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Que é Segurança do Trabalho ?

Segurança do trabalho pode ser entendida como os conjuntos de medidas que são
adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como
proteger a integridade e a capacidade de trabalho do trabalhador.
A Segurança do Trabalho estuda diversas disciplinas como Introdução à
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho, Prevenção e Controle de Riscos em
Máquinas, Equipamentos e Instalações, Psicologia na Engenharia de Segurança,
Comunicação e Treinamento, Administração aplicada à Engenharia de Segurança, O
Ambiente e as Doenças do Trabalho, Higiene do Trabalho, Metodologia de Pesquisa,
Legislação, Normas Técnicas, Responsabilidade Civil e Criminal, Perícias, Proteção do
Meio Ambiente, Ergonomia e Iluminação, Proteção contra Incêndios e Explosões e
Gerência de Riscos.

O quadro de Segurança do Trabalho de uma empresa compõe-se de uma equipe


multidisciplinar composta por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de
Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes
profissionais formam o que chamamos de SESMT - Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho. Também os empregados da empresa
constituem a CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, que tem como
objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da
saúde do trabalhador.

A Segurança do Trabalho é definida por normas e leis. No Brasil a Legislação de


Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas
Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como portarias e decretos e
também as convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho,
ratificadas pelo Brasil.

2. Porque minha empresa precisa contituir equipe de Segurança do Trabalho?


Porque é exigido por lei. Por outro lado, a Segurança do Trabalho faz com que a
empresa se organize, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos,
melhorando as relações humanas no trabalho.

3. Que é acidente de trabalho?


Acidente de trabalho é aquele que acontece no exercício do trabalho a serviço da
empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional podendo causar morte,
perda ou redução permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Equiparam-se aos acidentes de trabalho:
o acidente que acontece quando você está prestando serviços por ordem da empresa
fora do local de trabalho
o acidente que acontece quando você estiver em viagem a serviço da empresa
o acidente que ocorre no trajeto entre a casa e o trabalho ou do trabalho para casa.
doença profissional (as doenças provocadas pelo tipo de trabalho.
doença do trabalho (as doenças causadas pelas condiçoes do trabalho.

O acidente de trabalho deve-se principalmente a duas causas: I. ato inseguro


é o ato praticado pelo homem, em geral consciente do que está fazendo, que está contra
as normas de segurança. São exemplos de atos inseguros: subir em telhado sem cinto de
segurança contra quedas, ligar tomadas de aparelhos elétricos com as mãos molhadas e
dirigir a altas velocidades.
II. Condição Insegura
é a condição do ambiente de trabalho que oferece perigo e ou risco ao trabalhador. São
exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios desencapados, máquinas
em estado precário de manutenção, andaime de obras de construção civil feitos com
materiais inadequados.

Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros é possível reduzir os acidentes


e as doenças ocupacionais. Esse é o papel da Segurança do Trabalho.

4. Onde atua o profissional de Segurança do Trabalho?


O profissional de Segurança do Trabalho tem uma área de atuação bastante ampla. Ele
atua em todas as esferas da sociedade onde houver trabalhadores. Em geral ele atua em
fábricas de alimentos, construção civil, hospitais, empresas comerciais e industriais,
grandes empresas estatais, mineradoras e de extração. Também pode atuar na área rural
em empresas agro-industriais.

5. O que faz o profissional de Segurança do Trabalho? O profissional de Segurança


do Trabalho atua conforme sua formação, quer seja ele médico, técnico, enfermeiro ou
engenheiro.O campo de atuação é muito vasto. Em geral o engenheiro e o técnico de
segurança atuam em empresas organizando programas de prevenção de acidentes,
orientando a CIPA, os trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção
individual, elaborando planos de prevenção de riscos ambientais, fazendo inspeção de
segurança, laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e treinamento. Muitas
vezes esse profissional também é responsável pela implementação de programas de
meio ambiente e ecologia na empresa.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se a parte de saúde ocupacional,
prevenindo doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos, ministrando vacinas,
fazendo exames de admissão e periódicos nos empregados.

6. O que exatamente faz cada um dos profissionais de Segurança do Trabalho?


A seguir a descrição das atividades dos profissinais de Saúde e Segurança do Trabalho,
de acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações - CBO.

Engenheiro de Segurança do Trabalho - CBO 0-28.40

assessora empresas industriais e de outro gênero em assuntos relativos à segurança e


higiene do trabalho, examinando locais e condições de trabalho, instalações em geral e
material, métodos e processos de fabricação adotados pelo trabalhador, para determinar
as necessidades dessas empresas no campo da prevenção de acidentes;

inspeciona estabelecimentos fabris, comerciais e de outro gênero, verificando se existem


riscos de incêndios, desmoronamentos ou outros perigos, para fornecer indicações
quanto às precauções a serem tomadas;

promove a aplicação de dispositivos especiais de segurança, como óculos de proteção,


cintos de segurança, vestuário especial, máscara e outros, determinando aspectos
técnicos funcionais e demais características, para prevenir ou diminuir a possibilidade
de acidentes;

adapta os recursos técnicos e humanos, estudando a adequação da máquina ao homem e


do homem à máquina, para proporcionar maior segurança ao trabalhador;

executa campanhas educativas sobre prevenção de acidentes, organizando palestras e


divulgações nos meios de comunicação, distribuindo publicações e outro material
informativo, para conscientizar os trabalhadores e o público, em geral;

estuda as ocupações encontradas num estabelecimento fabril, comercial ou de outro


gênero, analisando suas características, para avaliar a insalubridade ou periculosidade de
tarefas ou operações ligadas à execução do trabalho;

realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais, consultando técnicos


de diversos campos, bibliografia especializada, visitando fábricas e outros
estabelecimentos, para determinar as causas desses acidentes e elaborar recomendações
de segurança.

Técnico de Segurança do Trabalho - CBO 0-39.45

inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa, observando as condições de


trabalho, para determinar fatores e riscos de acidentes; estabelece normas e dispositivos
de segurança, sugerindo eventuais modificações nos equipamentos e instalações e
verificando sua observância, para prevenir acidentes;

inspeciona os postos de combate a incêndios, examinando as mangueiras, hidrantes,


extintores e equipamentos de proteção contra incêndios, para certificar-se de suas
perfeitas condições de funcionamento;

comunica os resultados de suas inspeções, elaborando relatórios, para propor a


reparação ou renovação do equipamento de extinção de incêndios e outras medidas de
segurança;

investiga acidentes ocorridos, examinando as condições da ocorrência, para identificar


suas causas e propor as providências cabíveis;

mantém contatos com os serviços médico e social da empresa ou de outra instituição,


utilizando os meios de comunicação oficiais, para facilitar o atendimento necessário aos
acidentados;

registra irregularidades ocorridas, anotando-as em formulários próprios e elaborando


estatísticas de acidentes, para obter subsídios destinados à melhoria das medidas de
segurança;

instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança, combate a incêndios e


demais medidas de prevenção de acidentes, ministrando palestras e treinamento, para
que possam agir acertadamente em casos de emergência;
coordena a publicação de matéria sobre segurança no trabalho, preparando instruções e
orientando a confecção de cartazes e avisos, para divulgar e desenvolver hábitos de
prevenção de acidentes;

participa de reuniões sobre segurança no trabalho, fornecendo dados relativos ao


assunto, apresentando sugestões e analisando a viabilidade de medidas de segurança
propostas, para aperfeiçoar o sistema existente.

Médico do Trabalho - CBO - 0-61.22

executa exames periódicos de todos os empregados ou em especial daqueles expostos a


maior risco de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais, fazendo o exame
clínico e/ou interpretando os resultados de exames complementares, para controlar as
condições de saúde dos mesmos a assegurar a continuidade operacional e a
produtividade;

executa exames médicos especiais em trabalhadores do sexo feminino, menores, idosos


ou portadores de subnormalidades, fazendo anamnese, exame clínico e/ou interpretando
os resultados de exames complementares, para detectar prováveis danos à saúde em
decorrência do trabalho que executam e instruir a administração da empresa para
possíveis mudanças de atividades;

faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho ou alterações agudas da


saúde, orientando e/ou executando a terapêutica adequada, para prevenir conseqüências
mais graves ao trabalhador;

avalia, juntamente com outros profissionais, condições de insegurança, visitando


periodicamente os locais de trabalho, para sugerir à direção da empresa medidas
destinadas a remover ou atenuar os riscos existentes;

participa, juntamente com outros profissionais, da elaboração e execução de programas


de proteção à saúde dos trabalhadores, analisando em conjunto os riscos, as condições
de trabalho, os fatores de insalubridade, de fadiga e outros, para obter a redução de
absenteísmo e a renovação da mão-de-obra;

participa do planejamento e execução dos programas de treinamento das equipes de


atendimento de emergências, avaliando as necessidades e ministrando aulas, para
capacitar o pessoal incumbido de prestar primeiros socorros em casos de acidentes
graves e catástrofes;

participa de inquéritos sanitários, levantamentos de doenças profissionais, lesões


traumáticas e estudos epidemiológicos, elaborando e/ou preenchendo formulários
próprios e estudando os dados estatísticos, para estabelecer medidas destinadas a reduzir
a morbidade e mortalidade decorrentes de acidentes do trabalho, doenças profissionais e
doenças de natureza não-ocupacional;
participa de atividades de prevenção de acidentes, comparecendo a reuniões e
assessorando em estudos e programas, para reduzir as ocorrências de acidentes do
trabalho;

participa dos programas de vacinação, orientando a seleção da população trabalhadora e


o tipo de vacina a ser aplicada, para prevenir moléstias transmissíveis;

participa de estudos das atividades realizadas pela empresa, analisando as exigências


psicossomáticas de cada atividade, para elaboração das análises profissiográficas;

procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de candidatos a


emprego em ocupações definidas, baseando-se nas exigências psicossomáticas das
mesmas, para possibilitar o aproveitamento dos mais aptos;

participa da inspeção das instalações destinadas ao bem-estar dos trabalhadores,


visitando, juntamente com o nutricionista, em geral (0-68.10), e o enfermeiro de higiene
do trabalho (0-71.40) e/ou outros profissionais indicados, o restaurante, a cozinha, a
creche e as instalações sanitárias, para observar as condições de higiene e orientar a
correção das possíveis falhas existentes. Pode participar do planejamento, instalação e
funcionamento dos serviços médicos da empresa. Pode elaborar laudos periciais sobre
acidentes do trabalho, doenças profissionais e condições de insalubridade. Pode
participar de reuniões de órgãos comunitários governamentais ou privados, interessados
na saúde e bem-estar dos trabalhadores. Pode participar de congressos médicos ou de
prevenção de acidentes e divulgar pesquisas sobre saúde ocupacional.

Enfermeiro do Trabalho CBO - 0-71.40


Estuda as condições de segurança e periculosidade da empresa, efetuando observações
nos locais de trabalho e discutindo-as em equipe, para identificar as necessidades no
campo da segurança, higiene e melhoria do trabalho;

Elabora e executa planos e programas de proteção à saúde dos empregados,


participando de grupos que realizam inquéritos sanitários, estudam as causas de
absenteísmo, fazem levantamentos de doenças profissionais e lesões traumáticas,
procedem a estudos epidemiológicos, coletam dados estatísticos de morbidade e
mortalidade de trabalhadores, investigando possíveis relações com as atividades
funcionais, para obter a continuidade operacional e aumento da produtividade;

Executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças profissionais ou


não-profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e
das condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação de
integridade física e mental do trabalhador;

Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença, fazendo


curativos ou imobilizações especiais, administrando medicamentos e tratamentos e
providenciando o posterior atendimento médico adequado, para atenuar consequências e
proporcionar apoio e conforto ao paciente;
Elabora e executa ou supervisiona e avalia as atividades de assistência de enfermagem
aos trabalhadores, proporcionando-lhes atendimento ambulatorial, no local de trabalho,
controlando sinais vitais, aplicando medicamentos prescritos, curativos, instalações e
teses, coletando material para exame laboratorial, vacinações e outros tratamentos, para
reduzir o absenteísmo profissional; organiza e administra o setor de enfermagem da
empresa, provendo pessoal e material necessários, treinando e supervisionando
auxiliares de enfermagem do trabalho, atendentes e outros, para promover o
atendimento adequado às necessidades de saúde do trabalhador;

Treina trabalhadores, instruindo-os sobre o uso de roupas e material adequado ao tipo


de trabalho, para reduzir a incidência de acidentes;

Planeja e executa programas de educação sanitária, divulgando conhecimentos e


estimulando a aquisição de hábitos sadios, para prevenir doenças profissionais,
mantendo cadastros atualizados, a fim de preparar informes para subsídios processuais
nos pedidos de indenização e orientar em problemas de prevenção de doenças
profissionais.

Auxiliar de Enfermagem do trabalho


desempenha tarefas similares às que realiza o auxiliar de enfermagem, em geral (5-
72.10), porém atua em dependências de fábricas, indústrias ou outros estabelecimentos
que justifiquem sua presença.

Fonte: Código Brasileiro de Ocupação - CBO

7. Como minimizar os custos com a Segurança do Trabalho?


A melhor maneira de minimizar os custos da empresa é investir na prevenção de
acidentes. Muitos empresários tem a idéia errônea que devem diminuir seus
investimentos em equipamentos de proteção individual, contratação de pessoal de
segurança do trabalho e medidas de segurança. O custo de um acidente pode trazer
inúmeros prejuízos à empresa.
O acidente leva a encargos com advogados, perdas de tempo e materiais e na produção.
Sabem-se casos de empresas que tiveram que fechar suas portas devido à indenização
por acidentes de trabalho. Com certeza seria muito mais simples investir em prevenção
e em regularização da segurança nesta empresa, evitando futuras complicações legais.
8. Na minha empresa nunca teve acidente de trabalho. Acho que investir em Segurança
atualmente é perda de tempo.
Isso não é correto. Investir em segurança também vai aumentar o grau de
conscientização dos empregados. Fazer treinamento de segurança vai melhorar o
relacionamento entre eles. Se nunca aconteceu acidente não quer dizer que nunca vai
acontecer. Já diz a Bíblia, "Vigiai e orai, pois não sabeis o dia nem a hora" . Nunca
sabermos a hora que um acidente pode acontecer, por isso devemos estar sempre
prevenidos.
9. Acho que meu dever como administrador de empresas e ou dono da empresa é
contratar o serviço de segurança do trabalho da empresa e ponto final.
Errado. Em uma campanha de segurança da empresa toda a diretoria deve estar
envolvida. De nada adianta treinar os funcionários, fazer campanhas, se a diretoria, a
maior responsável pela empresa, não estiver envolvida e engajada com a Segurança do
Trabalho. Se isso acontecer a empresa fica sendo acéfala, isto é, sem cabeça, sem
coordenação, perdendo-se tudo o que foi feito, caindo a Segurança do Trabalho no
esquecimento em poucos meses.
10. O que fazer então se, sendo da diretoria da empresa, não sou profissional da
área de segurança?
A primeira coisa a fazer é manter a mente aberta, conversar com os empregados, com o
pessoal da área de segurança, participar do processo. Também é de muita valia assistir
palestras e seminários, fazer cursos de atualização sobre gerenciamento, qualidade e
meio ambiente. Em muitos desses cursos são ministradas tópicos envolvendo Segurança
do Trabalho, que vem somar-se ao conhecimento necessário para fazer a empresa mais
eficiente, segura, organizada e produtiva

O Brasil, nas décadas de 70 e 80, ocupava o primeiro lugar no ranking mundial em


acidentes de trabalho. Em 1999 passou para o décimo quinto lugar, segundo dados da
Organização Internacional do Trabalho - OIT.
Segundo lei específica da área de segurança (NR 4), empresas com 100 ou mais
funcionários devem ter um Técnico em Segurança do Trabalho em seu quadro
funcional. Assim, as empresas existentes no Estado Ceará, e as projetadas, algumas em
fase de construção e/ou instalação, garantem oferta real e potencial de trabalho aos
profissionais desta área.
A oferta de cursos com esta habilitação ainda é incipiente; poucas são as instituições,
em nosso Estado, que os ministram e o fazem com custos financeiros para o aluno.
Para suprir essa lacuna o CEFETCE oferta o curso técnico em Segurança do
Trabalho, fundamentado em um novo paradigma de organização curricular por
competências, no qual a variável flexibilidade permitirá não somente um currículo que
atenda às demandas sociais atuais, às tendências do mercado, às exigências do setor
produtivo, como também à possibilidade de construção de caminhos formativos
individuais.Volta ao Topo

ORGANIZAÇÃO CURRICULAR

O curso está organizado por módulos, compostos por disciplinas, sendo o diploma de
Técnico em Segurança do Trabalho conferido ao final do terceiro módulo.
Foi construído a partir das funções: Proteção e Prevenção e de Inspeção e
Supervisão, para as quais foram eleitas Competências e Habilidades e selecionadas as
Bases Científicas e Tecnológicas, tendo como referência a estruturação do setor
produtivo e os indicadores de tendências do mercado.
O módulo básico, obrigatório, tem carga horária de 500h/aula, que servirá de suporte
para a continuidade do curso.
Diante da flexibilidade concedida por lei, são ofertadas 200h de Prática Profissional
para cada uma das funções e não é exigido o estágio curricular.
O curso tem uma carga horária total de 1.800h/aula.

MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE SEGURANÇA DO TRABALHO


PERÍODO
CÓDIGO
DISCIPLINAS
CH
TOTAL

1
387-DTE
Desenho Técnico
40

400

690- INFO
Informática
40

692-PORT
Português
40

694-MEDT
Medicina do Trabalho
80

695-SEGT
Segurança do Trabalho
80

696-LNT
Legislação e Normas Técnicas
80

697-SOCT
Sociologia do Trabalho
40

2
400-ESTA
Estatística Aplicada
40

500

619-SEGT
Segurança no Transito
80

660-EPI
EPC e EPI
80

698-RELH
Relações Humanas
40

700-SEGI
Segurança na Indústria
80

702-SEGE
Segurança na Eletrotécnica
80

705-PPR1
Prática Profissional 1
100

3
699-CPC
Combate e Prevenção a Sinist.
80

500

701--SCCI
Segurança na Constr. Civil
80
703-SEGP
Segurança Portuária
80

704-SEGR
Segurança Rural
80

713-INSR
Inspeção de riscos
80

791-PPR2
Prática Profissional 2
100

4
649-LAUP
Laudos Periciais
80

400

707-GSQ
Gestão e Sistemas de Qualidad
80

708-SANA
Saneamento Ambiental
80

710-TECT
Técnicas de Treinamento
80

711-ERG
Ergonomia
80

TOTAL
1800

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INGRESSO

A oferta de vagas é feita mediante edital de exame de seleção aos cursos técnicos do
CEFETCE, e as provas discorrem sobre conteúdos do Ensino Médio.
Só poderão matricular-se candidatos aprovados que tenham concluído o Ensino
Médio.Volta ao Topo

PERFIL DO TÉCNICO

O técnico em Segurança do Trabalho, imbuído de filosofia prevencionista, deverá


apresentar um perfil de formação generalista, alicerçado em eficazes bases científicas e
tecnológicas.
Sua postura autônoma e crítica de permitir-lhe intervir na realidade, promovendo
mudanças em relação às aplicações tecnológicas que determinam a melhoria das
condições de trabalho, da produtividade e da qualidade de vida dos trabalhadores.

Algumas Competências construídas ao longo do curso:


Conhecer os fundamentos de prevenção à saúde;
Avaliar os riscos profissionais a que estão expostos os trabalhadores e as formas de
prevenção de acidentes de trabalho;
Reconhecer fatores de riscos ambientais;
Aplicar princípios ergonômicos na realização do trabalho;
Analisar e estabelecer critérios para escolha de equipamentos de proteção individual e
coletiva;
Conhecer a organização da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes);
Identificar medidas de segurança no armazenamento, transporte e manuseio de
produtos;
Conhecer e interpretar a legislação e normas técnicas de segurança do trabalho;
Desenvolver procedimentos técnicos voltados para a elevação do nível de qualidade de
vida do trabalhador.Volta ao Topo

MERCADO DE TRABALHO
O técnico em Segurança do Trabalho poderá atuar em:
Indústrias: Eletroeletrônica, metalmecânica, têxtil, siderúrgica, petroquímica, extrativa,
de construção civil, de transformação, dentre outras.
Empresas de produção e/ou distribuição de eletricidade, gás e água, de transportes,
comércio e serviços.
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LABORATÓRIOS

Para as atividades práticas do Curso, utilizam-se os laboratórios das áreas de


Indústria (Mecânica, Eletrotécnica) Informática, Construção Civil, Química e
Telecomunicações.Volta ao Topo

PROFESSORES

Achilles Chaves Ferreira Júnior


Graduação: Engenharia Mecânica
Especialização: Engenharia Segurança do Trabalho

Cassandra Ribeiro de O. e Silva


Graduação: Pedagogia
Doutorado: Ergonomia

Francisco Alexandre de Souza


Graduação: Engenharia Elétrica
Especialização: Engenharia Segurança do Trabalho

Francisco Cláudio Barbosa Lima


Graduação: Letras
Especialização: Língua Portuguesa

Ilna Maria Almeida de Freitas


Graduação: Agronomia
Especialização: Engenharia Segurança do Trabalho

José Edilson Pinto


Graduação: Arquitetura
Especialização: Metodologia de Ensino de Projetos

Maria Lenilce Gonçalves Vieira


Graduação: Enfermagem
Especialização: Administração Hospitalar

Maria Núbia Barbosa


Graduação: Pedagogia
Mestrado: Educação TecnológicaVolta ao Topo

SERVIÇOS

Os professores do curso de Segurança do Trabalho podem oferecer os seguintes


serviços:

Laudos Periciais
Laudos de Avaliação Ambiental
Laudos de Avaliação Ergonômica
Mapas de Risco
PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais)

Cursos de Extensão:

Segurança na Eletricidade
CIPA
Inspeção de Riscos
Primeiros Socorros
Inspeção de EPI (Equipamento de Proteção Individual)
Palestras de Conscientização
Trabalho infantil ou escravo?

Quando se fala de criança carente, a primeira imagem que se tem é a de meninos e


meninas de ruas, pedindo dinheiro em semáforos para sobreviver. Quando não, o pior,
menores furtando ou cheirando cola para fugir da dura realidade em que vivem.
Todavia, quando mergulham nesta mesma realidade, ela se torna, talvez, ainda pior e
fantasmagórica, vez que, o infante vê sua incipiente força de trabalho ser explorada
abusivo e desumanamente.

Dados colhidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão conta
que 20% dos brasileiros já trabalham antes dos dez anos e 65,7% antes dos 15. Além
disso, 7,5 milhões de brasileiros com idades entre dez e dezessete anos trabalham,
representando 11,6% da mão-de-obra no país. Sendo que 70% dos casos recebem, em
média, apenas meio salário mínimo.

Desde 1995, 145 fiscais do Ministério do Trabalho, coordenados pela Secretaria de


Fiscalização do Trabalho do referido Ministério, percorrem o país de Norte a Sul para
traçar um mapa do trabalho infantil. O relatório fica pronto em agosto. Até agora, estão
prontos os mapas das regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste.

No Nordeste brasileiro, as crianças e adolescentes estão presentes em mais de 11


atividades. Destas, a colheita da cana-de-açúcar é a principal atividade onde o trabalho
infantil está envolvido. Os Estados do Ceará e Pernambuco, juntamente com o Rio de
Janeiro, são os recordistas na exploração de mão-de-obra infantil nos canaviais. Nesta
atividade, as crianças cortam a cana, suportam o peso de sacos da planta e correm o
risco até de sofrerem mutilação. Ademais, não trabalham menos de dez horas por dia,
ficam expostos ao sol e fazem o serviço sem proteção nenhuma.

O mesmo panorama odioso se descortina nos sisais da Bahia; na cultura do fumo em


Alagoas; na colheita da uva em Pernambuco e Rio Grande do Norte; nas salinas do
Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte; nas cerâmicas de Alagoas, Rio Grande do Norte,
Bahia, Pernambuco, Piauí, Sergipe e Maranhão; e nas pedreiras de Pernambuco,
Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí.

Na região Sul, que ao lado do Sudeste, é considerada a mais rica e desenvolvida, a mão-
de-obra infantil é explorada em 21 atividades. Só o Rio Grande do Sul concentra 11
dessas atividades.

As extrações de acácia e ametista no Rio Grande do Sul, pelos menores, são as que mais
chocam. As crianças lavam as pedras de ametista com produtos químicos tóxicos sem
nenhuma proteção, ficam expostos à fuligem da máquina de lixar a pedra e suportam o
peso do minério das minas até o local de beneficiamento. Saliente-se que, nas lixas elas
podem até perder o dedo.

Outrossim, a mão-de-obra infantil é usada nas madeireiras de Santa Catarina e Paraná;


na produção de cerâmica no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná; nas cristaleiras
de Santa Catarina; na construção civil dos centros urbanos do Paraná e Santa Catarina;
na indústria moveleira e no curtume dos três estados sulistas.
Na zona urbana dos Estados do Sul, a situação se iguala ao Nordeste — escritórios,
comércios e supermercados.

No Centro-Oeste a exploração da força de trabalho infantil é deprimente. Em Goiás, os


adolescentes trabalham duro em jornadas diárias que não duram menos que 10 horas na
colheita do algodão, do tomate e do alho. Todavia, o que mais impressiona são as
olarias e cerâmicas, onde as crianças começam a trabalhar às quatro da manhã e vão até
às cinco e meia da tarde. Segundo Eliana Bragança, assistente social que acompanha as
pesquisas, nas pequenas e precárias fábricas de cerâmica, adolescentes menores de 14
anos chegam a empurrar carretas com mais de 150 quilos de tijolos sob um terreno
irregular. E suportam o calor intenso dos fornos por horas até os tijolos ficarem prontos.

Na zona urbana de Mato Grosso, há crianças catadoras de lixo, que brincam, comem e
tiram o sustento do dia, tentando separar o lixo reciclável para vender em outros
lugares. Já no Mato Grosso do Sul as carvoarias batem recorde na exploração do
trabalho infantil.

A Constituição Federal de 1988 dispõe que é proibido qualquer trabalho a menores de


14 (quatorze) anos, salvo na condição de aprendiz (cf. art. 7º, XXXIII c/c o art. 227, §3º,
I). Além do que, é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao
adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde(...) além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão (cf. art. 227, caput, da CF).

A norma constitucional acima é escancaradamente desrespeitada pelos seguintes


motivos: 1º- O trabalho infantil é mais barato; 2º- Serve como complemento à renda
familiar, muitas vezes, inexistente; 3º- falta de Programas do Poder Público que
complementem a renda familiar.

O trabalho precoce de pessoas em desenvolvimento (crianças e adolescentes) é um


ácido corrosivo que estrangula as perspectivas de aperfeiçoamento cultural e até mesmo
físico desses entes. A sociedade e o Estado precisam despertar imediatamente para esta
problemática que desafia, inclusive, o ordenamento jurídico pátrio.

O povo brasileiro precisa ver na criança e adolescente menos um caso de polícia,


punição ou privação de liberdade e mais um caso de educação, ajuda e apoio. Precisa,
também, desvencilhar-se dessa mentalidade arcaica e amoldar-se aos salutares
princípios do Estatuto da Criança e Adolescência. Constata-se, facilmente, que a
dificuldade não reside no compreender as idéias novas, mas no abandonar as antigas.

Nessa perspectiva, o Programa Bolsa-Familiar — que consiste em pagar determinado


montante à família que tenha seus filhos matriculados na escola pública e com
determinada freqüência (implantado em algumas cidades brasileiras: Brasília, Boa
Vista) — atende à necessidade de manter a criança na escola e complementar a renda
familiar. Além do que, extingue o malfazejo trabalho infantil, tão prejudicial ao futuro
do país e de nossas crianças. Desse modo, a própria família tem o máximo interesse em
que a criança permaneça na escola.
rabalho infantil gera lucro pra quem explora, pobreza pra quem é explorado, faz parte da
cultura econômica brasileira e está diretamente ligado ao trabalho escravo. A quem
incomoda a luta contra o trabalho infantil? Incomoda aos que se incomodam com a luta
contra o trabalho escravo. Incomoda aos que se incomodam com a luta contra o trabalho
degradante. O combate ao trabalho infantil incomoda a quem lucra com o trabalho
infantil, a quem lucra com o trabalho escravo e a quem lucra com o trabalho degradante.

A quem incomoda a dignidade humana; a quem incomoda a beleza, a resistência, a


sensualidade, a honestidade, a capacidade de organização do pobre; a quem incomoda a
imagem bonita dos menos favorecidos? A quem incomoda a denúncia das injustiças da
pobreza? Incomoda aos ricos e incomoda a uma parcela da classe média. Pra existir um
rico quantos pobres tem que existir? Me perguntou um dia um carvoeiro, cansado de
trabalhar, desde criança.

Ataliba dos Santos estava cansado de não assinar a carteira, não estudar, cansado de
nãos... E cansado de não ter respostas. Enquanto fotografava pensava a quem interessa o
desequilíbrio social? No Brasil, o trabalho infantil não é conseqüência da pobreza, mas
sim instrumento financiador dela. Empregar crianças significa lucro fácil. A exploração
infantil gera o desemprego dos pais, trabalho escravo, crianças doentes, subnutridas,
morando em precárias condições, prejudicadas na sua capacidade intelectual e no seu
direito à educação, lesadas no seu direito ao lazer, ao carinho, à alegria; sem infância.

“A gente custa muito pra entender que nasceu pra ser peixe de engordar gato que
engorda rico e, em casa, a gente fabrica com todo amor os próximos peixinhos. Pra
fugir disso, botei todo mundo pra estudar, mas sinto um aperto no peito porque sei que o
ensino é muito ruim. Filho de pobre, mesmo depois de estudar um, dois, quatro anos,
continua analfabeto. “As palavras de José dos Santos, carvoeiro na região do serrado,
em minas Gerais expressão a luta para mudar uma realidade.

José dos Santos está tentando romper uma corrente perversa que alimenta uma cadeia de
trabalho degradante nas carvoarias brasileiras, assim como nos sisais, nas fazendas, nos
canaviais, nas pedreiras e em vários setores do segmento rural que alimentam indústrias
urbanas. O trabalhador que vive em trabalho degradante ou análogo a escravo, é, na sua
imensa maioria, analfabeto, e foi explorado como trabalhador infantil. Aconteceu assim
com seus pais e seus avós. O caminho normal é acontecer com os filhos e netos.

Infelizmente, ainda não existe no Brasil uma política social que faça a associação entre
trabalho infantil e trabalho degradante, análogo a escravo ou escravo, de forma a romper
esse círculo. A realidade é que o trabalhador escravo de hoje foi o trabalhador infantil
de ontem. A realidade do trabalho nas carvoarias brasileiras merece uma análise
diferenciada. Muitas vezes o trabalho não é considerado trabalho escravo, outras vezes
sim.

Porém, sempre é um trabalho extremamente pesado e quase sempre, mesmo em casos


de carteira assinada, um trabalho degradante. Acaba com a saúde do trabalhador. Muitas
vezes, olhar uma carvoaria em pleno vapor é, do ponto de vista humanitário, algo
inaceitável.

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