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ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des «“Monstro da natureza” chamou Cervantes a Lope pela quan-

tidade da sua obra. Com rigor e compreensão para os seus excessos,


ANTOLOGIA POÉTICA uma selecção que seja suficiente para conhecer essa obra ultra-
Autor: Lope de Vega
passa as dimensões de uma antologia. Mas, organizada com von-
tade de compreender o homem e o poeta complexo e por vezes des-
Selecção, tradução, prólogo e notas: José Bento
mesurado, em diversos aspectos, que ele foi, é possível que seja a
Colecção: Documenta Poetica 126 / Tema, classificação: Poesia única forma de começar a aceder e compreender um dos melhores
Data de Edição: Março de 2011 / Distribuição: 22 de Março de 2011 poetas da literatura espanhola, com defeitos que muitos souberam
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 464 páginas evitar, mas com uma pujança e ousadia que são quase só dele.»
ISBN: 978-972-37-1304-6 José Bento

Preço sem IVA: 24,53 € / P.V.P.: 26 €

«Lope Félix de Vega Carpio nasceu em Madrid em 1562, sendo seus


pais de condição modesta. Pouco se sabe da sua infância e adolescência:
começou por estudar em Madrid, provavelmente num colégio de je-
suítas; segundo ele escreveu, frequentou a Universidade de Alcalá, sem
que tenha sido comprovada a sua presença aí, tão-pouco desmentida
pelos seus adversários.
A sua vida é rica em lances romanescos: amores proibidos e sacrílegos,
raptos, processos, expedições militares, a ordenação sacerdotal, a
morte de mulheres amadas e de filhos, o rapto de uma filha. De tudo
isto fez matéria para a sua obra, se bem que nem tudo o que contou
sobre si ou de personagens em que se projectou deva ser entendido
como autobiográfico.
A principal característica de Lope é uma vitalidade transbordante: teve
amores intensos e tumultuosos, foi pai de numerosos filhos, serviu sucessivos senhores, foi soldado e inter-
mediário de amores, sacerdote e jardineiro (amava tanto o pequeno jardim de sua casa madrilena, onde fu-
gia ao ruído do mundo cortesão e do teatro, que escreveu um poema, Huerto deshecho, quando uma tem-
pestade o destruiu, comparando-o à destruição que os anos e os desgostos impuseram ao poeta), escreveu
centenas de peças que foram representadas e tratou da publicação de muitas; travou polémicas e escreveu
textos a defender as suas ideias; promoveu a edição da sua obra épica e lírica em numerosos volumes,
quando Góngora e Quevedo, seus émulos, não o conseguiram. Assim, ao chamar-lhe “monstro da natu-
reza”, Cervantes não se enganou. Faleceu em 1635, em Madrid.»
José Bento
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des «Góngora teve como contemporâneo Lope de Vega e, vinte
anos mais novo, Francisco de Quevedo, que se lhe opuseram feroz-
ANTOLOGIA POÉTICA mente desde que tiveram forças para tanto. É discutível qual des-
Autor: Luis de Góngora
tes poetas é o maior e tal discussão não interessa e é inconclusiva.
Contudo, o mais influente no seu tempo foi Góngora, pois não só
Selecção, tradução, prólogo e notas: José Bento
deu origem a uma escola, nem sempre digna do mestre ao tornar
Colecção: Documenta Poetica 129 / Tema, classificação: Poesia o cultismo em culteranismo (heresia poética, como sugere esta de-
Data de Edição: Março de 2011 / Distribuição: 22 de Março de 2011 signação, porventura formada a partir de luteranismo?), como
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 448 páginas até transmitiu algo do seu melhor a estes seus dois inimigos.»
ISBN: 978-972-37-1395-4 José Bento

Preço sem IVA: 23,58 € / P.V.P.: 25 €

«As grandes dificuldades e contradições sociais levam os poetas


barrocos a olhar o mundo como um lugar de desconcerto, de in-
certeza e de engano, em que a virtude é menosprezada mesmo
por aqueles que a apregoam, e os altos cargos da corte, da admi-
nistração, da justiça e da Igreja são privilégio dos que se im-
põem pelo favor do nascimento, do dinheiro ou até da corrup-
ção; em que a permanência é uma aparência e só existe o
fugitivo e vão; em que os bens materiais são um resultado da de-
sordem que prevalece na sociedade.
Assim os temas dominantes do Barroco são o desengano e a fuga-
cidade do tempo, o cântico das ruínas como símbolos de um pas-
sado glorioso e feliz de que não restam mais do que pobres vestí-
gios que são uma lição para os homens de que tudo é transitório
[…].
As galas formais, os preciosismos conceptistas e culteranos re-
presentam o medo de encarar a realidade torpe que cerca o homem (medo esse, aliás, fútil, porque
a realidade é de tal modo forte que não admite disfarce) e correspondem ao luxo dos palácios, dos
jardins, dos trajos, das jóias dos poderosos, tão enganadores como o lembram os poemas fúnebres
dedicados a esses poderosos, que na verdade são terra, que é terra o ser humano, como avisa
Góngora perante o sepulcro da duquesa de Lerma.»
José Bento
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des O poema serve de mortalha,
ignoro de que ocultos metais
A DIVINA PESTILÊNCIA é constituída a arte dos dedos.
Autor: João Rasteiro
Colecção: Poesia Inédita Portuguesa 122 / Tema, classificação: Poesia
Data de Edição: Março de 2011 / Distribuição: 22 de Março de 2011
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 80 páginas
ISBN: 978-972-37-1576-7

Preço sem IVA: 9,43 € / P.V.P.: 10 €

João Rasteiro (Ameal-Coimbra, 1965) é poeta e ensaísta. Traduziu para português vários poemas de
Harold Alvarado Tenorio, Miro Villar e Juan Carlos Garcia Hoyuelos.

É membro dos conselhos editoriais das revistas Oficina de Poesia da F.L.U.C. —U.C. e Confraria do Vento
(Brasil). É licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos, pela Universidade de Coimbra. Tem poemas
publicados em Portugal, Brasil, Colômbia, Chile, Finlândia, Itália e Espanha e vários poemas traduzidos
para espanhol, italiano, inglês, francês e finlandês. Publicou os livros: A Respiração das Vértebras (Palimage),
2001; No Centro do Arco (Palimage), 2003; Os Cílios Maternos (Palimage), 2005; O Búzio de Istambul (Pa-
limage), 2008; Pedro e Inês ou as Madrugadas Esculpidas (Apenas), 2009; Diacrítico (Labirinto), 2010 e
Tríptico da Súplica (Escrituras, Brasil), 2011.

Obteve vários prémios, mormente a Segnalazione di Merito no Concurso Internazionale de Poesia: Publio
Virgilio Marone (Itália, 2003) e Prémio Literário Manuel António Pina, 2010.

Em 2009 dirigiu para a revista Arquitrave, Colômbia, a antologia A Poesia Portuguesa Hoje; integrou a anto-
logia Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua — antropologia de uma poética (livro-DVD), orga-
nizado pelo poeta Wilmar Silva, que engloba poéticas de Portugal, Brasil, Cabo Verde e Guiné-Bissau.
Ainda em 2009 colaborou no livro de ensaios O Que É a Poesia?, elaborado pelo brasileiro Edson Cruz. Em
2010 participou na antologia Poesia do Mundo VI, organizada pelo Grupo de Estudos Anglo-Americanos
da F.L.U.C. — Universidade de Coimbra. Trabalha actualmente na Casa da Escrita em Coimbra.
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des Toco a luz
Mão rindo
A MÃO NA ÁGUA QUE CORRE Na água corrente
Autor: José Manuel de Vasconcelos Alberto de Lacerda
Colecção: Poesia Inédita Portuguesa 123 / Tema, classificação: Poesia
Data de Edição: Março de 2011 / Distribuição: 22 de Março de 2011
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 120 páginas
ISBN: 978-972-37-1581-1

Preço sem IVA: 10,38 € / P.V.P.: 11 €

O ODOR DAS ALFAVACAS

Meu pai falava do odor das alfavacas


e eu corria ao dicionário («Planta labiada, semelhante
ao manjericão…»), logo decepcionado
Imaginava uma vaca primordial
depositária de bíblicos segredos
capaz de mudar o curso das coisas
de ser fundamental, talvez, na minha vida
mas nada disso: havia-as de caboclo, de cobra, dos montes,
do campo, de cheiro (certamente as do meu pai)
e nenhuma referência à cornuda que apascentava
a minha imaginação
Aprendi assim a desconfiar das palavras
e da realidade
a ver como ambas nos enganam
sem qualquer piedade
ASSÍRIO & ALVI M n ov i da des Sítio: Qualquer lugar, aldeia; cerco, assédio.
De um dicionário
SÍTIOS
Autor: José Bento
Colecção: Poesia Inédita Portuguesa 124 / Tema, classificação: Poesia
Data de Edição: Março de 2011 / Distribuição: 22 de Março de 2011
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada / 272 páginas
ISBN: 978-972-37-1569-9

Preço sem IVA: 16,98 € / P.V.P.: 18 €

Quando escreves com uma das mãos prendes


o papel, que a outra vai lavrando,
semeando a palavra e a turbação
no impulso que excede
a força que as unifica e as separa,

sob a luz a prometer que teu ardor


ausculta um chão ávido e volátil.

Tua destra segue o coração, prolonga-o;


a outra, mais perto dele um infindo nada,
nunca se distancia nem alheia
da matéria da fala

que, em tenso adágio ou numa tempestade,


de teu sangue transbordam, incorporam
desejo e posse, ruína e despedida.

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