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Materiais de Apoio

Curso: Hardware Aula: Disp. de Hardware Data: 


Descrição/Objetivo: 

Elaborador: Bruno Aparecido Gonçalves Unidade: Nova Granada

Memória DDR2
Introdução
Como o próprio nome indica, a memória DDR2 é uma evolução da tão
utilizada memória DDR. Entre suas principais características estão o
menor consumo de energia elétrica, menor custo de produção, maior
largura de banda de dados e velocidades mais rápidas. Este artigo
mostrará essas e outras características, além das diferenças entre as
memórias DDR e DDR2.
A memória DDR2
DDR2 é a sigla para Double Data Rate 2. Trata-se de uma espécie de
"substituto natural" das memórias DDR, uma vez que, em comparação
com esta última, a tecnologia DDR2 traz diversas melhorias. Seu
desenvolvimento foi feito pela JEDEC, um grupo criado por fabricantes
para definir padrões de produtos da indústria de semi-condutores.
Ao contrário do que alguns pensam, a memória DDR2 não é compatível
com placas-mãe que trabalham com memória DDR. Embora os pentes de
memória de ambos os tipos pareçam iguais numa primeira olhada (pois
possuem o mesmo tamanho), na verdade, não são. Para começar, o tipo
DDR tem 184 terminais e o DDR2 conta com 240 terminais. Além disso,
aquela pequena abertura que há entre os terminais está posicionada em
um local diferente nos pentes de memória DDR2, como mostra a imagem
a seguir.
Uma outra diferença visível nos
módulos de memória DDR2 é o
tipo de encapsulamento usado:
o FBGA (Fine pitch Ball Grid
Array). Esse tipo é derivado do
padrão BGA e sua principal
característica é que os
terminais do chip são pequenas
soldas. A vantagem disso é que o sinal elétrico flui mais facilmente e há
menos chances de danos físicos. A memória DDR usa um encapsulamento
conhecido como TSOP (Thin Small Outline Package).

A memória DDR2 também merece destaque pelo seu menor consumo de


energia elétrica. Enquanto o tipo DDR trabalha à 2,5 V, a tecnologia DDR2
requer 1,8 V. Por causa disso, a memória DDR2 acaba tendo melhor
desempenho no controle da temperatura.
Freqüências da memória DDR2
As memórias DDR são comumente encontradas nas freqüências de 266
MHz, 333 MHz e 400 MHz. Por sua vez, o padrão DDR2 trabalha com as
freqüências de 400 MHz, 533 MHz, 667 MHz e 800 MHz (esses eram os
tipos existentes até o fechamento deste artigo). Na verdade, tanto no
caso da memória DDR quanto no caso da memória DDR2, esses valores
correspondem à metade. A explicação para isso é que ambos os tipos
podem realizar duas operações por ciclo de clock. Grossamente falando, é
como se a velocidade dobrasse.
Em relação à velocidade como um todo, é necessário também considerar
o "CAS Latency" (latência do CAS - Column Address Strobe). Em poucas
palavras, trata-se do tempo que a memória leva para fornecer um dado
solicitado. Assim, quanto menor o valor da latência, mais rápida é a
"entrega".
Nas memórias DDR, a latência pode ser de 2, 2,5 e 3 ciclos por clock
(saiba mais sobre clock aqui). Nas memórias DDR2, a latência vai de 3 a 5
ciclos de clock. Isso significa que, nesse aspecto, a memória DDR2 é mais
lenta que a DDR? Na prática não, pois as demais características do
padrão DDR2, especialmente seus valores de freqüência, compensam
essa desvantagem.
Há ainda um recurso nas memórias DDR2 que deve ser citado: o
Additional Latency (AL) ou "latência adicional". Esta é usada para permitir
que os procedimentos ligados às operações de leitura e escrita sejam
feitos até "expirar" o tempo da latência do CAS mais a latência adicional.
É como se houvesse um aumento do prazo para tais operações. Assim, a
medição da latência deve considerar a soma desses dois parâmetros para
se obter um total.
On-Die Termination (ODT)
A memória DDR2 conta com um recurso conhecido como On-Die
Termination (ODT). Trata-se de uma tecnologia que praticamente evita
erros de transmissão de sinal. Para compreender a utilidade disso é
necessário conhecer a chamada "terminação resistiva".
Os sinais elétricos sofrem um efeito de retorno quando chegam ao final
de um caminho de transmissão. Grossamente falando, é como se a
energia batesse numa parede no final de seu caminho e voltasse, como
se fosse uma bola. Esse efeito também pode ocorrer no "meio do
caminho", por motivos diversos, como trechos com impedância diferente.
No caso das memórias, esse problema, conhecido como "sinal de
reflexão", pode significar perda de desempenho e necessidade de
retransmissão de dados.
Nas memórias DDR esse problema foi tratado através de um método que
reduz o sinal de reflexão por meio de resistores que são adicionados à
placa-mãe. É desse dispositivo que vem o nome "terminação resistiva".
No padrão DDR2, a terminação resistiva na placa-mãe não se mostrou
eficiente, pelas características físicas desse tipo de memória. Diante
desse problema, foi necessário estudar alternativas e então surgiu o ODT.
Nessa tecnologia, a terminação resistiva fica dentro do próprio chip de
memória. Com isso, o caminho percorrido pelo sinal é menor e há menos
ruídos, isto é, menos perda de dados. Até a placa-mãe acaba se
beneficiando dessa tecnologia, já que um componente deixa de ser
adicionado, reduzindo custos de desenvolvimento. Esse é mais um motivo
pelo qual a memória DDR2 não é compatível com o padrão DDR.

Nomenclatura
Em relação à nomenclatura, as memórias DDR2 seguem praticamente o
mesmo padrão das memórias DDR, como mostra a tabela a seguir:
Freqüência Nomenclatura
DDR2­400   ou   PC2­
400 MHz
3200

533 MHz DDR2­533   ou   PC2­


4300
DDR2­677   ou   PC2­
677 MHz
5300
DDR2­800   ou   PC2­
800 MHz
6400

Você pode ter se perguntado o porquê da denominação "PC2-3200" em


relação à memória de 400 MHz (e assim se segue com os outros tipos). O
número 3200 indica a quantidade de MB por segundo que a memória é
capaz de trabalhar. Isso quer dizer que, no caso da memória de 400 MHz,
sua velocidade é de 3.200 MB ou 3.2 GB por segundo.
Finalizando
Os recursos ODT e AL são considerados por muitos os principais
destaques da memória DDR2. No entanto, o InfoWester arrisca a afirmar
que o menor consumo de energia também é um fator altamente
relevante, pois essa característica, se somada aos aspectos de velocidade
do DDR2, permite alta performance com menos custo, ou seja, faz-se
mais com menos. Esse menor consumo é especialmente interessante a
computadores móveis (notebooks), uma vez que economiza-se a energia
da bateria e há menos riscos de problemas ligados à temperatura.

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