Você está na página 1de 1

Uma questão de educação

Situação um: O sujeito chega perto do amigo com uma cara de quem
apertou o botão do avião no qual estava escrito “Proibido Apertar”. Ele andava
pisando firme com raiva de si mesmo. O motivo ninguém sabe, nem eu que
estou narrando:
-Ai como eu sou Burro! Burro, Burro.
-Verdade eim. – Fala o amigo com medo de negar algo.
Situação dois: A mulher se aproxima de sua amiga e comenta ao se
olhar no espelho do provador com uma cara de quem pediu o número 86, só
tinha na loja até o 46 e ela disse que podia ser:
-Nossa. Como eu estou gorda.
-Pois é né – responde a sua amiga enquanto lê uma revista e nem sabe
do que esta falando.
Situação três: O cara todo empolgado com o emprego novo conversa
com aquele amigo dele que de tão simpático chega a ser chato pois só afirma
tudo o que você diz com medo de você ficar triste se for negado, até que você
faz uma pergunta crucial:
-Agora eu estava pensando, será que esse cargo tão alto pra mim que
só tenho Doutorado em administração é porque eles estão querendo me
colocar de “Laranja”. Será que eu sou mal estudado?
-É né, deve ser. Só pode. Hehe. – Responde o sujeito com aquele
sorriso plenamente “tijolável” de quem se quer saber o que está afirmando ou
confirmando.
Esses dias eu presenciei essas situações e pude ver com clareza a
feição da primeira pessoa de cada caso logo após a fala da segunda pessoa de
cada caso. Não vou falar como foi, pois provavelmente vocês já viram isso
também, mas posso afirmar uma coisa: Quando uma pessoa se auto-flagela
com as palavras, jamais concorde com ela, mesmo que tenha medo de
discordar, mesmo que não tenha prestado atenção e mesmo que você
concorde com tudo. É uma questão de educação.
Quando uma pessoa se xinga ela quer escutar o contrário. Por isso,
sempre minta.

Lucas Akira Campos Nishikawa

Você também pode gostar