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Software livre

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Software Livre

Software livre, segundo a definição criada pela Free Software Foundation é qualquer
programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado e redistribuído sem
restrições. O conceito de livre se opõe ao conceito de software restritivo (software
proprietário), mas não ao software que é vendido almejando lucro (software comercial).
A maneira usual de distribuição de software livre é anexar a este uma licença de
software livre, e tornar o código fonte do programa disponível.

Índice
[esconder]

 1 Definição
o 1.1 Software Livre e Software em Domínio Público
o 1.2 Software Livre e Copyleft
o 1.3 Venda de Software Livre
 2 Movimento Software Livre
o 2.1 Motivação
o 2.2 Ideologia: as diferenças entre Software Livre e Código Aberto
 3 Movimentos Relacionados
 4 Software Freedom Day
 5 Softwares livres notáveis
 6 Ver também
o 6.1 Associações
o 6.2 Conceitos
o 6.3 Conferências
o 6.4 Exemplos famosos
o 6.5 Indivíduos
o 6.6 Licenças livres
o 6.7 Movimentos
 7 Ligações externas
 8 Referências

[editar] Definição

O logotipo da Free Software Foundation.

Um software é considerado como livre quando atende aos quatro tipos de liberdade para
os usuários do software definidas pela Free Software Foundation:

 A liberdade para executar o programa, para qualquer propósito (liberdade n.º 0);
 A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas
necessidades (liberdade n.º 1). Acesso ao código-fonte é um pré-requisito para
esta liberdade;
 A liberdade de redistribuir, inclusive vender, cópias de modo que você possa
ajudar ao seu próximo (liberdade n.º 2);
 A liberdade de modificar o programa, e liberar estas modificações, de modo que
toda a comunidade se beneficie (liberdade n.º 3). Acesso ao código-fonte é um
pré-requisito para esta liberdade;

A liberdade de executar o programa significa a liberdade para qualquer tipo de pessoa


física ou jurídica utilizar o software em quantas máquinas quiser, em qualquer tipo de
sistema computacional, para qualquer tipo de trabalho ou atividade, sem nenhuma
restrição imposta pelo fornecedor.

A liberdade de redistribuir o programa compilado, isto é em formato binário,


necessariamente inclui a obrigatoriedade de disponibilizar seus códigos-fonte. Caso o
software venha a ser modificado e o autor da modificação queira distribuí-lo,
gratuitamente ou não, será também obrigatória a distribuição do código fonte das
modificações, desde que elas venham a integrar o programa. Não é necessária a
autorização do autor ou do distribuidor do software para que ele possa ser redistribuído,
já que as licenças de software livre assim o permitem.

Para que seja possível estudar ou modificar o software (para uso particular ou para
distribuir) é necessário ter acesso ao código-fonte. Por isso a disponibilidade desses
arquivos é pré-requisito para a liberdade do software. Cada licença determina como será
feito o fornecimento do código fonte para distribuições típicas, como é o caso de
distribuições em mídia portátil somente com os códigos binários já finalizados (sem o
fonte). No caso da licença GPL, a fonte deve ser disponibilizada em local de onde possa
ser acessado, ou deve ser entregue ao usuário, se solicitado, sem custos adicionais
(exceto transporte e mídia).

Para que essas liberdades sejam reais, elas devem ser irrevogáveis. Caso o
desenvolvedor do software tenha o poder de revogar a licença, o software não é livre.
A maioria dos softwares livres é licenciada através de uma licença de software livre,
como a GNU GPL, a mais conhecida.

[editar] Software Livre e Software em Domínio Público

Software livre é diferente de software em domínio público. O primeiro, quando


utilizado em combinação com licenças típicas (como as licenças GPL e BSD), garante a
autoria do desenvolvedor ou organização. O segundo caso acontece quando se passam
os anos previstos nas leis de cada país de proteção dos direitos do autor e este se torna
bem comum. Ainda assim, um software em domínio público pode ser considerado como
um software livre, desde que atenda aos quatro tipos de liberdade para os usuários do
software definidas pela Free Software Foundation, citados acima.

[editar] Software Livre e Copyleft

Licenças como a GPL contêm um conceito adicional, conhecido como Copyleft, que se
baseia na propagação dos direitos. Um software livre sem copyleft pode ser tornado
não-livre por um usuário, caso assim o deseje. Já um software livre protegido por uma
licença que ofereça copyleft, se distribuído, deverá ser sob a mesma licença, ou seja,
repassando os direitos.

Associando os conceitos de copyleft e software livre, programas e serviços derivados de


um código livre devem obrigatoriamente permanecer com uma licença livre (os detalhes
de quais programas, quais serviços e quais licenças são definidos pela licença original
do programa). O usuário, porém, permanece com a possibilidade de não distribuir o
programa e manter as modificações ou serviços utilizados para si próprio.

[editar] Venda de Software Livre

As licenças de software livre permitem que eles sejam vendidos, mas estes em sua
grande maioria estão disponíveis gratuitamente.

Uma vez que o comprador do software livre tem direito às quatro liberdades listadas, ele
poderia redistribuir este software gratuitamente ou mediante remuneração. As versões
pagas geralmente são acompanhadas de algum tipo de serviço adicional, como direito a
assistência técnica por determinado período e manuais, por exemplo. Muitas vezes
comprar o software é mais vantajoso para o cliente final que não tem muita experiência
em programação, poupando tempo.

[editar] Movimento Software Livre


Richard Stallman, o fundador do Movimento do Software Livre.

[editar] Motivação

Os desenvolvedores de software na década de 70 frequentemente compartilhavam seus


programas de uma maneira similar aos princípios do software livre. No final da mesma
década, as empresas começaram a impor restrições aos usuários com o uso de contratos
de licença de software. Em 1983, Richard Stallman iniciou o projeto GNU, e em
outubro de 1985 fundou a Free Software Foundation (FSF). Stallman introduziu os
conceitos de software livre e copyleft, os quais foram especificamente desenvolvidos
para garantir que a liberdade dos usuários fosse preservada.

[editar] Ideologia: as diferenças entre Software Livre e Código Aberto

Muitos defensores do software livre argumentam que a liberdade é valiosa não só do


ponto de vista técnico, mas também sob a ótica da moral e ética. É neste aspecto que o
movimento de software livre (encabeçado pela FSF) se distingue do movimento de
código aberto (encabeçado pela OSI), que enfatiza a superioridade técnica em relação a
software proprietário, ao menos em potencial.

Os defensores do código aberto (também conhecido como open source em inglês)


argumentam a respeito das virtudes pragmáticas do software livre ao invés das questões
morais. A discordância básica dos movimentos está no discurso. Enquanto o foco do
movimento encabeçado pela FSF chama a atenção para valores morais, éticos, direitos e
liberdade, o movimento encabeçado pela OSI defende um discurso mais agradável às
empresas. Com isso, o movimento de software livre condena o uso e desenvolvimento
de software proprietário, enquanto o movimento de código aberto é conivente com o
desenvolvimento de software proprietário.

As definições oficiais de software livre e de código aberto são as mesmas, porém


escritas de formas distintas. A OSI define o código aberto usando a definição Debian de
software livre, que é apenas um detalhamento das 4 liberdades da FSF. Desta forma
todo software de código aberto é também um software livre.

O movimento software livre não costuma tomar uma posição sobre trabalhos que não
sejam softwares e suas respectivas documentações, mas alguns defensores do software
livre acreditam que outros trabalhos que servem a um propósito prático também devem
ser livres (veja Free content).

Para o Movimento do software livre, que é um movimento social, não é ético aprisionar
conhecimento científico, que deve estar sempre disponível, para assim permitir a
evolução da humanidade. Já o movimento pelo Código Aberto, que é um movimento
mais voltado ao mercado, prega que o software desse tipo traz diversas vantagens
técnicas e econômicas. O segundo surgiu para levar as empresas a adotarem o modelo
de desenvolvimento de software livre.

Como a diferença entre os movimentos "Software Livre" e "Código Aberto" está apenas
na argumentação em prol dos mesmos softwares, é comum que esses grupos se unam
em diversas situações ou que sejam citados de uma forma agregadora através da sigla
"FLOSS" (Free/Libre and Open Source Software).

[editar] Movimentos Relacionados


Inspirados na GPL e nas propostas do movimento do software livre, foi criado um
repositório de licenças públicas, chamado Creative Commons, cujos termos se aplicam
a variados trabalhos criativos, como criações artísticas colaborativas, textos e software.
Entretanto a maioria destas licenças não são reconhecidas como realmente livres pela
FSF e pelo movimento de software livre.

O software livre está inserido num contexto mais amplo onde a informação (de todos os
tipos, não apenas software) é considerada um legado da humanidade e deve ser livre
(visão esta que se choca diretamente ao conceito tradicional de propriedade intelectual).
Coerentemente, muitas das pessoas que contribuem para os movimentos de
Conhecimento Aberto — movimento do software livre, sites Wiki, Creative Commons,
etc. — fazem parte da comunidade científica.

Cientistas estão acostumados a trabalhar com processos de revisão mútua (ou por pares)
e o conteúdo desenvolvido é agregado ao conhecimento científico global. Embora
existam casos onde se aplicam as patentes de produtos relacionados ao trabalho
científico, a ciência pura, em geral, é livre.

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