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O Komet era uma aeronave jato-puro, e o primeiro avião sem profundor a equipar
um esquadrão de caça e a entrar em combate. Num ponto de vista atual, era uma
estranha combinação de soluções avançadas com arcaicas. Suas asas em forma
de flechas, eram de madeira com as superfícies móveis enteladas. Voava quase a
velocidade do som, mas pousava como um planador. Foi a aeronave mais veloz
da 2º Guerra Mundial, mas sua autonomia de vôo era tão curta que ele nunca
podia aventurar-se, muito longe de sua base de origem.
Um sistema de flaps era necessário, por que a aeronave possuía pouco arrasto
aerodinâmico. Por causa de sua aerodinâmica limpa, o ângulo de planeio era raso,
fato este que dificultava em muito a pilotagem durante o pouso, já que aeronave
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não perdia altura. O Komet tinha a ainda a tendência de flutuar devido ao efeito do
solo, quando da fase final do vôo. Se estivesse um pouco mais veloz do que o
necessário, ele simplesmente não para de voar
Quando se está voando acima do número Mach crítico, mas abaixo da velocidade
do som, a aeronave está no que denominamos, regime transônico de vôo. A
velocidade no ar é menor do que Mach 1.0, mas existem locais em que a
velocidade do ar já ultrapassou esse número. O número Mach crítico varia de
avião para avião, e também depende da configuração de cada aeronave. Quanto
mais fina for a asa, mais o ar é acelerado ao passar por ela. Alguns caças da
2ªGuerra, notadamente o P-38 Lightning, atingiam o fenômero transônico quando
voavam a apenas 0,68 (68%) da velocidade do som. O Komet possuia um
número mach crítico de 0,84.
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Quando ar começa a fluir supersonicamente na asa ou na cauda de uma
aeronave, o centro aerodinâmico de gravidade move-se em direção à cauda,
causando uma tendência de nariz para baixo. Conforme a velocidade aumenta,
uma onde de choque forma-se na parte de trás desse centro de gravidade.
Quando essa onda de choque aumenta o suficiente, ela faz com que o fluxo de ar
se descole da superfície, causando uma redução do empuxo. Essa condição é
denominada “estol de choque”
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si só. O piloto naturalmente reagiria, puxando o manche e defletindo os elevons
para cima. Isso causaria a formação de uma onda de choque na parte de baixo da
asa, junto aos elevons. Os elevons então entrariam em estol, não sendo efetivos e
elevando o nariz da aeronave, fazendo com que a aeronave entrasse num
mergulho forte. A única eperança para o piloto era esperar que a aeronave
atingisse uma altura menor, onde a velocidade do som é maior, reduzindo o
número mach crítico, e fazendo com que os elevons passasse, a funcionar.
Embora não tenha matado tanta gente quanto o D.H. 108, o avião americano
Northrop X-4 encontrou as mesmas dificuldades em vôo. Após pesquisas, as
aeronaves de combate passaram a ser beneficiadas do que se aprendeu com o
Komet, com o D.H. 108 e com o X-4, ao serem projetadas com assas finas e
elevons capazes de produzir momento, nessa fase critica do vôo.
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elevado possível. Para isto, as asas teriam que possuir pouco washout. As asas
são projetadas de tal modo torcidas, para que as pontas tenham um angulo de
ataque menor do que a parte junto a fuselagem. Esta torção é o que denomina-se
washout. A asa é então projetada para que a parte mais próxima a fuselagem
estole antes, permitindo que o resto da mesma ainda tenha empuxo, não
causando perda de sustentação. O washout é muito importante em asas
enflexadas.
O problema enfrentado por Lippisch com o Komet foi que o washout utilizado
causava estol de choque na parte inferior da asa a altas velocidades. Como o
washout tinha que ser mantido o mínimo possível, ele foi obrigado a utilizar bordos
de ataque fixos (chamados C-slots), de modo a retardar o estol das pontas das
asas.
O Komet foi uma ousadia tecnológica em se tentar colocar num caça tal nível de
desempenho. Ironicamente, o Komet, juntamente com outras armas avançadas
alemães, foram simplesmente massacradas pelas forças aliadas equipadas com
equipamento arcaico, tecnologicamente falando.
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