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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”


Faculdade de Arquitetura, Arte e Comunicação

A ERA VARGAS
“ASPECTOS SOCIAIS”

Leonardo
Leonardo
Leonardo
Lucas
Luana
Luis Enrique Cazani Junior - 933546
Maiara Helena Ferreira Pedroso – 931357
Maira
Maira
Maria Clara de Lima Mendes - 831115

Bauru – SP
2010
SUMÁRIO

1 POPULISMO .................................................................................................... 03

2 AUTORITÁRISMO ........................................................................................... 00

3 A LEGISLAÇÃO SOCIAL ................................................................................ 00


3.1 CORPORATIVISMO ................................................................................... 00
3.2 LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA ..................................................... 00
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1 POPULISMO.

Denomina-se o populismo como medidas executadas visando estabelecer um


maior vínculo com a população embora unidirecional, podendo congregar forças
opositoras ou práticas nacionalistas (estatização, restrição ao capital estrangeiro,
substituição das importações e desenvolvimento da indústria de base), levantando
temas que abrangem uma maior quantidade de segmentos sociais, com a utilização
de meios de comunicação para enobrecer a figura de quem pratica tais ações. Como
mecanismo empregado, a retórica e a liderança carismática que acabam por
esconder o viés autoritário da sua propaganda que se faz direta e emocional. Um
governo populista é entendido, segundo Boito Jr. (1982), como a “ação salvadora do
estado capitalista” em momentos de crise ou mudança.
O populismo, portanto, se manifesta por medidas ou manifestações que
transmutam o poder estabelecido. Na década de 30, com a “quebra da oligarquia
café com leite” na revolução de 1930, se utilizou do populismo como revestimento
para manter a configuração que adveio, opção diante das contradições vividas no
momento e da situação precária vivida pela maioria da população.
Getulio Vargas promoveu diversas manifestações populares principalmente em
datas que possuíam um viés democrático ou que remetiam a conquistas, como o 1º
de maio (Dia do Trabalho).
O mecanismo populista de Vargas se dava também pelo controle da maioria
das organizações populares (Federação Brasileira para o Progresso Feminino, Liga
Eleitoral Católica, Escolas de Samba do RJ), pela reordenação dos sindicatos
colocando aliados e com criação do DIP (Órgão controlador das noticias estatais
como da propaganda populista de Vargas). Com o monopólio exercido por esse
órgão regulamentador, propiciou uma homogeneização e amplificação da ideologia
populista do Estado, censurando e inibindo quaisquer tentativas de questionamentos
institucionais com a figura dos seus censores.
O DIP manipulava a cultura popular como enaltecia a força do trabalho
moralmente. Com o aumento da industrialização, ou seja, do setor urbano, o rádio
se transformou no mais ágil meio de comunicação, ferramenta muito utilizada por
Vargas. Em seu governo, o numero de rádios aumentou exponencialmente não se
limitando a transmissores residenciais, mas alto-falantes que eram instalados em
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praças públicas para difundir a sua doutrina fascista. Destaca-se a criação da Hora
do Brasil que ainda se estabelece até os dias atuais.
Dessa forma, com o populismo, o poder se mantém concentrado e as
organizações controladas. Delegava ao povo um “caráter bruto” a ser lapidado pelo
governo ou elites o populismo desenvolvimentista de Vargas se contrapõe hoje, ao
populismo neoliberal utilizado atualmente.
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2 AUTORITÁRISMO
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3 A LEGISLAÇÃO SOCIAL.

Para muitos brasileiros Getúlio Vargas é considerado uma espécie de patrono


da legislação social, além de “pai dos pobres” e o homem que outorgou direitos aos
trabalhadores. Entre seus feitos estão as leis que regulamentavam os sindicados, as
férias e as aposentadorias.

3.1 CORPORATIVISMO.

O modelo doutrinário que inspirou o sindicalismo brasileiro é o corporativismo,


que pregava a união de classes entre corporações ou associações com a presença
de patrões e empregados.
O corporativismo surgiu como uma espécie de “meio-termo” entre o
capitalismo que se encontrava em crise e o socialismo emergente. Este modelo
buscava equilibrar a harmonia social com o progresso e o desenvolvimento. Porém,
para que ele funcionasse um Estado forte era necessário, assim como o apoio da
população.
A sociedade seria organizada em grandes blocos de atividades econômicas
como, por exemplo, agricultura e indústria; e a cada bloco reuniria os interesses do
capital e do trabalho da área. Interesses particulares e ideologias políticas não mais
seriam os divisores das organizações.
O corporativismo assumiu diferentes características em outros países, tendo
sua doutrinada adaptada para a realidade social e econômica de cada nação.
No Brasil não existia a possibilidade de pluralidade sindical, cada setor
profissional possuía um sindicato único. O sindicato funcionava como um órgão
privado com funções públicas subordinados ao governo por intermédio do Ministério
do Trabalho que agia sobre eles como um agente regularizador. A organização
ocorria no plano municipal, estadual e federal. O corporativismo estatal afirma não
ceder espaço para interesses particulares ou disputas políticas, se impondo de
forma autoritária. Seu principal objetivo era de supostamente garantir a paz social,
eliminando conflitos políticos e ideológicos, o que pode ser visto como uma forma
sofisticada de autoritarismo.
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Assim, pode-se afirmar que a Era Vargas foi extremamente intervencionista


também na área social. Por meio dos sindicatos, o governo conseguia controlar as
atividades dos trabalhadores, além de evitar greves e silenciar o movimento
operário. Se por um lado o governo reconhecia os sindicatos como instrumentos de
organização, por outro ele restringia a capacidade de reivindicação e mobilização
dos trabalhadores.
No final do século XIX, a atividade sindical se inicia no país com tendências
anarquistas e socialistas, reivindicando melhores sociais para os trabalhadores. Já
nos primeiros anos do século XX, greves importantes ocorreram no Brasil mostrando
a grande força do movimento trabalhista. Esta força foi destruída com o governo
Vargas, que implantou um modelo sindical mais cooperativo e voltado aos interesses
do governo.
Ao chegar ao poder Vargas cria o Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio responsável pelas questões sociais do país, o que leva a primeira lei
sindical (1931) – o Decreto nº19.770 – que criava sindicatos de empregados e
empregadores, além de estabelecer um único sindicato por categoria. Em 1934, a lei
foi alterada para criar uma pluralidade sindical limitada. Já em 1939, a lei sindical
volta a estabelecer um sindicato único e faz dele uma entidade para a servir os
interesses públicos e coletivos ao invés de ser interesses de um grupo particular. A
lei também proibia greves e dava ao governo o direito de controlar contas, eleições e
atividades administrativas sindicais. Este controle acaba com a Constituição de
1988, mas é mantida a unicidade sindical.
A lei sindical da Era Vargas, apesar de conceber benefícios aos
trabalhadores, estabeleceu que os sindicatos só poderiam servir aos trabalhadores
se seus interesses fossem os mesmos do governo.

3.2 LEGISLAÇÃO SOCIAL E TRABALHISTA.

Outra importante realização de Vargas foi a criação da Justiça do Trabalho


que atuava como mediadora entre os patrões e os empregados. Funcionava em três
níveis, sendo o primeiro formado pelas Juntas de Conciliação e Julgamento, o
segundo pelos Tribunais Regionais do Trabalho e o terceiro, Tribunal Superior do
Trabalho.
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Em 1932, a carteira de trabalho foi criada, sendo considerado o documento


mais importante para o trabalhador. Ela continha todo o histórico da vida profissional
e servia como prova documental para fins de aposentadoria e licença. Juntamente
com sua criação foi proibido o trabalho para menores de 14 anos, estabelecida uma
carga horária máxima de 8 horas por dia, além da regulamentação do trabalho
feminino.
O salário mínimo foi anunciado em 1940 durante uma festividade cívica.
Essas festividades eram comuns no Estado Novo para exaltar a pátria e Getúlio
Vargas. Embora muitas leis trabalhistas tenham sido criadas anteriormente à
Vargas, ele contribuiu para o desenvolvimento de muitas delas e criação de outras,
além de estabelecer vigilância para que estas fossem cumpridas.
A principal norma legislativa brasileira, a Consolidação das Leis do Trabalho
(CLT), foi criada em 1º de Maio de 1943, e tinha como o objetivo principal a
regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho. O empresariado
brasileiro teve reações contrarias ás novas leis, relutando em cumpri-las. Porém
acabaram submetendo-se as decisões do governo.
As leis não favoreciam todos os trabalhadores, focando apenas na população
urbana que possuísse empregos reconhecidos e regulamentados pelo Estado. Além
disso, algumas leis eram voltadas somente para membros do sindicato. Com isso,
muitos trabalhadores não receberam assistência necessária aumentando a
desigualdade social. As leis que incluíram esses trabalhadores só começaram a
vigorar na década de 70.
Quando Vargas retorna ao governo em 1951 decreta o primeiro aumento do
salário mínimo desde sua criação, reforçando seu papel de patrono da nação.
Anteriormente, as pessoas eram submetidas a testes ideológicos para participar de
sindicatos, o que impedia que esquerdistas e opositores ao governo chegassem a
direção sindical. Em 1952, Getúlio aboliu essa lei e teve como conseqüência muitas
greves pelo país. Percebendo o descontentamento dos trabalhadores, ele adotou
medidas para recuperar o apoio popular. Com isso aumentou o salário mínimo em
100%, o que afetou o seu compromisso com as classes empresariais, políticas e
militares.
Vargas iniciou uma tradição de respeito aos direitos dos trabalhadores
brasileiros e a legislação criada em seu governo foi a que sofreu menos alteração
até hoje.
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BIBLIOGRAFIA

SKIDMORE, Thomas E. Brasil :de Getúlio Vargas a Castelo Branco (1930-1964).


Rio de Janeiro. Paz e Terra, 1988

D'ARAUJO, Maria Celina. A era Vargas. São Paulo. Moderna, 2004

SILVA, Hélio. O ciclo de Vargas. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 1976-1978

SILVA, Selma Rosane Santana da. Getúlio : "Pai dos pobres" ou ditador fascista?.
Bauru : [s.n.], 2001

DIP. Disponível em:


<http://cafehistoria.ning.com/group/aeravargas/forum/topics/o-populismo-de-vargas-
o-dip>. Acesso: 28 mar. 2011

Populismo. Disponível em:


<http://www.suapesquisa.com/historia/dicionario/populismo.htm>. Acesso: 28 mar.
2011

Populismo. Disponível em:


<http://pt.wikipedia.org/wiki/Populismo>. Acesso: 28 mar. 2011

Populismo. Disponível em:


<http://dieiksonprof.files.wordpress.com/2010/05/a-era-vargas-e-o-populismo-no-
brasil.pdf>. Acesso: 28 mar. 2011

Vargas. Disponível em:


<http://www.espacoacademico.com.br/039/39cboito.htm>. Acesso: 28 mar. 2011

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