Saudades de quando nos conhecemos e você me chamava de Thybério Prescott. De quando eu
te mandava para longe para desenhar, enquanto eu conversava e tu atrapalhavas. A nostalgia bate quando eu lembro que te achei tão chata quando eu só te via como criança e do quanto você mudou quando nos encontramos anos depois. Saudades da sua dependência enquanto todos se preparavam para sair e você chegava para mim e perguntava se podia ir. A nostalgia bate quando eu me lembro da sua diferença perante aos outros de mesma criação, da sua carência e história. Do quanto eu achei que poderia mudar o quadro, sendo eu tão impotente quanto qualquer outro. Saudades de todas as nossas conversas em segredo na cama, e do quanto você costumava confiar em mim. Do seu toque sem intenção que arrepiava os pelos da minha nuca, ou do seu abraço inesperado, que preenchia o meu coração quase o dia inteiro. A nostalgia bate quando eu lembro que da sua pergunta sincera e da sua expressão ao receber a resposta que já conhecia antes mesmo d’eu falar. Saudades dos exatos 18 dias que passamos juntos desde o nosso reencontro; do quanto você me procurava só para falar que eu era o seu melhor amigo ou que me amava. Nostalgia ao lembrar que um dia fomos tão próximos e tínhamos um contato tão bonito, e hoje resta o silêncio. O silêncio que eu provoquei. Saudades de você por você ser quem é, e de quando o mundo parecia mais fácil de ser vivido, pois eu tinha um motivo em segredo para viver. Saudades de quando eu podia dizer que eu era feliz porque tinha o benefício da dúvida, que foi perdido como presente de aniversário. A nostalgia bate ao lembrar que tudo poderia ser evitado, inclusive o ataque que pensei não ser ataque. Saudades até mesmo do seu gosto nas músicas, nos sabores e no agir. Do quanto você, mesmo longe, estando perto, fazia meu coração acelerar por causa de uma música a tocar no seu celular; a nossa música. Nostalgia ao lembrar o beijo que eu te neguei, quando tudo o que eu mais queria era tocar os meus lábios nos teus. Nostalgia ao ver o que eu perdi para ir atrás da minha felicidade e achei pranto. Do seu desespero quando eu disse que a deixaria, por medo das perguntas que viria, ou da culpa que ficaria. Da minha desistência que eu mascarei nas desculpas, quando na realidade você era o motivo da minha permanência. Saudades de quando você me agradecia por nada. Nostalgia por não mais ouvir a sua voz. Saudades do tempo que o acesso a você era uma tecla. Nostalgia por ter a mesma tecla a disposição e não apertá-la. A vida continua e a saudade passará, assim como a nostalgia. O amor uma hora acalma, e então, sentirei saudades do amor outrora sentido e da nostalgia de ter amado alguém com tudo o que eu sou.
Saudades de dizer: já passou, foi uma fase! Nostalgia ao dizer: vai passar, é só uma fase!