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MEDIDAS DE SEGURANÇA
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21.1 CONCEITO
Alguns homens, quando cometem fatos definidos como crime, por suas
particulares condições biopsicológicas, não sabem nem têm a capacidade de saber que
estão realizando comportamentos proibidos pelo Direito. São absolutamente incapazes
de entender que seu comportamento é ilícito.
As pessoas que não são inteligentes e as que não são livres não sabem o que
fazem ou não podem escolher entre o justo e o injusto; por isso, não podem ser
responsabilizadas pelo que tiverem feito.
Em razão disso, o direito entende que esse indivíduo que violou a norma penal
incriminadora e o ordenamento jurídico, por não poder ser responsabilizado e, por ser
perigoso, deverá submeter-se a uma medida de segurança, que não é uma pena
criminal, mas a sanção jurídica para um fato típico e ilícito.
Toda vez que o juiz verificar que o acusado da prática do fato típico e ilícito era,
ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entendimento ou de
determinação, deverá absolvê-lo, aplicando-lhe, todavia, uma medida de segurança,
que é a resposta penal para o inimputável.
21.2 ESPÉCIES
21.2.1 Internação
A medida, como se vê, não atinge a liberdade individual, e pode ser cumprida
em qualquer outro hospital que tenha dependências adequadas e não apenas em
hospital de custódia e tratamento psiquiátrico. É o que faculta o art. 101 da Lei de
Execução Penal.
1 Direito penal: parte geral. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 1991. p. 475.
2 FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal: parte geral. 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1991. p. 390.
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Esse exame será repetido anualmente e poderá ser feito a qualquer tempo, por
determinação do juiz da execução, de ofício ou a requerimento do sujeito ou do
Ministério Público. Se o exame concluir pela cessação da periculosidade, pela convicção
de que o sentenciado já não é perigoso, deverá o juiz proferir decisão, determinando a
desinternação ou a liberação.
97, CP).
3Medidas de segurança e seus limites. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo: Revista dos
Tribunais, nº 2, p. 66, abr./jun. 1993.
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(chamado semi-imputável), a quem foi aplicada uma pena, depois substituída, o prazo
máximo de duração da medida de segurança é o quantum de pena fixada. Se se tratar
de inimputável, o prazo máximo será o grau máximo da pena cominada ao fato
praticado.
“Se o Estado não tem mais o direito de punir, não podendo impor a pena, com
mais razão não deve impor ou executar a medida de segurança.”4