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APRESENTAÇÃO DO FILME “ROBIN HOOD”

O filme é baseado na luta dos ingleses para obterem garantias legais mínimas,
tais garantias mais tarde foram nomeadas como carta de direitos. A história mostra que
uma civilização a medida que evolui, passa a ter a necessidade de ter ordem, ou seja,
que sejam determinados direitos e deveres de forma legal e não de acordo com o humor
dos governantes.
A história demonstra que o Rei João sem terra ao assumir o trono, se vê diante
de uma nação falida e desunida. Para tentar contornar a situação o monarca tenta impor
a sua população uma carga tributária abusiva, o que faz com que o país se una contra o
Rei, para combater tal “agressão”.
Após a união de nobres e camponeses contra o Rei, este se viu na iminência de
uma guerra civil, somada a isto, os olhos da França estavam voltados para a Inglaterra,
com o fim de invadi-la, uma vez que o Reinado estava abalado. A única saída para o
Monarca, era evitar a guerra civil eminente, através de um acordo feito com seus súditos
para que os mesmos lhe apoiassem contra a França, em troca ele assinaria a carta de
direitos que permitiria uma melhor condição de vida para seus súditos. Esse documento
é considerado o primeiro capítulo de um longo processo histórico que, mais tarde, já no
século XVIII, ensejaria o surgimento do Direito Constitucional.
Após evitar a guerra e conseqüentemente a perda de seu reinado, o Rei se negou
a assinar a carta de direitos, tendo posteriormente assinado a mesma devida a pressões
internas, de mesma ordem anterior.
Na realidade, todo o filme é para demonstrar a importância do princípio da
legalidade, que hoje é o princípio que norteia todos os Estados de Direito, sendo este a
base para a formação do Estado Democrático de Direito.
No presente filme, o período compreendido é o do século XII e inicio do século
XIII, a história aborda a fase anterior a vida de Robin Hood, antes dele se tornar, de
fato, Robin Hood.
Nesse filme, Robin Hood, é um cavaleiro que, voltando das Cruzadas,
juntamente com o Rei da Inglaterra Ricardo “Coração de Leão”, entre em uma confusão
e é preso, correndo risco de ser morto a mando do Rei. No entanto, com a morte deste, o
cavaleiro foge e, para reingressar na Inglaterra, assume o nome de um outro cavaleiro –
este, um nobre inglês – morto em uma batalha e, ao chegar à Inglaterra, dirige-se para a
região do cavaleiro de quem tinha usurpado o nome.
Lá chegando, depara-se com a situação política do momento, na qual o novo Rei
João “Sem Terra” (que assume em virtude da morte do irmão antes deste chegar com a
tropa na Inglaterra voltando das Cruzadas), despreparado para conduzir o país, é
fortemente influenciável por seus conselheiros, leva a Inglaterra à iminência de ser
invadida pela França.
Diante de tal possibilidade, e mesmo sabendo não contar com o apoio da
nobreza inglesa em razão da exigência cada vez maior de tributos, o Rei aos nobres
pede seu apoio para lutar contra a França e assim evitar a invasão.
Aqui o filme interessa ao Direito, os nobres exigem do Rei a assinatura de uma
“carta” por eles elaborada, na qual consta, dentre outras cláusulas, uma que prevê que
ninguém será privado de suas terras sem um processo legal no qual seja possibilitada a
defesa prévia.
Tal Carta consiste na conhecida “Carta Magna” inglesa de 1215, tida como o
primeiro documento no qual consta uma restrição ao poder estatal, no caso, o poder do
Rei.
Configura a cláusula uma restrição ao poder estatal, pois até então, devido ao
poder do Rei, este podia desapossar os proprietários de terras, bem como exercer outros
atos, sem qualquer providência prévia; desta forma, o simples fato de ter que, antes de
executar uma decisão, instaurar um processo e aguardar uma decisão, já consistia em
uma limitação ao poder real.
E a citada cláusula, por sua vez, consiste na até hoje reproduzida nas
Constituições, qual seja, a cláusula, o principio, o direito fundamental do “devido
processo legal”, presente em nossa Constituição Federal em seu artigo 5º. LIV
(“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”).
A Magna Carta é um documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas da
Inglaterra, especialmente o do Rei João, que o assinou, impedindo assim o exercício do
poder absoluto. Segundo os termos dessa carta, João deveria renunciar a certos direitos
e respeitar determinados procedimentos legais, bem como reconhecer que a vontade do
rei estaria sujeita a lei.
Uma extraordinária seqüência de fracassos da parte do rei João – que subira ao
trono inglês no inicio do século XII – levou os barões ingleses a se revoltar e a impor
limites ao poder real. O rei não tinha o respeito dos seus súditos, devido à maneira pela
qual tomou o poder após a morte de Ricardo Coração de Leão, por ter mandado
aprisionar e liquidar o seu sobrinho e co-pretendente ao trono, Artur da Bretanha,
causando rebelião da Normandia e da Bretanha contra o rei inglês. Fracassou ainda ao
tentar reconquistar os territórios ingleses tomados por Filipe Augusto de França,
fracasso este que ficou patente com a batalha de Bouvines, em 1214. não é por este
motivo que João é chamado de “Sem Terra”, mas sim, porque, sendo o filho mais novo,
não recebera terras em herança, ao contrários dos seus irmãos mais velhos.
Robin Hood é uma bela lenda medieval que atravessou séculos pelo apelo
romântico e pelas implicações políticas que ela releva. A estória de amor entre o bom
ladrão que roubava dos ricos pra dar aos pobres e a nobre mocinha Lady Marian, bem
como as intrigas políticas do tempo em que possivelmente esses personagens tenham
vivido são uma fonte de inspiração praticamente inesgotável para filmes, poemas e
romances. Por isso continuam-se a se fazer filmes sobre esse assunto e nós continuamos
a assisti-los com prazer, por que essa lenda é realmente bela e edificante.
A bem da verdade, não há provas de que esses personagens tenham realmente existido.
É mais provável que as lendas de Robin Hood sejam inspiradas em algum bandido
salteador de estradas, que durante a Idade Média infestaram as estradas européias, que
na época eram desprovidas de qualquer segurança. Praticamente, todos os países da
Europa medieval tiveram os seus Robin Hoods, embora poucos deles tenham se
tranformado em lendas famosas, como a do arqueiro inglês.
VT

DIREITO INTERNACIONAL

ACADÊMICAS: Alice Peixoto


Michelle Freitas de Sousa
TURMA: N2

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