Você está na página 1de 1

A batalha da ultima fronteira brasileira

A quem pertence o mar? Quando um navegante se aproximava de um pais costeiro


esta pergunta se torna muito relevante. No passado um navio de guerra dava 7 salvas de
tiros com canhões somente com pólvora, e o pais costeiro respondia da mesma maneira
com 7 salvas, indicando intenções amistosas ou a permissão para atracar. Assim acho que
ficava claro para todos os navegantes, que o mar territorial dos paises costeiros tinham a
exata distancia do alcance da bala do canhão, ou seja umas 6 milhas.
Nos dias de hoje os limites do mar adjacente não estão somente associada a
proteção do pais costeiro, o mundo de medos e desejos sobre o mar se ampliaram em varias
direções - Existem interesses militares estratégicos, interesses na segurança da navegação
mercantil, interesse no desenvolvimento da pesca, no desenvolvimento da maricultura, na
extração de jazidas no subsolo marinho de carvão, óleo, e gás, na presença de nódulos
metálicos, na extração de calcário de antigos atóis, turismo etc. A pergunta se torna
novamente muito relevante - A quem pertence o mar?
Talvez sabendo que a bela Helena de Esparta foi a causadora da guerra mais famosa
sobre a terra, onde se envolveram deuses e homens na guerra entre gregos e troianos, a
comissão de direito do mar associada a ONU, criou uma outra comissão, denominada a
comissão de limites. Esta comissão criou parâmetros para definir a quem pertence o mar,
definindo assim jurisdição para o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica
exclusiva e a plataforma externa continental.(A definição para cada item citado acima se
pode encontrar no site da marinha do Brasil).
Duas coisas são relevantes sobre estas áreas. 1) o Brasil almeja a jurisdição sobre o
mar de uma área equivalente a 52 % do território nacional 2) a reivindicarão sobre estas
áreas, estão, mormente associadas ao conhecimento técnico cientifico sobre a região
pleiteada. Com estas duas posições damos a relevância e o contexto em que se encontra a
ultima batalha de fronteira brasileira, o levantamento da plataforma externa brasileira
(LEPLAC). Este levantamento se assemelha a grandes olhos (através da Atividade sísmica,
magnometrica, gravimétrica e batimetrica) para reconhecer o que existe no leito e no
subsolo marinho. Através deste conhecimento técnico cientifico teremos o subsidio
necessário para gerar um novo pedido, ou novos limites sobre a plataforma externa
brasileira a comissão de limites.
O navio de bandeira inglesa Sea Surveyor foi contrato pelo Departamento de
Hidrografia Naval (DHN) da Marinha do Brasil, para ser os grandes olhos na determinação
de características do leito e o subsolo oceânico visando a jurisdição do limites Maximo da
plataforma externa brasileira pelo Brasil. Foram 13 meses de trabalho percorrendo regiões
oceânicas pré-estabelecidas nos limites paralelos de norte a sul do pais.
Meus prezados leitores e leitoras este artigo apenas se trata de uma anunciação, se
trata do primeiro sinal de fumaça sobre acontecimentos desta ultima batalha da fronteira
brasileira. Sim Sras e Srs eu estou no meio do olho da tempestade, estou no meio da ultima
batalha da fronteira brasileira. Tenho habitado a cabine 22 nas ultimas 10 mil milhas, ou se
preferir, dos últimos 3 mês de cruzeiro a bordo do Sea Surveyor no projeto LEPLAC.
Assim quero anunciar, que nas próximas 8 reportagens na seção de turismo aos domingo
estarei contando sem nada a esconder ou omitir tudo o que eu vi nestes mares do atlântico
sul. Não percam, até um albatroz apareceu por aqui, um animal subantartico, apareceu ao
norte da linha do equador para nos visitar.
Dr. Franklin Ras Lopes é Oceanologo, MSc Aquicultura e poeta (dizem)

Você também pode gostar