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1. Planificação Anual ....................................................................................

2.
Fichas de Leitura ........................................................................................ 11
1. Relato de viagem ........................................................................................... 12
2. Artigo de divulgação científica .................................................................... 14
3. Exposição sobre um tema ............................................................................ 16
4. Apreciação crítica ............................................................................................................ 18

3.
Fichas de Gramática .................................................................................. 21
1. O português: génese, variação e mudança ................................................ 22
2. Fonética e fonologia ...................................................................................... 23
3. Funções sintáticas ......................................................................................... 24
4. Frase complexa – coordenação ................................................................... 27
5. Frase complexa – subordinação .................................................................. 28
6. Arcaísmos, neologismos e processos irregulares
de formação de palavras .............................................................................. 29
7. Campo lexical e campo semântico .............................................................. 32

4.
Questões de Aula ........................................................................................ 33
1. Poesia trovadoresca ...................................................................................... 34
2. Crónica de D. João I, de Fernão Lopes ......................................................... 37
3. Gil Vicente ....................................................................................................... 39
4. Luís de Camões .............................................................................................. 41
5. Os Lusíadas, de Luís de Camões ................................................................... 45
6. História trágico-marítima ............................................................................ 47

5.
Testes de Avaliação .................................................................................. 51
1. Poesia trovadoresca ...................................................................................... 53
2. Crónica de D. João I, de Fernão Lopes ......................................................... 57
3. Poesia trovadoresca / Crónica de D. João I ................................................ 61
4. Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente ........................................................... 65
5. Rimas, de Luís de Camões ............................................................................ 68
6. Farsa de Inês Pereira / Rimas ...................................................................... 72
7. Os Lusíadas, de Luís de Camões ................................................................... 76
8. História trágico-marítima ............................................................................ 79
9. Os Lusíadas / História trágico-marítima .................................................... 82

6.
Guiões de Visionamento de Filmes .................................................. 85
1. Robin Hood ..................................................................................................... 86
2. Reino dos céus (e/ou) O físico ...................................................................... 87

7. Cenários de Resposta ............................................................................. 89

NOVOS PERCURSOS PROFISSIONAIS • PORTUGUÊS 1 • GUIA DO PROFESSOR • ASA


NOVOS PERCURSOS PROFISSIONAIS • PORTUGUÊS 2 • GUIA DO PROFESSOR • ASA
PLANIFICAÇÃO ANUAL • ANO 1
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MÓDULO 1
Poesia trovadoresca; Fernão Lopes, Crónica de D. João I
Domínios / Tópicos de conteúdo Objetivos Horas / Tempos
Educação Literária
14. Ler e interpretar textos literários.
Poesia trovadoresca
15. Apreciar textos literários.
• Cantigas de amigo: “Ai flores, ai flores do verde pino”, Dom Dinis; “Nom chegou, madr’, o meu amigo”,
16. Situar obras literárias em função de grandes marcos
Dom Dinis; “Bailemos nós já todas tres, ai amigas”, Airas Nunes; “Ondas do mar de Vigo”, Martim
históricos e culturais.
Codax; “Poys nossas madres van a San Simon”, Pero Viviaez;“Sedia-m’eu na ermida de San Simión”,
Mendinho (escolher 4);
• Cantigas de amor: “Quer’eu em maneira de proençal”, Dom Dinis; “Se eu pudesse desamar”,
Pero da Ponte; “Que soidade de mha senhor ei”, Dom Dinis (escolher 2);
• Cantigas de escárnio e maldizer: “Roi Queimado morreu com amor”, Pero Garcia Burgalês; “Ai, dona fea,
fostes-vos queixar”, Joam Garcia de Guilhade; “Foi um dia Lopo jograr”, Martim Soares (escolher 2).
– Contextualização histórico-literária.
– Representações de afetos e emoções:
> variedade do sentimento amoroso (cantiga de amigo);
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> confidência amorosa (cantiga de amigo);


> relação com a Natureza (cantiga de amigo);
> a coita de amor e o elogio cortês (cantiga de amor); 33 horas
> a dimensão satírica: a paródia do amor cortês e a crítica de costumes
(cantigas de escárnio e maldizer). 44 tempos
– Espaços medievais, protagonistas e circunstâncias. letivos de
– Linguagem, estilo e estrutura: 45 minutos
> caracterização temática e formal – paralelismo e refrão (cantiga de amigo);
> caracterização temática (cantiga de amor);
> caracterização temática (cantiga de escárnio e maldizer);
> recursos expressivos: a comparação, a ironia, a personificação, a apóstrofe e a hipérbole.
Fernão Lopes, Crónica de D. João I
• Capítulos 11, 115, 148 (excertos de 2 destes capítulos).
– Contextualização histórica.
– Afirmação da consciência coletiva.
– Atores (individuais e coletivos).
Leitura
– Exposição sobre um tema. 7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros
– Apreciação crítica. e graus de complexidade.
– Artigo de divulgação científica. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo
e ao tratamento da informação.
9. Ler para apreciar criticamente textos variados.
Escrita
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– Exposição sobre um tema.


10. Planificar a escrita de textos.
– Síntese.
11. Escrever textos de diferentes géneros e finalidades.
12. Redigir textos com coerência e correção linguística.
13. Rever os textos escritos.

Oralidade
Compreensão do Oral
1. Interpretar textos orais de diferentes géneros.
– Reportagem. 2. Registar e tratar a informação.
– Documentário. 3. Planificar intervenções orais.
4. Participar oportuna e construtivamente em situações
de interação oral.
Expressão Oral 5. Produzir textos orais com correção e pertinência.
– Síntese. 6. Produzir textos orais de diferentes géneros e com
diferentes finalidades.

Gramática
– Evolução do português. 17. Conhecer a origem e a evolução do português.
– Formação de palavras. 18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe
– Conectores. do português.
– Subordinação. 19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia
– Funções sintáticas. do português.
– Classes de palavras.
– Referente.
– Processos fonológicos.
– Étimo.
– Pronome pessoal em adjacência verbal.
Avaliação – Diagnose oral e escrita.
– Observação direta (atenção/concentração;
participação nas atividades da aula; compreensão
e expressão escrita e oral).
– Oralidade planificada.
– Trabalhos de casa.
– Testes de avaliação.
– Questões de aula.
– Auto e heteroavaliação.
5
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MÓDULO 2
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira; Luís de Camões, Rimas
Domínios / Tópicos de conteúdo Objetivos Horas / Tempos
Educação Literária
Gil Vicente, Farsa de Inês Pereira 14. Ler e interpretar textos literários.
• Leitura integral. 15. Apreciar textos literários.
– Caracterização de personagens. 16. Situar obras literárias em função de grandes
– Relações entre as personagens. marcos históricos e culturais.
– A representação do quotidiano.
– A dimensão satírica.
– Linguagem, estilo e estrutura:
> características do texto dramático;
> a farsa: natureza e estrutura da obra;
> recursos expressivos: a comparação, a interrogação retórica, a ironia e a metáfora.
Luís de Camões, Rimas
• Redondilhas: “Descalça vai para a fonte”; “Endechas”; “Quem ora soubesse”;
“Os bons vi sempre passar”;
• Sonetos: “Ondados fios d’ouro reluzente”; “Um mover d’olhos, brando e piadoso”;
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“Tanto de meu estado me acho incerto”; “Alegres campos, verdes arvoredos”;


“Aquela triste e leda madrugada”; “O dia em que eu nasci, moura e pereça”; 34 horas
“Correm turvas as águas deste rio”; “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”;
“Que me quereis, perpétuas saü dades?” (escolher 8). 46 tempos
– Contextualização histórico-literária. letivos de
– A representação da amada. 45 minutos
– A representação da Natureza.
– A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.
– A reflexão sobre a vida pessoal.
– O tema da mudança e do desconcerto.
– Linguagem, estilo e estrutura:
> a lírica tradicional;
> a inspiração clássica;
> discurso pessoal e marcas de subjetividade;
> soneto: características;
> métrica (redondilha e decassílabo, rima e esquema rimático);
> recursos expressivos: a anáfora, a antítese, a apóstrofe, a personificação e a metáfora.
Leitura
7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros
– Exposição sobre um tema.
e graus de complexidade.
– Apreciação crítica.
8. Utilizar procedimentos adequados ao registo
e ao tratamento da informação.
9. Ler para apreciar criticamente textos variados.
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Escrita
– Síntese. 10. Planificar a escrita de textos.
– Apreciação crítica. 11. Escrever textos de diferentes géneros
– Exposição sobre um tema. e finalidades.
12. Redigir textos com coerência e correção
linguística.
13. Rever os textos escritos.

Oralidade
Compreensão do Oral 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros.
2. Registar e tratar a informação.
– Documentário. 3. Planificar intervenções orais.
– Apreciação crítica. 4. Participar oportuna e construtivamente
– Anúncio publicitário. em situações de interação oral.
Expressão Oral 5. Produzir textos orais com correção e pertinência.
6. Produzir textos orais de diferentes géneros
– Documentário. e com diferentes finalidades.
– Síntese.
– Apreciação crítica.
Gramática
– Campo semântico e campo lexical. 17. Conhecer a origem e a evolução do português.
– Arcaísmos e neologismos. 18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe
– Processos irregulares de formação de palavras. do português.
– Conectores. 19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia
– Processos fonológicos. do português.
– Funções sintáticas.
– Classes de palavras.
– Subordinação.
– Referente.

Avaliação – Diagnose oral e escrita.


– Observação direta (atenção/concentração;
participação nas atividades da aula; compreensão
e expressão escrita e oral).
– Oralidade planificada.
– Trabalhos de casa.
– Testes de avaliação.
– Questões de aula.
– Auto e heteroavaliação.
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MÓDULO 3
Luís de Camões, Os Lusíadas; História trágico-marítima
Domínios / Tópicos de conteúdo Objetivos Horas / Tempos
Educação Literária
Luís de Camões, Os Lusíadas 14. Ler e interpretar textos literários.
• Imaginário épico (canto I, ests. 1 a 18; canto IX, ests. 52 a 53, 66 a 70, 88 a 95; 15. Apreciar textos literários.
canto X, ests. 75 a 91); 16. Situar obras literárias em função de grandes
• Reflexões do poeta (canto I, ests. 105 a 106; canto V, ests. 92 a 100; canto VII, ests. 78 a 87; marcos históricos e culturais.
canto VIII, ests. 96 a 99; canto IX, ests. 88 a 95; canto X, ests. 145 a 156).
– Imaginário épico:
> matéria épica: feitos históricos e viagem;
> sublimidade do canto;
> mitificação do herói.
– Reflexões do poeta.
– Linguagem, estilo e estrutura:
> a epopeia: natureza e estrutura da obra;
> conteúdo de cada canto; 33 horas
> os quatro planos e sua interdependência;
44 tempos
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> estrofe e métrica;


> recursos expressivos: a anáfora, a anástrofe, a apóstrofe, a comparação, a enumeração, letivos de
a hipérbole, a interrogação retórica, a metonímia e a personificação. 45 minutos

História trágico-marítima
• Capítulo V: “As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho” (excertos).

Leitura
– Artigo de divulgação científica. 7. Ler e interpretar textos de diferentes géneros
– Exposição sobre um tema. e graus de complexidade.
– Apreciação crítica. 8. Utilizar procedimentos adequados ao registo
– Relato de viagem. e ao tratamento da informação.
9. Ler para apreciar criticamente textos variados.
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Escrita
– Exposição sobre um tema. 10. Planificar a escrita de textos.
– Síntese. 11. Escrever textos de diferentes géneros
– Apreciação crítica. e finalidades.
12. Redigir textos com coerência e correção
linguística.
13. Rever os textos escritos.
Oralidade
Compreensão do Oral 1. Interpretar textos orais de diferentes géneros.
2. Registar e tratar a informação.
– Documentário. 3. Planificar intervenções orais.
– Apreciação crítica. 4. Participar oportuna e construtivamente
– Anúncio publicitário. em situações de interação oral.
5. Produzir textos orais com correção e pertinência.
Expressão Oral 6. Produzir textos orais de diferentes géneros
– Apreciação crítica. e com diferentes finalidades.

Gramática
17. Conhecer a origem e a evolução do português.
– Funções sintáticas.
18. Explicitar aspetos essenciais da sintaxe
– Campo semântico e campo lexical.
do português.
– Coordenação.
19. Explicitar aspetos essenciais da lexicologia
– Subordinação. do português.
– Processos fonológicos.
– Referente.
– Tempos e modos verbais.
– Conector.
– Classes de palavras.
– Relações semânticas.
– Geografia do português no mundo.
Avaliação – Diagnose oral e escrita.
– Observação direta (atenção/concentração;
participação nas atividades da aula; compreensão
e expressão escrita e oral).
– Oralidade planificada.
– Trabalhos de casa.
– Testes de avaliação.
– Questões de aula.
– Auto e heteroavaliação.
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Leia o relato da responsabilidade de Gonçalo Cadilhe e responda, de seguida, às questões.
Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Como pronunciar “cabo Agulhas”

A pergunta era se eu não sentia orgulho quando


chegava ao cabo da Boa Esperança. Orgulho de ser
português.
Hesitei. Vou ser franco ou não? Dou uma
5 resposta de circunstância e vaga, ou entro na
questão a fundo? Viajar por muito tempo tem esta
consequência: adquire-se um certo relativismo.
Fica difícil aceitar os dogmas e os mitos pro-
pagados na pátria ao longo de gerações.
10 Visitamos outros países e ficamos a saber que os e que marca, esse sim, o final do continente, o cabo
nossos dogmas e mitos valem tanto como os deles. Agulhas. Não é impressionante.
Esse formidável promontório, no fundo de África, Não tem uma falésia a pique sobre o mar, nem
é um ponto de referência impressionante quer para os um miradouro preparado para rasgar o infinito nem
que o alcançam por terra quer para os que o 45 sequer um posto de turismo com os gadgets e
15 contornam por mar. Aliás, recordo a minha desilusão souvenirs da ocasião, apenas um acidente de relevo
quando o visitei pela primeira vez, por encontrar um lacónico e definitivo, no litoral. Extraordinária, pelo
dia de mar calmo e translúcido, de céu cristalino e contrário, é a estrada de aproximação ao cabo
brisa suave, que nada fazia supor ser ali o lugar do Agulhas, que atravessa dezenas de quilómetros de
mito do Adamastor. Mas em visitas seguintes, as coisas 50 terra desolada e premonitória, como se nenhuma
20 cósmicas alinharam-se de maneira a poder assistir a outra paisagem fosse digna de anunciar esse imi-
tempestades brutais de mar e vento sobre o cabo que nente fim de mundo que é o cabo Agulhas.
por nós foi pela primeira vez dobrado. Uma placa rasa informa que, neste ponto,
A pergunta era se eu sentia orgulho. De ser se encontram os dois oceanos: Atlântico e Índico. As
português no cabo da Boa Esperança. 55 rochas são recortadas e pontiagudas, vagamente
25 Não. Passaram muitos séculos. O que eu não como agulhas, e pareceu-me estar explicada
consigo deixar de sentir é uma perplexidade a razão do nome do cabo. Mas não era nada disso.
incomodada. Onde foram parar esses homens que Os navegadores portugueses descobriram que o
estavam na vanguarda do seu tempo? Onde foram norte geográfico, aquele indicado pela Estrela Polar,
parar o arrojo e a antevidência da raça que soube 60 e o norte magnético, indicado pelas agulhas das
30 dar novos mundos ao mundo? O meu incómodo é bússolas, coincidiam na passagem deste cabo. Daí o
ainda maior, se viro as costas ao cabo e regresso nome Agulhas.
à cidade, talvez a mais cenográfica e apetecível de Ao contrário do cabo da Boa Esperança, cujo
todas as cidades fora da Europa, e penso que podia nome foi traduzido em todas as línguas, o cabo
ser uma cidade de ascendência portuguesa, mas 65 Agulhas mantém a grafia original do batismo por-
35 que simplesmente deixámos que os holandeses tuguês. É esse, talvez, o meu motivo de orgulho, não
ficassem com ela. A Cidade do Cabo, Cape Town, pelo que fomos e deixámos de ser, mas pelo que
a “Taverna dos Mares”. encontrámos e demos a conhecer. E deixámos
Na realidade, para contornar África, não basta nomeado.
dobrar o cape of Good Hope, há outro mais a sul 70 Neste caso, nada de “cape Needles”, antes,
40 qualquer coisa como “cape Agâolas”.

Gonçalo Cadilhe, “Qualquer coisa nos lugares”, in Visão, edição online, 19 de junho de 2013 (consultado em maio de 2017).

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12
1. Viajar durante muito tempo tem consequências como
 (A) o esquecimento de locais que deveriam ficar na memória.
 (B) a relativização da importância de certos locais.
 (C) a perceção de que afinal valeu a pena fazer aquela viagem.
 (D) a valorização da terra ou do país que deixamos para trás.
2. Considerando o conteúdo das linhas 13 a 23, o viajante terá visto
 (A) o gigante Adamastor no local visitado.
 (B) o promontório como um local de visita obrigatória.
 (C) situações climáticas e atmosféricas distintas.
 (D) vários portugueses a visitar o cabo da Boa Esperança.
3. Uma certa revolta apoderou-se do viajante quando ele
 (A) percebeu que o promontório nada tinha de perigoso.
 (B) passou pela cidade do Cabo e se consciencializou da sua beleza.
 (C) refletiu acerca da perda da cidade do Cabo para os ingleses.
 (D) interiorizou a falta de iniciativa dos portugueses.
4. O "fim de mundo", segundo o autor, poderia associar-se
 (A) ao cabo da Boa Esperança.  (C) à localização da cidade do Cabo.
 (B) ao cabo Agulhas.  (D) à região envolvente do cabo Agulhas.
5. Justifique a descrença do autor nos mitos e nos dogmas.
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6. O autor revela a sua perplexidade relativamente à situação dos portugueses.


Comprove de que modo ele a manifesta.
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7. Indique o único motivo de orgulho de ser português registado por este viajante.
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8. Explique, por palavras suas, a designação atribuída ao segundo cabo descrito pelo autor.
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9. Identifique e exemplifique duas marcas típicas do relato de viagem presentes neste texto.
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Leia o texto e responda, de seguida, às questões.

Descoberto dinossauro herbívoro mais pequeno de Portugal


“Os fósseis da pata que descobrimos possuem
um dedo mais pequeno. Havia estudos que apon-
30 tavam que esse dedo estava muito reduzido ou era
pequeno, mas não tínhamos esse dedo completo.
O achado permitiu-nos corroborar a hipótese de
que efetivamente é um dedo pequeno nesta espécie
e provavelmente em todo o grupo”, explicou à
35 agência Lusa Fernando Escaso.
Os fósseis, compostos pelo esqueleto parcial
da cauda, da cintura pélvica e das patas posteriores
deste dinossauro, pertencem à Sociedade de História
Reconstituição de Eousdryosaurus Natural de Torres Vedras.
nanohallucis (crédito: Raúl Martin). 40 “O mais extraordinário é que o material foi
descoberto articulado e muito bem conservado.
Paleontólogos portugueses e espanhóis anun- As vértebras estavam uma atrás da outra como
ciam […], em Torres Vedras, a descoberta a nível em posição de vida e isso é menos comum”, subli-
mundial de uma nova espécie e de um novo género nhou o paleontólogo.
de dinossauro, que é também entre esses animais 45 Os paleontólogos apontam ainda características
5 o herbívoro mais pequeno de Portugal. particulares nas vértebras caudais e nos ossos da
perna, que não existem em espécies deste grupo
“No registo português, é um dos mais pequenos
já identificadas na Europa e na América.
que se conhece e provavelmente é o mais pequeno
O dinossauro foi apelidado de Eousdryosaurus
dos dinossauros herbívoros, porque pertence a um
50 nanohallucis. Trata-se de um herbívoro dryossauro
grupo dos mais pequenos a nível mundial e porque
ornitópode, que caminharia de forma muito ágil e
10 ainda não devia ser adulto. Se fosse adulto, prova-
veloz com apenas duas patas (tinha os braços mais
velmente seria maior”, disse à agência Lusa Fernando
curtos do que as patas e teria a cauda comprida,
Escaso.
meio metro de altura e 1,60 metros de comprimento).
O investigador subscreve o artigo científico que
55 Os cientistas pensam tratar-se de um animal
acaba de ser publicado no Journal of Vertebrate
jovem (os adultos teriam 2 a 2,5 metros de com-
15 Paleontology, em conjunto com Pedro Dantas,
primento) que viveu há 152 milhões de anos, no fim
Elisabete Malafaia, Bruno Camilo Silva, Pedro
do Jurássico Superior, o período a que pertence
Mocho, Fernando Escaso, Francisco Ortega, José
também grande parte dos achados de dinossauros
Gasulla, Ivan Navaez e José Sanz, ligados à Socie-
60 feitos na região Oeste.
dade de História Natural de Torres Vedras, à Uni-
O achado foi feito em 1999, na praia de Porto das
20 versidade de Lisboa e à Universidade Nacional de
Barcas (Lourinhã), por um amador. José Joaquim dos
Educação à Distância de Madrid (Espanha).
Santos, carpinteiro de profissão, dedicou os seus
Depois de estudarem os achados feitos em 1999
tempos livres, durante 27 anos, a procurar fósseis
e de viajarem para o continente norte-americano
65 nas arribas e foi colecionando em casa.
para observar fósseis de dinossauros semelhantes,
A coleção veio a ser adquirida pela Câmara
25 os cientistas concluíram que havia diferenças entre
Municipal de Torres Vedras, em 1999, e foi doada
eles, que os levaram a identificar uma nova espécie
à Sociedade de História Natural, para ser estudada.
de um novo género de dinossauro.

DN (Ciência), edição online, 16 de setembro de 2014 (consultado em maio de 2017).

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14
1. Selecione as opções corretas, circundando-as, tendo em conta o género textual em análise.
Este texto tem como objetivo dar a conhecer a. uma descoberta científica / uma história da atualidade
sobre b. paleontólogos / dinossauros. O conteúdo do texto reveste-se de interesse
c. nacional / mundial porque constitui d. uma novidade / um assunto controverso na área da
e. biologia / paleontologia.

2. Identifique o assunto retratado no artigo.


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3. Explique a importância de que se revestem os testemunhos de Fernando Escaso.


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4. Exponha as evidências que conduziram às conclusões expressas no texto.


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5. Identifique os elementos que serviram de base à investigação.


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6. Faça a reconstituição do animal representado no fóssil, baseando-se nas conclusões a que


chegaram os investigadores.
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7. Refira por que razão o carpinteiro, José Joaquim dos Santos, assume um papel de relevo face aos
factos retratados.
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15
Leia o texto e responda, de seguida, às questões.
Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Os pintores descobrem a realidade

Na Antiguidade, a pintura era vista como um ofício,


o que era comum a todas as artes. Os mestres-pintores
recebiam encomendas de personalidades importantes ou
mesmo de instituições, e tinham de executar quadros
5 num tempo limitado, com conteúdos predefinidos
e destinados a um fim predeterminado. Somente há cerca de
700 anos é que os pintores começaram a lutar pela
liberdade (criativa) de dar uma finalidade própria aos
quadros – ou seja, de lhes emprestar um conteúdo que
10 não se limitasse somente ao motivo principal.

Nessa época, por volta da viragem do seculo XIII-XIV,


os artistas superaram as formas pictóricas medievais
e desenvolveram uma forma de representação em pers-
petiva que ainda hoje influencia os nossos hábitos de ver imagens. O leque de temas de arte, outrora redu-
15 zido às representações de teor sacro, foi-se alargando à medida que aumentava o interesse pelo mundo
profano, levando a que novos temas fossem introduzidos nas Belas Artes. Lentamente, os artistas come -
çaram a libertar-se da sua condição de artesãos, de modo a poderem exprimir as suas ideias como artistas
livres.
Esta nova conceção, que se anunciava, teve origem nas numerosas mudanças de todos os domínios da vida,
20 que, ao fim da Idade Média, contribuíram para modificar a visão do mundo e a postura intelectual.
As inúmeras relações comerciais e a intensa troca de mercadorias – sobretudo no Norte de Itália – trouxe-ram
riqueza, prosperidade e crescimento às cidades. O crescimento económico leva a que a burguesia, que se
começava a formar nas cidades, se aperceba das suas capacidades. Artesãos e comerciantes, orgulhosos dos
seus ofícios, começavam a dar valor aos seus próprios méritos, reconhecendo que era possível
25 extrair lucros do seu trabalho.
As pessoas deixavam pouco a pouco de se ver como parte de um todo, começando a dar mais impor-
tância ao indivíduo. Continuava a acreditar-se que o mundo era plano, porém esta crença, tal como
o próprio mundo, tornara-se num desafio. As pessoas deixavam de confiar somente na religião e na sabe-doria
controlada pelo clero. Levantavam questões, querendo investigar tudo. Audazes navegadores partiam para o
30 desconhecido com o intuito de conhecer as lacunas dos mapas e de encontrar tesouros em países estranhos,
contribuindo para aumentar a prosperidade e a riqueza das suas pátrias. Para levar a cabo
as suas viagens, necessitavam de ciências e técnicas mais orientadas para o mundo profano. Muitas das
invenções da época, como por exemplo o relógio, os mapas e uma série de aparelhos mecânicos, deixam
transparecer claramente essa necessidade.
35 À medida que os homens se iam interessando cada vez mais pelo mundo que os rodeava, começava-se
a recorrer a um realismo até aí pouco usual na pintura. Esta nova visão do mundo encontra-se documentada
pela primeira vez nos quadros do pintor italiano Giotto do Bondone.
Anna-Carola Kraube, História da pintura, Do Renascimento aos nossos dias,
Colónia, Konemann, 2001 (edição portuguesa).

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16
1. Na Antiguidade, a pintura era vista como
 (A) uma forma de expressão dos sentimentos dos mestres-pintores.
 (B) uma maneira de imortalizar a liberdade criativa do autor.
 (C) um trabalho como outro qualquer.
 (D) uma ocupação destinada só a senhores ricos.
2. A evolução no modo de encarar a arte deveu-se essencialmente à
 (A) mudança de mentalidades ocorrida nos inícios do século XIV.
 (B) revolta dos mestres-pintores.
 (C) necessidade de alargar o âmbito e os temas dos quadros produzidos.
 (D) influência do clero na educação da burguesia.
3. O progresso que se verificou nos finais da Idade Média refletiu-se também na arte da pintura,
 (A) que passou a representar temas sagrados.
 (B) cujo teor se tornou progressivamente mais realista.
 (C) que passou a ser associada a comerciantes e artesãos ricos.
 (D) o que não foi bem aceite pelo clero.
4. No contexto em que surge, o termo “Audazes” (l. 29) pode ser substituído por
 (A) “receosos”.
 (B) “perigosos”.
 (C) “nervosos”.
 (D) “corajosos”.
5. Enuncie duas diferenças entre a pintura da Antiguidade e a do Renascimento.
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________

6. Explicite as mudanças que permitiram a evolução da pintura.


______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________

7. Clarifique a importância das navegações para o desenvolvimento das sociedades.


______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________

8. Comente a seguinte afirmação: “[…] os artistas começaram […] [a poder] exprimir as suas ideias
como artistas livres.” (ll. 16-18).
______________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________

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17
Leia o texto e responda, de seguida, às questões.
Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

As oito montanhas, de Paolo Cognetti

Quando um livro traz uma aura de “grande sensação”,


por ter sido disputado furiosamente por agentes e edito-
ras na Feira de Frankfurt, o crítico desconfia. Na maior
parte dos casos, chega-se depressa à conclusão de que
5 foi muito barulho por nada. De futuros “clássicos” e livros
“de que toda a gente fala”, mas que rapidamente são
esquecidos, está o inferno da literatura cheio.
As oito montanhas, de Paolo Cognetti, um escritor
milanês de 39 anos, até agora apenas relativamente
10 conhecido em Itália, poderia ser um exemplo perfeito do
que acabámos de referir, porque nos chega com o selo de
grande “fenómeno” da Feira de Frankfurt em 2016, onde
os seus direitos foram vendidos para mais de 30 países,
ainda antes de a edição original ter visto a luz do dia. Mas
15 cedo compreendemos que a desconfiança, neste caso, não
se justifica. Sem ser genial, longe disso, é um belo livro
sobre a amizade masculina, a complexidade das relações
familiares e o espírito de montanha. Há dois eixos
principais nesta história. O primeiro é vertical:
20 a relação de Pietro, o protagonista e narrador, com o pai,
um homem que se sentia mortificado pela vida citadina, em Milão, mas se libertava ao chegar à montanha,
não resistindo ao apelo de subir sempre mais, até aos picos lá no alto. Seguindo atrás, o filho aprende a ler
a Natureza, a conhecer os caminhos no bosque, a arte da escalada, as armadilhas da neve, o esplendor dos
glaciares, mas recebe sobretudo lições intensivas de solidão. Cognetti mergulha-nos com infinita delicadeza
25 nos meandros desse amor impalpável, quase sempre feito de silêncios, à semelhança do que fará depois com
o segundo eixo, horizontal: o da amizade entre Pietro e Bruno, um rapaz da aldeia, incapaz de aban-donar a
montanha, de trocá-la pela incerteza da vida abaixo dos 2000 metros de altitude.
Pietro vai e vem, apaixona-se, desilude-se, parte em viagem, reflete sobre as perdas, regressa às origens.
Bruno, pelo contrário, está sempre ali, primeiro a pastorear as vacas, depois trabalhando nas obras, ou
30 investindo numa produção de queijos que corre mal. Ele é verdadeiro “montanhês”. Entre os dois, o vínculo
criado na infância nunca se dissolve. E é por isso que cumprem a vontade do pai de Pietro, que deixa em
herança ao filho uma casa em ruínas, com a condição de serem os dois a pô-la de pé, reconstruindo-se
a eles mesmos no processo.
A prosa de Cognetti é rica em pormenores, mostra-nos a montanha como lugar vivo, recupera a dimen-são
35 telúrica dos grandes escritores da Natureza, como Henry David Thoreau. Os dias lá em cima são por vezes
duríssimos, de tão isolados e gélidos, mas não é difícil perceber o apego de Pietro àquelas paisagens.

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18
Quando chove água misturada com neve, sob um céu “indeciso entre o inverno e a primavera”, eis o que
assinala o narrador: “As nuvens ocultavam as montanhas e roubavam volume às coisas, mas mesmo numa
manhã deste género conseguia perceber a beleza daquele lugar. Uma beleza sombria, ácida, que não infundia
40 paz mas essencialmente força e alguma angústia.”
É esta beleza difícil e agreste que as páginas de As oito montanhas exaltam, sem falsas nostalgias.
Pietro, o nosso guia melancólico, conduz-nos pelas veredas de um mundo que sentimos ser verdadeiro
e, por isso mesmo, fatalmente inapreensível.
José Mário Silva, in E, A Revista do Expresso, n.o 2325, 20 de maio de 2017, p. 74.

1. A obra em apreço chegou ao conhecimento do crítico


 (A) através do próprio autor, de quem é amigo.
 (B) durante uma viagem a Itália, onde o autor é muito conhecido.
 (C) na Feira de Frankfurt.
 (D) porque se trata de um livro de que toda a gente fala.
2. O narrador do romance é
 (A) Pietro, que é também protagonista.
 (B) o pai de Pietro.
 (C) Bruno, o amigo de Pietro.
 (D) um “montanhês” de quem se desconhece o nome.
3. Complete o seguinte texto, selecionando e circundando os termos adequados.
Neste texto, faz-se uma a. exposição / apreciação crítica da obra As oito montanhas. Procede-se
a uma apresentação b. sucinta / pormenorizada do livro, assim como dos c. argumentos / exemplos
que fundamentam a posição do crítico. A linguagem utilizada é clara e d. objetiva / valorativa.

4. Enuncie os dois eixos temáticos da obra As oito montanhas.


_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________

5. Refira os dois universos espaciais onde se movem as personagens da obra, explicitando o modo
como se sentem em cada um.
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________

6. Explique a função das citações presentes no penúltimo parágrafo.


_____________________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________

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19
1. Classifique como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações que se seguem sobre
as principais etapas da formação e da evolução do português.
 a. O latim clássico possui características marcadamente populares.
 b. A imposição do latim como língua oficial foi uma das marcas da romanização da Península
Ibérica.
 c. O latim foi a primeira língua falada pelos povos da Península Ibérica.
 d. Entende-se por substrato uma língua indígena anterior à implantação de uma nova língua,
transportada por povos vencedores, mas que, de alguma forma, deixa marcas nesse novo
idioma.
 e. Superstrato é a língua de um povo invasor que se sobrepõe à autóctone.
 f. A diferente natureza das línguas românicas deve-se, entre outros fatores, à atuação de diferentes
idiomas de substrato e de superstrato em cada uma delas.
 g. Com o aparecimento das línguas românicas, o latim desapareceu completamente.
 h. Os primeiros documentos redigidos em português datam do século XIII.
 i. A fase mais remota do português corresponde à fase do galego-português.
 j. Os únicos registos existentes em português antigo são os que dizem respeito à poesia trova-
doresca.
 k. No século XIII, o português separa-se definitivamente do galego.
 l. Os Descobrimentos tiveram um grande impacto no desenvolvimento da língua portuguesa,
na medida em que foi necessário criar palavras para designar novas realidades.
 m. Os meios de comunicação tiveram e têm um papel de relevo na uniformização e divulgação
da língua.
1.1. Corrija as afirmações que classificou como falsas.
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________

2. Apresente três palavras provenientes de cada um dos étimos abaixo indicados.


a. HYDRA (água) ________________________________________________________________________________________________
b. LITTERA- (letra) ______________________________________________________________________________________________
c. DOMU- (casa) _________________________________________________________________________________________________
d. RHINÓS (nariz) _______________________________________________________________________________________________

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22
1. Identifique os processos fonológicos operados na evolução das palavras apresentadas.
a. GLATTIRE > latir ______________________________________________________________________________________________
b. BLATTA- > batta > barta > barata ___________________________________________________________________________
c. MACULA- > macla > malha ___________________________________________________________________________________
d. ROTUNDU- > rodondo > redondo ____________________________________________________________________________
e. PERLA- > pérola ______________________________________________________________________________________________
f. SIBI > sii > si ___________________________________________________________________________________________________
g. STELLA- > estella > esterla > estrela _________________________________________________________________________
h. CRUDELE- > crudel > cruel ___________________________________________________________________________________
i. CLAVE- > chave ________________________________________________________________________________________________
j. OPERA- > opra > obra _________________________________________________________________________________________
k. ABSENTE- > ausente __________________________________________________________________________________________
l. DOLORE- > doore > door > dor ________________________________________________________________________________
m. REGE- > ree > rei _____________________________________________________________________________________________
n. NOSTRU- > nosto > nosso ____________________________________________________________________________________
o. FERIA- > feira _________________________________________________________________________________________________
p. CLAMARE > clamar > chamar ________________________________________________________________________________
q. DELICATU- > delicado ________________________________________________________________________________________
r. REGNU- > reino _______________________________________________________________________________________________
s. PLORARE > chorare > chorar _________________________________________________________________________________
t. STARE > estar _________________________________________________________________________________________________

2. Identifique o processo fonológico que a comparação das palavras “dedo”/“dedal” e “saco”/“sacola”


evidencia.
__________________________________________________________________________________________________________________

3. Associe corretamente as palavras indicadas aos étimos latinos.


íntegro obra pleno cátedra ópera cheio cadeira inteiro

3.1. Classifique cada par de palavras, tendo em conta o étimo de que derivam.
_____________________________________________________________________________________________________________

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23
1. Atente nas frases que se seguem.
(A) Dói-me a cabeça.
(B) Infelizmente, um e outro são culpados.
(C) O lançamento do livro e o local do evento foram um enorme sucesso.
(D) Já se sabe hoje!
(E) Eles foram à praia.
(F) César Augusto, imperador de Roma, promoveu uma época de paz.
(G) Tanto os adultos como as crianças ficaram estupefactos.
(H) Pareces um fantasma.
(I) É inacreditável a força da Natureza.
(J) Quem não arrisca não petisca.
1.1. Identifique, em cada uma delas, o sujeito e proceda à sua classificação.
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
1.2. Explique a diferença existente entre os sujeitos das frases (A) e (B).
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________

2. Identifique as frases do exercício 1. com predicativo do sujeito. ____________________________________


2.1. Classifique, quanto à subclasse, os verbos presentes nessas mesmas frases.
___________________________________________________________________________________________________________

3. Preencha o quadro abaixo apresentado, retirando das frases do exercício 1. os constituintes


que desempenham as funções sintáticas solicitadas.

a. Modificador b. Modificador do nome apositivo c. Modificador do nome restritivo

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24
4. Assinale com um X a função sintática dos constituintes sublinhados em cada frase.
Complemento Complemento Complemento Predicativo
Modificador
direto indireto oblíquo do sujeito
a. Os rapazes atiraram
pedras à janela.

b. As portas continuam
fechadas.

c. Àquela hora, não se via


ninguém.

d. Telefonei à minha mãe.

e. Os arqueólogos fizeram
novas escavações.

f. Todo o ser humano


precisa de amor.

g. Tudo permanece
em silêncio.

5. Atente nas frases abaixo apresentadas.


(A) O estudante cantou entusiasticamente uma serenata à namorada.
(B) Ontem, o jantar foi feito por mim.
(C) O meu pai e a minha mãe compraram maçãs à minha tia, aqui.
(D) Nas férias, a Teresa falava de ti constantemente.
(E) Darei o prémio a quem provar que merece.
(F) No sábado, os ladrões foram apanhados pela polícia.
(G) Ele colocou os livros na estante cuidadosamente.
(H) Afirmei que eras meu amigo.
5.1. Preencha o quadro, transcrevendo todos os constituintes presentes nas frases que desempenham
as funções abaixo elencadas.

a. Complemento b. Complemento c. Complemento d. Complemento


direto indireto oblíquo agente da passiva

5.2. Substitua, nos casos possíveis, os complementos por um pronome, reescrevendo as frases.
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________

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25
6. Considere as frases seguintes.
(A) A remodelação da sala foi surpreendente.
(B) Considero a Ana mais competente para o cargo.
(C) Foi do João a ideia de organizar um evento para
angariar fundos.
(D) Estou encantada com a simplicidade da Inês.
(E) Já não tenho a certeza de nada.
(F) O pai do Pedro comprou um quadro de José Malhoa. Figura sentada a ler (1917), José Malhoa.

(G) A Maria ficou satisfeita com o resultado.


(H) Comprei um livro de Mia Couto; todos os meus colegas o acham fantástico.
(I) Fiquei enervada com o que aconteceu ao meu irmão.
(J) Apesar de tudo, sempre julguei o João inocente.
(K) Ficámos desesperados por não termos conseguido terminar o jogo no tempo estipulado.
6.1. Identifique as alíneas cujas frases apresentam as seguintes funções sintáticas:
a. predicativo do complemento direto. _____________________________________________________________
b. complemento do nome. ___________________________________________________________________________
c. complemento do adjetivo. _________________________________________________________________________
6.1.1. Transcreva, de cada uma delas, o constituinte correspondente a cada uma das funções
sintáticas apresentadas em 6.1.
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
6.2. Selecione a(s) frase(s) que comporta(m) um complemento do nome e um complemento do
adjetivo.
_________________________________________________________________________________________________________
6.2.1. Transcreva os constituintes correspondentes a essas funções sintáticas.
_________________________________________________________________________________________________
6.3. Identifique os exemplos que contêm um complemento do nome requerido por um nome:
a. deverbal. ___________________________________________________________________________________________
b. epistémico. ________________________________________________________________________________________
c. de grau de parentesco. ____________________________________________________________________________
d. icónico. _____________________________________________________________________________________________
e. relacionado com um atributo. ____________________________________________________________________
6.4. Indique a frase que integra um complemento do adjetivo sob a forma oracional.
_________________________________________________________________________________________________________

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26
1. Complete as orações, selecionando a conjunção/locução coordenativa mais adequada.
ou … ou não … nem por isso e mas logo pois

a. Li as estâncias do canto VI de Os Lusíadas, _____________________ não percebi o conteúdo da primeira.


b. Estamos indecisos: _____________________ vamos visitar o Mosteiro dos Jerónimos _____________________
subiremos à Torre de Belém.
c. A professora esclareceu as dúvidas sobre Camões, _____________________ os alunos devem estar prepa-
rados para o teste.
d. _____________________ fiz a segunda ficha _____________________ consegui acabar a primeira.
e. Estive com a Internet ligada _____________________ tive de fazer uma pesquisa.
f. Eles leram o texto _____________________ responderam às questões.
g. Ele estudou o dia todo, _____________________ deve estar cansado.
1.1. Classifique, agora, as orações de cada alínea.

2. Leia o seguinte conselho.

Evite os produtos industriais e faça lanches originais com receitas saudáveis para os seus filhos.

Proteste, n.o 141, novembro de 2014, p. 6.

2.1. Assinale, agora, como verdadeira (V) ou falsa (F) cada uma das afirmações seguintes.
 a. A frase apresenta três orações.
 b. A frase é simples, pois integra apenas uma oração.
 c. A frase é complexa e foi obtida pelo recurso à coordenação.
 d. A frase é constituída por duas orações coordenadas copulativas assindéticas.
 e. A frase integra duas orações coordenadas copulativas sindéticas.
 f. A frase apresenta duas orações coordenadas e uma oração subordinada.
3. Una os pares de frases de modo a obter frases complexas, recorrendo à coordenação indicada.
a. (explicativa)
(1) No século XIV, todos os grupos sociais procuravam expandir-se em busca de uma nova vida.
(2) Quer a Europa quer Portugal atravessavam uma grave crise.
b. (adversativa)
(1) A Europa interessou-se pela descoberta do mar.
(2) Portugal foi pioneiro na política expansionista.

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27
1. Associe cada frase da coluna A à sua correta constituição, na coluna B.

Coluna A Coluna B
[1] Oração subordinada adverbial concessiva +
[A] Se ler atentamente, vai perceber.
+ oração subordinante
[B] Ainda que seja difícil, acabarei o trabalho [2] Oração subordinante + oração subordinada
no prazo estipulado. adjetiva relativa restritiva
[C] Ele garantiu-me que falaria com [3] Oração subordinante + oração subordinada
os colegas que desobedeceram. substantiva completiva
[D] Ele fez o trabalho, que todos elogiaram, [4] Oração subordinante + oração subordinada
para que fosse exposto no átrio. adverbial consecutiva

[E] Como esperei tempo demais, decidi [5] Oração subordinante + oração subordinada adjetiva
que já não sairia com eles. relativa explicativa + oração subordinada adverbial final

[F] Mal terminou a sessão de cinema, [6] Oração subordinante + oração subordinada
fomos imediatamente para casa. substantiva relativa
[G] Ele esforçou-se tanto que acabou [7] Oração subordinada adverbial condicional +
por perceber. + oração subordinante
[8] Oração subordinada adverbial causal +
[H] Eles convidaram quem quiseram. + oração subordinante + oração subordinada
substantiva completiva
[I] O professor estava convicto de que [9] Oração subordinada adverbial temporal +
os alunos perceberam. + oração subordinante
[10] Oração subordinante + oração subordinada
[J] O professor elogiou os alunos que
substantiva completiva + oração subordinada
pesquisaram sobre a obra de Camões.
adjetiva relativa restritiva

[A] – ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___; [F] − ___; [G] − ___; [H] − ___; [I] − ___; [J] − ___.

2. Divida e classifique as orações presentes em cada uma das frases seguintes.


a. Atendendo a que nem todos perceberam, a diretora decidiu que repetiria o assunto.
b. Assim que cheguei a casa, fui para o computador, a fim de que o trabalho ficasse pronto.
c. Os estudantes que faziam parte da lista A reuniram-se na cantina.
d. Enquanto preparavam as estratégias de campanha, faltaram às aulas diversas vezes.
e. Os jovens, que já estavam cansados, juntaram-se para reclamarem contra a situação.
f. Dedicaram mais tempo à propaganda eleitoral do que dedicaram ao estudo.
g. A diretora deu instruções precisas para que não perturbassem as aulas.
h. A lista B, cujo presidente é de uma turma de 11.° ano, sagrou-se vencedora.
i. Ontem choveu tanto que o recinto da campanha ficou inundado.

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28
1. Faça corresponder a cada um dos elementos da coluna A um elemento da coluna B, de modo
a obter afirmações verdadeiras.

Coluna A Coluna B

[1] acontece exclusivamente a nível literário, pela mão dos escritores.


[A] Neologismos são termos [2] para designar novas realidades tecnológicas surgidas
por via da evolução.
[3] cujo significado sofreu evolução, ao longo dos tempos.
[B] A formação dos novos [4] ocorre através dos processos regulares (derivação e composição)
vocábulos ou através de processos irregulares.

[5] cuja utilização era usual noutros estádios da língua, mas que caíram
em desuso.
[C] Arcaísmos são termos [6] que designam novas realidades ou novos usos reclamados pela
evolução científica, tecnológica ou outra.

[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___.

2. Classifique cada uma das afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F).

 a. Uma sigla é uma palavra formada pelas iniciais de um grupo de palavras, pronunciada de acordo
com a designação de cada letra.

 b. Um acrónimo é uma palavra formada através da junção de duas ou mais palavras.


 c. Truncação é um processo que consiste na criação de uma palavra a partir da eliminação de parte
da palavra de que deriva.

 d. Empréstimo é um processo através do qual uma palavra já existente adquire um novo significado
sem, contudo, perder o(s) significado(s) anterior(es).

 e. Extensão semântica é o processo de transferência de uma palavra de uma língua para outra.
 f. Amálgama refere-se a criação de um vocábulo através da junção de letras ou sílabas de um grupo
de palavras, que se pronunciam como uma só palavra.
2.1. Indique a que processo se refere cada uma das definições que assinalou como falsas.
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________

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29
3. Leia o seguinte excerto textual e responda às questões.

Atravessar o planeta a pedalar


[…] Por esta altura, os globonautas, como se apresentam, já fizeram grande parte de uma
viagem que iniciaram há dois anos e meio; […] milhares e milhares de quilómetros percorridos
sobre os selins das biclas que levaram de Portugal. […]
No meio de tanto admirável mundo novo, a Joana e o Nuno encontram maneira de manter atualizado
o diário sobre todo o percurso efetuado até agora. É no site globonautas.net que publi-
cam pequenos contos de aventureiros bem reais e que, uma vez de volta a casa, serão o próximo
desafio de Joana, que pretende transformá-los num livro.

Joana Oliveira, in Visão, edição online, 16 de setembro de 2014 (acedido em maio de 2017).

3.1. Transcreva os termos que configuram processos irregulares de formação de palavras, indicando
como se designam.
_____________________________________________________________________________________________________________
3.2. Refira que nome se dá, em termos de renovação do léxico, ao termo “globonautas”.
_____________________________________________________________________________________________________________
3.2.1. Indique os termos que estão na origem da nova palavra.
_____________________________________________________________________________________________________
3.2.2. Avance um significado para o novo vocábulo, atendendo aos termos que o compõem.
______________________________________________________________________________________________________

4. Leia o texto e responda às questões.

Chuvisco
Chuvisco é isco da chuva? Enquanto se espera resposta, vale a pena resguardar a pergunta.
O chuvisco, adolescente atrevido, molha tudo sem respeito. Ao tempo que vai lençolando as poei-
ras, o chuvisco abraça a terra mais terna […].
Às vezes é um rio de pé, verticaindo. Gotas gordas aprisionam os homens e os bichos nos seus abrigos.
Até os pássaros vão peixando, humiudinhos.

Mia Couto, “Pingo e vírgula”, in Cronicando, 10.a ed., Lisboa, Editorial Caminho, 2002, p. 98.

4.1. Transcreva os vocábulos que configuram novos termos, indicando como se designam.
_____________________________________________________________________________________________________________
4.1.1. Decomponha-os nos seus constituintes, indicando as classes de palavras a que pertencem.
_____________________________________________________________________________________________________
4.1.2. Integre cada nova palavra numa classe gramatical, referindo o seu significado.
_____________________________________________________________________________________________________

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30
5. Atente nas palavras sublinhadas no texto apresentado de seguida.

Problemas de acesso à plataforma


O último dia da primeira fase de candidaturas às bolsas de ação social no ensino superior ter-
minou na terça-feira. […] O MEC confirma que houve um “pico de acessos” nestes últimos dias que
tornam “natural” as dificuldades de acesso à plataforma. Um dos administradores dos Serviços de
Ação Social [sugere]: “Faria sentido que se alargasse o prazo por uns dias, tal como aconteceu
com a entrega das declarações de IRS.”.

Samuel Siva, in Público, edição online, 1 de outubro de 2014 (acedido em maio de 2017, adaptado).

5.1. Classifique-as quanto ao processo de formação.


_____________________________________________________________________________________________________________
5.2. Explique por que não configuram os termos “MEC” e “IRS” o mesmo processo de formação.
_____________________________________________________________________________________________________________
5.3. Construa uma frase em que o termo “plataforma” surja com outro significado.
_____________________________________________________________________________________________________________

6. Leia os seguintes excertos de duas composições trovadorescas.

A B
Amigo, pois me leixades A dona que eu am’e tenho por senhor
E vos ides alhur morar, amostrade-me-a, Deus, se vos en prazer for,
[…] senon, dade-mi a morte.
[…]

João Peres de Aboim, B 673/V 275, Bernal de Bonaval, B 1066/V 657,


in Cantigas medievais galego-portuguesas in Cantigas medievais galego-portuguesas
(www.cantigas.fcsh.unl.pt). (www.cantigas.fcsh.unl.pt).

6.1. Os termos sublinhados configuram formas linguísticas pertencentes a um estádio anterior


da realização da língua. Indique como se designam.
_____________________________________________________________________________________________________________
6.2. Indique os processos fonológicos que ocorreram nas seguintes palavras:
a. amostrade (texto B, v. 2) > mostrai _______________________________________________________________________
b. dade (texto B, v. 3) > dai __________________________________________________________________________________
6.3. Proponha uma reescrita dos dois excertos textuais, substituindo as formas arcaicas sublinhadas
por termos atuais.
A __________________________________________________________________________________________________________
B __________________________________________________________________________________________________________

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31
1. Selecione a opção que completa corretamente cada um dos itens seguintes.
1.1. O campo lexical de uma dada palavra corresponde ao conjunto de palavras
 (A) que se podem formar a partir dela, pelos processos de derivação ou de composição.
 (B) que se podem formar a partir dela, não importa por que processo.
 (C) associadas, pelo seu significado, a um determinado domínio conceptual.
1.2. O campo semântico de uma dada palavra corresponde ao conjunto de
 (A) significados ou aceções que uma palavra assume, em função do contexto em que ocorre,
quer surja isolada ou integrada numa expressão.
 (B) significados dessa palavra, desde que surja integrada numa expressão.
 (C) sinónimos dessa palavra.
2. Leia as frases seguintes.
(A) Ontem foi a festa da escola; as salas de aula estavam graciosamente decoradas; no quadro
viam-se desenhos feitos por alunos e professores.
(B) O Pedro não convive com ninguém; aquele miúdo é uma ilha!
(C) As férias em plena Natureza são muito agradáveis e repousantes. Gosto muito de passear pelo
campo, molhar-me nos regatos, colher flores, observar os animais.
(D) Por alturas do Natal, há um mar de gente a fazer compras nos centros comerciais.
(E) A ilha açoriana de que mais gosto é São Miguel.
(F) Em criança tudo é simples; quando crescemos, percebemos que a vida não é um mar de rosas.
(G) Passear junto ao mar é um dos meus hobbies.
(H) Hoje fui observar como se processa a pesca: barcos, pescadores, isco, rede, anzol, tudo é prepa-
rado minuciosamente.
(I) O Parque da Cidade é uma ilha de oxigénio para os habitantes do Porto.
2.1. Selecione as frases em que ocorrem palavras pertencentes ao mesmo campo lexical.
_____________________________________________________________________________________________________________
2.2. Identifique dois campos semânticos diferentes, registando as frases em que ocorrem.
_____________________________________________________________________________________________________________
2.3. Registe as alíneas em que os vocábulos “mar” e “ilha” surgem em sentido metafórico.
_____________________________________________________________________________________________________________
2.4. Reescreva as frases indicadas em 2.3., substituindo os vocábulos “mar” e “ilha” por outras pala-
vras ou expressões com significado equivalente.
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________

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32
GRUPO I

1. Classifique cada uma das afirmações acerca da poesia trovadoresca como verdadeira (V) ou
falsa (F). [15 itens x 2 pontos = 30 pontos]

 a. Durante a Idade Média, a cultura estava espalhada por todos os grupos sociais.
 b. A poesia trovadoresca designa a produção poética entre os séculos XII e XIV.
 c. O galaico-português diz respeito a língua utilizada na Península Ibérica ate ao seculo XVI.
 d. A produção poética da era medieval encontra-se compilada em três grandes cancioneiros:
o da Biblioteca Nacional, o da Vaticana e o da Ajuda.
 e. Os jograis eram populares que atuavam em espaços públicos, nas cortes ou em casas
senhoriais.
 f. Os trovadores pertenciam à nobreza, compunham e tocavam os seus poemas, fazendo-se
acompanhar exclusivamente por jogralesas.
 g. As cantigas de amor estão associadas a um ambiente cortês e à temática do amor não
correspondido.
 h. O ambiente rural, de romaria ou doméstico surge nas cantigas de amigo.
 i. Na cantiga de amigo, o poeta assume uma atitude de vassalagem perante a sua “senhor”.
 j. As cantigas de amigo têm origem provençal.
 k. Tematicamente, as cantigas de amigo enunciam o amor, a saudade e a dor provocadas pela
ausência do amado.
 l. O paralelismo e o refrão são marcas formais associadas às cantigas de amigo.
 m. A Natureza serve única e exclusivamente de cenário à manifestação da dor da donzela.
 n. As cantigas de amor exprimem, pela voz de uma donzela, o amor não correspondido.
 o. Há afinidades entre as cantigas de amigo e as cantigas de amor, uma vez que em ambas
se assiste à temática do sofrimento amoroso.
1.1. Corrija as afirmações que classificou como falsas. [70 pontos]

______________________________________________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________
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______________________________________________________________________________________________________________
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34
2. Selecione a opção que completa corretamente cada um dos itens relacionados com a poesia
trovadoresca. [10 itens x 5 pontos = 50 pontos]

2.1. A lírica galaico-portuguesa integra


 (A) três géneros.
 (B) dois géneros.
 (C) vários subgéneros.
2.2. Na cantiga de amor, o sujeito poético dá conta
 (A) da ausência da amada.
 (B) da frieza do trovador.
 (C) do amor não correspondido.
2.3. A cantiga de amigo tem origem
 (A) provençal.
 (B) peninsular.
 (C) castelhana.
2.4. O sujeito da enunciação na cantiga de amigo é
 (A) uma donzela.
 (B) um trovador.
 (C) um jogral.
2.5. O enunciador feminino, típico da cantiga de amigo,
 (A) confidencia à Natureza, à mãe ou às amigas a saudade do amado.
 (B) expressa o seu pesar pela morte do amado na guerra.
 (C) manifesta o seu contentamento face à ausência do amado.
2.6. As cantigas de escárnio e maldizer
 (A) exemplificam o amor cortês e não correspondido.
 (B) expressam as saudades da donzela pelo amigo ausente.
 (C) satirizam, direta ou indiretamente, algo ou alguém.
2.7. As cantigas de escárnio e maldizer apresentam
 (A) elogios a determinadas categorias profissionais.
 (B) insultos diretos a trovadores ou a jograis.
 (C) críticas aos hábitos ou vícios de personagens.
2.8. O processo de Romanização refere-se à
 (A) implementação das civilização e cultura romanas.
 (B) adoção do latim como língua oficial.
 (C) apropriação do latim clássico pelos povos ibéricos.

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35
2.9. Os substratos, na Península Ibérica, correspondem às línguas
 (A) impostas pelos povos vencedores.
 (B) utilizadas antes da dominação romana.
 (C) dos iberos, dos celtas e dos cartagineses.
2.10. O galego-português surge a partir dos séculos
 (A) XII e XIII, na Península Ibérica já fragmentada.
 (B) VI e VII, e resulta da acão dos substratos e superestratos.
 (C) VII e VIII, sob a influência da língua árabe.

GRUPO II

1. Identifique a função sintática dos elementos sublinhados em cada uma das frases.
[10 itens x 5 pontos = 50 pontos]

a. A coita amorosa do trovador é intensa.


________________________________________________________________________________________________________________

b. A donzela desabafa com a mãe.


________________________________________________________________________________________________________________

c. A donzela considera a mãe uma boa confidente.


________________________________________________________________________________________________________________

d. A mãe, as amigas e a Natureza escutam atentamente os desabafos da donzela.


________________________________________________________________________________________________________________

e. O trovador pede a Deus que lhe mostre a sua “senhor”.


________________________________________________________________________________________________________________

f. A donzela fica desesperada e impaciente com a ausência do amado.


________________________________________________________________________________________________________________

g. As cantigas de escárnio satirizam ironicamente as convenções do amor cortês.


________________________________________________________________________________________________________________

h. Infelizmente, os jograis cantavam para sobreviverem.


________________________________________________________________________________________________________________

i. Os jograis eram acompanhados pelas jogralesas.


________________________________________________________________________________________________________________

j. Felizmente, o trovador comunicou à donzela a sua dor.


________________________________________________________________________________________________________________

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36
GRUPO I

1. Recorde o estudo da Crónica de D. João I e identifique cada uma das personagens descritas.
[7 itens x 8 pontos = 56 pontos]

a. Personagem que revela um cariz dramático, é determinada, persistente, dominadora, indomável,


astuciosa e adúltera.
__________________________________________________________________________________________________________________

b. Personagem que representa a ameaça castelhana sobre a integridade nacional, acabando por funcionar
como “bode expiatório” no desencadear da revolução.
__________________________________________________________________________________________________________________

c. Personagem que encarna a força e o poder de Castela, mostrando-se orgulhosa, ambiciosa


e calculista.
__________________________________________________________________________________________________________________

d. Personagem que se apresenta como chefe da insurreição de 1383 e mentora do assassinato do


Conde Andeiro. Revela-se astuta, determinada e destemida.
__________________________________________________________________________________________________________________

e. Personagem que aparenta ser uma pessoa vulgar, com as suas dúvidas e hesitações, chegando
a cometer erros. No entanto, revela-se líder das multidões, assumindo a responsabilidade da sua missão
e revelando toda a sua ambição, demonstrando, por isso, um cariz realista.
__________________________________________________________________________________________________________________

f. Personagem que se destaca enquanto herói com forte pendor místico. A par da sua faceta espiri-
tual e do virtuosismo, distingue-se também pela determinação, coragem, perspicácia e lealdade.
__________________________________________________________________________________________________________________

g. Personagem que se apresenta como a força gregária, animada de uma vontade definida e coletiva.
Expressões como “todos postos sob um mesmo cuidado”, “todos animados de uma só vontade”,
“enquanto a cidade soube” tornam-se emblemáticas. Apesar de ignorante, supersticiosa e, por
vezes, até cruel, revela-se como a força motora da revolução e, por isso, trata-se da personagem
que mais padece, resiste e se afirma.
__________________________________________________________________________________________________________________

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37
2. Complete o texto, convocando conhecimentos acerca da Crónica de D. João I.
[12 itens x 6 pontos = 72 pontos]

Fernão Lopes, autor da Crónica de D. João I, que foi aclamado a. _________________________ de


Portugal depois da morte de b. _________________________ e durante a crise de 1383-1385, relata,
nessa mesma crónica, episódios como o do c. _________________________ de Lisboa, levado a cabo pelos
d. _________________________, bem como o da Batalha de e. _________________________, na qual se
destaca a figura de D. Nuno Álvares Pereira, mentor da estratégia que conduziu os portugueses à
f. _________________________ e que, durante toda a crise, esteve ao lado de g. _________________________,
mestre de Avis.
A Crónica de D. João I apresenta duas partes: na primeira parte – Pré-Aljubarrota – são narrados
acontecimentos desde a h. _________________________ do rei D. Fernando até à aclamação de D. João
como rei; na segunda parte – Pós-Aljubarrota – registam-se acontecimentos ocorridos durante o
reinado de D. João I.
É uma crónica em que se verifica, pela primeira vez, a afirmação da consciência coletiva.
A insurreição que se opera em Portugal em 1383, ainda que tenha sido encabeçada por
i. _________________________, um dos burgueses mais influentes do reino, só vinga porque foi apoiada
pelo povo.
É, efetivamente, a plebe que, colocando em causa a validade da sucessão dinástica por não reco-nhecer
legitimidade ao rei j. _________________________ para assumir a regência de Portugal, empurra
o Mestre de Avis para a revolução.
É, pois, esta consciência da identidade k. _________________________, este sentimento patriótico gene-
roso e esta ligação à terra, em detrimento da eleição régia, que faz do povo o l. _________________________
da insurreição, que culminou com o triunfo da vontade popular.

GRUPO II

1. Indique o tempo, o modo e a pessoa gramatical das formas verbais sublinhadas em cada frase.
[18 itens x 4 pontos = 72 pontos]

Tempo Modo Pessoa

a. Sabe-se que a obra de Fernão Lopes


tem um caráter histórico.

b. Quando souberam que o Mestre


corria perigo, muitos populares
correram para o paço.

c. “Salva o Mestre”, pedia o povo


a Álvaro Paes.

d. D. Duarte solicitou ao historiador que


recuperasse o bom nome de seu pai.

e. Quando tiver tempo, lerei todos os


capítulos da Crónica de D. João I.

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38
GRUPO I

1. Complete o texto expositivo sobre a obra vicentina com os segmentos linguísticos fornecidos
abaixo. [15 itens x 8 pontos = 120 pontos]

1. a segunda 9. ao contrário do que muitos pensam


2. e o facto de conhecer bem o seu público 10. autos de moralidade e farsas
3. no entanto 11. as suas personagens-tipo
4. popularmente conhecido como o “pai” do teatro português 12. para a sátira social
5. quinhentista 13. o primeiro
6. a essa última atividade 14. em suma
7. de facto 15. Idade Média
8. um período de quase trinta e cinco anos

Gil Vicente, a. _______________, foi, para além de poeta, um dramaturgo muito importante.
A sua “carreira” iniciou-se em 1502, terminando em 1536, b. _______________ em que produziu cerca de
50 peças teatrais dispersas (c. _______________), cujos temas estão relacionados com a natureza humana: a
astúcia, a honestidade, os ideais, a vida e a morte. d. _______________, só vinte e seis anos
após a sua morte todas essas peças seriam compiladas numa só obra pelos seus filhos.
e. _______________, este dramaturgo não ficava apenas pela produção escrita. f. _______________,
Gil Vicente também encenava, representava alguns dos papéis que criava e, posteriormente, reescrevia
as suas peças teatrais, tornando-as mais perfeitas. Efetivamente, a sua longa e diversificada experiência
g. _______________ – a corte onde vivia – fizeram com que pudesse dedicar-se com sucesso
h. _______________.
Animador dos serões da corte, encontrava nesta também os modelos que dariam origem
i. _______________, “julgando” as suas vidas aparentemente honestas. Predominantemente voltadas
j. _______________, as suas obras também exploravam os vários processos de cómico (de linguagem, de
caráter, de situação), que contribuíam, pelo riso, para denunciar vícios, costumes e grupos sociais,
através das personagens que construía.
Existem diferenças entre o simples cómico e a sátira: k. _______________ tem como objetivo apenas
provocar o riso, e fá-lo de forma evasiva; já l. _______________ procura provocar o riso, mas com o intuito
de fazer pensar, servindo-se assim da caricatura. Por isso se diz que o teatro vicentino assenta sobretudo
na sátira, pois é caricatura do século XVI e as suas figuras funcionam como reflexo num espelho
distorcido dos tipos de homens reais, como no caso do fidalgo no Auto da Barca do Inferno, personagem
que denuncia os maus costumes e os defeitos da alta nobreza.
m. _______________, existe uma relação próxima entre o teatro de Gil Vicente e a sociedade
n. _______________, pois o escritor, através das suas obras, expõe e critica os diferentes grupos e estratos
sociais da época, deixando assim testemunho de um período de transição importante da história
portuguesa – a passagem da o. _______________ para a Época Clássica.

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39
GRUPO II

1. Faça corresponder a cada oração sublinhada nas frases da coluna A a sua correta classificação,
na coluna B. [8 itens x 10 pontos = 80 pontos]

Coluna A Coluna B
[A] Ainda que fosse jovem, Inês queria casar
[1] Oração subordinada adjetiva relativa explicativa
rapidamente.

[B] O pretendente que foi escolhido era pouco


[2] Oração subordinada substantiva relativa
cordial.

[C] Como era pouco culto, o camponês foi


[3] Oração subordinada substantiva completiva
preterido.

[D] Quem encontrou Brás da Mata foram


os judeus.
[4] Oração subordinada adverbial comparativa

[5] Oração subordinada adverbial causal


[E] Inês perguntou a Pero Marques se podia
visitar o Ermitão.
[6] Oração subordinada adjetiva relativa restritiva

[F] Se Brás da Mata não morresse, Inês nunca [7] Oração subordinada adverbial consecutiva
seria livre.

[G] Lianor Vaz, que fingiu ser assediada,


[8] Oração subordinada adverbial condicional
visitou Inês.

[9] Oração subordinada adverbial final


[H] Pero Marques era tão ingénuo
que não percebeu a traição de Inês.
[10] Oração subordinada adverbial concessiva

[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___; [F] − ___; [G] − ___; [H] − ___.
B

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40
GRUPO I

1. Selecione a opção que completa corretamente cada um dos itens relacionados com a temática
do Renascimento. [5 itens x 5 pontos = 25 pontos]

1.1. No século XVI assiste-se à


 (A) ascensão da nobreza.
 (B) implantação do sistema feudal.
 (C) condenação de Luís de Camões.
 (D) desintegração do feudalismo.
1.2. A invenção da imprensa, por Gutenberg, veio facilitar
 (A) a troca de informação e a divulgação de novas ideias.
 (B) o aparecimento de novos instrumentos de navegação.
 (C) os métodos de investigação experimentais.
 (D) o surgimento da observação como novo método científico.
1.3. Os Descobrimentos promoveram
 (A) a idade das trevas e o culto do desconhecido.
 (B) o contacto com novas culturas e civilizações.
 (C) o catolicismo, através das ações das cruzadas.
 (D) o empobrecimento linguístico dos portugueses.
1.4. O Renascimento é um fenómeno sociocultural da segunda metade do século XV que
 (A) colocou o Homem sob dependência divina.
 (B) desmistificou o poder dos deuses pagãos.
 (C) recuperou e imitou a cultura greco-latina.
 (D) desvalorizou a arte e a literatura clássicas.
1.5. O Humanismo consiste na
 (A) sobrevalorização da dimensão emocional do Homem.
 (B) adoção das tradições escolásticas e dos valores religiosos.
 (C) valorização da espiritualidade e da religião católica.
 (D) valorização do Homem enquanto ser único e pensante.

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41
2. Selecione a opção que completa corretamente cada um dos itens acerca de Luís de Camões
e a sua produção lírica. [6 itens x 5 pontos = 30 pontos]

2.1. A biografia de Luís de Camões


 (A) está documentada em textos oficiais.
 (B) é incerta, inclusivamente no que diz respeito ao ano do seu nascimento.
 (C) é hoje perfeitamente fiável e segura.
 (D) dá conta dos cargos diplomáticos que ele exerceu.
2.2. A poesia lírica camoniana
 (A) surge em medida velha e em medida nova.
 (B) comprova o seu apego exclusivo à lírica tradicional.
 (C) privilegia o dolce stil nuovo.
 (D) está bem exemplificada na obra Os Lusíadas.
2.3. A designação “medida velha” reporta-se
 (A) ao estilo introduzido por Sá de Miranda e que pressupunha as formas fixas e vários
subgéneros.
 (B) aos textos poéticos escritos em versos decassilábicos e trazidos até nós através de
Sá de Miranda.
 (C) aos poemas de caráter autobiográfico, onde se regista as contradições do amor.
 (D) à poesia tradicional, integrada nos cancioneiros peninsulares dos séculos XV e XVI.
2.4. A construção da imagem da mulher amada presente na lírica em medida nova
 (A) baseia-se no ideal de mulher petrarquista.
 (B) reflete a influência de Dante.
 (C) ecoa o Realismo, dada a exatidão do retrato.
 (D) é real, de natureza física e concreta.
2.5. A Natureza, na lírica camoniana, é frequentemente representada
 (A) como cenário infernal e propenso ao castigo.
 (B) como algo horrendo, medonho, sombrio e artificial.
 (C) enquanto local ameno e suave, conducente ao amor.
 (D) como palco das reflexões sobre a vida pessoal.
2.6. As temáticas desenvolvidas por Luís de Camões incluem, por exemplo,
 (A) a crítica dos valores quinhentistas.
 (B) a reflexão sobre a vida pessoal e sobre o amor.
 (C) a vida do poeta na infância.
 (D) o elogio do Homem medieval.

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42
GRUPO II

1. Indique a designação atribuída às palavras sublinhadas nas frases abaixo apresentadas, tendo
em consideração que vêm ambas de SOLITARIU-. [5 pontos]

• O poeta foi um homem solitário.


• Um dos amigos de Camões foi muito solidário com ele.
______________________________________________________________________________________________________________________

2. Identifique os processos fonológicos ocorridos nas seguintes palavras.


[5 itens x 5 pontos = 25 pontos]

a. MARE- > mar ____________________________________________________________________________________________________


b. IPSE > esse ______________________________________________________________________________________________________
c. CICONIA- > cegonha _____________________________________________________________________________________________
d. ACUME- > gume _________________________________________________________________________________________________
e. magro > magrinho _____________________________________________________________________________________________

3. Faça corresponder a cada oração sublinhada nas frases da coluna A a sua correta classificação,
na coluna B. [10 itens x 6 pontos = 60 pontos]

Coluna A Coluna B
[A] O poeta quinhentista escreveu em redondilha [1] Oração subordinada substantiva
mas privilegiou o decassílabo. completiva

[B] Assim que leram as primeiras estâncias de Os Lusíadas, [2] Oração subordinada adverbial
acharam-nas difíceis. condicional

[C] Ainda que preferissem a poesia amorosa, a temática


[3] Oração coordenada copulativa
da Natureza também os entusiasmou.

[D] Camões foi tão arruaceiro que acabou embarcado [4] Oração subordinada adjetiva
para a Índia. relativa explicativa

[E] Quem gosta de poesia tem de ler Camões. [5] Oração coordenada adversativa

[F] Como Camões viveu no século XVI, sofreu a influência [6] Oração subordinada adverbial
dos humanistas. concessiva

[G] Não só estudamos os sonetos como também lemos [7] Oração subordinada substantiva
várias redondilhas. relativa

[H] Perceberão melhor desde que leiam expressivamente [8] Oração subordinada adverbial
os textos. consecutiva

[I] A mulher petrarquista, que é normalmente inacessível, [9] Oração subordinada adverbial
tem traços físicos específicos. temporal

[J] É inevitável que os poetas exponham a sua visão. [10] Oração subordinada adverbial
causal

[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___;
[F] − ___; [G] − ___; [H] − ___; [I] − ___; [J] − ___.

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43
4. Identifique a função sintática dos elementos sublinhados em cada uma das frases.
[11 itens x 5 pontos = 55 pontos]

a. O desafio dos renascentistas era imitar os antigos.


__________________________________________________________________________________________________________________

b. Muitos leitores acham a poesia lírica de Camões superior à de outros poetas da sua época.
__________________________________________________________________________________________________________________

c. Alguns críticos duvidam da originalidade de Camões.


__________________________________________________________________________________________________________________

d. Sentimos vontade de conhecer melhor Camões.


__________________________________________________________________________________________________________________

e. Os alunos ficaram perplexos perante a ausência de dados sobre o nosso poeta maior.
__________________________________________________________________________________________________________________

f. Muitos jovens foram interrogados pelo professor acerca das temáticas camonianas.
__________________________________________________________________________________________________________________

g. Os professores registaram as principais temáticas da poesia camoniana.


__________________________________________________________________________________________________________________

h. O vilancete que demos ontem salientava a beleza de Bárbora.


__________________________________________________________________________________________________________________

i. Este soneto está em vários manuais.


__________________________________________________________________________________________________________________

j. Os alunos ficaram apreensivos com a epopeia camoniana.


__________________________________________________________________________________________________________________

k. O talento de Camões, como o de muitos outros poetas, não foi reconhecido na sua época.
__________________________________________________________________________________________________________________

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44
GRUPO I

1. Selecione a opção que completa corretamente cada um dos itens sobre Os Lusíadas.
[7 itens x 6 pontos = 42 pontos]

1.1. Camões terá tido como fonte(s) inspiradora(s)


 (A) as epopeias da Antiguidade e outros textos históricos anteriores.
 (B) a sua experiência pessoal, adquirida na viagem de Vasco da Gama.
 (C) os relatos das experiências dos navegadores seus contemporâneos.
1.2. Na epopeia camoniana Os Lusíadas verifica-se a existência de
 (A) vários planos narrativos, com destaque para o dos deuses ou mitológico.
 (B) três planos narrativos e as reflexões do poeta, no final de alguns cantos.
 (C) uma ação central (a da História de Portugal) e uma ação secundária (a do Poeta).
1.3. Ao nível da estrutura externa, a obra apresenta
 (A) catorze cantos e estrofes de sete versos decassilábicos.
 (B) dez cantos, com oitavas de dez sílabas métricas.
 (C) quatro partes: Proposição, Invocação, Dedicatória e Reflexões.
1.4. No canto I surgem
 (A) o relato da viagem ao rei de Melinde e a intervenção dos deuses.
 (B) a Proposição, a Invocação, a Dedicatória e o início da Narração.
 (C) a descrição da chegada a Calecute e a receção do rei de Melinde.
1.5. Os planos narrativos encontram-se organizados da seguinte forma:
 (A) Plano dos deuses (plano da viagem encaixado), seguido do plano da História de Portugal.
 (B) Plano da História de Portugal, onde se encaixam os planos da viagem e dos deuses.
 (C) Plano da História de Portugal, encaixado no plano da viagem, em paralelo com o plano
mitológico.

1.6. Em Melinde, os portugueses são


 (A) bem recebidos, mas posteriormente traídos.
 (B) expulsos e obrigados a recorrer às armas.
 (C) bem recebidos, sendo Gama convidado a contar a História de Portugal.
1.7. No canto IX encontra-se
 (A) o episódio histórico da batalha de Aljubarrota.
 (B) o episódio simbólico da Ilha dos Amores.
 (C) o episódio da morte de Inês de Castro.

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45
2. Complete as seguintes frases em que se revela o assunto/tema das diferentes reflexões produ-zidas
por Camões ao longo da epopeia. [10 itens x 6 pontos = 60 pontos]

• Reflexões acerca do a. _____________________________ com que os portugueses tratam a arte, em particular


a poesia.
• Considerações acerca da b. _____________________________ do ser humano e dos c. _____________________________ a
que este está sujeito.
• d. _____________________________ do poeta por estar submetido a vários infortúnios e não ser reconhecido.
• Comentários acerca da(s) forma(s) de obter a verdadeira e. _____________________________ e a fama, real-
çando o que não deve ser usado para as conseguir.
• Lamentos do poeta por cantar a f. _____________________________ “surda e endurecida”, dado não ser reconhecido,
e exortação ao rei g. _____________________________ para que erga de novo a h. _____________________________,
concretizando novos feitos.
• Considerações sobre a forma de os humanos alcançarem a i. _____________________________, exortando à
j. _____________________________ aqueles que querem ver os seus nomes imortalizados.

GRUPO II

1. Atenta nas seguintes frases.


(A) O poeta pediu para D. Sebastião aceitar o seu poema.
(B) Quem cantou os feitos dos portugueses merece todo o respeito.
(C) Camões procurou informação em várias fontes, para que a sua obra épica respeitasse as convenções
literárias.
(D) O poeta lamentou que os portugueses não valorizassem as artes.
(E) As suas críticas são tao atuais que ainda hoje se podem aplicar à nossa realidade.
(F) Sabe-se que Camões embarcou para a Índia.
(G) Os conselheiros do rei declararam Camões inocente.
1.1. Classifique as orações sublinhadas nas frases das alíneas (A) a (F), inclusive.
[6 itens x 8 pontos = 48 pontos]

__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
1.2. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes que se encontram sublinhados
nas alíneas (A), (B), (D), (F) e (G). [5 itens x 7 pontos = 35 pontos]

__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________
1.3. Indique a classe e a subclasse dos conectores presentes nas frases (A), (C) e (E).
[3 itens x 5 pontos = 15 pontos]

__________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________

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46
GRUPO I

1. Complete o seguinte texto, fazendo apelo aos seus conhecimentos acerca do capítulo V da História
trágico-marítima, “As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)”,
e evitando repetições de termos. [20 itens x 4 pontos = 80 pontos]

A História trágico-marítima é uma antologia de a. _______________________________, uma espécie de


antiepopeia dos b. _______________________________, publicada em Lisboa por Bernardo Gomes de Brito, em
1735‑1736. A recolha e ordenação de relatos de naufrágios ocorridos sobretudo na longa e difícil
“carreira da c. _______________________________” vem demonstrar o interesse histórico-literário de um género
que é um misto de d. _______________________________ e de e. _______________________________ jornalística, dotado
de uma forte vertente realista e testemunhal.
No capítulo f. _______________________________ dessa colectânea, dedicado ao naufrágio por que passou
Jorge de Albuquerque Coelho, são narrados os acontecimentos que envolveram a figura que deu título a
este capítulo.
Começando pelos g. _______________________________ da viagem, são narradas as lutas travadas com
os inimigos (gentios) das terras de Pernambuco, ocorridas antes de Jorge de Albuquerque Coelho partir
para a metrópole. Seguidamente, vem o momento da h. _______________________________, em que se relata a
primeira tentativa de embarque rumo a Portugal, destacando-se as lutas contra ventos contrários e os
consequentes estragos na nau i. _______________________________, que atrasaram a viagem.
Já no decorrer desta, tomamos conhecimento de mais atribulações, que puseram em risco
a vida da tripulação: a destruição de partes da nau; o alagamento da j. _______________________________;
a falta de alimentos; as k. _______________________________ entre os sobreviventes; a tentativa de saque/
pilhagem por l. _______________________________ franceses; a traição de uma parte da tripulação;
a m. _______________________________ (ventos fortes, relâmpagos impetuosos, vagas enormes), que causou a
perda/destruição do n. _______________________________, do mastro, de vergas, de enxárcias, de amarras,
de âncoras e de mantimentos.
Depois da tempestade veio a bonança, isto é, a calmaria. No entanto, com os equipamentos
o. _______________________________, Jorge de Albuquerque Coelho e os seus homens seguem viagem à deriva,
ao sabor do vento e do p. _______________________________. Até que, por fim, avistam a costa portuguesa.
Porém, ainda enfrentam a indiferença e a q. _______________________________ da tripulação de uma
r. _______________________________ que se negou a auxiliá-los. Mas, com a ajuda de uma pequena embarcação,
conseguem chegar salvos a Lisboa, onde fazem uma s. _______________________________
a Nossa Senhora da Luz, em agradecimento pela sua t. _______________________________.

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47
2. Faça corresponder cada elemento da coluna A a um segmento da coluna B, de modo a obter
afirmações verdadeiras. [13 itens x 2 pontos = 26 pontos]

Coluna A Coluna B
[A] Podemos constatar a dimensão [1] em cinco anos, com determinação, coragem e espirito
heroica do relato de solidariedade.

[B] O protagonista começou por assumir [2] ao enfrentar tantos obstáculos representa o caminho
as funções típicas para a imortalidade.

[C] O Herói, com aval da regente [3] na descrição de Jorge de Albuquerque Coelho.
Dona Catarina, [4] organizou as lutas contra os índios.

[D] Pacificou a capitania de Pernambuco [5] organizou as lutas contra os portugueses.

[E] Enfrentou, com disciplina, [6] de um verdadeiro líder, que nunca abandona aqueles
fé e espírito de sacrifício, que dependem de si.

[F] Também mostrou a sua coragem [7] mostraram o seu espanto ao verem o estado em que
e determinação estes se apresentavam.

[G] Jorge de Albuquerque Coelho [8] ao recusar render-se às tropas brasileiras.


revelou características [9] de um chefe militar na capitania de Pernambuco.
[H] A dimensão religiosa deste relato [10] nos apelos constantes à ajuda divina, por parte
está presente da tripulação.

[11] a tempestade em alto mar e as trágicas consequências.


[I] O espírito cristão também se verifica,
durante a viagem, [12] Jorge de Albuquerque Coelho mostrou-se sempre
calmo e bondoso.

[J] A viagem culmina na chegada [13] nos momentos passados em Pernambuco, aquando
à metrópole, da morte do pai de Jorge de Albuquerque Coelho.

[K] Perante o terror vivido a bordo [14] nas constantes palavras de fé e de encorajamento
da nau proferidas pelo protagonista e nas orações.

[L] Os que foram receber [15] com a ajuda dos frades que vinham na caravela
os sobreviventes que os socorreu.

[M] A bravura e a ousadia de [16] ao recusar render-se aos corsários franceses.


Jorge de Albuquerque Coelho
[17] com a ida em romaria à capela de Nossa Senhora da Luz.

[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___; [F] − ___; [G] − ___;
[H] − ___; [I] − ___; [J] − ___; [K] − ___; [L] − ___; [M] − ___.

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48
GRUPO II

1. Complete as frases, de modo a identificar as relações semânticas existentes entre os termos


linguísticos propostos. [8 itens x 4 pontos = 32 pontos]

• As palavras “partida”, “destino”, “percurso”, “rota” e “transporte” fazem parte do campo


a. ________________________ de “viagem”.
• Entre “percalços” e “contratempos” existe uma relação de b. ________________________.
• As expressões “mar irado”, “mar de gente” e “mar de rosas” formam um campo c. ________________________.
• Os termos “nau”, “caravela”, “batel”, “bote” e “barca” são d. ________________________ do e. ________________________
“embarcação”.
• Entre as formas verbais “apertavam” e “soltavam” existe uma relação semântica de f. ________________________.
• Os vocábulos “leme”, “mastro”, “vergas”, “enxárcias”, “amarras” e “âncoras” sao g. ________________________
do h. ________________________ “nau”.

2. Atente nas seguintes frases.


(A) O início da viagem foi marcado por alguns contratempos, tendo sido Jorge de Albuquerque
aconselhado por alguns dos seus amigos a desistir da mesma.
(B) Devido às enormes dificuldades climatéricas, que assolaram a nau à partida, houve necessidade
de se aliviar a carga da embarcação Santo António, alijando mercadoria ao mar.
(C) Quando a fome e a sede apertavam, Jorge de Albuquerque Coelho consolava a tripulação e partilhava
com os outros os mantimentos que ainda possuía.

2.1. Identifique os referentes de: [2 itens x 4 pontos = 8 pontos]

a. “[d]a mesma” (A) _________________________________________________________________________________________


b. “que” (B) __________________________________________________________________________________________________

2.2. Retire das frases acima uma: [3 itens x 5 pontos = 15 pontos]

a. oração subordinada adjetiva relativa restritiva _________________________________________________________


b. oração subordinada adverbial temporal ________________________________________________________________
c. oração subordinada adjetiva relativa explicativa _______________________________________________________

2.3. Indique o valor lógico do conector sublinhado na frase (B). [6 pontos]

_________________________________________________________________________________________________________________

2.4. Identifique o processo de formação das seguintes palavras: [3 itens x 6 pontos = 18 pontos]

a. climatéricas _______________________________________________________________________________________________
b. embarcar __________________________________________________________________________________________________
c. tripulação __________________________________________________________________________________________________

2.5. Indique as funções sintáticas desempenhadas por: [3 itens x 5 pontos = 15 pontos]

a. “O início da viagem” (A) __________________________________________________________________________________


b. “por alguns dos seus amigos” (A) ________________________________________________________________________
c. “com os outros” (C) _______________________________________________________________________________________

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49
MATRIZES DOS TESTES DE AVALIAÇÃO
TESTES DE AVALIAÇÃO N.OS 1, 2, 4, 5, 7, 8 — Testes de Unidade
Domínios e GRUPOS
Conteúdos
I II III
EDUCAÇÃO LEITURA EXPRESSÃO Cotação /
LITERÁRIA E GRAMÁTICA ESCRITA Pontos
Tipologia Conteúdos
de itens Excerto da obra gramaticais Géneros textuais
lecionada lecionados do Programa

1. a 5.
Resposta restrita 100
(5 itens x 20 pontos)

1. a 7.
Resposta múltipla 35
(7 itens x 5 pontos)

8. a 12.
Resposta curta 15
(5 itens x 3 pontos)
Tema e tipologia – 15
Estrutura e coesão – 10
Léxico e adequação do
Resposta extensa 50
discurso – 5
Correção linguística – 20
(30 + 20 pontos)
COTAÇÃO 100 50 50 200

TESTES DE AVALIAÇÃO N.OS 3, 6, 9 — Testes Finais de Módulo


Domínios e GRUPOS
Conteúdos
I II III
EDUCAÇÃO LEITURA EXPRESSÃO
LITERÁRIA E GRAMÁTICA ESCRITA Cotação /
Pontos
Itens A e B
Tipologia Excertos das obras Conteúdos
de itens de cada uma das gramaticais Géneros textuais
unidades do módulo lecionados do Programa
1.
Associação 20
(10 itens x 2 pontos)
2.
(20 itens x 1 ponto)
Completamento 20
ou
(10 itens x 2 pontos)
3. a 7.
Resposta restrita 60
(5 itens x 12 pontos)
1.
(5 itens x 20 pontos)
Resposta curta 50
2. a 4.
(6 itens x 5 pontos)
Tema e tipologia – 15
Estrutura e coesão – 10
Léxico e adequação do
Resposta extensa 50
discurso – 5
Correção linguística – 20
(30 + 20 pontos)
COTAÇÃO 100 50 50 200

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52
GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia com atenção o texto.

Ora nom moiro, nem vivo, nem sei


como me vai, nem rem1 de mi, se nom
atanto que2 ei3 no meu coraçom
coita d’amor qual vos ora direi:
5 tam grande que me faz perder o sém4,
e mia senhor sol nom sab’ende rem.5

Nom sei que faço, nem ei de fazer,


nem em que ando, nem sei rem de mi,
se nom atanto que sofr’e sofri
10 coita d’amor qual vos quero dizer:
tam grande que me faz perder o sém,
e mia senhor sol nom sab’ende rem.

Nom sei que é de mim, nem que sera,


meus amigos, nem sei de mi rem al
15 se nom atanto que eu sofr’atal
coita d’amor qual vos eu direi ja:
tam grande que me faz perder o sém,
e mia senhor sol nom sab’ende rem.

Bonifácio Calvo, A 266/B 450, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos,


A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 232.
____________
1 coisa, algo; 2 se nom / atanto que: a não ser que; 3 tenho; 4 juízo; 5 sol nom sab’ende rem: nem sequer sabe nada.

1. Identifique o género e o tema desta composição lírica, justificando com expressões do texto.

2. Demonstre que o sujeito poético tem dificuldades em clarificar o seu estado de espírito.

3. A causa da infelicidade do “eu” poético é referida no refrão. Explicite-a.

4. Identifique o recurso expressivo, e o seu valor semântico, em “Ora nom moiro, nem vivo” (v. 1).

5. Faça a análise formal da composição em termos estróficos e rimáticos.

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53
GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia atentamente o texto.

Após ter conquistado milhares de espetadores em França, A gaiola dourada prepara-se agora para
ser um grande sucesso comercial em Portugal, onde já foi visto por mais de catorze mil espe-tadores
durante as suas primeiras vinte e quatro horas em cartaz. Esta imediata atração do público português
por esta obra luso-francesa compreende-se perfeitamente, não só por causa da impres-sionante onda
5 de publicidade positiva que o filme tem recebido por parte da imprensa, mas também por causa do
contagiante estilo corriqueiro desta agradável comédia familiar de Ruben Alves, onde somos
apresentados à simpática família Ribeiro, que vive, há cerca de trinta anos, na portaria de
um prédio de luxo que está situado num dos principais bairros de classe média-alta da capital fran-
cesa. Os pilares desta afável família são Maria e José Ribeiro (Rita Blanco e Joaquim de Almeida),
10 um simpático casal de emigrantes portugueses que se tornou, com o passar dos anos, numa parte
indispensável do quotidiano da pequena comunidade que os acolheu e que agora os poderá perder,
já que Maria e José poderão em breve concretizar o seu grande sonho de regressarem permanente-
mente a Portugal, onde poderão levar uma vida mais simples, pacífica e próxima das suas tradições.
O problema é que nenhum dos seus amigos, vizinhos e patrões quer deixar partir esta simpática
15 família, que também está fortemente dividida, já que Maria e José parecem ser os únicos que estão
dispostos a regressar às suas origens e abandonar definitivamente a sua preciosa comunidade que,
durante três décadas, lhes deu tudo aquilo que eles precisavam para levar uma vida esforçada mas
feliz. Será que Maria e José estão mesmo dispostos a regressar ao nosso país e a virar para sempre as
costas à sua inestimável gaiola dourada?
20 Esta simples pergunta não tem de todo uma resposta óbvia, já que é a sua procura por parte dos
dois protagonistas que alimenta o caricato desenrolar do prático guião desta simples mas agradá-vel
comédia luso-francesa, que denota todos os seus traços e influências francesas graças à for-
ma requintada e pragmática como os seus criadores construíram e decidiram contar esta simples
história familiar, cujo principal apelo humano deriva da contagiante áurea popular bem portuguesa
25 que marca presença um pouco por todo o filme, e que acaba por acrescentar um reconfortante e
atrativo elemento de tradição, descontração, diferenciação e diversão a esta honrosa comédia que,
embora não seja abismalmente criativa ou irreverente, aposta numa história com pés e cabeça
que enfatiza os dilemas e os dramas da comunidade emigrante nacional sem nunca esquecer os
estereótipos culturais portugueses, que foram aqui aproveitados da melhor maneira possível para
30 desenvolver um estupendo ambiente tradicional e familiar, que tanto promove a diversão como a
emoção. Para este atrativo resultado final muito contribuiu a capacidade criativa de Ruben Alves
(realizador/guionista), que soube aproveitar o melhor de dois mundos para criar e evidenciar esta
ligeira mas francamente apelativa comédia familiar, que beneficia ainda de uma ótima prestação do
seu elenco nacional e internacional.

http://www.portal-cinema.com/2013/08/critica-gaiola-dourada-2013.html
(consultado em junho de 2017).

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54
1. A imediata adesão do público português ao filme A gaiola dourada justifica-se porque
(A) apresenta como protagonistas Rita Blanco e Joaquim de Almeida.
(B) se trata de uma comédia leve e com muitas críticas positivas.
(C) o filme foi produzido e realizado em Portugal e em França.

2. O filme A gaiola dourada retrata uma família portuguesa que


(A) hesita entre manter-se em França e regressar a Portugal.
(B) não equaciona a possibilidade de regressar a Portugal.
(C) deseja regressar a Portugal por se sentir dispensável em França.

3. Segundo o autor do artigo, o filme A gaiola dourada é uma comédia


(A) extremamente irreverente, agradável e simples.
(B) simples, contagiante e pouco tradicional.
(C) realista, que destaca os problemas vividos pelos emigrantes portugueses.

4. Ao longo do filme,
(A) o ambiente em que se movem as personagens é tipicamente francês.
(B) existe uma tensão entre o casal português e a comunidade que os acolheu.
(C) vários elementos culturais portugueses recriam um ambiente tradicional.

5. O segmento sublinhado em “já foi visto por mais de catorze mil espetadores” (ll. 2-3) desempenha
a função sintática de
(A) predicativo do sujeito.
(B) complemento agente da passiva.
(C) complemento oblíquo.

6. O termo “corriqueiro” (l. 6) é antónimo de


(A) lento.
(B) invulgar.
(C) inquietante.

7. O processo fonológico ocorrido na passagem de STILU- para “estilo” (l. 6) designa-se


(A) prótese.
(B) epêntese.
(C) paragoge.

8. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em “vive, há cerca de


trinta anos, na portaria de um prédio de luxo” (ll. 7-8).

9. Explique o significado literal do vocábulo “capital” (l. 8), sabendo que a palavra latina CAPITIA
significa “cabeça”.

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55
10. Classifique a oração sublinhada em “há cerca de trinta anos, na portaria de um prédio de luxo que
está situado num dos principais bairros de classe média-alta da capital francesa” (ll. 7-9).

11. Indique a classe e a subclasse do termo sublinhado no segmento “Esta simples pergunta não tem
de todo uma resposta óbvia” (l. 20).

12. Refira o tempo e o modo da forma verbal sublinhada em “que beneficia ainda de uma ótima
prestação do seu elenco nacional e internacional” (ll. 33-34).

GRUPO III

Escreva um texto expositivo, de 120 a 150 palavras, no qual apresente as principais diferenças entre
as cantigas de amigo e as cantigas de amor.
Obedeça às seguintes orientações:
• Introdução – apresentação da temática do texto.
• Desenvolvimento – caracterização de cada um dos géneros, referindo:
− origem;
− sujeito de enunciação e destinatário;
− características essenciais das figuras feminina e masculina;
− ambiente.
• Conclusão – síntese geral das ideias e fecho do texto.

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56
GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia o seguinte excerto do capítulo 115 da Crónica de D. João I. Se necessário, consulte as notas
apresentadas.

Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quando el-Rei de Castela pôs cerco
sobr’ela.

Nem uũ falamento1 deve mais vizinho seer deste capitulo que havees ouvido2, que poermos logo
aqui brevemente de que guisa estava a cidade, jazendo el-Rei de Castela sobr’ela; e per que modo
poinha em si guarda o Meestre, e as gentes que dentro eram, por nom receber dano de seus ẽmi-gos3;
e o esforço e fouteza4 que contra eles mostravom, em quanto assi esteve cercada.
5 Onde sabee que como5 o Meestre e os da cidade souberom a viinda del-Rei de Castela, e esperarom
seu grande e poderoso cerco, logo foi ordenado de recolherem pera a cidade os mais mantiimentos
que haver podessem, assi de pam e carnes, come quaes quer outras cousas. E iam-se muitos aas
liziras6 em barcas e batees, depois que Santarem esteve por Castela, e dali tragiam muitos gaados
mortos que salgavom em tinas, e outras cousas de que fezerom grande açalmamento7; e colherom-
10 -se8 dentro aa cidade muitos lavradores com as molheres e filhos, e cousas que tiinham; e doutras
pessoas da comarca d’arredor, aqueles a que prougue9 de o fazer; e deles10 passarom o Tejo com seus
gaados e bestas e o que levar poderom, e se forom contra11 Setuval, e pera Palmela; outros ficarom
na cidade e nom quiserom dali partir; e taes i12 houve, que poserom todo o seu13, e ficarom nas vilas
que por Castela tomarom voz.
15 Os muros todos da cidade nom haviam mingua14 de boom repairamento15; e em seteenta e sete
torres que ela teem a redor de si, forom feitos fortes caramanchões de madeira, os quaes eram
bem fornecidos d’escudos e lanças e dardos e beestas de torno16, e doutras maneiras com grande
avondança17 de muitos viratões18. […]
E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros pelos fidal-
20 gos e cidadãos honrados19, aos quaes derom certas quadrilhas20 e beesteiros e homẽes d’armas pera
ajuda de cada uũ guardar bem a sua. Em cada quadrilha havia uũ sino pera repicar quando tal cousa
vissem, e como21 cada uũ ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente22 corriam pera ela […]

____________
1 palavras,ditos; 2 alusão ao capítulo anterior, onde se descreve o soberbo acampamento do rei de Castela, que se estendia de Santos
até Campolide e outros lugares em volta; 3 inimigos; 4 coragem; 5 logo que; 6 lezírias (terras que ficam na margem do rio);
7 abastecimento; 8 refugiaram-se; 9 aprouve, agradou; 10 alguns; 11 em direção a; 12 aí; 13 que poserom todo o seu: que puseram em

segurança os seus haveres; 14 necessidade; 15 reparação, fortificação; 16 armas que disparavam setas a grandes distâncias;
17 abundância; 18 setas grandes; 19 de boa categoria social, burgueses; 20 quadrelas, lanços de muralha onde se colocavam os vigias;
21 quando; 22 apressadamente.

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57
E nom soomente os que eram assiinados23 em cada logar pera defensom, mas ainda as outras
gentes da cidade, ouvindo repicar na See, e nas outras torres, avivavom-se os corações deles24;
25 e os mesteiraes25 dando folgança26 a seus oficios, logo todos com armas corriam rijamente pera
u27 diziam que os Castelãos mostravom de viinr. Ali viriees os muros cheos de gentes, com muitas
trombetas e braados e apupos esgremindo espadas e lanças e semelhantes armas, mostrando fouteza
contra seus ẽmigos.

Fernão Lopes, in Teresa Amado (apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária),
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (textos escolhidos), ed. revista, Lisboa, Editorial Comunicação, 1992, pp. 170-172.

____________
23 designados; 24 avivavom-se os corações deles: sentiam-se mais corajosos; 25 operários; 26 folga; 27 onde.

1. No primeiro parágrafo, o narrador apresenta de forma sintetizada as ideias que serão desen-
volvidas ao longo do capítulo 115. Refira-as.

2. Demonstre que a população se dividiu no que respeita a tomar o partido do Mestre de Avis.

3. Enumere, baseando-se no segundo parágrafo, algumas das medidas tomadas pelo povo e pelo
Mestre, assim que souberam que o cerco à cidade estava iminente.

4. Explique a funcionalidade do toque do sino durante o cerco da cidade de Lisboa.

5. Releia o último parágrafo do excerto. Evidencie o empenho do povo na defesa da cidade.

GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia atentamente o texto.

O autocarro desde Joanesburgo sai às 8 da manhã para Maputo − entre tempos de paragem
noutras cidades ao longo do percurso e a travessia da fronteira de Ressano Garcia, chego a Maputo já
de noite. Fico plantado numa esquina à espera de um amigo de amigo de outros amigos. Não sei
sequer se existe mas, se existir, chama-se Henrique.
5 O que ficou combinado foi uma boleia com o Henrique até um promontório mítico para praticantes de
surf, onde quebra uma onda secreta, de qualidade mundial e de difícil acesso para viajantes soli-tários,
daí melhor apoiar-me na experiência e na viatura de quem sabe. O Henrique, se existe, sabe.
Por ironia do destino ou, quem sabe, por malícia das sinergias que a História tece, tanto Portugal
como as suas ex-colónias são excelentes destinos para o surf. A diferença é que na (ex) metrópole
10 as ondas estão à distância de um parque de estacionamento.
Já em Angola e Moçambique, a logística de chegar à praia envolve guias locais, veículos todo-
-terreno, provisões, equipamentos de outdoor e um espírito desinibido e aventureiro. Tal como fiz há
uns anos em Angola, socorro-me agora da ajuda de um português expatriado para chegar até às ondas.
Henrique, se existe, imigrou para Moçambique não apenas pelo trabalho mas também pelo surf.
15 Provavelmente até na ordem contrária de prioridades.

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58
A noite cai suavemente sobre esta cidade que me faz pensar no Portugal que eu nunca tive,
no português que nunca fui.
É uma cidade bonita, apesar do degrado e da incúria e da miséria. Uma cidade que desce para
o mar, que permite sempre um tom de azul no fundo do olhar, um pouco como Lisboa com o Tejo.
20 No entanto, de todas as cidades coloniais portuguesas que visitei, é aquela que menos me re-corda
Portugal.
Maputo é demasiado recente e demasiado airosa, demasiado planificada e escorreita para
recordar uma cidade portuguesa.
O que o caráter e a fisionomia urbana de Maputo me recorda, na brisa suave do fim da tarde, é um
25 Portugal que ficou por acontecer, uma possibilidade de evolução paralela que se perdeu nas
ramificações do destino. Tento imaginar uma outra História pátria que teria resultado de uma apro-
ximação mais humilde, menos aguerrida, às culturas do Índico, uma outra miscigenação, uma outra
abertura de espírito aos povos e às religiões que íamos encontrando.
Só Moçambique poderia evocar esta dimensão paralela e perdida da História de Portugal, só aqui
30 tivemos a porta aberta para esse oceano Índico que durante séculos promoveu comércio, provocou
diásporas, acomodou a diferença, ensinou a Humanidade a lidar com o Outro. Só aqui poderíamos
ter sido Outros, diferentes.
Gonçalo Cadilhe, in Visão, edição online, 30 de março de 2014
(consultado em junho de 2017, adaptado).

1. O autor, embora impaciente, espera por Henrique, o “amigo do amigo”, pois


(A) ele é a pessoa ideal para guiar o autor ao seu destino.
(B) Maputo é uma cidade desconhecida e já é de noite.
(C) a viagem já tinha sido demasiado longa.

2. Comparando as acessibilidades à zona costeira nas ex-colónias com as existentes em Portugal,


o narrador conclui que
(A) ambas são similares.
(B) as portuguesas são melhores.
(C) as das ex-colónias são melhores.

3. Ao referir-se à fisionomia de Maputo, o autor


(A) critica a supremacia dos portugueses junto dos povos que iam descobrindo.
(B) evidencia o modo como as regiões descobertas hostilizaram os portugueses.
(C) louva a ação dos descobridores portugueses no Índico.

4. Para Gonçalo Cadilhe,


(A) Angola e Moçambique são locais igualmente representativos da cultura portuguesa.
(B) Moçambique espelha um Portugal que podia ter sido diferente do que historicamente foi.
(C) o Portugal de hoje assemelha-se ao Moçambique do passado.

5. Na frase “onde quebra uma onda secreta” (l. 6), a palavra sublinhada introduz uma oração
(A) subordinada substantiva completiva.
(B) subordinada adjetiva relativa restritiva.
(C) subordinada adjetiva relativa explicativa.

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59
6. Na frase “A noite cai suavemente sobre esta cidade” (l. 16), o termo sublinhado desempenha
a função de
(A) modificador.
(B) complemento oblíquo.
(C) modificador apositivo do nome.

7. Na frase “É uma cidade bonita” (l. 18), o verbo classifica-se como


(A) principal intransitivo.
(B) principal transitivo direto.
(C) copulativo.

8. Classifique a oração sublinhada em “Não sei sequer se existe mas, se existir, chama-se
Henrique” (ll. 3-4).

9. Refira a função sintática do segmento sublinhado em “na (ex) metrópole as ondas estão
à distância de um parque de estacionamento” (ll. 9-10).

10. Indique a função sintática do elemento sublinhado em “que me faz pensar” (l. 16).

11. Transcreva o referente do elemento sublinhado em “que permite sempre um tom de azul
no fundo do olhar” (l. 19).

12. Reescreva o segmento “No entanto, de todas as cidades coloniais portuguesas que visitei,
é aquela que menos me recorda Portugal.” (ll. 20-21), substituindo o conector por outro com
o mesmo valor lógico.

GRUPO III

Observe a pintura de Cândido Portinari.


Faça uma apreciação crítica desta pintura,
num texto de 120 a 150 palavras, conside-
rando, entre outros que julgue pertinentes, os
seguintes aspetos:
– apresentação dos elementos que inte-
gram a imagem;
– sentimentos transmitidos;
– impacto;
– pertinência da imagem, tendo em conta
o cerco de Lisboa relatado na Crónica de
D. João I, de Fernão Lopes.
Deverá exprimir a sua opinião (positiva ou
negativa) na introdução do texto. A funda-
mentação do ponto de vista deverá ocor-
rer associada a exploração dos elementos
Os retirantes (1994), Cândido Portinari (1903-
constantes da pintura. 1962),
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand.

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60
GRUPO I

Responda às questões.

1. Associe os enunciados apresentados na coluna A à respetiva tipologia da poesia trovadoresca,


na coluna B.

Coluna A Coluna B

[A] O facto de o amado ter partido para a guerra ou de este


não dar notícias provoca o sofrimento no sujeito
da enunciação.
[1] Cantiga de amigo
[B] Enquadra-se num ambiente rural (a fonte, o rio),
ou em locais mais discretos e propícios aos encontros
amorosos.

[C] Apresenta uma sátira a pessoas, comportamentos


e acontecimentos da época, onde surgem agressões
verbais diretas.
[2] Cantiga de amor
[D] O “eu” poético assume o seu amor e revela o seu sofrimento
(“coita de amor”), adotando uma linguagem convencional
e artificial.

[E] Composições que, quase sempre, apresentam refrão.

[F] Há referência aos encontros com o amado ou à angústia


e ao sofrimento provocados pela sua ausência.
[3] Cantiga de escárnio
[G] Explora o amor cortês ou a expressão de sentimentos
por parte do amador, que adota uma atitude servil
ou de vassalagem em relação à amada.

[H] O nome da pessoa satirizada não figura na cantiga


e o recurso a um duplo sentido das palavras é frequente.

[I] O palco da expressão amorosa era o adro das igrejas, [4] Cantiga de maldizer
quando as donzelas acompanhavam a mãe às romarias.

[J] A mulher a quem se dirige o sujeito da enunciação


é idealizada e retratada em termos abstratos.

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61
2. Complete o excerto, servindo-se dos termos apresentados abaixo, de modo a obter um texto
expositivo sobre Fernão Lopes e a sua obra.

personagens históricos fidedignas


fontes linhagem veracidade Lisboa
descrição Torre do Tombo coletivas
estilísticos historiografia D. Duarte
retóricas direto visual documentos
D. João I testemunhou crónicas

Um dos mais importantes cronistas de Portugal foi Fernão Lopes, nomeado por a. _____________________,
em 1434, para “poer em crónica as histórias dos reis que antigamente em Portugal foram”, ou seja,
para escrever a história dos reis da primeira dinastia, e para registar “os grandes feitos e altos do mui
virtuoso e de grandes virtudes El-Rei meu senhor e padre”, isto é, para relatar os acon-
tecimentos ocorridos durante o reinado de seu pai, b. _____________________. O cronista trabalhou durante
vários anos, recolhendo c. _____________________, notícias escritas por portugueses e por estrangeiros, e ou-
vindo pessoas que tivessem presenciado acontecimentos d. _____________________, sempre procurando
informações e. _____________________, pois, como ele escreveu, “mentira em este volume e muito afastada da
nossa vontade”.
Foi nomeado guarda-mor da f. _____________________, em 1418. A palavra “Tombo” é derivada do verbo
tombar, que, além de significar cair, derrubar, significa também inventariar, registar, e é esse o sen-
tido que a palavra aqui adquire. Neste arquivo, inicialmente instalado numa das torres do Castelo de
São Jorge, em g. _____________________, eram registados e inventariados os documentos históricos.
Fernão Lopes h. _____________________ várias alterações políticas e sociais durante o seu longo período de
atividade, o que, certamente, foi muito útil para a elaboração das suas i. _____________________.
O facto de se servir das mais diversas j. _____________________ (documentais – livros de k. _____________________,
cartas, epitáfios, sermões –, monumentais e testemunhais), interpretando-as e relatando-as corretamente,
permitiu-lhe garantir maior exatidão ao que narrava, conferindo l. _____________________ às suas crónicas. Desse
aperfeiçoamento e dessa busca da fidelidade histórica decorre a m. _____________________ psicológica de
personagens n. _____________________ e individuais. Mas o cronista também se preocupa com a beleza da forma,
conferindo assim efeitos o. _____________________ às suas crónicas. Recorre, assim, a diversos recursos
linguísticos, alguns herdados da p. _____________________ precedente, outros inovação sua. É frequente o recurso
a interrogações q. _____________________ e a exclamações para sublinhar os momentos mais
emotivos/dramáticos da narrativa. Verifica-se também a recriação de r. _____________________ históricas
através da caracterização psicológica, apresentando-as ao leitor em ação, descrevendo os seus trajes,
as suas atitudes, os seus gostos, contando os seus ditos (discurso s. _____________________).
O realismo descritivo, através da descrição de vários planos, da exploração da sensação
t. _____________________ (principalmente a cinética) e da sensação auditiva, também esta bem patente nas
suas crónicas.

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62
B

Atente na seguinte composição poética.

Eno sagrado, em Vigo


Eno1 sagrado2, em Vigo, Bailava corpo velido, Que nunca ouver’amigo,
bailava corpo velido3: que nunca ouver’6 amigo: ergas7 no sagrad’, em Vigo:
Amor ei4! Amor ei! 15 Amor ei!
Em Vigo, no sagrado, 10 Bailava corpo delgado, Que nunca ouver’amado,
5 bailava corpo delgado5: que nunca ouver’amado: ergas em Vigo, no sagrado:
Amor ei! Amor ei! Amor ei!

Martim Codax, B 1283/V 889/PV 6, in Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos,


A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 264.
____________
1 no; 2 adro da igreja; 3 belo, formoso, elegante; 4 Amor ei: Tenho amores; 5 esbelto, formoso; 6 tivera; 7 exceto, senão.

3. Classifique a cantiga, quanto ao género. Justifique com uma característica formal e uma carac-
terística temática.

4. Caracterize o estado de espírito do sujeito lírico, comprovando com expressões textuais.

Leia o seguinte excerto da Crónica de D. João I.

“E sem duvida se eles entrarom dentro1, nom se escusara a Rainha de morte, […]. O Meestre
estava aa janela, e todos oolhavom contra ele dizendo:
– Ó Senhor! como vos quiserom matar per treiçom, beento seja Deos que vos guardou desse
treedor! Viinde-vos, dae ao demo esses Paaços, nom sejaes lá mais.
5 E em dizendo esto, muitos choravom com prazer de o veer vivo. Veendo el estonce 2 que neũa
duvida tiinha em sua seguranca, deceo afundo3 e cavalgou com os seus acompanhado de todolos
outros que era maravilha de veer. Os quaes mui ledos arredor dele, braadavom dizendo:
– Que nos mandaes fazer, Senhor? Que querees que façamos?
E el lhe respondia, aadur4 podendo seer ouvido, que lho gradecia muito, mas que por estonce
10 nom havia deles mais mester5. E assi encaminhou pera os Paaços do Almirante u pousava o Conde
dom Joam Afonso irmão da Rainha com que havia de comer. As donas da cidade, pela rua per u 6
el ia, saiam todas aas janelas com prazer dizendo altas vozes:
− Mantenha-vos Deos, Senhor. […]
E indo assim ataa entrada do Ressio, e o Conde viinha com todolos seus, e outros boos da cidade
15 que o aguardavom, […]; e quando vio o Meestre ir daquela guisa7, foi-o abraçar com prazer e disse:
− Mantenha-vos Deos, Senhor. Sei que nos tirastes de grande cuidado, mas vos mereciees esta
honra melhor que nós. Andae, vamos logo comer.
E assi forom pera os Paaços u pousava o Conde.”
Fernão Lopes, in Teresa Amado (apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária),
Crónica de D. João I de Fernão Lopes (textos escolhidos), ed. revista,
Lisboa, Editorial Comunicação, 1992, pp. 99-100.
____________
1se eles entrarom dentro: se eles tivessem entrado; 2 então; 3 abaixo; 4 dificilmente; 5 nom havia deles mais mester: não tinha mais
necessidade deles; 6 onde; 7 maneira.

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63
5. Explique o que significa a expressão “dae ao demo esses Paaços” (l. 4).

6. Indique o que fez o Mestre depois de sair do palácio.

7. Descreva a reação do Conde quando viu o Mestre.

GRUPO II

Responda às questões.

1. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes sublinhados nas frases.


a. O Mestre foi apoiado pela população após o assassinato do conde Andeiro.
b. No episódio em que se relatam as consequências do cerco de Lisboa, o cronista pretende evidenciar
o desespero da população face à falta de mantimentos.

2. Identifique os processos fonológicos ocorridos na evolução das seguintes palavras.


a. braadavom > bradavam
b. querees > quereis

3. Transforme os pares de frases simples em frases complexas, utilizando os conectores propostos


e fazendo as alterações necessárias.
a. A donzela está saudosa do seu amigo. O amigo da donzela partira entretanto para o fossado.
(pronome relativo)
b. A dama corresponde ao amor do sujeito lírico. Este fica muito feliz.
(conjunção subordinativa condicional)

4. Selecione, de entre cada par apresentado, o termo/expressão adequado(a).


a. A lírica trovadoresca abrange uma diversidade de formas poéticas, entre cujas / as quais se destacam
quatro diferentes tipos de cantiga.
b. O motivo porque / por que o “eu” poético sofre relaciona-se também com a inacessibilidade da amada.

GRUPO III

Redija um texto expositivo, de 130 a 200 palavras, sobre a Crónica de D. João I.


O seu texto deve ter uma estrutura tripartida, de acordo com o seguinte plano:
• Introdução – identificação do autor, do assunto principal da crónica e do objetivo da mesma.
• Desenvolvimento:
− contexto sociopolítico que está na origem da crise de 1383-1385;
− breve caracterização de duas personagens intervenientes e referencia ao seu papel nos aconte-
cimentos relatados.
• Conclusão – retoma e confirmação das ideias apresentadas na introdução.

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64
GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia o excerto seguinte.

Vai Lianor Vaz por Pero Marques, e fica Pero Há homem empacho, má ora,5
Inês Pereira só, dizendo: quant’a dizer abraçar…
15 Depois que a eu usar
Andar1! Pero Marques seja. entonces poderá ser.
Quero tomar por esposo Inês (Não lhe quero mais saber,
quem se tenha por ditoso já me quero contentar...)
de cada vez que me veja.
5 Por usar de siso mero,2 Lia. Ora dai-me essa mão cá.
asno que me leve quero, 20 Sabeis as palavras, si?
e não cavalo folão3. Pero Ensinaram-mas a mi,
Antes lebre que leão, perém esquecem-me já...
antes lavrador que Nero4. Lia. Ora dizei como digo.
[…]
Vem Lianor Vaz com Pero Marques e diz Pero Soma, vós casais comigo,
Lianor Vaz:
25 e eu com vosco, pardelhas6!
10 Lia. No mais cerimónias agora; Não compre aqui mais falar.
abraçai Inês Pereira E quando vos eu negar
por mulher e por parceira. que me cortem as orelhas.
Lia. Vou-me, ficai-vos embora.

Gil Vicente, “Farsa de Inês Pereira”, in António José Saraiva (apresentação e leitura),
Teatro de Gil Vicente, ed. revista, Lisboa, Dinalivro, 1988, pp. 198-199.
____________
1adiante!; 2 para proceder com todo o juízo; 3 fogoso; 4 imperador romano que supostamente incendiou Roma; 5 sente-se um homem
atrapalhado, que diabo!; 6 (o mesmo que pardeos) interjeição “por Deus!”.

1. Contextualize o excerto na estrutura da obra a que pertence, justificando.

2. Indique dois aspetos que levam Inês Pereira a aceitar casar com Pero Marques, fundamentando
a sua resposta com citações textuais pertinentes.

3. Esclareça o sentido dos versos 8 e 9.

4. Baseando-se nas falas de Pero Marques, apresente três características da personagem que
permitam associá-la ao “asno” referido no verso 6.

5. Explicite a reação de Inês presente nos versos parentéticos (vv. 17-18), tendo em consideração a fala
de Pero Marques (vv. 13-16).

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65
GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia atentamente o seguinte texto.

A libertação das mulheres começou antes de Abril

Este livro de ensaios de Helena Vasconcelos faz aquilo que um livro de ensaios deve fazer: provo-
ca várias conversas, várias discussões, várias celebrações. Depois desta celebração, convoco agora
um tema para discussão. A autora diz que “a diferença entre as mulheres da minha geração e as que
nasceram pós-25 de Abril é abissal”. Ora, não tenho a menor dúvida em relação aos efeitos de Abril
5 sobre a condição feminina. Aliás, quando surge a conversa das conquistas de Abril, a primeira coisa que
me vem à cabeça é a emancipação feminina. Lá em casa, a minha mãe, ex-operária, ex-miss
e precursora do uso da minissaia, fazia questão de deixar isso bem claro.
Como diz a autora de Humilhação e glória, “quando comparadas com as nossas «irmãs» eu-ropeias”,
as mulheres portuguesas podem sentir orgulho por terem “percorrido um caminho bem árduo num
10 tempo mais curto”. Mas quando é que começou esse “caminho bem árduo”? Depois
de 74? Não, não me parece. Esse caminho começou a ser traçado pelas mulheres mais novas da geração
da minha mãe. La mia mamma é a mais nova, e sempre existiu um abismo geracional entre ela e as
irmãs. Aliás, a minha tia mais velha é como se fosse a minha terceira avó. A caçula, a minha mãe, era (e
é) de outro planeta. E percebe-se porquê: saiu de casa cedo para trabalhar numa fábrica.
15 As minhas tias só saíram de casa para “ir servir” ou para casar. Foram educadas para serem seres
domésticos. Por oposição, a minha mãe foi a primeira mulher urbana da família. Com o crescimento
brutal da economia registado nos anos 60 e com a consequente abertura à Europa, a sociedade
portuguesa mudou para sempre, porque as raparigas começaram a trabalhar em fábricas e lojas. Estas
raparigas dos anos 60 e inícios dos 70 foram as grandes revolucionárias, porque desafiaram a
20 autoridade do pai e do marido. Não queriam casar para sair de casa, queriam trabalhar para casa-
rem em pé de igualdade com o maridinho.
Abril não iniciou o processo de emancipação das mulheres portuguesas. O pós-74 continuou-o
e, acima de tudo, deu-lhe forma jurídica. A sociedade portuguesa tem mais continuidades do que
aquelas que nós, crentes na democracia, estamos dispostos a ver. E, quando recusamos ver essas
25 continuidades, acabamos por trair a geração que começou a fazer a mudança. […]
http://expresso.sapo.pt/blogues/Opinio/HenriqueRaposo/ATempoeaDesmodo/
a-libertacao-das-mulheres-comecou-antes-de-abril=f785384 (consultado em junho de 2017, adaptado).

1. De acordo com a obra Humilhação e glória, as mulheres lusas têm a grande vantagem de
(A) terem conquistado a emancipação antes das mulheres do resto da Europa.
(B) se terem emancipado em menos tempo do que as da restante Europa.
(C) terem tido o apoio dos homens ao longo do processo de emancipação.

2. A independência feminina em Portugal


(A) teve como principal agente a sua autonomia económico-laboral.
(B) deveu-se essencialmente ao 25 de Abril de 1974.
(C) implicou a submissão da mulher no casamento.

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66
3. O termo sublinhado no segmento “diz que” (l. 3) classifica-se como
(A) conjunção subordinativa consecutiva.
(B) pronome relativo.
(C) conjunção subordinativa completiva.

4. O segmento sublinhado em “quando surge a conversa das conquistas de Abril, a primeira coisa que
me vem à cabeça é a emancipação feminina” (ll. 5-6) desempenha a função sintática de
(A) complemento direto.
(B) sujeito simples.
(C) complemento indireto.

5. No contexto em que surge, o termo “precursora” (l. 7) pode ser substituído por
(A) opositora.
(B) adjuvante.
(C) pioneira.

6. Em “saiu de casa cedo para trabalhar numa fábrica” (l. 14), a oração sublinhada é subordinada
(A) adverbial final.
(B) substantiva completiva.
(C) adverbial consecutiva.

7. A oração sublinhada em “acabamos por trair a geração que começou a fazer a mudança” (l. 25)
classifica-se como subordinada
(A) substantiva completiva.
(B) adjetiva relativa restritiva.
(C) adjetiva relativa explicativa.

8. Indique o processo de formação do termo “ex-operária” (l. 6).

9. Refira a classe de palavras do termo sublinhado em “as grandes revolucionárias” (l. 19).

10. Transcreva o referente do pronome pessoal sublinhado em “O pós-74 continuou-o” (l. 22).

11. Reescreva no futuro simples do indicativo a forma verbal sublinhada em “O pós-74 […] deu-lhe
forma jurídica.” (ll. 22-23).

12. Indique a relação semântica estabelecida entre as palavras “revolucionária”, “mudança”,


“desafio” e “emancipação”.

GRUPO III

Escreva um texto expositivo, de 130 a 180 palavras, sobre o papel da mulher na sociedade atual, tendo
em consideração os vários domínios em que esta se emancipou.
Dê uma estrutura tripartida ao seu texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), apresentando uma
linguagem clara e o recurso a vocabulário adequado e diversificado.

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67
GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia o texto seguinte.

a este mote alheio:

Campos bem-aventurados, Já me vistes ledo ser,


tornai-vos agora tristes, mas despois que o falso Amor
que os dias em que me vistes tão triste me fez viver,
alegre são já passados. ledos folgo4 de vos ver,
25 porque me dobreis a dor.
Campos cheios de prazer, E se este gosto sobejo5
vós que estais reverdecendo, de minha dor me sentistes,
já me alegrei com vos ver; julgai quanto mais desejo
agora venho a temer as horas que vos não vejo
5 que entristeçais em me vendo. 30 que os dias em que me vistes.
E, pois a vista alegrais
dos olhos desesperados, O tempo, que é desigual,
não quero que me vejais, de secos, verdes vos tem;
para que sempre sejais porque em vosso natural
10 campos, bem-aventurados. se muda o mal para o bem
35 mas o meu para mor mal.
Porém, se por acidente1, Se perguntais, verdes prados,
vos pesar2 de meu tormento, pelos tempos diferentes
sabereis que Amor consente que de Amor me foram dados,
que tudo me descontente, tristes, aqui são presentes,
15 senão descontentamento. 40 alegres, já são passados.
Por isso vós, arvoredos,
que já nos meus olhos vistes
mais alegrias que medos,
Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado
se mos quereis fazer ledos3, por Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra,
20 tornai-vos agora tristes. Almedina, 2005 [1994], pp. 53-54.

____________
1 se por acaso; 2 magoar, compadecer; 3 alegres; 4 desejo, anseio; 5 crescente.

1. Classifique a composição poética, fundamentando a sua resposta com dois aspetos formais.

2. Com base na primeira glosa, mostre em que medida o estado de espírito do sujeito poético
se opõe à descrição da Natureza.

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68
3. Na segunda glosa, o “eu” lírico faz um pedido aos arvoredos. Indique-o, explicitando o seu
sentido.

4. Refira a razão que o “eu” poético apresenta para o seu estado de espírito presente, justificando
a sua resposta com expressões das duas últimas glosas.

5. Explique, considerando o tema da mudança, os efeitos da passagem do tempo tanto nos campos
como no sujeito poético.

GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia o seguinte texto.

A química da paixão

Quem não conhece aquele símbolo da paixão que traz a flecha do Cupido atravessando o cora-
ção? […] Na imagem, o alvo do deus alado é o coração […]; a seta, no entanto, atinge é a cabeça. […]
Havendo interesse por outra pessoa, a química provoca sintomas intensos e avassaladores em
todo o corpo. Os mais evidentes são o aumento da pressão arterial, da frequência respiratória e dos
5 batimentos cardíacos, a dilatação das pupilas, os tremores e o rubor, além da falta de apetite,
concentração, memória e sono. Tudo é provocado por alterações em regiões específicas, já identifi-
cadas pela ciência com a ajuda da ressonância magnética funcional e de outras tecnologias.
Uma das responsáveis pelas descargas de emoções para o coração e as artérias é a dopamina,
um neurotransmissor da alegria e da felicidade libertado pelo organismo para potenciar a sensa-
10 ção de que o amor é lindo. […] “O mecanismo cerebral é idêntico ao de se viciar em cocaína”, diz
o neurocientista Renato Sabbatini, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade
de Campinas. […]
Em pesquisas recentes, estruturas do cérebro chamadas núcleo caudado, área tegmentar ven-
tral e córtex pré-frontal mostraram-se mais ativadas em pessoas apaixonadas. São zonas ricas
15 justamente em dopamina e endorfina, um neurotransmissor com efeito semelhante ao da morfina.
Juntos, esses agentes estimulam os circuitos de recompensa, os mesmos que nos proporcionam
prazer em comer, quando sentimos fome, e em beber, quando temos sede. […]
A feniletilamina, parecida com a anfetamina, é outra molécula natural associada a essa ava-
lanche de transformações, assim como a noradrenalina, que contribui com a memória para novos
20 estímulos. Por isso, os apaixonados costumam lembrar-se da roupa, da voz e de atos triviais dos
seus amados. […]
Enquanto a maioria das substâncias químicas apresenta níveis mais elevados no auge da paixão,
a serotonina, que tem efeito calmante e nos ajuda a lutar contra o stress, diminui em cerca de 40%.
O índice foi observado no estudo da italiana Donatella Marazziti, da Universidade de Pisa. […]
25 O prazo de validade do efeito paixão varia de pesquisa para pesquisa. Sabbatini observa que o
fundamental é a paixão passar naturalmente, o que acontece em alguns meses, com o cérebro
descarregando menos dopamina e reduzindo as endorfinas. “No auge, as alterações químicas são
tão intensas e tão stressantes que, se durarem tempo demais, o organismo entra em colapso”, diz.

http://super.abril.com.br/comportamento/a-quimica-da-paixao
(consultado em junho de 2017, adaptado).

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69
1. Com o recurso à figura mítica de Cupido (com a sua seta), a autora pretende introduzir o tema
a desenvolver nos parágrafos seguintes,
(A) realçando a importância desse deus da mitologia greco-romana na forma como os humanos
se apaixonam.
(B) demonstrando o papel do coração no amor, quando é metaforicamente atingido pela seta do pequeno
deus.
(C) evidenciando a função do cérebro quando se está apaixonado por oposição ao tradicional papel
do coração.

2. Com base nos segundo e terceiro parágrafos, podemos concluir que as reações do nosso corpo no
processo de enamoramento
(A) são doentias e facilmente diagnosticadas com a medição da tensão arterial e a realização de uma
ressonância magnética.
(B) são causadas exclusivamente pela dopamina, uma substância química que atua no nosso organismo
do mesmo modo que a cocaína.
(C) são semelhantes às reações provocadas por várias substâncias aditivas, entre as quais a cocaína.

3. Lendo os quarto e quinto parágrafos, percebe-se que “estar apaixonado”


(A) constitui um estado semelhante ao que ocorre aquando da satisfação das necessidades básicas
do ser humano.
(B) funciona como um prémio pelo afeto do outro, mesmo que aquele que ama não seja correspondido.
(C) é completamente diferente de outros estados fisiológicos experimentados, por exemplo, quando
estamos com fome ou com sede.

4. A autora conclui o seu artigo sugerindo-nos que


(A) a visão romântica de que se pode morrer de paixão não é absurda.
(B) viver os efeitos da paixão a longo prazo é natural e salutar.
(C) o prazo de validade e a intensidade do amor varia de pessoa para pessoa.

5. Em “a seta, no entanto, atinge é a cabeça” (l. 2), o conector empregue tem valor de
(A) adição.
(B) oposição.
(C) causa.

6. Na frase “é a dopamina, um neurotransmissor da alegria e da felicidade libertado pelo orga-nismo


para potenciar a sensação de que o amor é lindo” (ll. 8-10) existe uma oração subordinada
(A) adverbial causal.
(B) adjetiva relativa.
(C) adverbial final.

7. Em “é outra molécula natural associada a essa avalanche de transformações” (ll. 18-19) o consti-
tuinte sublinhado é uma
(A) personificação.
(B) metáfora.
(C) comparação.

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70
8. Refira a função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado em “já identificadas
pela ciência” (ll. 6-7).

9. Identifique o processo de formação da palavra “pré-frontal” (l. 14).

10. Indique o antecedente do termo sublinhado em “que contribui com a memória para novos
estímulos” (ll. 19-20).

11. Classifique a oração introduzida por “que” na frase “Sabbatini observa que o fundamental
é a paixão passar naturalmente” (ll. 25-26).

12. Transcreva a oração subordinada adverbial condicional presente no último período do texto.

GRUPO III

Escreva um texto expositivo, de 150 a 200 palavras, em que se refira à experiência pessoal e amorosa
na lírica camoniana, relacionando-a com a representação da amada e da Natureza.
Dê uma estrutura tripartida ao seu texto (introdução, desenvolvimento e conclusão), apresentando uma
linguagem clara e o recurso a vocabulário adequado e diversificado.

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71
GRUPO I

Responda às questões..

1. Tendo em consideração o estudo feito da Farsa de Inês Pereira, associe cada elemento da
coluna A a um segmento da coluna B, de modo a obter afirmações verdadeiras.

Coluna A Coluna B

[A] A mãe de Inês mostra-se [1] a carta do primeiro pretendente de Inês.

[B] Inês, por sua vez, considera-se [2] e apresentam o Escudeiro a Inês.

[C] A mãe aconselha Inês [3] desajeitado, ignorante e pouco dado ao amor.

[D] Lianor Vaz é uma alcoviteira que traz [4] vítima das exigências e preconceitos sociais.

[E] Pero Marques demonstra ser [5] o verdadeiro estado social do seu amo.

[F] Os dois judeus são oportunistas [6] a não se precipitar com o casamento.

[G] O escudeiro Brás da Mata revela-se [7] adulador, falso e com duplo caráter.

[H] O Moço acaba por revelar [8] representar os falsos elementos do clero.

[9] crítica em relação ao comportamento da filha.


[I] Os dois pretendentes de Inês
contrastam
[10] perceber que Lianor Vaz é uma mulher muito fiel.

[11] em termos sociais e culturais.


[J] O Ermitão é a personagem que
permite
[12] entusiasmada com a decisão da filha.

2. Complete o excerto, servindo-se dos termos apresentados abaixo, de modo a obter um texto
expositivo sobre Gil Vicente, a sua obra e o contexto em que viveu.

publicadas rei sociedade 1502 D. Manuel


Monólogo do vaqueiro cinquenta reinado Leonor rir

Gil Vicente apresentou a sua primeira peça, a. ____________, a 7 de junho de b. ____________, à rainha Dona
c. ____________. Continuou a escrever sob a proteção da rainha até à morte desta, e prosseguiu a
sua criação dramática ao serviço do rei d. ____________. Em 1522, o autor dos autos continuou a gozar
da mesma confiança sob o e. ____________ de D. João III. Sabe-se que o f. ____________ continuou a apoiá-lo
financeiramente. O dramaturgo escreveu cerca de g. ____________ peças de teatro, de natureza diversa,
h. ____________ postumamente na já referida Copilaçam de todalas obras de Gil Vicente. Entre outros
objetivos, Gil Vicente pretendia criticar a i. ____________, através da paródia, nem sempre satírica, de
variados tipos sociais, e ao mesmo tempo fazer j. ____________.

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72
B

Leia o excerto seguinte.

O Escudeiro, vendo cantar a Inês Pereira, mui


agastado lhe diz:

Vós cantais, Inês Pereira? Inês Que pecado foi o meu?


Em vodas m’andáveis vós? Porque me dais tal prisão?
Juro ao Corpo de Deos 30 Esc. Vós buscastes descrição,
que esta seja a derradeira! que culpa vos tenho eu?
5 Se vos eu vejo cantar, Pode ser maior aviso3,
eu vos farei assoviar… maior descrição e siso4
Inês Bofé1, senhor meu marido, que guardar eu meu tisouro?
se vos disso sois servido, 35 Não sois vós, mulher, meu ouro?
bem o posso eu escusar. Que mal faço em guardar isso?
10 Esc. Mas é bem que o escuseis,
e outras cousas que não digo! Vós não haveis de mandar
Inês Porque bradais vós comigo? em casa somente um pelo.
Esc. Será bem que vos caleis. Se eu disser: – isto é novelo –
E mais, sereis avisada 40 havei-lo de confirmar.
15 que não me respondais nada, E mais quando eu vier
em que2 ponha fogo a tudo, de fora, haveis de tremer;
porque o homem sesudo e cousa que vós digais
traz a mulher sopeada. não vos há de valer mais
45 que aquilo que eu quiser.
Vós não haveis de falar
20 com homem, nem mulher que seja
nem somente ir à igreja
não vos quero eu leixar.
Já vos preguei as janelas,
por que vos não ponhais nelas.
25 Estareis aqui encerrada Gil Vicente, “Farsa de Inês Pereira”, in António José Saraiva
nesta casa, tão fechada (apresentação e leitura), Teatro de Gil Vicente, ed. revista,
como freira de Oudivelas. Lisboa, Dinalivro, 1988, p. 177.

____________
1 por minha fé, na verdade
2 mesmo que
3 prudência

4 juízo, sensatez

3. Apresente três traços caracterizadores do Escudeiro, fundamentando as suas afirmações com


expressões textuais.

4. Esclareça o sentido das primeiras três interrogações que se encontram presentes a partir
do verso 30.

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73
Leia atentamente o poema.

Leda serenidade deleitosa,


que representa em terra um paraíso;
entre rubis e perlas doce riso,
debaixo d’ouro e neve, cor de rosa;

5 presença moderada e graciosa,


onde ensinando estão despejo1 e siso2
que se pode por arte e por aviso,
como por natureza, ser fermosa;

fala de quem a morte e a vida pende,


10 rara, suave; enfim, Senhora, vossa;
repouso nela alegre e comedido3;

estas as armas são com que me rende


e me cativa Amor; mas não que possa
despojar-me4 da glória de rendido.

Luís de Camões, Rimas (texto estabelecido e prefaciado por


Álvaro J. da Costa Pimpão), Coimbra, Almedina, 2005 [1994], p. 139.

____________
1 audácia
2 prudência, juízo
3 discreto, controlado

4 não se importar com, rejeitar

5. Classifique, a nível formal, a composição poética, justificando a sua resposta.

6. Descreva, por palavras suas, a mulher presente no poema, comprovando as suas afirmações
com expressões textuais.

7. Identifique o recurso expressivo presente em “entre rubis e perlas” (v. 3), explicitando o seu
sentido.

GRUPO II

Responda às questões.

1. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelos segmentos linguísticos sublinhados


nas frases.
a. Camões, o príncipe dos poetas, viveu no seculo XVI.
b. O poeta foi influenciado por Petrarca.
c. O poeta é quem celebra a magia da Natureza.
d. Os críticos literários consideram Luís de Camões o grande poeta da língua portuguesa.
e. Camões esforça-se por nos narrar a alma lusitana.

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74
2. Transforme as palavras sublinhadas em orações subordinadas adjetivas relativas.
a. Camões escreve sonetos maravilhosos.
b. Nas rimas lidas em aula predomina um lirismo inigualável.

3. Obtenha frases complexas, unindo os pares de frases simples, de acordo com o valor lógico
indicado.
a. Camões foi obrigado a partir para a Índia. Envolveu-se em situações complicadas. (causal)
b. Camões chegou à Índia. Nesse país, Camões descobriu que as fraquezas humanas eram iguais
às dos europeus. (temporal)

4. Selecione, de entre cada par apresentado, a opção correta.


a. Camões viveu há / à quatro séculos, mas muito do que escreveu continua atual.
b. A vivencia / vivência do amor doloroso continua a ser uma temática constante na poesia dos séculos
XX e XXI.

GRUPO III

O texto em verso faz parte do nosso quotidiano e entra nas nossas casas, no carro, no local de trabalho
ou em qualquer outro espaço através de canções que nos tocam de muitas maneiras e que ficam gravadas
na memória do nosso coração.
Num texto de apreciação crítica, de 120 a 180 palavras, apresente um tema musical que o tenha marcado,
apreciando-o positivamente e referindo os seguintes aspetos:
− título da musica e do álbum a que pertence;
− cantor(a)/grupo musical que a interpreta;
− tema explorado;
− estilo musical;
− versos do tema musical com que mais se identifica;
− justificação pela sua preferência.

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75
GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia atentamente as seguintes estâncias de Os Lusíadas, retiradas do canto IX.

88 90
Assi a fermosa e a forte companhia Que as imortalidades4 que fingia5
O dia quási todo estão passando A antiguidade, que os Ilustres ama,
Nũa alma1, doce, incógnita alegria, Lá no estelante6 Olimpo, a quem subia
Os trabalhos tão longos compensando. Sobre as asas ínclitas da Fama,
Porque dos feitos grandes, da ousadia Por obras valerosas que fazia,
Forte e famosa, o mundo está guardando Pelo trabalho imenso que se chama
O premio lá no fim, bem merecido, Caminho da virtude, alto e fragoso7,
Com fama grande e nome alto e subido. Mas, no fim, doce, alegre e deleitoso,

89 91
Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas, Não eram senão prémios que reparte,
Tétis2 e a Ilha angélica pintada, Por feitos imortais e soberanos,
Outra cousa não é que as deleitosas O mundo cos varões que esforço e arte
Honras que a vida fazem sublimada. Divinos os fizeram, sendo humanos.
Aquelas preminências gloriosas, Que Júpiter, Mercúrio, Febo8 e Marte,
Os triunfos, a fronte coroada Eneas e Quirino9 e os dous Tebanos10,
De palma e louro, a glória e maravilha3, Ceres, Palas e Juno com Diana,
Estes são os deleites desta Ilha. Todos foram de fraca carne humana.

Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de A. J. Costa Pimpão),


4.a ed., Lisboa, Instituto Camões – Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000, p. 409.

____________
1 reconfortante, santa; 2 deusa do mar, esposa do Oceano; 3 admiração; 4 condição de imortal; 5 inventava; 6 constelado;
7 pedregoso; 8 Apolo; 9 Rómulo; 10 Hércules e Baco.

1. Estas estâncias inserem-se no episódio da “Ilha dos Amores”. Demonstre que os navegadores
portugueses são merecedores desta ilha, tendo em conta a estância 88.

2. Refira o caráter ficcionado da ilha, baseando-se na descrição presente na estância 89.

3. Explicite o teor da reflexão do poeta, existente nas estâncias 89 a 91, fundamentando a resposta
com elementos textuais pertinentes.

4. Indique um recurso expressivo presente nos dois últimos versos da estância 90, explicitando
o seu valor.

5. Comente a expressividade da enumeração nos versos 5 a 7 da estância 91.

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76
GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia o texto seguinte.

O autor desta quase literal adaptação de Os Lusíadas reconhece – apesar do respeito, do cuidado
e do carinho que pôs na delicadíssima tarefa – que ela é de qualquer modo sacrílega.
Não se toca numa obra de génio, para a apresentar simplificada aos olhos do público, sem a tris-
te e aliás inevitável sensação de amarfanhar a sua beleza, de corromper e desfolhar o seu encanto
5 radioso.
Não me pejo de confessar que estive constantemente angustiado, que sofri contínuos e sérios
remorsos, enquanto procurava interpretar, em prosa corrente e fácil, a grandeza, a majestade épica
de Os Lusíadas.
Insisti e teimei em fazê-lo, não por gosto e deleite no trabalho, mas porque este me pareceu
10 necessário, urgente e – perdoe-se-me o orgulho – sinceramente patriótico.
É costume dizer-se que Os Lusíadas são a Bíblia da Pátria, ou, menos retoricamente, o livro
nacional por excelência. De facto. Mas essa Bíblia, esse livro intrinsecamente nacional, só tomam
contacto com ele – quando o tomam… – os alunos dos liceus, a partir do meio do seu curso, e os
adultos.
15 As crianças não o leem, não o podem ler – as crianças que, por muito pouco que entendam
o francês, encontram nessa língua edições, à sua escala e medida, da própria Odisseia.
Não será tempo de oferecer-lhes uma singela, embora imperfeita adaptação da nossa Odisseia
– Odisseia real, e não apenas imaginária, e, mesmo por isso, mais do que a outra maravilhosa – para
que ao menos se lhes tornem familiares o povo, os heróis, os acontecimentos notáveis e celebrados
20 por Luís de Camões e que são glória imorredoira da nossa terra?

João de Barros (adaptação em prosa),


Os Lusíadas de Luís de Camões contado às crianças
e lembrado ao povo (prefácio), Lisboa, Sá da Costa Editora, 2009, pp. 7-8.

1. O autor deste prefácio reconhece que a adaptação de Os Lusíadas foi


(A) uma tarefa fácil e aprazível.
(B) um gesto patriótico.
(C) um trabalho fracassado.

2. Esta adaptação de Os Lusíadas é uma obra escrita


(A) em verso, com uma linguagem corrente e fácil.
(B) em prosa, num estilo grandioso e bíblico.
(C) numa linguagem acessível a um público infantil.

3. Na opinião do autor, as crianças devem conhecer Os Lusíadas porque é uma obra


(A) tão maravilhosa como a Odisseia.
(B) que contém apenas feitos reais.
(C) que celebra a grandeza da Pátria.

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77
4. Os travessões na linha 10
(A) introduzem o discurso direto.
(B) acrescentam informação adicional.
(C) introduzem uma citação.

5. O termo “desfolhar” (l. 4), neste contexto, significa


(A) arrancar as folhas.
(B) ler a obra.
(C) diminuir a beleza.

6. Na expressão “Os Lusíadas são a Bíblia da Pátria” (l. 11) está presente uma
(A) metáfora.
(B) comparação.
(C) enumeração.

7. A oração sublinhada em “É costume dizer-se que Os Lusíadas são a Bíblia da Pátria, ou, menos
retoricamente, o livro nacional por excelência” (ll. 11-12) classifica-se como subordinada
(A) adverbial consecutiva.
(B) substantiva completiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.

8. Identifique a função sintática desempenhada pela expressão sublinhada em “Não se toca


numa obra de génio” (l. 3).

9. Indique o referente do pronome sublinhado na expressão “para a apresentar simplificada aos


olhos do público” (l. 3).

10. Refira o tempo e o modo da forma verbal “estive” (l. 6).

11. Indique a classe e a subclasse do termo sublinhado no segmento “mas porque este me pareceu
necessário, urgente” (ll. 9-10).

12. Classifique a oração “para que ao menos se lhes tornem familiares o povo, os heróis, os acon-
tecimentos notáveis e celebrados por Luís de Camões” (ll. 18-20).

GRUPO III

Escreva um texto de apreciação crítica, de 120 a 150 palavras, no qual apresente o seu ponto de vista
sobre a leitura de Os Lusíadas.
Obedeça às seguintes orientações:
• Introdução – apresentação e caracterização sumária do objeto (Os Lusíadas: planos narrativos,
matéria épica).
• Desenvolvimento – comentário crítico da obra, com apresentação de argumentos (importância
para a nação portuguesa).
• Conclusão – síntese geral das ideias e apelo à leitura ou ao estudo da obra.

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78
GRUPO I

Apresente as suas respostas de forma bem estruturada.

Leia com atenção o texto.

Passados três dias, em que continuamente se deu à bomba, começou enfim a abonançar a procela.
Dos pedaços da ponte que o mar abatera, e de três remos do batel que escaparam do estrago,
trataram logo de improvisar um mastro e armaram nele uma velazinha.
Os nossos, então, pensaram em dar cabo dos estrangeiros. Jorge de Albuquerque dissuadiu-os
5 disso. No estado em que estavam, o único remédio era a nau dos corsários. Se ela escapara, trataria
decerto de demandar a nossa, por causa dos Franceses que nela iam; e vindo-os buscar, e não os
achando, decerto matariam os Portugueses todos. Lembrou-lhes também que já não tinham água,
nem vinho, nem mantimento algum, e só podiam esperar o que os Franceses lhes dessem.
Assim discutiam, travando razões, quando deram vista da nau francesa. Fizeram-lhes fogos. Ela
10 acudiu, desbaratada também, mas não destroçada como estava a nossa.
Tendo sabido que a nossa gente se quisera levantar contra os Franceses, e que Jorge de Albu-
querque se opusera a tal, mostraram-se gratos os compatriotas daqueles. Ofereceram-se para o le-
var consigo, e mais três portugueses que ele indicasse; deixá-los-iam desembarcar na primeira ter-
ra que tomassem, se assim desejava. Jorge de Albuquerque agradeceu-lhes muito: mas que muito
15 mais lhes agradeceria se quisessem levá-los a todos eles, pois jamais desampararia a sua gente,
e em tal transe. O destino dos outros seria o seu. Responderam os Franceses que não podiam.
Dois dias depois, aquietava o tempo. Os corsários, aproveitando a bonança, trataram de des-
carregar a “Santo António” das muitas mercadorias que nela vinham, e que haviam escapado do
furacão ou do alijar de carga que se havia feito. Até despojaram alguns portugueses dos próprios
20 fatos que traziam vestidos. […]
Negaram-se a prover os desgraçados de algumas coisas que precisavam, como enxárcias, ante-
nas, velas; a muito rogo, deram-lhes dois sacos de biscoito podre; e na segunda-feira, 17 de setem-
bro, afastou-se a nau deles a todo o pano, e foi-se esbatendo na atmosfera turva.

História trágico-marítima – narrativa de naufrágios da época dos Descobrimentos (adaptação de António Sérgio
e ilustrações de André Letria), Lisboa, Sá da Costa Editora, edição Expresso, 2008, pp. 137-139.

1. Identifique duas consequências da tempestade que assolou a nau Santo António, fundamentando
a resposta com expressões do texto.

2. Refira um dos argumentos apresentados por Jorge de Albuquerque Coelho para não atacarem
os franceses que estavam na nau.

3. Explicite o motivo que levou o capitão a não aceitar a proposta dos franceses.

4. Indique duas características de Jorge de Albuquerque Coelho, tendo em conta a sua atitude neste
excerto. Fundamente a sua resposta com expressões textuais.

5. Justifique as ações levadas a cabo pelos franceses, no final do excerto.

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79
GRUPO II

Responda às questões. Na resposta aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta.

Leia atentamente o texto.

Inventar-se no Equador

Viajar serve também para perceber quem somos, o que nos diferencia, o que nos pertence e, pelo
contrário, o que é apenas tomado de empréstimo de outros. Pergunto-me que revelação será para
um francês comer os queijos italianos e beber os vinhos sul-africanos: “Afinal, não somos os
melhores do mundo”, terá ele de concluir. Se tiver capacidade para isso.
5 Um dos lugares-comuns que nós, os portugueses, temos sobre nós próprios é que somos uma
nação de poetas. Talvez sim, mas não mais do que os chilenos, com dois poetas distinguidos com
o prémio Nobel; ou do que os italianos, com outros dois Nobel e provavelmente o maior poeta de
todos os tempos, Dante; não para os ingleses, que dizem isso de Shakespeare. Os húngaros con-
sideram os seus poetas heróis nacionais e os chineses cultivam a poesia há milénios, e os persas,
10 já que lhes é proibido o vinho, escrevem poesia que o exalta.
Mas não quero falar desse lugar-comum. Interessa-me hoje outro: o de que nós, os portugueses,
somos extremamente criativos e desenrascados, que sabemos sempre dar a volta ao bico do prego,
que temos uma capacidade acima da média internacional para inventar soluções para os problemas
que nos afligem. Uma voltinha pelo Equador, esse país com um pé em cada hemisfério e a cabeça
15 acima das nuvens, faz-me pensar que não há nada como viajar para questionar certos lugares-
-comuns nacionais.
Passear a pé pelas ruas de Quito, a capital da nação sul-americana, ou de Guayaquil, o seu mo-tor
económico, é revelador. Nunca vi em Portugal nada que se assemelhe à enorme inventividade,
imaginação e esperteza desta gente desesperada por chegar ao fim do dia com algo na barriga. Bem se
20 diz que a necessidade aguça o engenho, e o engenho dos equadorenhos é notável.
Cada esquina, cada semáforo, cada arcada apresenta uma nova solução para o velho problema
de ganhar a vida. Inventa-se em todo o lado uma ocupação, uma fonte de rendimentos, um modo de
arranjar uns trocos. O nível de receitas é quase sempre mínimo, e pergunto-me como é possível
viver com tão pouco. Mas é uma pergunta banal, típica de um europeu que observa a vida dos sul-
25 -americanos. Eles perguntariam como podemos viver nós com tanto, e perguntariam, sobretudo:
Para quê?

Gonçalo Cadilhe, Encontros marcados, Lisboa,


Clube do Autor, SA, 2011, pp. 39-40.

1. De acordo com o conteúdo dos dois primeiros parágrafos, os portugueses


(A) têm razão para se acharem superiores, a nível da literatura.
(B) possuem o mesmo valor que outros povos, em termos literários.
(C) receberam o mesmo número de prémios Nobel da Literatura que os chilenos.

2. Segundo o conteúdo do terceiro parágrafo, há uma outra característica dos portugueses que
(A) deve ser questionada.
(B) salienta a sua supremacia.
(C) os diferencia dos outros povos.

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80
3. A ideia de que os portugueses são criativos e desenrascados
(A) é comprovada nos dois últimos parágrafos do texto.
(B) é comparável à dos equadorenhos de Quito.
(C) é questionável, quando se passeia pela capital do Equador.

4. A pergunta que finaliza o texto


(A) critica o modo de viver dos sul-americanos.
(B) revela o modo de pensar dos sul-americanos.
(C) aproxima europeus e sul-americanos.

5. O vocábulo “lugar-comum” (l. 11), quanto à sua formação, exemplifica um processo de


(A) composição. (B) truncação. (C) empréstimo.

6. A oração “que revelação será para um francês” (ll. 2-3) classifica-se como subordinada
(A) adverbial consecutiva.
(B) substantiva completiva.
(C) adjetiva relativa restritiva.

7. O grupo nominal sublinhado em “somos uma nação de poetas” (ll. 5-6) desempenha a função
sintática de
(A) complemento direto. (B) complemento oblíquo. (C) predicativo do sujeito.

8. Identifique a função sintática do constituinte que se encontra sublinhado em “Os húngaros


consideram os seus poetas heróis nacionais” (ll. 8-9).

9. Classifique a oração sublinhada em “e os persas, já que lhes é proibido o vinho, escrevem poesia
que o exalta” (ll. 9-10).

10. Identifique o referente do pronome “nos” em “que nos afligem” (l. 14).

11. Indique a relação semântica que se estabelece entre “Equador” (l. 14) e “país” (l. 14).

12. Indique a subclasse do verbo sublinhado em “pergunto-me como é possível viver com tão
pouco” (ll. 23-24).

GRUPO III

Escreva um texto expositivo, de 120 a 150 palavras, no qual exponha as vantagens e desvantagens
dos Descobrimentos portugueses.
Tenha em atenção os seguintes tópicos:
• Introdução – caracterização dos Descobrimentos portugueses.
• Desenvolvimento – vantagens e desvantagens dos Descobrimentos: exemplificação com obras
literárias ilustrativas.
• Conclusão – síntese geral das ideias e fecho do texto.

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81
GRUPO I

Responda às questões.

1. Tendo em conta o estudo de Camões e da época em que viveu, associe cada elemento da coluna A
a um segmento da coluna B, de modo a obter informações verdadeiras.

Coluna A Coluna B

[A] Camões viveu [1] Os Lusíadas.

[B] O rei D. Sebastião concedeu-lhe [2] que o poeta tinha uma formação cultural profunda.

[C] Em 1572, Camões publica [3] uma pensão de 15 000 reais por ano.

[D] Provavelmente, o poeta morre [4] um prémio pela sua obra.

[E] Pelas referências culturais [5] em 1580.


e literárias presentes na
sua obra, pode inferir-se [6] é uma informação tida como certa.

[7] o género privilegiado para a glorificação de um herói.


[F] A presença de Camões em África
e no Oriente é
[8] mais os mitos do que as certezas.

[G] Na época em que Camões viveu, a epopeia era [9] oficialmente o dia de Camões e de Portugal.

[H] Sobre a vida de Camões são [10] pelos avanços científicos e tecnológicos.

[I] O século XVI foi marcado [11] no reinado de D. Manuel.

[J] O dia 10 de junho é considerado [12] nos reinados de D. João III e D. Sebastião.

2. Complete com os termos apresentados, de modo a obter um texto expositivo sobre Os Lusíadas.

Viagem desprezo autobiográfico Proposição Mitológico


narrativo Dedicatória épico dez reflexões

Os Lusíadas é um poema a. _______________, dividido em b. _______________ cantos e constituído por


quatro partes: c. _______________, Invocação, d. _______________ e Narração. Estrutura-se, ainda, em quatro
planos: e. _______________, História de Portugal, f. _______________ e Considerações do Poeta. Neste último plano,
não g. _______________, o poeta tece h. _______________ sobre a Pátria do seu tempo, criticando
e lamentando o estado de decadência em que esta se encontrava. Este plano tem também um caráter
i. _______________, já que o autor-narrador apresenta factos da sua vida, como o j. _______________ que a Pátria
demonstrou pelo seu talento e pela sua obra.

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82
B

Leia atentamente as estâncias retiradas do canto X de Os Lusíadas.

144 145
Assi foram cortando o mar sereno, Nô1 mais, Musa, nô mais, que a Lira2 tenho
Com vento sempre manso e nunca irado, Destemperada3 e a voz enrouquecida,
Até que houveram vista do terreno E não do canto, mas de ver que venho
Em que naceram, sempre desejado. Cantar a gente surda e endurecida.
Entraram pela foz do Tejo ameno, O favor4 com que mais se acende o engenho5
E à sua pátria e Rei temido e amado Não no dá a pátria, não, que está metida
O prémio e glória dão por que mandou, No gosto da cobiça e na rudeza
E com títulos novos se ilustrou. Dũa austera6, apagada e vil7 tristeza

Luís de Camões, Os Lusíadas (leitura, prefácio e notas de A. J. Costa Pimpão),


4.a ed., Lisboa, Instituto Camões – Ministério dos Negócios Estrangeiros, 2000, p. 476.

____________
1 não; 2 instrumento musical associado à poesia; 3 desafinada; 4 aplauso; 5 talento; 6 sombria; 7 repugnante, infame.

3. Justifique a inserção da estância 144 no plano da Viagem de Os Lusíadas, fundamentando


a resposta com elementos textuais.

4. Atente na estância 145. Explicite os lamentos do Poeta presentes nos quatro primeiros versos.

Leia atentamente este excerto retirado do Capítulo V da História trágico-marítima.

Jorge de Albuquerque, antes de tudo, satisfez largamente o senhorio da barca e os que o haviam
ajudado no salvamento. Desembarcou em Belém com alguns companheiros, e dirigiu-se em roma-
ria a Nossa Senhora da Luz, pelo caminho de Nossa Senhora da Ajuda. Já os seus amigos e parentes
tinham tido notícia de que chegara; e D. Jerónimo de Moura, seu primo, e muitas outras pessoas
5 amigas suas, trataram logo de o ir buscar. Sabendo que desembarcara e que caminho levara, segui-
ram para ali imediatamente, encontrando-se com o grupo dos que o acompanhavam. Saudou-os
então D. Jerónimo de Moura, inquirindo se eram eles, os do grupo, os que com Jorge de Albuquerque
se tinham salvo. E confirmando eles que de facto o eram, perguntou D. Jerónimo:
– E Jorge de Albuquerque? Vai adiante? Fica atrás? Ou tomou por outro caminho?
10 Jorge de Albuquerque, que se achava ali mesmo diante dele, lhe respondeu:
– Senhor, Jorge de Albuquerque não vai adiante, nem fica atrás, nem tomou por outro caminho.
Cuidando D. Jerónimo que zombava, quase se houve por desconfiado, e lhe disse que não grace-
jasse, e respondesse à pergunta.
E Jorge de Albuquerque:
15 – Senhor D. Jerónimo: se vísseis Jorge de Albuquerque, conhecê-lo-íeis?
– Decerto.
– Pois sou eu, Jorge de Albuquerque! E vós sois meu primo, D. Jerónimo, filho de D. Isabel, minha
tia. Julgai dos trabalhos por que passei!
Só havia um ano que não se viam.
História trágico-marítima – narrativa de naufrágios da época dos Descobrimentos (adaptação de António Sérgio
e ilustrações de André Letria), Lisboa, Sá da Costa Editora, edição Expresso, 2008, pp. 145-146.

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83
5. Identifique o momento da viagem a que corresponde este excerto, exemplificando com expres-
sões textuais.

6. Explicite a intenção da tripulação ao dirigir-se em romaria à Nossa Senhora da Luz.

7. Explique o motivo pelo qual D. Jerónimo de Moura não reconheceu Jorge de Albuquerque.

GRUPO II

Responda às questões.

1. Identifique as funções sintáticas desempenhadas pelos constituintes sublinhados nas frases.


a. Os marinheiros passaram por vários perigos ao longo da viagem.
b. Diz-se que Camões terá estudado em Coimbra.
c. Há quem considere Camões o maior poeta de língua portuguesa.
d. A poesia de Camões é sublime.

2. Indique a relação semântica estabelecida entre os elementos sublinhados em cada frase.


a. Ao chegar a Portugal, Jorge de Albuquerque encontrou dois tipos de embarcações: uma caravela
e uma barca pequenina, mas só a tripulação desta última veio em seu auxílio.
b. Ao longo da viagem, Jorge de Albuquerque e a sua tripulação foram assolados por uma tempestade
que transformou o dia em noite.

3. Transforme cada par de frases simples numa frase complexa, de acordo com o valor lógico
indicado entre parênteses. Proceda às modificações necessárias.
a. Muitos portugueses partiram para a Índia em busca de riqueza. Os portugueses sabiam os perigos
que enfrentavam. (concessão)
b. Camões escreveu Os Lusíadas. Os feitos dos portugueses foram imortalizados. (fim)

4. Selecione, de entre cada par apresentado, a opção correta.


a. Jorge de Albuquerque Coelho e os outros marinheiros quando chegaram / chegarão a Portugal
estavam irreconhecíveis.
b. O capitão da nau Santo António afirmou: “É necessário que as pessoas viagem / viajem muito por
mar para compreenderem o que nós passámos”.

GRUPO III

Escreva um texto expositivo, de 150 a 180 palavras, comparando a viagem à Índia descrita
n’Os Lusíadas e a viagem de Jorge Albuquerque na nau Santo António, atendendo a:
− objetivo(s) da viagem;
− percurso efetuado;
− perigos e obstáculos enfrentados;
− condições de regresso à Pátria.

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1. Associe cada elemento da coluna A ao segmento que lhe corresponde, na coluna B, de modo a
obter informações acerca do conteúdo do filme visionado.

Coluna A Coluna B

[A] A ação passa-se no século XIII, [1] de devolver a espada a seu pai, Sir Walter Loxley.

[B] O rei Ricardo Coração de Leão [2] morre nessa funesta batalha.

[C] Robin Hood e os seus companheiros [3] num símbolo de liberdade para o seu povo.

[D] Um nobre cavaleiro, moribundo, [4] em França, na última batalha travada pelo rei Ricardo
incumbe Robin Coração de Leão.

[E] Quando chega a Inglaterra, Robin [5] prepara uma conspiração na corte, juntamente com
depara-se o rei de França.

[F] Os mais jovens refugiam-se


[6] fazem-se passar por cavaleiros, levando secretamente
na floresta de Sherwood, com
para Inglaterra a coroa do rei.
conhecimento das suas famílias,

[G] Sir Walter Loxley está velho e cego, [7] ao tentar unir os barões do Norte.

[H] Para proteger a nora, agora viúva, [8] de modo a não serem capturados pelo xerife
e o seu património, o ancião de Nottingham.

[9] propõe a Robin que assuma a identidade


[I] Entretanto, o conselheiro do rei João
do seu falecido filho.

[J] É nesta conspiração que Robin tem [10] com uma nação devastada, sem homens válidos
um papel preponderante, para os trabalhos agrícolas.

[11] sendo auxiliado na administração do seu pequeno


[K] No final deste filme, o herói torna-se
feudo pela sua nora, Marion.

(a partir de http://www.cinema7arte.com/site/?p=1676, consultado em junho de 2017)

[A] − ___; [B] − ___; [C] − ___; [D] − ___; [E] − ___; [F] − ___;
[G] − ___; [H] − ___; [I] − ___; [J] − ___; [K] − ___.

2. Complete o seguinte texto com dados da ficha técnica do filme visionado.

Robin Hood foi realizado em a. _______________, por b. _______________, que convidou c. _______________
para criar o argumento. É um épico, protagonizado pelo ator d. _______________, no papel do herói proscrito.
A intriga não obedece à história que nós conhecemos, a começar logo pelo estatuto de
Robin, um soldado inglês que assume a identidade de um nobre cavaleiro moribundo, Robert Loxley
(e. _______________), e que, a pedido do pai de Robert, Sir Walter Loxley (f. _______________), casa com
a belíssima viúva Marion Loxley (g. _______________).

3. Refira três acontecimentos/factos presentes no filme que remetam para o contexto religioso
e sociopolítico da Idade Média.
__________________________________________________________________________________________________________________________

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86
1. Visualize o filme, preenchendo a tabela que se segue.

1. Ficha técnica

a. Título

b. Realizador

c. Atores principais

d. Género

e. Data de estreia

f. Prémios

2. Protagonista(s) e sua breve caracterização social, física e psicológica

3. Três espaços e respetivos acontecimentos

4. Realidades sociais, políticas e religiosas características da Idade Média

5. Comentário crítico

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CENÁRIOS DE RESPOSTA FICHA 3 – EXPOSIÇÃO SOBRE UM TEMA (pp. 16-17)
1. (C); 2. (A); 3. (B); 4. (D).
FICHAS DE LEITURA
5. Na Antiguidade, a pintura era encarada como qualquer outro tra-
FICHA 1 – RELATO DE VIAGEM (pp. 12-13) balho e era executada por artesãos, sob encomenda. Por seu lado,
1. (B); 2. (C); 3. (D); 4. (B). a pintura renascentista passou a ser vista como a expressão do modo
5. A descrença deve-se ao facto de o enunciador viajar bastante e de sentir do seu criador e diversificou a temática, incluindo aspetos
poder constatar, in loco, que nem tudo o que se disse ou se escreveu profanos, não se limitando apenas aos de caráter sagrado.
corresponde à verdade, e que afinal os dogmas e os mitos dos outros 6. As mudanças verificaram-se em diversos domínios. Por um lado,
são tão válidos quanto os nossos. o desenvolvimento social e económico − as trocas comerciais e a
6. A perplexidade ou estranheza do enunciador relativamente à ascensão da burguesia − que possibilitou o crescimento das cidades e,
situação dos portugueses deve-se à constatação de já não estarem por outro lado, o facto de se começar a dar mais importância ao
presentes os fatores que, outrora, os fizeram dar “novos mundos ao indivíduo.
mundo”. A iniciativa e a coragem que caracterizaram o povo lusitano 7. As navegações permitiram o desenvolvimento, ou o aperfei-
não foram suficientes para que se tivesse mantido a cidade do Cabo, çoamento, de determinadas ciências e técnicas, necessárias à
e atualmente isso seria ainda mais difícil. consecução das descobertas. Por outro lado, o crescente desvendar do
7. A única coisa que constitui motivo de orgulho é o facto de, ao mundo influenciou o modo de pensar e de agir do ser huma-
contrário do que aconteceu com o cabo da Boa Esperança, o cabo no, o que suscitou mudanças sociais, que se refletiram nas artes em
Agulhas manter a grafia e o nome que os portugueses lhe deram geral.
quando por aí passaram. 8. A liberdade a que se faz referência na afirmação é a liberdade do
8. O nome dado ao segundo cabo, Agulhas, parece fazer todo artista, e não do homem. Anteriormente, o pintor executava uma
o sentido, uma vez que o norte geográfico, indicado pela Estrela Polar, tela segundo a vontade de quem a encomendava. A partir do
e o norte magnético, indicado pelas agulhas das bússolas, coincidem Renascimento, passou a poder representar-se e a representar
na passagem deste cabo (ll. 59-61). Além disso, a sua maneira de ver o mundo; passou, portanto, a dispor de liberdade
as rochas aí são recortadas e pontiagudas, algo semelhantes às agulhas criativa.
(ll. 55-56).
FICHA 4 – APRECIAÇÃO CRÍTICA (pp. 18-19)
9. Duas das marcas específicas do relato de viagem são o discurso
1. (C); 2. (A).
pessoal, evidenciado no emprego da primeira pessoa do singular
(“A pergunta era se eu não sentia orgulho quando chegava ao cabo 3. a. apreciação; b. sucinta; c. argumentos; d. valorativa.
da Boa Esperança.” – ll. 1-2) e a dimensão narrativa e descritiva, 4. Um dos eixos temáticos é o relacionamento de Pietro com o seu pai;
visível, por exemplo, em “Uma placa rasa informa que, neste ponto, o outro eixo temático é a história da amizade de Pietro com o seu
se encontram os dois oceanos: Atlântico e Índico. As rochas são amigo de infância Bruno, um jovem “montanhês”.
recortadas e pontiagudas, vagamente como agulhas, e pareceu-me 5. Pietro e o pai movem-se entre dois espaços. O pai move-se entre
estar explicada a razão do nome do cabo. Mas não era nada disso.” a cidade de Milão, da qual se sente cansado (“sentia mortificado” –
(ll. 53-57). l. 21) e as montanhas, onde rejuvenescia; por sua vez, Pietro, que
FICHA 2 – ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA (pp. 14-15) acaba por andar sempre de um lado para o outro, nas montanhas,
vive uma grande amizade, desde a infância,
1. a. uma descoberta científica; b. dinossauros; c. mundial;
com Bruno, que nunca abandona as montanhas.
d. uma novidade; e. paleontologia.
6. As citações são excertos da obra, e servem como exemplificação
2. O texto dá-nos a conhecer que paleontólogos espanhóis e portu-
das afirmações e dos argumentos do crítico sobre as características
gueses descobriram uma nova espécie e um novo género de
e o estilo do autor da obra, Paolo Cognetti.
dinossauro, que se constitui como o dinossauro herbívoro mais
pequeno de Portugal.
FICHAS DE GRAMÁTICA
3. Os testemunhos de Fernando Escaso dão credibilidade ao artigo,
uma vez que ele é um dos investigadores que subscreveu o texto FICHA 1 – O PORTUGUÊS: GÉNESE, VARIAÇÃO E MUDANÇA (p. 22)
publicado no Journal of Vertebrate Paleontology, que dá conta desta 1./1.1. a. F – O latim vulgar é que era de cariz mais popular; b. V;
nova descoberta. c. F – Existiam na Península Ibérica outros idiomas, como o celta;
4. Os investigadores obtiveram provas de que o dedo dos fósseis d. V; e. F – Superstrato é a língua de um povo invasor que não se
da pata que descobriram era efetivamente mais pequeno do que sobrepõe à autóctone, mas que acaba por deixar vestígios; f. V;
noutras espécies, ou até em todo o grupo. Descobriram também g. F – O latim foi preservado nos mosteiros, era ensinado nas esco-
que existem características particulares nas vértebras caudais e nos las e constituía-se como a língua oficial da igreja, da administração
ossos da perna destes fósseis que não existem em outras espécies ou da ciência; h. V; i. V; j. F – O português antigo encontra-se
deste grupo já identificadas, quer na Europa quer na América. registado na prosa literária, de que é exemplo o Livro de linhagens,
5. Os investigadores debruçaram-se sobre os achados feitos em 1999, de D. Pedro, ou em documentos oficiais, como o testamento do rei D.
que pertencem à Sociedade de História Natural de Torres Vedras, e Afonso II ou a Notícia de Torto; k. F – É no século XIV que o português
viajaram para o continente norte-americano para os compararem se separa em definitivo do galego; l. V; m. V.
com fósseis de dinossauros semelhantes. 2. a. hidráulica; hidratar; hidroginástica; hidromassagem; b. lite-
6. Trata-se de um animal herbívoro, ainda jovem, ágil e veloz, apesar racia; iliteracia; literariedade; literalmente; literário; literatura;
de possuir apenas duas patas. Teria cerca de metro e meio de altura, c. doméstico; domiciliário; domicílio; domesticar; d. rinite; otor-
um metro e sessenta de comprimento, braços mais curtos do que as rinolaringologia; rinoceronte.
pernas e uma cauda comprida. Pertenceu ao final do período Jurássico
FICHA 2 – FONÉTICA E FONOLOGIA (p. 23)
Superior, tendo vivido há cerca de 152 milhões de anos.
1. a. Aférese do “g” e apócope do “e”; b. Síncope do “l”, dissimilação
7. Foi o achado que José Joaquim dos Santos fez, em 1999, na praia do “t” e epêntese do “a”; c. Síncope do “u” e palatalização do “cl”;
de Porto das Barcas, que permitiu que os investigadores descobrissem d. Sonorização do “t”, assimilação do “u” e dissimilação do “o”;
esta nova espécie e um novo género de dinossauro. e. Epêntese do “o”; f. Síncope do “b” e crase do “ii”; g. Prótese do “e”,

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dissimilação do “l” e metátese do “r”; h. Apócope do “e” e síncope do FICHA 5 – FRASE COMPLEXA – SUBORDINAÇÃO (p. 28)
“d”; i. Palatalização do “cl”; j. Síncope do “e” e sonorização do “p”; k. 1. [A] – [7]; [B] – [1]; [C] – [10]; [D] – [5]; [E] – [8]; [F] – [9];
Vocalização do “b”; l. Síncope do “l”, apócope do “e” e crase do “o”; m. [G] – [4]; [H] – [6]; [I] – [3]; [J] – [2].
Síncope do “g” e sinérese do “ee”; n. Síncope do “r” e assimilação do 2.
“t”; o. Metátese do “i”; p. Apócope do “e” e palatalização do “cl”; q.
a. subordinada adverbial causal – "Atendendo a que nem todos
Sonorização do “t”; r. Vocalização do “g”; s. Palatalização do “pl” e perceberam"; subordinante – "a diretora decidiu"; subordinada
apócope do “e”; t. Prótese do “e” e apócope do “e”. substantiva completiva – "que repetiria o assunto";
2. Redução vocálica.
b. subordinada adverbial temporal – “Assim que cheguei a casa";
3. a. íntegro; inteiro; b. cátedra; cadeira; c. obra; ópera; d. pleno; subordinante – "fui para o computador"; subordinada adverbial
cheio. final – "a fim de que o trabalho ficasse pronto";
3.1. Palavras divergentes. c. subordinante – "Os estudantes […] reuniram-se na cantina"; su-
bordinada adjetiva relativa restritiva – "que faziam parte da lista A";
FICHA 3 – FUNÇÕES SINTÁTICAS (pp. 24-26)
1.1. (A) "a cabeça" – sujeito simples; (B) "um e outro" – sujeito d. subordinada adverbial temporal – "Enquanto preparavam
composto; (C) "O lançamento do livro e o local do evento" – su- as estratégias de campanha"; subordinante – "faltaram às aulas
jeito composto; (D) [0] – sujeito indeterminado; (E) "Eles" – sujeito diversas vezes";
simples; (F) "César Augusto, imperador de Roma" – sujeito sim-ples; e. subordinante – "Os jovens […] juntaram-se"; subordinada adje-
(G) "Tanto os adultos como as crianças" – sujeito composto; (H) [Tu] tiva relativa explicativa – "que já estavam cansados"; subordinada
– sujeito subentendido; (I) "a força da Natureza" – sujeito simples; adverbial final – "para reclamarem contra a situação";
(J) "Quem não arrisca" – sujeito simples. f. subordinante – "Dedicaram mais tempo à propaganda eleitoral";
1.2. O sujeito da frase (A) é simples porque é constituído por apenas subordinada adverbial comparativa – "do que dedicaram ao estudo";
um grupo nominal, enquanto o sujeito da frase (B) é composto g. subordinante – "A diretora deu instruções precisas"; subordi-
porque contempla dois grupos nominais. nada adverbial final – "para que não perturbassem as aulas";
2. (B); (C); (G); (H); (I). h. subordinante – "A lista B […] sagrou-se vencedora"; subordinada
2.1. Verbos copulativos. adjetiva relativa explicativa – "cujo presidente é de uma turma
de 11.° ano";
3. a. (B) "Infelizmente"; (D) "hoje"; b. (F) "imperador de Roma";
c. (C) "do evento"; "enorme"; (F) "de paz". i. subordinante – "Ontem choveu tanto"; subordinada adverbial
consecutiva – "que o recinto da campanha ficou inundado".
4. a. Complemento indireto; b. Predicativo do sujeito; c. Modifica-
dor; d. Complemento indireto; e. Complemento direto; f. Comple- FICHA 6 – ARCAÍSMOS, NEOLOGISMOS E PROCESSOS
mento oblíquo; g. Predicativo do sujeito. IRREGULARES DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS (pp. 29-31)
5.1. a. (A) "uma serenata"; (C) "maçãs"; (E) "o prémio"; (G) "os 1. [A] – [6]; [B] – [4]; [C] – [5].
livros"; (H) "que eras meu amigo"; b. (A) "à namorada"; (C) "à minha 2./2.1. a. V; b. F – Esta definição refere-se ao processo por amál-
tia"; (E) "a quem provar que merece"; c. (D) "de ti"; (G) "na estante"; gama; c. V; d. F – Esta definição refere-se à extensão semântica;
d. (B) "por mim"; (F) "pela polícia". e. F – Esta definição refere-se ao empréstimo; f. F – Esta definição
5.2. (A) O estudante cantou-lha entusiasticamente. (C) O meu pai refere-se ao processo por acronímia.
e a minha mãe compraram-lhas aqui. (E) Dar-lho-ei. (G) Ele colo- 3.1. “biclas” (l. 3) – truncação; “site” (l. 5) – empréstimo.
cou-os na estante cuidadosamente. (H) Afirmei-o. / Afirmei isso.
3.2. Neologismo.
6.1. a. (B); (H); (J); b. (A); (C); (D); (E); (F); c. (D); (G); (I); (K).
3.2.1. “Globo” e “nautas”.
6.1.1. a. (B) “mais competente para o cargo”; (H) “fantástico”;
3.2.2. Metaforicamente, significará “os navegadores do globo”.
(J) “inocente”; b. (A) “da sala”; (C) “de organizar um evento para
angariar fundos”; (D) “da Inês”; (E) “de nada”; (F) “do Pedro”; 4.1. “lençolando” (l. 2); “verticaindo” (l. 4); “peixando” (l. 5); “humiu-
“de José Malhoa”; c. (D) “com a simplicidade da Inês”; (G) “com o dinhos” (l. 5) – neologismos.
resultado”; (I) “com o que aconteceu ao meu irmão”; (K) “por não 4.1.1. “lençolando” – “lençol” (nome) + -ando (desinência verbal);
termos conseguido terminar o jogo no tempo estipulado”. “verticaindo” – “vertical” (adjetivo) + “caindo” (forma verbal);
“peixando” – “peixe” (nome) + -ando (desinência verbal); “humiu-
6.2. (D).
dinhos” – “húmidos” (adjetivo) + “miudinhos” (diminutivo de
6.2.1. (D) complemento do adjetivo − “com a simplicidade da Inês”; “miúdos” – adjetivo/nome).
complemento do nome – “da Inês”. 4.1.2. “lençolando” – verbo = transformando em lençol; “verti-
6.3. a. (A); b. (C); c. (F); d. (F); e. (D). caindo” – verbo = caindo na vertical; “peixando” – verbo = asseme-
6.4. (K). lhando(-se) a peixes; “humiudinhos” – adjetivo = molhadinhos.
5.1. “MEC” − acrónimo; “plataforma” − extensão semântica;
FICHA 4 – FRASE COMPLEXA – COORDENAÇÃO (p. 27)
“IRS” − sigla.
1. a. mas; b. ou … ou; c. por isso; d. Não … nem; e. pois; f. e; g. logo. 5.2. “MEC” − palavra formada através da junção de letras ou sílabas
1.1. a. coordenadas adversativas; b. coordenadas disjuntivas; de um grupo de palavras que se pronuncia como uma palavra só;
c. coordenadas conclusivas; d. coordenadas copulativas; e. coor- “IRS” − palavra formada pelas iniciais de outras palavras, pronun-
denadas explicativas; f. coordenadas copulativas; g. coordenadas ciada de acordo com a designação de cada letra.
conclusivas. 5.3. Possibilidade de resposta: A Maria atrasou-se e, quando che-
2.1. a. F; b. F; c. V; d. F; e. V; f. F. gou à plataforma, já o comboio partira.
6.1. Arcaísmos.
3. a. No século XIV, todos os grupos sociais procuravam expandir-se
6.2. a. Aférese, síncope e sinérese; b. Síncope e sinérese.
em busca de uma nova vida, pois quer a Europa quer Portugal
atravessavam uma grave crise. b. A Europa interessou-se pela 6.3.
descoberta do mar, mas Portugal foi pioneiro na política expan- A – Amigo, pois me deixais / E vos ides em outro lugar morar, […]
B – A dona que eu am’e tenho por senhor / Mostrai-ma, Deus,
sionista.
se vos en prazer for, / senon, dai-me a morte.

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FICHA 7 – CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO (p. 32) GRUPO II
1.1. (C); 1.2. (A). 1. [A] – [10]; [B] – [6]; [C] – [5]; [D] – [2]; [E] – [3]; [F] – [8];
2.1. (A); (C); (H). [G] – [1]; [H] – [7].
2.2. Campo semântico de “mar” – (D); (F); (G); campo semântico QUESTÃO DE AULA 4 – LUÍS DE CAMÕES
de “ilha” – (B); (E); (I). (pp. 41-44)
2.3. “mar” − (D); (F); “ilha” – (B); (I). GRUPO I
2.4. 1.1. (D); 1.2. (A); 1.3. (B); 1.4. (C); 1.5. (D).
(B) O Pedro não convive com ninguém; aquele miúdo isola-se muito! 2.1. (B); 2.2. (A); 2.3. (D); 2.4. (A); 2.5. (C); 2.6. (B).
(D) Por alturas do Natal, há uma multidão a fazer compras nos
GRUPO II
centros comerciais.
(F) Em criança tudo é simples; quando crescemos, percebemos 1. Palavras divergentes.
que a vida não é fácil. 2. a. Apócope; b. Assimilação; c. Sonorização + palatalização;
(I) O Parque da Cidade é um espaço verde importante para os d. Aférese + sonorização; e. Redução vocálica.
habitantes do Porto. 3. [A] – [5]; [B] – [9]; [C] – [6]; [D] – [8]; [E] – [7]; [F] – [10];
[G] – [3]; [H] – [2]; [I] – [4]; [J] – [1].
QUESTÕES DE AULA 4. a. Complemento do nome; b. Predicativo do complemento
direto; c. Complemento oblíquo; d. Complemento do nome;
QUESTÃO DE AULA 1 – POESIA TROVADORESCA (pp. 34-36)
e. Complemento do adjetivo; f. Complemento agente da passiva;
GRUPO I g. Complemento direto; h. Modificador do nome restritivo;
1./1.1. a. F – Durante a Idade Média, a cultura cingia-se ao clero e a i. Predicativo do sujeito; j. Complemento do adjetivo;
poucos nobres; b. V; c. F – O galaico-português diz respeito à língua k. Modificador do nome apositivo.
utilizada na Península Ibérica entre os séculos XII e XIV; d. V; e. V;
f. F – Os trovadores pertenciam à nobreza, compunham e tocavam QUESTÃO DE AULA 5 – OS LUSÍADAS, DE LUÍS DE CAMÕES
os seus poemas, fazendo-se acompanhar por jograis e jogralesas; (pp. 45-46)
g. V; h. V; i. F – Na cantiga de amor, o poeta assume uma atitude GRUPO I
de vassalagem perante a sua “senhor”; j. F – As cantigas de amigo
1.1. (A); 1.2. (B); 1.3. (B); 1.4. (B); 1.5. (C); 1.6. (C); 1.7. (B).
têm origem autóctone; k. V; l. V; m. F – A Natureza serve de cenário
à manifestação da dor da donzela, mas é também muitas vezes 2. a. desprezo; b. fragilidade; c. perigos; d. Lamentações; e. glória;
interlocutora e confidente; n. F – As cantigas de amor exprimem, f. gente; g. D. Sebastião; h. nação; i. imortalidade; j. ação.
pela voz de um trovador masculino, o amor não correspondido; o. V. GRUPO II
2.1. (C); 2.2. (C); 2.3. (B); 2.4. (A); 2.5. (A); 2.6. (C); 2.7. (C); 2.8. (A); 1.1. (A) Oração subordinada substantiva completiva; (B) Oração
2.9. (B); 2.10. (A). subordinada substantiva relativa; (C) Oração subordinada adverbial
GRUPO II final; (D) Oração subordinada substantiva completiva; (E) Oração
subordinada substantiva consecutiva; (F) Oração subordinada
1. a. Predicativo do sujeito; b. Complemento oblíquo; c. Predicativo do substantiva completiva.
complemento direto; d. Sujeito (composto); e. Complemento direto; f.
Predicativo do sujeito; g. Modificador (do grupo verbal); 1.2. (A) Complemento direto; (B) Sujeito (simples); (D) Comple-
mento direto; (F) Complemento direto; (G) Predicativo do
h. Modificador (de frase); i. Complemento agente da passiva;
j. Complemento indireto. complemento direto.
1.3. (A) Conjunção subordinativa completiva; (C) Locução subordi-
QUESTÃO DE AULA 2 – CRÓNICA DE D. JOÃO I, DE FERNÃO LOPES nativa final; (E) Conjunção subordinativa consecutiva.
(pp. 37-38)
GRUPO I QUESTÃO DE AULA 6 – HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA
(pp. 47-49)
1. a. D. Leonor Teles; b. Conde Andeiro; c. Rei de Castela; d. Álvaro
Pais; e. D. João, Mestre de Avis; f. D. Nuno Álvares Pereira; g. Povo. GRUPO I
2. a. rei; b. D. Fernando; c. cerco; d. castelhanos; e. Aljubarrota; 1. a. naufrágios; b. Descobrimentos; c. Índia; d. crónica; e. reporta-
f. vitória; g. D. João I; h. morte; i. Álvaro Pais; j. castelhano; k. nacio- gem; f. V/quinto; g. antecedentes; h. partida; i. Santo António; j. em-
nal; l. herói/protagonista. barcação; k. lutas; l. corsários; m. tormenta/tempestade; n. leme;
GRUPO II o. destruídos; p. mar; q. desumanidade; r. caravela; s. romaria;
t. salvação.
1. a. presente / indicativo / 3.a pessoa do singular; b. pretérito per-
feito simples / indicativo / 3.a pessoa do plural; c. presente / impe- 2. [A] – [3]; [B] – [9]; [C] – [4]; [D] – [1]; [E] – [11]; [F] – [16]; [G] – [6];
rativo / 2.a pessoa do singular; d. pretérito imperfeito / conjuntivo / [H] – [14]; [I] – [10]; [J] – [17]; [K] – [12]; [L] – [7]; [M] – [2].
3.a pessoa do singular; e. futuro simples / conjuntivo / 1.a pessoa do GRUPO II
singular + futuro simples / indicativo / 1.a pessoa do singular. 1. a. lexical; b. sinonímia; c. semântico; d. hipónimos; e. hiperónimo;
QUESTÃO DE AULA 3 – GIL VICENTE (pp. 39-40) f. antonímia; g. merónimos; h. holónimo.
GRUPO I 2.1. a. “[d]a viagem”; b. “enormes dificuldades climatéricas”.
1. a. popularmente conhecido como o “pai” do teatro português (4); b. 2.2. a. “que ainda possuía” (C); b. “Quando a fome e a sede aperta-
um período de quase trinta e cinco anos (8); c. autos de morali-dade e vam” (C); c. “que assolaram a nau à partida” (B).
farsas (10); d. No entanto (3); e. Ao contrário do que muitos pensam 2.3. Valor causal.
(9); f. De facto (7); g. e o facto de conhecer bem o seu público (2); h. a 2.4. a. Derivação por sufixação; b. Derivação por parassíntese;
essa última atividade (6); i. às suas personagens-tipo (11); j. para a c. Derivação por sufixação.
sátira social (12); k. o primeiro (13); l. a segunda (1); 2.5. a. Sujeito (simples); b. Complemento agente da passiva;
m. Em suma (14); n. quinhentista (5); o. Idade Média (15). c. Complemento oblíquo.

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TESTES DE AVALIAÇÃO 3. Os que se mantiveram e aqueles que para aí se deslocaram
preocuparam-se, primeiramente, em recolher o maior número
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – POESIA TROVADORESCA (pp. 53-56) possível de mantimentos; depois, centraram a sua atenção na
GRUPO I proteção da cidade, fortificando os muros e a sua guarda.
1. Trata-se de uma cantiga de amor, e o tema é o sofrimento amo-roso, 4. O toque do sino alertava a população para uma situação de perigo;
a “coita” de amor, do trovador, que se lamenta da incerteza quando este repicava, todos se dirigiam apressadamente para os seus
dos seus sentimentos – “ei no meu coraçom / coita d’amor qual postos.
vos ora direi” (vv. 3-4). 5. É evidente a união de todos na defesa da cidade, uma vez que,
2. Ao longo de toda a cantiga, o sujeito poético revela não perceber quando o sino da Sé repicava – sinal de perigo iminente –, não
o que se passa consigo. Sente-se entre a vida e a morte (“Ora nom respondiam à chamada apenas os que estavam designados para
moiro, nem vivo” – v. 1), completamente desconcertado (“nem sei / defesa de determinados locais, “mas ainda as outras gentes da cidade”
como me vai, nem rem de mi” – vv. 1-2), sem saber o que fazer (ll. 23-24), que, abandonando os seus ofícios, acorriam prontamente,
(“Nom sei que faço, nem ei de fazer” – v. 7), mostrando não conse-guir munidas de armas, para combater os inimigos.
vislumbrar o que será o seu futuro (“Nom sei que é de mim, GRUPO II
nem que sera” – v. 13). O único facto de que ele tem a certeza é de estar
1. (A); 2. (B); 3. (A); 4. (B); 5. (C); 6. (A); 7. (C).
a sofrer de tal forma por amor que sente estar a enlouquecer (“se nom
/ atanto que ei no meu coraçom / coita d’amor […] / tam grande que 8. Oração subordinada adverbial condicional.
me faz perder o sém” – vv. 2-5). 9. Predicativo do sujeito.
3. A causa é o desnorte provocado pelo enorme sofrimento amoroso, 10. Complemento direto.
do qual, contudo, a “senhor” não tem conhecimento. 11. “o mar”.
4. O recurso expressivo é a antítese, e a funcionalidade e hiper- 12. “Contudo, de todas as cidades coloniais portuguesas que visitei,
bolizar o sofrimento do sujeito lírico, que, de tão grande, o leva a é aquela que menos me recorda Portugal.”
questionar-se sobre a sua condição: apesar de não ter ainda morrido, GRUPO III
não tem vida.
A imagem retrata um conjunto de pessoas – três adultos e cinco
5. A composição poética é composta por três coblas, constituídas crianças – que se diria terem vivido uma situação problemática que as
por quadras e refrão; o esquema rimático é abbacc, logo, a rima debilitou e abateu.
é interpolada e emparelhada nas quadras e emparelhada no refrão. Do conjunto humano, destacam-se as crianças, que parecem ter
GRUPO II sofrido privações várias, desde a falta de alimentos à ausência de
1. (B); 2. (A); 3. (C); 4. (C); 5. (B); 6. (B); 7. (A). condições básicas de sobrevivência, já que são magras, estão andra-
josamente vestidas e revelam sofrimento nas expressões faciais.
8. Complemento oblíquo.
Os adultos, além de carregarem aquilo que parece ser o conjunto de
9. “Cabeça” de um país, isto é, a principal cidade. todos os seus bens, não parecem felizes. Ao observarmos a imagem
10. Oração subordinada adjetiva relativa restritiva. somos invadidos por sentimentos, simultaneamente, de comiseração,
11. Determinante demonstrativo. tristeza e impotência.
12. Presente do indicativo. Dir-se-ia que esta imagem é perfeita para ilustrar o sofrimento
do povo lisboeta durante o cerco, causado pela falta de mantimentos e
GRUPO III
pelas doenças que se abateram sobre a cidade.
Resposta de caráter pessoal. No entanto, o aluno deverá referir [125 palavras]
os seguintes aspetos:
− as cantigas de amigo têm origem autóctone; as cantigas de amor são TESTE DE AVALIAÇÃO 3 – POESIA TROVADORESCA /
de influência provençal; CRÓNICA DE D. JOÃO I (pp. 61-64)
− nas cantigas de amigo, o sujeito de enunciação é uma donzela GRUPO I
e o objeto é o amigo; nas cantigas de amor, o sujeito de enunciação
A
é um trovador e o objeto é a sua “senhor”;
− as cantigas de amigo retratam um ambiente campestre, rural, 1. [A] − [1]; [B] − [1]; [C] − [4]; [D] − [2]; [E] − [1]; [F] − [1]; [G] − [2];
familiar; as cantigas de amor retratam um ambiente palaciano; [H] − [3]; [I] − [1]; [J] − [2].
− nas cantigas de amigo, a figura feminina é um ser de cariz popular, 2. a. D. Duarte; b. D. João I; c. documentos; d. históricos; e. fide-dignas;
terrestre; nas cantigas de amor, trata-se de uma figura da aristo- f. Torre do Tombo; g. Lisboa; h. testemunhou; i. crónicas;
cracia idealizada, divinizada e inatingível; j. fontes; k. linhagem; l. veracidade; m. descrição; n. coletivas;
− nas cantigas de amigo, a figura masculina é o apaixonado, geral- o. estilísticos; p. historiografia; q. retóricas; r. personagens; s. direto;
mente ausente ou mentiroso; nas cantigas de amor, o homem t. visual.
apresenta-se como um vassalo, sofredor e submisso. B
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – CRÓNICA DE D. JOÃO I, 3. Trata-se de uma cantiga de amigo, já que o sujeito lírico é uma
donzela, que manifesta, através da dança, a sua alegria por estar
DE FERNÃO LOPES (pp. 57-60)
apaixonada. A cantiga é também paralelística e apresenta um refrão.
GRUPO I
4. A donzela está manifestamente feliz, revelando até uma certa
1. Mostrar como se encontrava a cidade durante o cerco; expor o euforia (“Eno sagrado, em Vigo, / bailava corpo velido” – vv. 1-2)
modo esforçado e corajoso como o Mestre e o povo a defendiam. por estar, pela primeira vez, apaixonada e certamente ser corres-
2. Muitos populares ficaram ao lado do Mestre e trataram de arranjar pondida, o que pode ser comprovado no refrão – “Amor ei!”.
modos e meios para se defenderem e manterem. No entanto, outros 5. Com a expressão “dae ao demo esses Paaços” (l. 4), o povo aconselha
partiram em direção a Setúbal e a Palmela e outros ainda coloca- o Mestre de Avis a abandonar aquele espaço maldito,
ram-se ao lado do rei de Castela, refugiando-se em vilas que estavam que estava associado à rainha Dona Leonor. Com efeito, o povo não
ao lado dos castelhanos. gostava da monarca.

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6. Depois de sair do palácio, o Mestre dirigiu-se aos paços do 5. Nos versos parentéticos, em aparte, Inês desvaloriza o com-
Almirante para cear com o Conde D. João Afonso, irmão da rainha, portamento de Pero Marques, que se mostra emocionado com
sendo aclamado em todas as ruas por onde passava. o casamento e relutante em abraçar a mulher.
7. O Conde recebeu o Mestre de forma efusiva, abraçando-o. Como GRUPO II
forma de agradecer o ato de coragem que este tinha revelado, 1. (B); 2. (A); 3. (C); 4. (B); 5. (C); 6. (A); 7. (B).
o Conde convidou-o para comer.
8. Derivação por prefixação.
GRUPO II 9. Nome.
1. a. Complemento agente da passiva; modificador (grupo verbal); 10. “o processo de emancipação das mulheres portuguesas”.
b. Complemento do nome; sujeito (simples); complemento direto.
11. dar-lhe-á.
2. a. Crase; b. Sinérese. 12. Campo lexical.
3. a. A donzela está saudosa do seu amigo, que partira entretanto
GRUPO III
para o fossado. b. Se a dama corresponder/correspondesse ao amor
do sujeito lírico, este ficara/ficaria muito feliz. Resposta de caráter pessoal. No entanto, o aluno deve/pode referir:
4. a. as quais; b. por que. • Introdução – a evolução das mentalidades e das liberdades.
GRUPO III • Desenvolvimento:
Fernão Lopes nasceu em finais do século XIV. Cronista ao ser- − a Declaração dos Direitos Universais do Homem;
viço da corte portuguesa a partir do reinado de D. Duarte, foi − o papel da educação na construção de oportunidades iguais para
incumbido de redigir a Crónica de D. João I para legitimar a ascensão os dois géneros;
da dinastia de Avis ao trono português. − as atividades profissionais, tipicamente consideradas “mascu-
E assim o fez. linas” no passado (século XIX, por exemplo), que agora são
Morrendo D. Fernando, dá-se uma crise dinástica, o que impli- desempenhadas por mulheres (medicina, direito, chefes de
cava que Dona Leonor Teles, sua mulher e avó de um futuro rei ainda empresas, líderes políticos...);
por nascer, assumisse a regência do reino. − outros aspetos.
Isto não agradava a alguns burgueses e nobres, nem ao povo
• Conclusão – fecho do texto, evidenciando a importância da mulher
português, por isso trataram de encontrar uma alternativa − o Mes- na construção de uma sociedade justa.
tre de Avis (filho bastardo de D. Pedro), que será o primeiro rei da
Segunda Dinastia. Foi ele quem, apoiado por Álvaro Pais (peça fun- TESTE DE AVALIAÇÃO 5 – RIMAS, DE LUÍS DE CAMÕES (pp. 68-71)
damental nesta revolução), assassinou o conde Andeiro (amante GRUPO I
da rainha Dona Leonor) e deu início à crise de 1383-85. Sempre
1. Trata-se de uma redondilha. Nesta composição, todos os versos são
caracterizado como um líder escolhido pelo povo, o Mestre organi-
em redondilha maior – “Cam/pos / bem-/-a/ven/tu/ra/(dos)” –,
zou a defesa da cidade de Lisboa, aquando do cerco castelhano, e estando distribuídos por cinco estrofes – um mote de quatro versos
lutou contra as tropas invasoras na famosa batalha de Aljubarrota. (quadra) e quatro glosas (voltas) de dez versos (décimas).
De facto, Fernão Lopes soube contar estes feitos, com viva-
cidade e verdade, de modo a legitimar a pretensão do Mestre ao 2. O sujeito poético encontra-se em grande sofrimento, como se com-
trono português. [195 palavras] prova nas seguintes expressões textuais: “agora venho a temer / que
entristeçais em me vendo” (vv. 4-5); “dos olhos desesperados, / não
TESTE DE AVALIAÇÃO 4 – FARSA DE INÊS PEREIRA, quero que me vejais” (vv. 7-8). Pelo contrário, a Natureza
DE GIL VICENTE (pp. 65-67) personificada é alegre (“Campos cheios de prazer” – v. 1), viva, fresca
GRUPO I (“vós que estais reverdecendo” – v. 2) e, por isso, repleta de felicidade
(“sempre sejais / campos, bem-aventurados” – vv. 9-10).
1. Este excerto pertence à segunda parte da farsa vicentina: Inês já
enviuvou de Brás da Mata e está prestes a casar com Pero Marques, 3. O “eu” lírico pede aos arvoredos alegres, que foram testemunhas da
concretizando-se assim o provérbio que é argumento da obra: “mais sua felicidade passada, que se tornem tristes, se o querem ver alegre.
vale asno que me carregue que cavalo que me derrube”. Com isto, o sujeito lírico quer dizer que a felicidade presente nessa
Natureza, sua confidente, ainda o magoa mais, pois lembra-lhe
2. Inês aceita o lavrador, uma vez que este gosta dela (“quem se
tenha por ditoso / de cada vez que me veja” – vv. 3-4). Além permanentemente o seu passado feliz.
disso, procedendo de forma ajuizada, prefere um “asno”, isto é, uma 4. O motivo do sofrimento do sujeito poético é o amor que o atingiu,
pessoa de condição social inferior, com pouca cultura e de maneiras e que é caracterizado como sendo falso – “Já me vistes ledo ser, /
rudes, a alguém com modos corteses (“cavalo”), mas que a maltrata. mas despois que o falso Amor / tão triste me fez viver, / ledos
3. A metáfora “Antes lebre que leão” (v. 8) significa, neste contexto, folgo de vos ver” (vv. 21-24); “Se perguntais, verdes prados, / pelos
que Inês, em vez de querer alguém vistoso, galante, mas dominador tempos diferentes / que de Amor me foram dados, / tristes, aqui são
presentes, / alegres, já são passados” (vv. 36-40).
(o leão é um predador), prefere a “presa”, alguém menos tirano. Com
a expressão “antes lavrador que Nero” (v. 9), Inês reforça a metáfora 5. O tema da mudança está, de facto, presente ao longo do poema,
anterior e refere o estatuto de Pero Marques (lavrador), opondo-o a e é particularmente evidente na última estrofe (glosa). Aqui, o “eu”
Nero, imperador romano, famoso pelas suas atroci-dades refere que a mutação na Natureza é positiva, pois “se muda o mal
(assemelhando-se, por isso, ao Escudeiro). para o bem” (v. 34), o que contrasta com a vida do sujeito lírico, cujo
4. Pero Marques revela, à semelhança do “asno”, o seu caráter dócil. mal muda “para mor mal” (v. 35), ou seja, para ainda pior.
Ele é ingénuo e respeitador da sua noiva (não a quer abraçar em GRUPO II
público). Revela ter pouca memória, o que sugere uma inteli-gência 1. (C); 2. (C); 3. (A); 4. (A); 5. (B); 6. (C); 7. (B).
inferior à do “cavalo” e, por isso, mais próxima da do “asno”. É
8. Complemento agente da passiva.
dedicado à sua Inês, prometendo-lhe fidelidade, o que se pode
confirmar nos versos 27 e 28. Enfim, ele submete-se, como o asno, à 9. Derivação por prefixação.
sua mulher, à sua dona. 10. “a noradrenalina”.

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11. Oração subordinada substantiva completiva. e graciosa, / onde ensinando estão despejo e siso / […] ser fer-mosa”
12. “se durarem tempo demais”. – vv. 5-8). Enfim, “representa em terra um paraíso” (v. 2).
7. Na expressão está presente uma metáfora, com a qual o sujeito
GRUPO III
poético pretende realçar, através do recurso a elementos naturais
Na lírica camoniana, o amor é sempre vivido pelo sujeito poé- preciosos, o caráter excecional da mulher descrita (fisicamente).
tico de forma dolorosa e relaciona-se frequentemente com a vida Os “rubis” permitem-nos imaginar os seus lábios vermelhos e as
pessoal de Camões. “perlas” a brancura e a perfeição dos seus dentes. Entre estes
O amor é caracterizado como um sentimento paradoxal, dois elementos físicos sobressai uma característica psicológica
que gera estados de espírito contraditórios (“dói e não se sente”; da dama: a sua doçura, a sua meiguice – “entre rubis e perlas
“e um contentamento descontente”), em grande parte provocados doce riso” (v. 3).
também pela divinização da amada, mulher descrita em muitos
GRUPO II
poemas à maneira petrarquista. É difícil amar uma mulher perfeita
quer física quer psicologicamente, porque se torna inatingível. 1. a. Modificador do nome apositivo; b. Complemento agente da
Na descrição da mulher, Camões evoca elementos da Natureza passiva; c. Predicativo do sujeito; d. Predicativo do complemento
que lhe conferem beleza física e dons espirituais, divinizando-a: direto; e. Complemento oblíquo.
as faces são rosas; os cabelos, ouro; os dentes, pérolas; as mãos, 2. a. Camões escreve sonetos que nos maravilham (que são maravi-
prata; os olhos (o olhar), luz. A Natureza também surge na poesia lhosos). b. Nas rimas que lemos (que foram lidas) em aula predo-
camoniana como pano de fundo dos encontros e da separação dos mina um lirismo inigualável.
dois amantes, funcionando como testemunha do sofrimento causa- 3. a. Camões foi obrigado a partir para a Índia, porque se en-
do pela ausência da amada ou como confidente do sujeito poético, volveu em situações complicadas. b. Quando Camões chegou
que dialoga com ela, para esbater a dor e a solidão. à Índia, aí descobriu que as fraquezas humanas eram iguais
Enfim, ler a poesia amorosa de Camões é revermos as nossas às dos europeus.
próprias experiências e a nossa dor. [175 palavras] 4. a. há; b. vivência.
TESTE DE AVALIAÇÃO 6 – FARSA DE INÊS PEREIRA / RIMAS GRUPO III
(pp. 72-75)
Resposta de caráter pessoal.
GRUPO I
TESTE DE AVALIAÇÃO 7 – OS LUSÍADAS, DE LUÍS DE CAMÕES
A
(pp. 76-78)
1. [A] − [9]; [B] − [4]; [C] − [6]; [D] − [1]; [E] − [3]; [F] − [2]; [G] − [7];
[H] − [5]; [I] − [11]; [J] − [8]. GRUPO I
2. a. Monólogo do vaqueiro; b. 1502; c. Leonor; d. D. Manuel; 1. Os navegadores são merecedores desta ilha, já que ela representa
e. reinado; f. rei; g. cinquenta; h. publicadas; i. sociedade; j. rir. o prémio pelos feitos grandiosos e pela coragem que
B os marinheiros demonstraram ao longo da viagem ate à Índia
(“Os trabalhos tão longos compensando” – est. 88, v. 4).
3. O escudeiro Brás da Mata é um ditador, que impõe o poder sobre
Inês. Tal pode ser comprovado em versos como “Vós não haveis 2. A ilha é ficcionada, porque se trata de um local habitado por
deusas (“Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas” – est. 89, v. 1)
de mandar / em casa somente um pelo.” (vv. 37-38). É um marido
controlador, que impede a sua mulher de sair à rua, de falar com e porque é descrita como “pintada” (est. 89, v. 2), o que lhe confere
as outras pessoas e até de se pôr à janela, não vá o seu “tisouro” fugir um caráter imaginário.
(Inês era a sua fonte de rendimento). Estes aspetos podem 3. O poeta reflete sobre os caminhos que conduzem à imortali-
comprovar-se nos seguintes versos: “Vós não haveis de falar / com dade (“Pelo trabalho imenso que se chama / Caminho da virtude,
homem, nem mulher que seja / nem somente ir à igreja / não vos alto e fragoso” – est. 90, vv. 6-7) e sobre a simbologia da ilha, atri-
quero eu leixar. / Já vos preguei as janelas, / por que vos não po- buindo-lhe um significado alegórico, pois ela representa o prémio, o
nhais nelas. / Estareis aqui encerrada” (vv. 19-25); “Não sois vós, reconhecimento que merecem aqueles que, como os navegadores
mulher, meu ouro?” (v. 35). portugueses, lutaram para alcançar os seus objetivos (“Os triunfos,
a fronte coroada / De palma e louro, a glória e maravilha, / Estes são
4. O Escudeiro utiliza essas três interrogações retóricas pois aper-
os deleites desta Ilha.” – est. 89, vv. 6-8).
cebe-se do desagrado de Inês e, cinicamente, através da ironia, im-
puta-lhe a responsabilidade (culpa) da sua situação, porque, afinal, 4. Adjetivação: “alto e fragoso” – que evidencia as dificuldades do
ela colheu o que semeou, ou seja, ela é que procurou a “descrição” caminho que conduz à virtude; “doce, alegre e deleitoso” – que
(v. 30), e ele ofereceu-lha, isolando-a de todos. Justifica também a evidencia as recompensas que se obtêm após a conquista de um
sua atitude dizendo que ela é o seu “ouro” (v. 35) e, por isso, deve objetivo. Antítese: “alto e fragoso”, que se opõe a “doce, alegre
estar bem guardada. Com isto, Brás da Mata acaba por admitir e deleitoso” – o contraste entre as dificuldades encontradas no
que ela é o seu sustento, uma vez que ele não tinha qualquer fonte caminho e a recompensa final servem para evidenciar que só se
de rendimento. obtém a imortalidade pelo esforço e por uma conduta correta.
5. A composição poética é um soneto, visto que apresenta catorze 5. A enumeração apresenta as divindades e outros heróis, como
versos decassilábicos, distribuídos por duas quadras e dois terce- Eneias ou Rómulo, que, pelos seus feitos, se distanciaram do comum
tos. Este soneto apresenta o esquema rimático abba abba cde cde, humano e atingiram o estatuto de deuses. O poeta pre-tende
com rima interpolada e emparelhada. mostrar que também os homens podem atingir este esta-tuto, ou
6. A figura feminina descrita no soneto é a típica mulher petrar- seja, tornarem-se imortais pela grandeza dos seus feitos.
quista e, por isso, apresenta a cor de pele e os cabelos claros, estando GRUPO II
com as faces coradas (“debaixo d’ouro e neve, cor de 1. (B); 2. (C); 3. (C); 4. (B); 5. (C); 6. (A); 7. (B).
rosa” – v. 4). Tem os olhos claros e luminosos e um sorriso meigo
8. Complemento oblíquo.
(“entre rubis e perlas doce riso” – v. 3). Mostra-se serena, provo-
cando uma ligeira sensação de prazer/desejo no sujeito poético, 9. “[n]uma obra de génio”.
como se pode verificar logo no primeiro verso – “Leda serenidade 10. Pretérito perfeito do indicativo.
deleitosa”. Além destas características, ela também é descrita 11. Pronome demonstrativo.
como sendo ajuizada, formosa e superior (“presença moderada 12. Oração subordinada adverbial final.

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GRUPO III Em suma, tanto numa vertente gloriosa como numa vertente
Os Lusíadas, de Luís de Camões, é um texto épico, publicado mais trágica, os Descobrimentos representam, de facto, uma época
em 1572, que tem como ação central a viagem de Vasco da Gama grandiosa que merece ser recordada. [137 palavras]
à Índia. A par deste acontecimento, o poeta narra a História de Por- TESTE DE AVALIAÇÃO 9 – OS LUSÍADAS /
tugal, associando, de forma genial, feitos históricos e feitos imagi- HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA (pp. 82-84)
nários, estes últimos representados no plano mitológico do poema.
GRUPO I
A obra é considerada a “Bíblia da Pátria”, pois nela se faz o
retrato de um povo que deu novos mundos ao mundo. É a nossa A
epopeia, o livro que nos identifica enquanto nação e que supera 1. [A] − [12]; [B] − [3]; [C] − [1]; [D] − [5]; [E] − [2]; [F] − [6]; [G] − [7];
textos como a Eneida ou a Odisseia porque parte de um facto [H] − [8]; [I] − [10]; [J] − [9].
real. O herói é o povo português, que ultrapassou as adversidades 2. a. épico; b. dez; c. Proposição; d. Dedicatória; e. Viagem;
e atingiu a imortalidade, representada no episódio da Ilha dos f. Mitológico; g. narrativo; h. reflexões; i. autobiográfico;
Amores, no encontro entre ninfas e marinheiros. j. desprezo.
Uma obra belíssima que enaltece a pátria e, por isso, deve ser B
lida e estudada por todos os portugueses. [150 palavras]
3. Esta estância insere-se no plano da Viagem, uma vez que des-
TESTE DE AVALIAÇÃO 8 – HISTÓRIA TRÁGICO-MARÍTIMA (pp. 79-81) creve a chegada dos marinheiros a Portugal, com tempo favorável
(“Entraram pela foz do Tejo ameno”), glorificando o Rei e a Pátria
GRUPO I
(“E à sua pátria e Rei temido e amado / O prémio e glória dão por
1. As consequências da tempestade verificam-se na improvisação de que mandou”).
partes da embarcação, devido à sua destruição (“trataram logo de
improvisar um mastro e armaram nele uma velazinha” – l. 3) 4. Nos quatro primeiros versos da estância 145, o Poeta lamenta que
os portugueses não deem o devido valor ao seu canto, definin-do-os
e na falta de bens essenciais (“já não tinham água, nem vinho,
nem mantimento algum” – ll. 7-8). como gente “surda e endurecida”. Invoca a Musa, dando-lhe conta
do seu estado de cansaço e de desilusão face à atitude dos seus
2. Jorge de Albuquerque Coelho argumenta que os franceses pode- compatriotas.
riam matar todos os portugueses, se vissem os seus compatriotas
mortos, e que eles lhes poderiam valer na miséria em que se encon- 5. Este excerto insere-se no momento do retorno à Pátria, já que
travam após a tempestade. há referências ao desembarque em Belém, às ações de agradeci-
mento divino pelo regresso (“Desembarcou em Belém com alguns
3. Jorge de Albuquerque Coelho não aceita partir com os franceses companheiros, e dirigiu-se em romaria a Nossa Senhora da Luz, pelo
pois não queria abandonar a tripulação, sobretudo considerando
caminho de Nossa Senhora da Ajuda” – ll. 2-3), bem como ao diálogo
o estado deplorável em que aquela se encontrava. com portugueses que recebem a tripulação (“Saudou-os então D.
4. O capitão da Santo António revela-se um homem prudente, Jerónimo de Moura” – ll. 6-7).
refreando o ímpeto da tripulação, que queria matar os franceses
6. A tripulação dirige-se em romaria à Nossa Senhora da Luz com
que iam a bordo (“Jorge de Albuquerque dissuadiu-os disso” – ll. 4-5),
o objetivo de orar e de agradecer a proteção divina que lhe permi-
e um líder altruísta, não abandonando a tripulação, apesar da tiu o regresso à metrópole, apesar de todas as atribulações por
proposta tentadora dos corsários (“Jorge de Albuquerque agrade- que passou durante a viagem.
ceu-lhes muito: mas que muito mais lhes agradeceria se quisessem
levá-los a todos eles, pois jamais desampararia a sua gente, e em tal 7. D. Jerónimo de Moura não reconheceu o seu primo Jorge de
transe.” – ll. 14-16). Albuquerque devido aos trabalhos por que este passou ao longo
da viagem, que o tornaram irreconhecível (envelhecido), apesar
5. Os franceses decidiram partir quando o tempo ficou mais calmo, de ter passado apenas um ano desde que se viram pela última vez.
saqueando a nau, já que era esse o seu objetivo, e despojando-a
de tudo o que a tempestade não tinha destruído. Esta atitude era GRUPO II
comum em ataques de corsários. 1. a. Modificador (do grupo verbal); b. Complemento direto;
GRUPO II c. Predicativo do complemento direto; d. Complemento do nome;
predicativo do sujeito.
1. (B); 2. (A); 3. (C); 4. (B); 5. (A); 6. (B); 7. (C).
2. a. “embarcações” – hiperónimo; “caravela”, “barca” – hipónimos;
8. Complemento direto. b. “dia”, “noite” – antónimos/relação de antonímia.
9. Oração subordinada adverbial causal. 3. a. Embora os portugueses soubessem dos perigos que enfrenta-
10. “nós, os portugueses”. vam, muitos partiram para a Índia em busca de riqueza. b. Camões
11. Hiponímia/hiperonímia. escreveu Os Lusíadas para que os feitos dos portugueses fossem
12. Verbo transitivo direto e indireto. imortalizados.
GRUPO III 4. a. chegaram; b. viajem.

Os Descobrimentos portugueses correspondem a uma época GRUPO III


gloriosa da história lusa, que levou este povo à beira-mar plantado Os Lusíadas e a História trágico-marítima são obras que têm
aos quatro cantos do mundo, espalhando a língua, a cultura e a em comum o relato de viagens no tempo em que os Portugueses
religião. se aventuravam por mar em busca de novas terras. Na primeira,
Foram tempos áureos, que notabilizaram os Portugueses e os é relatada a descoberta do caminho marítimo para a Índia, liderada
tornaram um grande povo, conhecido pelo seu espírito descobri- por Vasco da Gama, herói imortalizado na epopeia camoniana.
dor. E Camões imortalizou os navegadores na sua epopeia. Na segunda, no capítulo V, são narradas as aventuras e desventuras
No entanto, todas as grandes empresas têm os seus riscos e os da nau Santo António, comandada por Jorge de Albuquerque,
seus perigos. A expansão marítima portuguesa levou à morte de que parte do Brasil rumo à metrópole.
muitas pessoas que se aventuraram nas rotas da Índia e do Brasil, e Durante a viagem, os dois heróis enfrentam diversos perigos:
muitas riquezas se perderam devido aos naufrágios e ao ataque de reais, nas duas obras, como a tempestade, e mais fantasiados
corsários, factos registados, por exemplo, nos relatos da História n’Os Lusíadas, concretizados pelo Adamastor, símbolo de todos
trágico-marítima. os medos.

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As duas viagens têm, no entanto, um final feliz, pois em ambas a O físico:
tripulação regressa, cansada mas consciente do dever cumprido. 1. a. O físico; b. Philipp Stölzl; c. Tom Payne (Rob Cole); Stellan
Pelo caráter épico de Os Lusíadas e por um relato mais “jornalístico” Skarsgard (barbeiro Bader); Ben Kingsley (Ibn Sina); Emma
da História trágico-marítima, o regresso é apoteótico na epopeia e Rigby (Rebecca); Olivier Martinez (Shah Ala ad-Daula); d. Drama,
mais atribulado e menos imponente, no caso da nau Santo António. romance histórico; e. 9 de outubro de 2014 (Portugal); f. Prémio do
[162 palavras] Cinema Alemão: Melhor Fotografia.
2. Em pleno século XI, ainda criança, Rob J. Cole, um rapazinho
GUIÕES DE VISIONAMENTO DE FILMES pobre, vê a sua mãe morrer devido à “doença do lado”, sendo
separado dos irmãos. O menino, dotado de um poder extraordi-
GUIÃO 1 – ROBIN HOOD (p. 86)
nário que oculta de todos (quando toca num corpo, percebe se
1. [A] – [4]; [B] – [2]; [C] – [6]; [D] – [1]; [E] – [10]; [F] – [8]; a pessoa está doente e se vai morrer em breve), cresce sob os
[G] – [11]; [H] – [9]; [I] – [5]; [J] – [7]; [K] – [3]. cuidados de Bader, um barbeiro-cirurgião itinerante, que promete,
2. a. 2010; b. Ridley Scott; c. Brian Helgeland; d. Russell Crowe; nas populações que visita, curar doenças. À medida que cresce,
e. Douglas Hodge; f. Max von Sydow; g. Cate Blanchett. Rob acumula os poucos e limitados conhecimentos de Bader.
3. As cruzadas; as guerras políticas entre a França (os normandos) Mas ele quer saber mais. Quando Bader é operado aos olhos, em
e Inglaterra (os barões do Norte, os anglo-saxões); o abandono Londres, por um sábio judeu, Rob descobre que, na Pérsia, há um
das terras agrícolas, provocado pela recruta excessiva de jovens médico famoso, responsável por administrar um hospital e ensi-nar
e de homens válidos para as diversas guerras; a sociedade feudal outros jovens médicos. Para aprender com ele, Rob, fazendo-se
hierarquizada (senhores/vassalos); a sobre-exploração do povo passar por judeu, faz uma longa viagem rumo à Pérsia, onde
através da coleta excessiva de impostos. se apaixona e cumpre o seu destino – tornar-se um grande físico
(médico). Acaba por regressar a Inglaterra, fundando, em Londres,
GUIÃO 2 – REINO DOS CÉUS (e/ou) O FÍSICO (p. 87) um hospital que segue as normas de higiene e as técnicas que
Reino dos céus: aprendeu em Isfahan.
1. a. Reino dos céus; b. Ridley Scott; c. Orlando Bloom (Balian 3. Europa, Inglaterra – Rob acompanha, de localidade em locali-
de Ibelin); Eva Green (Sibylla); Liam Neeson (Godfrey de Ibelin); dade, o seu “mestre” Bader e aprende com ele os parcos conheci-
Jeremy Irons (Tiberias); Edward Norton (Rei Balduíno IV); Ghassan mentos científicos conhecidos no mundo cristão.
Massoud (Saladino); d. Drama, romance histórico; e. 5 de maio Londres – Rob descobre outras formas de medicina e ouve um
de 2005 (Portugal); f. Prémio do Cinema Europeu: Prémio do Público cirurgião judeu falar de um grande físico persa, com quem decide
de Melhor Ator; Satellite Award de Melhor Banda Sonora. aprender.
Ásia, Pérsia, Isfahan – Rob estuda medicina com Ibn Sina (o seu
2. Balian, um jovem ferreiro, é, no ano de 1186, um homem comum
grande mestre), descobre a causa da peste, salva o sultão – que sofre
com uma consciência extraordinária, que se torna cavaleiro e inicia
uma jornada em busca da paz e de um mundo melhor. Mortificado do coração (a mesma doença da sua falecida mãe) –, apai-xona-se
com as mortes da sua mulher e do seu filho, Balian é procurado por Rebecca, entra em conflito com estudantes árabes,
faz a sua primeira autópsia às escondidas.
por Godfrey de Ibelin, um conceituado nobre do reino de Jeru-salém,
profundamente comprometido em manter a paz na Terra Santa. 4. As condições de vida do povo na Idade Média; duas medicinas em
Quando Godfrey lhe confessa ser seu pai, o jovem ferreiro une-se a confronto: a ocidental e a oriental; o dogmatismo religioso em
ele na sua sagrada missão. Após a morte prematura do oposição ao avanço científico; a peste que dizimava populações;
pai, herda o seu próprio feudo e um título em Jerusalém, uma cidade o conflito religioso (árabes, judeus e cristãos) nos dois continen-tes:
onde cristãos, muçulmanos e judeus se esforçam por coe-xistir Europa e Ásia.
pacificamente. Nesta terra nova e estranha, Balian torna-se então 5. O físico é um filme com um ritmo um pouco lento no início,
um verdadeiro herói, um honrado cavaleiro que protege mas que nos transporta facilmente para a época medieval e nos revela
o seu povo de todas as forças opressivas. o quanto o mundo ocidental, em termos de conhecimento científico,
3. França – Balian é ferreiro e perde a mulher e o filho; mata o irmão estava aquém dos universos árabe e judeu. Excelente testemunho das
e decide seguir o pai até Jerusalém em busca de redenção. condições de vida das comunidades europeias, árabes e judaicas, é um
Jerusalém – cidade santa de três religiões, controlada pelos exemplo de que vale a pena sempre
cristãos, centro de poder, é cercada no final do filme e defendida lutar pelos nossos sonhos, mesmo que os obstáculos pareçam
sagaz e inteligentemente por Balian. inultrapassáveis.
Hattim – local onde decorre a batalha que se revela desastrosa
para os cristãos, comandados por Guy de Lusignan.
4. Estratificação social rígida; a importância das cruzadas e da
Ordem dos Templários; os valores cristãos e a “ameaça” muçul-
mana; o ideal de cavalaria.
5. “Reino dos céus é um épico monumental cuja ação começa em
1186, num breve período de tréguas entre cristãos, muçulmanos
e judeus, entre as 2.a e 3.a Cruzadas. Como fizera em Gladiador, para
protagonizar a história, o realizador escolheu um homem comum
que ascendeu à condição de herói e que toma por missão prote-
ger o povo, com o risco de perder a sua vida. Balian é um jovem
ferreiro, amargurado pela morte prematura do seu filho e pelo
suicídio da sua mulher; é um homem em risco de perder a sua fé. Um
dia é procurado por Godfrey de Ibelin, um conceituado nobre de
Jerusalém, a Terra Santa, onde luta para manter a paz. […]”
(adaptado a partir de: http://cine7.blogspot.pt, consultado em junho de 2017)

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