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OS LU
USÍADAS, UM
M POEMA ÉP
PICO
Vejamos algumas sem
melhanças en eia clássica e Os Lusíadas.
ntre a epope
Seme
elhanças, a n
nível formal, entre Os Lu
usíadas e as e
epopeias cláássicas
Epopeia clássica Os Lusíad
das
Proposição
nto I, ests. 1 a 3:apresentaçção dos seus objectivos,
‐ Can
da su
ua intenção dee cantar/louva ar as navegaçções e
conquistas no Orieente, as vitória as em África ee a
formação de Portu ugal.
Invoccação
‐Cantto I, ests. 4 e 55: súplica às nninfas do Tejo (Tágides)
Proposiição para que o ajudem m a concretiza ar a sua obra;
apresenntação do tem ma ‐Cantto III, ests. 1 ee 2: pedido a CCalíope para a ajudar os
Invocaçção Portuugueses;
pedido dde inspiração ‐Cantto VII, ests. 78 8 a 87: nova innvocação às TTágides e
os
Momento Dedicattória às ninnfas do Mond dego, queixand do‐se da sua m má
oferta d
da obra fortu
una e pedindo novas forças para continua ar a sua
Narraçãão tareffa;
desenvoolvimento do ttema ‐Cantto X, ests. 8 e 9: invocação a Calíope, sup plicando‐
lhe a continuação do gosto pela a escrita, apessar de
ninguuém o ouvir.
Dedicatória
Canto o I, ests. 6 a 18: oferta do p poema a rei
D.Sebbastião.
Narraação
Canto o I, est.19 atéé ao fim da obra.
Accção Acção‐ viagem ma arítima de Vassco da Gama à à India.
o tema que se vai dessenrolando ao o Hérooi‐ o povo Porttuguês, aqui ssimbolizado po or Vasco
da obra
longo d da Ga ama.
Personaagem/herói Maraavilhoso‐ cristtão; Pagão; Cééltico ou mágico
os
Elemento a personnagem princip pal Formma‐ narratica vversejada; verrsos decassiláb bicos
Maravillhoso (gera
almente heróiccos) ; rimas co om esquema a abababcc;
nção de seres superiores
interven estânncias – oitavass; poema divid dido em 10 ca antos.
Forma
estruturra versificatórria
Unidade‐existe um m fio condutorr ao longo da obra;a
Unidade‐ ligação dass partes, série de narraação da viagem de Vasco d da Gama, realiizada
aconteccimentos, num m todo harmon nioso entree Lisboa e Caleecut.
Variedaade – introduçção de espisód dios, Varieedade‐introdu ução de episód dios históricoss que
breves nnarrativas, quue embelezam m e ajudaam a melhor cconhecer a alm ma lusitana.
Qualidades dinamizzam a acção, n não interferem
m na Veracidade‐ assun nto real : a desscoberta do ca aminho
unidadee ítimo para a Ín
marít ndia.
Veraciddade‐ assunto real ou pelo Integgridade‐ao lon ngo da compo osição encontrramos e
menos vverosímil estru
utura narrativa a: a introduçãão, canto I, estts. 1 a 18;
Integrid
dade – estrutu ura narrativa ccom o dessenvolvimento o, canto I a IX,, ests. 1 a 12; o
introduçção, desenvollvimento e desen nlace, que corrresponde ao regresso: canto X, ests.
desenlaace 13 a 144
Quadro ba
aseado em: Mo oreira, Vasco e PIMENTA, H Hilário,
Novas prop
postas de aborrdagem: Gil V
Vicente, Camõees e Eça de Qu
ueirós, Porto EEditora, Porto
o, 1990
Analogias entre
e a Odisseiaa e Os Lusíadas
Odisseia, é um dos princippais poemass épicos do
os antigos gregos. Foi ccomposta e
em 24
os e é atribuído, tal como a Ilíada
canto a, a Homero
o.
O poemaa é, de certaa maneira, uma contin nuação da Ilílíada,
e ceentra‐se prin
ncipalmentee no herói ggrego Odissseu (ou Ulissses),
e na sua longa vviagem de d dez anos dee volta a Ítaca, seu lar, após
participar na Guerra de Trróia pelo exército grego. Mas Ullisses
não chegou, pois após sair de Ísmaros, deu‐sse uma grande
temp pestade, qu ue o afasttou do seu u destino. Entretanto o, os
preteendentes de
d Penélopee, esposa de d Ulisses, acumulam‐‐se e
esperam que ella se decidaa a casar dee novo. Ao esperarem, vão
gastaando a fo ortuna de Ulisses em banque etes. Penélope,
esperançosa dee que seu m marido voltee, vai adiando a escolh ha de um dos pretendentes
(por vezes ardilosamente, como na célebre fiaçãão do bordado mortallha, na qual lhes
diz q
que quando acabar esccolherá um dos pretendentes, maas de noite desfaz o qu ue fez
de dia). Ulisses, tentando vvoltar, erra pelo mar p por mais deez anos . É rrecebido no o país
dos Feácios, (cconhecidos por serem m exímios marinheiro os) a quem m conta as suas
avennturas. Acabba por connseguir regrressar a Ítaaca. Preparra tudo parra massacrrar os
preteendentes, o o que faz com a ajuda d do seu filho Telémaco.
A nívvel do contéu
udo
• aa acção é umma viagem marítima;
• os deuses tentam op por‐se aos homens, no n
e
entanto estees consegueem vencer os obstáculos:
p
pela astúcia, pela fé e coragem de Vaasco da Gama;
• os heróis têêm o priviléégio de conh
hecer o futu
uro, atravéss dos deusess, das
n
ninfas e mes mo através d do sonho;
• a recompensa à chegadaa: Ulisses reggressa ao seu u lar para junnto de Penéllope e
d filho; Vaasco da Gaama e os seus
do s homen ns são recoompensadoss pela
imortalidadee que lhes é cconcedida.
Analogias en
ntre Os Lusííadas e a En
neida
Além dass semelhançaas já referidas ao nível d da forma – aa proposição
o, a invocaçãão e a
dediccatória e o in
nicio da narraação in mediia res – pode
emos referir ainda:
Os Lusíadas, um poema é
épico renascentista
• o universalismo: é inten
o nção do poe
eta dar a conhcer
c ao
M
Mundo os feeitos dos Portuguses, não
n se conffinando a
P
Portugal – “C Cantando esp palharei por toda a partee” (canto I,
e 2, v. 7) e “Que se espalhe e se
est. s cante no o Universo”
(ccanto I , est. 5, v.7).
• o
o experiment talismo: surgge como opo osição ao saaber livresco,,
v
valorizando a a longa experriência dos mmarinheiros.
• o
o homem sur rge como um m elemento ccapaz de intervir no seu destino, de lutar,
p
pondo em jogo alguns dos seus valo
ores, como, por exemplo o, o heroísm
mo e o
saber. Efectivvamente, enfrentaram‐se as forças d da natureza – por exemplo, o
e
episódio do Adamastor ‐, e há o o confronto com outro os povos, outros
o
costumes, no ovas culturas e novas que estões.
N
Novas Terrras: Nov
vas estrelaas
Não há dúvida
d que as navegaçções deste reeino, de cem m anos a essta parte, são as
maiorres, mais maaravilhosas, de mais altaas conjecturas, do que as a de nenhum ma outra gennte do
munddo. Os portuugueses ousaaram cometeer o grandee oceano. Enntraram porr ele sem neenhum
receioo. Descobrirram novas ilhhas, novas teerras, novos mares, novoos povos, e, o que mais é,, novo
céu e novas estrellas. E perderram-lhe tanto o medo, qu ue nem a graande quenturra da zona to
orrada
nem o descompassso frio da exxtrema partee do sul com que os antiggos escritoress nos ameaçavam,
os pôôde estorvar. Perdendo a estrela do norte
n e tornando-a a cobrrar, descobrrindo e passa
ando o
temerroso cabo daa Boa Esperaança, o marr da Etiópia, da Arábia e da Pérsia ppuderam cheegar à
Ìndiaa.
Ora mannifesto é quee estes desccobrimentos de costas, ilhas e terrras firmes não n se
fizeraam, indo a acertar, maas partiram os nossos mareantes
m m ensinaddos e provid
mui dos de
instruumentos e reegras de astrrologia e geoometria, que são as coisaas de que os cosmógrafoss hão-
de-see andar aperrcebidos. Levvaram cartass mui particularmente ruumadas e nãão já as de queq os
antiggos usavam.
Pedro Nunes, Tratado da Esfera
Prof. Elsa G
Giraldo