η = 0,33, as
quantidades demandadas (Qd), diminuíram 3,3%. Ou seja:
∆ % Qd ∆ % P
η= = 0,33 = ∴ ∆ %Qd = 0,33 ⋅10 ⇒ ∆Qd =↓ 3,3%
∆ % P ↑ 10%
8.2.1 – Conceito
p ∆q o
Ou seja: φ= ⋅
q o ∆p
_____________________________________________________________________________________________
36
Prof. Cleber Rentroia
a) Oferta Elástica ( φ > 1): toda vez que ∆qo/qo > ∆p/p, então φ > 1. Neste caso, a oferta é
considerada elástica, haja vista que, a variação nas quantidades ofertadas é maior que a
variação no preço.
b) Oferta Inelástica ( φ < 1): toda vez que ∆qo/qo < ∆p/p, então φ < 1. Neste caso, a oferta é
considerada inelástica, haja vista que, a variação nas quantidades ofertadas é menor que a
variação no preço.
c) Oferta de Elasticidade Unitária ( φ = 1): toda vez que ∆qo/qo = ∆p/p, então φ = 1. Neste
caso, a oferta é considerada de elasticidade unitária, haja vista que, a variação nas
quantidades ofertadas é igual que a variação no preço.
Os fatores que afetam o valor numérico da elasticidade-preço da oferta são: (i) disponibilidade de
fatores de produção; e (ii) fator tempo exigido no processo produtivo. Assim, tem-se:
_____________________________________________________________________________________________
37
Prof. Cleber Rentroia
P
O
P1 = 15 A
P0 = 10 B
p ∆qo 10 20 2
φ = ⋅ = ⋅ ⇒ φ = ou 0 , 4
q o
∆p 100 5 5
Como φ = 0,4, logo a oferta é inelástica. Vale lembrar que, o mesmo cálculo pode ser feito do ponto
A para o ponto B. Assim, se o preço aumentar 10% e com o φ = 0,4, as quantidades ofertadas (Qo),
aumentaram 4%. Ou seja:
∆ % Qo ∆ % Qo
φ= = 0,4 = ∴ ∆ %Qo = 0,4 ⋅10 ⇒ ∆Qo =↑ 4%
∆ % P ↑ 10%
9 – TEORIA DA PRODUÇÃO
Do ponto de vista econômico, produção é o processo pelo qual uma empresa transforma os fatores
de produção adquiridos no mercado de fatores, em produtos ou serviços para serem vendidos no mercado
de bens e serviços. Nesse sentido, a empresa é uma intermediária, haja vista que, compra insumos ou
inputs (fatores de produção), combinando-os de acordo com o seu processo de produção, para em seguida
vender os seus produtos/serviços ou outputs no mercado.
_____________________________________________________________________________________________
38
Prof. Cleber Rentroia
A função de produção supõe que foi atendida a eficiência técnica. Ou seja, representa a máxima
produção possível, com a mão-de-obra, capital e tecnologia utilizados.
Fatores de produção fixos são aqueles que permanecem inalterados, quando a produção varia;
enquanto que os fatores de produção variáveis se alteram, com a variação da quantidade produzida. Do
ponto de vista econômico, capital físico e as instalações da empresa são exemplos de fatores de produção
fixo; enquanto que mão-de-obra e matérias-primas são exemplos de fatores de produção variáveis.
Por outro lado, curto prazo é o período no qual existe pelo menos um fator de produção fixo; ao
passo que longo prazo é o período no qual todos os fatores de produção sofrem variação.
9.4 – Nível de Produção com Fator Variável e Fixo: Análise de Curto Prazo
Simplificadamente, suponha uma função de produção apenas com dois fatores de produção: mão-
de-obra (variável) e capital (fixo). Assim, a função de produção é igual a:
q = f(N,K)
Como K é no curto prazo, o fator de produção fixo ou constante, então a função de produção se
resume em:
q = f(N)
Nesse sentido, pode-se inferir que o nível de produto varia apenas em função de modificações no
fator de produção mão-de-obra, ceteris paribus.
_____________________________________________________________________________________________
39
Prof. Cleber Rentroia
PT
Produtividade Média da Mão-de-obra: PMe N = N (é o produto por trabalhador)
PT
PMeK =
Produtividade Média do Capital: K
c) Produtividade Marginal (PMg): é a variação do produto, dada uma variação de uma unidade
na quantidade do fator de produção, em determinado período de tempo. Assim, para cada
um dos fatores de produção, tem-se as seguintes Produtividades Marginais:
∆PT ∆Q
Produtividade Marginal da Mão-de-obra: PMg N = =
∆N ∆N
∆PT ∆Q
Produtividade Marginal do Capital: PMg K = =
∆K ∆K
Suponhamos o seguinte exemplo:
A análise da produção a longo prazo considera que todos os fatores de produção (mão-de-obra,
capital, instalações, matérias-primas) variam, não existindo desta forma fatores de produção fixos.
_____________________________________________________________________________________________
40
Prof. Cleber Rentroia
A curto prazo alguns dos fatores de produção são fixos, independentemente do nível de produção,
tais como, a planta da empresa e os equipamentos de capital. Os custos de produção são assim
classificados:
a) Custo Variável Total (CVT): corresponde à parcela do custo que varia, quando a produção
varia. Em outras palavras, é a parcela dos custos da empresa que depende da quantidade
produzida. Exemplos: folha de pagamentos, despesas com matérias-primas, etc..
b) Custo Fixo Total (CFT): corresponde à parcela do custo que se mantém fixa, quando a
produção varia. Em outras palavras, são os gastos com fatores fixos de produção, como
aluguéis, depreciação, etc..
c) Custo Total (CT): corresponde a soma do custo variável total com o custo fixo total.
Ou seja: CT = CVT + CF
a) Custo Médio (CMe ou CTMe): corresponde ao custo por unidade produzida. Ou seja, é o
custo total dividido pela quantidade produzida. É também conhecido por Custo Unitário.
CT
Ou seja: CMe =
Q
b) Custo Variável Médio (CVMe): corresponde ao custo variável total dividido pela
quantidade produzida.
CVT
Ou seja: CVMe =
Q
c) Custo Fixo Médio (CFMe): corresponde ao custo fixo total dividido pela quantidade
produzida.
CFT
Ou seja: CFMe =
Q
_____________________________________________________________________________________________
41
Prof. Cleber Rentroia
Corresponde às variações de custo, quando se altera a produção. O custo marginal (CMg) é o custo
de se produzir uma unidade adicional do produto.
var iação do CT ∆CT
Ou seja: CMg = =
var iação nas Q ∆Q
Cabe observar que, como ∆CFT = 0, então os custos marginais não são influenciados pelos custos
fixos, que são invariáveis a curto prazo.
∆CVT
Ou seja: CMg =
∆Q
_____________________________________________________________________________________________
42
Prof. Cleber Rentroia
Bibliografia Pesquisada
CUNHA, Fleury C., Microeconomia - Teoria, Questões e Exercícios. São Paulo: Makron, 2.000.
FERGUSON, C.E., Microeconomia. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
MANKIW, N. G., Introdução à Economia: Princípios de Micro e de Macroeconomia. Rio de Janeiro:
Campus, 1999..
NUSDEO, F., Curso de Economia: Introdução ao Direito Econômico. 2ª ed., São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2000.
PINHO, Diva B. & VASCONCELOS, Marco A S. (org.), Manual de Economia. 2ª ed., São Paulo:
Saraiva, 1996.
ROSSETTI, José P., Introdução à Economia. 19ª ed., São Paulo: Atlas, 2000.
SAMUELSON, P. A. & NARDHAUS, W. D., Economia. 14ª ed., Lisboa: McGrawHill, 1993.
VASCONCELOS, Marco A & GARCIA, Manuel E., Fundamentos de Economia. 1ª ed., São Paulo:
Saraiva, 2000.
VASCONCELOS, Marco A & TROSTER, R. L., Economia Básica: Resumo da Teoria e Exercícios. 4ª
ed., São Paulo: Atlas, 1998.
VICECONTI, Paulo E.V. & NEVES, Silvério das., Introdução à Economia. 4 ª ed., São Paulo: Frase
Editora, 2000.
WESSELS, Walter J., Economia. São Paulo: Saraiva, 1998.
WONNACOTT, P., Introdução à Economia. São Paulo: McGrawHill, 1996.
_____________________________________________________________________________________________
43