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LUANA MACHADO DE LIMA

INFLUÊNCIA DO PRÉ-AQUECIMENTO DO SISTEMA ADESIVO E DO


CIMENTO RESINOSO NA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE
PINOS DE FIBRA DE VIDRO À DENTINA RADICULAR: ESTUDO IN
VITRO.

FLORIANÓPOLIS
2009
LUANA MACHADO DE LIMA
INFLUÊNCIA DO PRÉ-AQUECIMENTO DO SISTEMA ADESIVO E DO
CIMENTO RESINOSO NA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE
PINOS DE FIBRA DE VIDRO À DENTINA RADICULAR: ESTUDO IN
VITRO.

Dissertação apresentada ao Programa de


Pós-Graduação em Odontologia da
Universidade Federal de Santa Catarina
como requisito para obtenção do título de
Mestre em Odontologia, área de
concentração em Dentística.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Narciso Baratieri

Co-orientador: Prof. Dr. Mauro Amaral


Caldeira de Andrada

FLORIANÓPOLIS
2009
LUANA MACHADO DE LIMA

INFLUÊNCIA DO PRÉ-AQUECIMENTO DO SISTEMA ADESIVO E DO


CIMENTO RESINOSO NA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO DE
PINOS DE FIBRA DE VIDRO À DENTINA RADICULAR: ESTUDO IN
VITRO.
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de MESTRE EM
ODONTOLOGIA – ÁREA DE CONCENTRAÇÃO DENTÍSTICA e aprovada em sua
forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade
Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 13 de abril de 2009.

___________________________________________________
Prof. Dr. Ricardo de Souza Magini
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade
Federal de Santa Catarina

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Narciso Baratieri
Orientador – UFSC

___________________________________________________
Prof. Dr. Mauro Amaral Caldeira de Andrada
Co-orientador – UFSC

___________________________________________________
Prof. Dr. Celso Yamashita

Florianópolis
2009

Dedico este trabalho:


A Deus,
“Você se fez presente em todos os momentos, firmes ou trêmulos. E passo a
passo, pude sentir a Sua mão na minha, transmitindo-me segurança
necessária para enfrentar o meu caminho e seguir... A tua presença é
qualquer coisa como a luz e a vida...”
Vinícius de Moraes
“A família continua a ser fonte primeira e principal de nossa personalidade e de
nossa educação, o lugar onde recebemos esse “pão de carinho” que nos vai
fazendo crescer e viver.”
Manuel Madueño

Aos meus queridos pais Edson e Janete,


De vocês recebi o dom da vida. Só por ela me sentiria infinitamente grata,
mas vocês me presentearam com mais; revestiram-me de carinho, amor e
dedicação. Com sua simplicidade e humildade me ensinaram a ser uma adulta com
responsabilidade, dedicação e acima de tudo humilde em minhas atitudes.
Trabalharam para que meus sonhos pudessem ser realizados, sacrificando os seus
sonhos em favor dos meus sempre se mostrando fortes e prontos a me estimular
nos momentos de fraqueza e insegurança. Compartilho com vocês os méritos dessa
conquista, porque ela também pertence. A vocês Muito Obrigada. EU AMO VOCÊS!

Aos meus irmãos Priscila, Letícia e Rodrigo


Como é bom sonhar sonhos lindos, nas horas de boas lembranças, no tempo
de ser feliz, em momentos de alegria, quando nem mesmo a saudade pode indicar
separação! Como é bom ter vocês, como é bom amar e ser amada e saber que a
distância não existe! Bom é o amor que nos faz tão próximos, que nos faz tão juntos.
Como é grato o amor que põe minha vida na de vocês em dimensão de encanto!
Boa é a ternura, a sensação de carinho que tenho e sempre terei por vocês! Para
um grande amor, não há fronteiras, não há limites no ontem, no hoje, no agora de
toda a eternidade! Muito obrigada a vocês que sempre me apoiaram com sua
amizade, cuidado e carinho. Sinto-me privilegiada por ter vocês ao meu lado, e junto
comigo vibram a cada etapa conquistada em minha vida. SEMPRE AMAREI
VOCÊS!
“Quem tem um amigo, mesmo que um só, não importa onde se encontre, jamais
sofrerá de solidão; poderá morrer de saudades, mas não estará só. Amyr Klink.

Aos meus sobrinhos Maya e Lorenzo


“Tão pequeninos! Tão frágeis! Tão grandes! Tão fortes!
"Mas de tão grande presença na marca que deixam em minha vida teus olhos
brilhantes, se abrem para o mundo em perguntas constantes. Quisera ter eu as
respostas tão certas capazes de traçar orumo de suas vidas. O que possode pronto
fazer por vocês é dar como sempre, amor, muito amor”
Mitch Albon

Aos meus avós João “in memorian” e Iracema; José “in memorian” e Clóris,
Vocês são a base de tudo. O suporte necessário para que pudéssemos ter
uma família tão maravilhosa. Muito obrigada pelos exemplos de caráter, dignidade,
humanidade e, principalmente, pelos gestos de infinito amor e carinho, que foram
primordiais para a formação do meu caráter. Vocês estarão sempre guardados no
meu coração!

Agradeço ao Rodrigo Edenir da Silveira,


Por todo amor e carinho, pelas horas de compreensão e amizade. Seu amor é
algo como eternidade. O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos
transforme no melhor que podemos ser. Obrigada por tudo Eu te amo.

Aos meus tios Luis, Vera, Silvio; aos primos Maicom, Thiago, Thaís; aos
cunhados Willen e Andrew,
Que pelo simples fato de existirem dão mais brilho na minha vida. Vocês
sempre estiveram presentes em todos os momentos. Saibam que essa atitude foi
muito importante para a minha segurança e meu conforto. Vocês são pessoas muito
importantes para mim. Obrigada pelas palavras de apoio e incentivo. É muito bom
saber que sempre posso contar com vocês. Agradeço a Deus pela família
maravilhosa que me proporcionou!

Aos meus tios Clayton, Nancy; primos Patrícia, Rafael, Júnior e Silvana,
Obrigada por estarem sempre ao meu lado. Obrigada por todo carinho e
amor, nas horas de saudades pela atenção que me foi dada e pelo o amor de família
que existe entre nós. Vocês são pessoas iluminadas. Obrigada por tudo.

Á Edenir e Geni,
Muito obrigada pelo apoio nos momentos de cansaço e pelo constante
incentivo. D. Geni, obrigada por me fazer “sentir em casa” nessa fase de grande
mudança na minha vida. Vocês são pessoas abençoadas!

AGRADECIMENTOS AOS PROFESSORES


Ao Orientador Prof. Dr. LUIZ NARCISO BARATIERI, pelo companheirismo,
amizade e compreensão. Você é um grande exemplo de caráter, competência e
acima de tudo humildade. Obrigada pela confiança depositada em mim e pela
atenção demonstrada em todos os momentos necessários para a realização desse
trabalho. Obrigada por fazer parte deste sonho. A você, professor e amigo, a quem
tive a grande oportunidade de conhecer e ter como orientador expresso minha
eterna gratidão, admiração e respeito.
Ao meu co-orientador, Prof. Dr. MAURO AMARAL CALDEIRA DE ANDRADA,
por ter me ensinado muito e por todo carinho. Agradeço pela atenção que me foi
dada, pelas risadas, pelas festas comemorativas que sempre me fizeram muito feliz.
Pelo incentivo em busca do meu sonho.
Ao Prof. Dr. ÉLITO ARAÚJO, obrigada pelo sorriso, incentivo e hospitalidade.
Sempre pronto a me ajudar em todos os momentos. Obrigada pelas agradáveis
horas ao seu lado na especialização. Você se tornou uma pessoal extraordinária em
minha vida. Obrigada por tudo.
Ao Prof. Dr. LUIZ CLOVIS CARDOSO VIEIRA, por toda a atenção que me foi
dada, pelas boas risadas que demos juntos. Acima de tudo pelo conhecimento que
me foi passado. Obrigada pelo incentivo, por seu carinho e pelo exemplo de como
ministrar aulas de uma forma descontraída e com bom humor.
Ao Prof. Dr. SYLVIO MONTEIRO JUNIOR, obrigada por todo ensinamento,
pelas oportunidades de crescimento que foram dadas. O Senhor é uma pessoa
iluminada, admirável, com um caráter incomparável e com uma educação que
encanta a todos. Obrigada por tudo.
Ao Prof. Dr. CESAR ALVES DE ANDRADA, por ter me acolhido de forma tão
carinhosa, agradeço por todo apoio, por nossas conversas e seus ensinamentos.
Obrigada pelo exemplo de vida, profissionalismo e dignidade. Obrigada por tudo.
Ao Prof. Dr. HAMILTON PIRES MAIA, por seu cuidado em me ensinar da
forma mais correta. O senhor é um exemplo de dignidade e força. Sempre me
amparou em algumas horas difíceis e de constante luta. Obrigada.

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”


Cora Coralina

À faculdade de Odontologia de Florianópolis, da Universidade Federal de


Santa Catarina. Ao Prof. Dr. EDSON ARAUJO, Prof. Dr. GUILHERME CARPENA
LOPES, Profª. Drª. MIRIAN MARLY BECKER, Prof. Dr. ALFREDO MEYER FILHO,
pelo carinho, dedicação e ensinamentos.
À Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Odontologia, da
Universidade Federal de Santa Catarina –UFSC, pela oportunidade de cursar minha
Pós-Graduação.
Aos Professores do curso de Pós-Graduação em Dentística, pela amizade e
pelos ensinamentos transmitidos e em especial ao Prof. Dr. LUIZ NARCISO
BARATIERI.
Aos meus colegas e amigos do Curso de Mestrado, Especialização e
Doutorado: Max, Marcelo, Júnio, Renan, Neimar, Tayana, Kazuza, Charles, Bruno,
Marcelo, Marcel, George, Raqueli, Daniela, Rafaela, Cassiana, Tamara, Luciana,
Caren, Guilherme, Letícia, Mônica, Jackeline, Luciana, Fernando, Tiago e Leandro,
pelo aprendizado, crescimento e amizade. Em especial aos grandes amigos Lívia,
Juan, Silvana, Sheila, Marcel, André, Micheli, Eduardo, Diana e Júnior pelos
momentos alegres, construtivos e fraternos em que passamos nesses anos de
convivência.

“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus
amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos! A alguns deles
não procuro, basta-me saber que eles existem. Esta mera condição me encoraja a
seguir em frente pela vida... mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure sempre...”
Vinicius de Moraes

Aos meus grandes amigos Juan Carlos e Jessie que sempre estiveram ao
meu lado, pelo exemplo de amizade, confiança e companheirismo. Tenho certeza
que em breve estarei na Costa Rica. Nossa amizade não termina aqui. Muito
obrigada por tudo!
“En ciertos momentos difíciles que hay en la vida Buscamos a quien nos
ayude a encontrar la salida Y aquella palabra de fuerza y de fe que me has dado Me
da la certeza que siempre estuviste a mi lado”
Marc Anthony, Canción: ‘Amigo’
Aos amigos Beatriz, Fábio e Jussara, pelo grande auxílio que me prestaram e
feito parte da realização desse sonho. Desejo a vocês muita sorte e sucesso nessa
nova etapa das suas vidas. Muito obrigada de coração.
“A amizade é um amor que nunca morre”
Mário Quintana
Aos funcionários do Departamento de Odontologia Restauradora: D.Léa, D.
Talita, Bruno e Richard, pelos momentos de alegria, auxílio, amparo e coleguismo.
Não mediram esforços para nos auxiliar, atendendo sempre com carinho e prontidão
a todos os pedidos e necessidades no decorrer do curso. A vocês, meus
agradecimentos de coração. Ao funcionário do laboratório Lauro, por sempre estar
disposto a me ajudar, pela atenção que me foi dada durante execução dessa
pesquisa.
À 3M, na pessoa do Sr. Marcelo, por ceder parte dos materiais empregados
nesse trabalho. À Ivoclar Vivadent, na pessoa do Sr. Herbert Mendes, por ceder
parte dos materiais empregados nesse trabalho.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse
trabalho, meu sincero agradecimento.
Acima de tudo agradeço a Deus...
"Segurei muitas coisas em minhas mãos e perdi tudo; mas tudo que coloquei
nas mãos de Deus, eu ainda possuo"
Martin Luther King

Á Profª. Drª. SUELI MONTEIRO, pela experiência e conhecimentos adquiridos


durante a minha adolescência. Jamais esquecerei. Obrigada por toda a sua
orientação e correção do português desse trabalho. Suas considerações fizeram a
diferença. O seu admirável perfil profissional e ético de dedicação e compromisso
com o ensino mostrou-me um exemplo a ser seguido na carreira de docente.
OBRIGADA POR TUDO.
Aos meus Professores da Universidade Positivo, jamais poderia esquecer de
todos os ensinamentos, amizade, dedicação, incentivo a pesquisa, risadas e
carinho. Seguraram na minha mão nas horas de incerteza, sempre com muito amor
transmitiram os seus conhecimentos e contribuíram para a minha formação
profissional. Jamais esquecerei o carinho de todos vocês. Maria da Graça Kfouri
Lopes, Paulo Henrique Tomazinho e a todo corpo docente.
Ao Professor Celso Yamashita, por toda a atenção que me foi dada, pelas
boas risadas que demos juntos. Por ter me acolhido de forma tão carinhosa,
agradeço por todo apoio, por nossas conversas e seus ensinamentos.
MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS...
“Vivemos sempre mergulhados em desafios. Alguns a própria vida nos oferece:
Outros nós mesmos estabelecemos: Porém, são estes mesmos desafios que nos
fazem exercitar com coragem e determinação a vontade de vencer, transpor
obstáculos, derrubar barreiras, superar as próprias limitações... Enfim, cada um
deles nos proporciona um aprendizado com sabor diferente.”
Anuska Vieira Nunes

LIMA, Luana. Influência do pré-aquecimento do sistema adesivo e do cimento


resinoso na resistência ao cisalhamento de pinos de fibra de vidro à dentina
radicular: estudo in vitro. 2009. 121f. Dissertação (Mestrado em Odontologia –
opção: Dentística) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

RESUMO

O objetivo deste estudo in vitro foi analisar a influência do pré-aquecimento do


sistema de cimentação na resistência de união ao cisalhamento por extrusão de
pinos de fibra de vidro à dentina intra-radicular. Trinta caninos superiores e inferiores
humanos foram selecionados. Após a remoção da coroa, todos os dentes foram
tratados endodonticamente e os espaços para os pinos foram preparados com
brocas específicas para a cimentação dos pinos. Os espécimes foram
aleatoriamente divididos em dois grupos de (N=20) de acordo com o sistema de
cimentação. Cada sistema de cimentação foi subdividido em grupos de (N=10) com
a presença de pré-aquecimento ou ausência, sendo um subgrupo controle do outro.
Grupo 1 Adaper Single Bond + RelyX ARC , grupo 2 Excite DSC + Variolink II. O pré-
aquecimento do sistema de cimentação foi realizado com o dispositivo Calset
(AdDent, Inc.). O sistema de pino de fibra de vidro selecionado foi o (Postec Plus
FRC, Ivoclar Vivadent) e a fotoativação do sistema de cimentação foi realizada com
o aparelho de LED (Bluephase HPO, Ivoclar Vivadent). Vinte e quatro horas após a
cimentação, todas as raízes foram seccionadas em 6 fatias, de 1,0mm de
espessura. Os corpos-de-prova foram submetidos ao teste de cisalhamento por
extrusão em uma velocidade de 0,5 mm/min. Os resultados foram submetidos ao
teste estatístico de análise de variância e teste de Tukey. Os valores de resistência
para o grupo 1 sem pré-aquecimento foram: terço cervical (12,60 ± 1,47), terço
médio (8,67 ± 1,78), terço apical (5,06 ± 1,17), com o pré-aquecimento foram: terço
cervical (19,31 ± 1,20), terço médio (15,57 ± 1,36), terço apical (12,77 ± 1,18). Grupo
2 sem pré-aquecimento: terço cervical (10,09 ± 2,55), terço médio (7,48 ± 1,45),
terço apical (5,42 ± 0,98), com pré-aquecimento: terço cervical (20,75 ± 0,93), terço
médio (18,40 ± 1,34), terço apical (15,76 ± 1,88). Com base nos resultados é
possível concluir que: o pré-aquecimento do sistema adesivo e do cimento resinoso
é efetivo para a cimentação de pinos de fibra de vidro à dentina radicular.

Palavras-chave: Tratamento do Canal Radicular. Adesivos Dentinários. Cimentos de


Resina. Pinos Dentários. Resistência ao Cisalhamento.
LIMA, Luana. Influência do pré-aquecimento do sistema adesivo e do cimento
resinoso na resistência ao cisalhamento de pinos de fibra de vidro à dentina
radicular: estudo in vitro. 2009. 121f. Dissertação (Mestrado em Odontologia –
opção: Dentística) - Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009.

ABSTRACT

The aim of this work was to evaluate the influence of the thermoplastification of the
resin cement on the shear bond strength of fiber posts to radicular dentin. Thirty
human canine teeth were selected, the crowns were removed and the endodontic
treatment was performed. After removal of the obturation material, a fiber post was
selected (Postec Plus FRC, Ivoclar Vivadent), the root canal was prepared using
especific drills, and the root canal was subjected to 37% phosphoric acid gel
treatment, and the posts were treated with a silane coupling agent (RelyX™ Ceramic
Primer, 3M ESPE). The teeth were randomly distributed according to the luting
system: Group Ad (Adper Single Bond 2 + RelyX ARC, 3M ESPE), Group Ex (Excite
DSC + Variolink II, Ivoclar Vivadent), and Group Uni (RelyX Unicem, 3M ESPE). The
thermoplastification of the luting agent was performed using a CalSet device
(Addent), and the light-activation of the cements was made using a LED light-curing
unit (Bluephase HPO, Ivoclar Vivadent). No thermoplastification was perfomed on the
Group Uni due to the acceleration of the setting time. After luting, the roots were
sectioned to obtain six 1.0mm thickness slices. After the measurement of the
diameter of the section of the posts, the slices were attached to the push-out device
and subjected to the shear bond strength test with a 0,5 mm/min crosshead speed.
The values of the groups with thermoplastification (Ad=19.31 DP, and Ex=20,74 DP)
were higher than the groups without thermoplastification Ad (12,60 DP), Ex (10,08
DP) e Uni (10,04 DP). Collected data was statistically analyzed by twoway
ANOVA and Tukey HSD test (p<0,05), and Dunnet test.

Keywords: Root Canal Therapy. Dentin-Bonding Agents. Resin Cements. Dental


Pins. Shear Strength.
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Pino de fibra de vidro FRC Postec Plus..................................................56


FIGURA 2 (A e B) - Adesivo e cimento resinoso Single Bond 2 (A) + RelyX ARC (B)
.....................................................................................................................................57
FIGURA 3(A e B) - Adesivo e cimento resinoso Excite® DSC(A) + Variolink II (B).....58
RelyX Unicem..............................................................................................................58
FIGURA 4 - Cimento resinoso RelyX Unicem.............................................................59
FIGURA 5 - Fotopolimerizador /LED...........................................................................59
FIGURA 6 - Fonte de polimerização térmica..............................................................60
FIGURA 7 - Dentes hígidos.........................................................................................62
FIGURA 8 - Limpeza dos dentes................................................................................63
FIGURA 9 - Demarcação 1mm acima da junção amelo-cementária..........................64
FIGURA 10 - Seqüência de limas endodônticas.........................................................64
FIGURA 11 e 12 - Obturação do conduto radicular (11) e Material restaurador (12). 65
FIGURA 13 - Pino e broca específicas do Kit.............................................................66
FIGURA (14 e 15) - Desobturação do conduto (14) e adaptação do pino fibro
resinoso (15)................................................................................................................67
FIGURA 16 - Ácido fosfórico na superfície do pino....................................................68
FIGURA 17 - Lavagem com água em abundância.....................................................68
FIGURA (18 e 19). Agente de união “Silano” (18), silanização do pino fibro resinoso
(19)..............................................................................................................................68
FIGURA 20 - Secagem do pino de fibra de vidro........................................................69
FIGURA 21 - Inclusão das raízes em silicona de adição............................................69
FIGURA 22 - Divisão dos grupos................................................................................70
FIGURA 23 e 24 - Condicionamento ácido (23), cones de papel absorte no conduto
radicular (24)...............................................................................................................72
FIGURA 25 a 28 - Aplicação do adesivo (25), cones de papel absorvente (26), jatos
de ar (27), fotopolimerização do adesivo (28)............................................................72
FIGURA 29 a 32. Cimento resinoso (29), inserção do cimento no conduto (30),
estabilização do pino fibro resinoso (31), fotopolimerização (32)..............................73
FIGURA 33 a 35. Condicionamento ácido (33), lavagem com água (34), cones de
papel absorvente secando o conduto (35)..................................................................73
FIGURA (36 e 37). Dispositivo para aquecimento do cimento resinoso (36),
dispositivo para aquecimento do adesivo (37)............................................................74
FIGURA 38 - Polimerização térmica do adesivo com o aparelho”Calset”..................75
FIGURA (39 a 42) - Aplicação do adesivo (39), jatos de ar (40), cones de papel
absorvente (41), fotopolimerização (42).....................................................................75
FIGURA 43 - Polimerização térmica do cimento resinoso..........................................76
FIGURA 44 a 47. Inserção do cimento resinoso (44), Inserção do cimento no
conduto (45), colocação do pino fibro resinoso (46), fotopolimerização do pino no
conduto (47)................................................................................................................76
FIGURA (48 a 50) - Condicionamento ácido (48), lavagem com água (49), cones de
papel absorvente secando o conduto (50)..................................................................77
FIGURA 51 - Microbrush acoplado com o adesivo resinoso......................................77
FIGURA (52 a 55) - Aplicação do adesivo (52), jatos de ar (53), cones de papel
absorvente (54), fotopolimerização (55).....................................................................78
FIGURA 56 a 59 - Cimento resinoso (56), inserção do cimento no conduto (57),
estabilização do pino fibro resinoso (58), fotopolimerização (59)..............................78
FIGURA (60 a 62) - Condicionamento ácido (60), lavagem com água (61), cones de
papel absorvente secando o conduto (62)..................................................................79
FIGURA 63 - Polimerização térmica do adesivo com o aparelho “Calset”.................79
FIGURA (64 a 67). Aplicação do adesivo (64), jatos de ar (65), cones de papel
absorvente (66), fotopolimerização (67).....................................................................80
FIGURA 68 - Polimerização térmica do cimento resinoso..........................................80
FIGURA 69 a 72 - Cimento resinoso (69), inserção do cimento no conduto (70),
estabilização do pino fibro resinoso (71), fotopolimerização (72)..............................81
FIGURA 73 - Cápsula inserido no aplicador (73), manipulação do material no Amalga
Mix (74)........................................................................................................................82
FIGURA 75 - Aplicador do cimento no conduto..........................................................82
FIGURA 76 e 77 - Pino fibro resinoso posicionado no conduto radicular (76),
fotopolimerização do pino no conduto radicular (77)..................................................83
FIGURA (78 e 79) - Resina composta (78), inserção da resina composta (79).........83
FIGURA 80 - Estabilização do dente no dispositivo...................................................84
FIGURA (81 e 82) - Raiz posicionada na máquina de corte (81), corpos de prova
(82)..............................................................................................................................84
FIGURA 83 - Espessura do corpo de prova...............................................................85
FIGURA 84 - Marcação do corpo de prova.................................................................85
FIGURA (85 e 86) - Dispositivo para fixar o corpo de prova (85), corpo de prova
posicionado (86)..........................................................................................................86
FIGURA 87 - Fratura do pino......................................................................................87
FIGURA 88 - Análise do tipo de fratura.......................................................................89
LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Valores de resistência dos diferentes terços, com diferentes técnicas


de cimentação com presença de aquecimento e ausência........................................95
GRÁFICO 2 - Médias e intervalo de confiança de 95% de resistência nos grupos
experimentais e grupo controle, no terço cervical......................................................96
GRÁFICO 3 - Médias e intervalo de confiança de 95% de resistência nos grupos
experimentais e grupo controle, no terço médio.........................................................96
GRÁFICO 4 - Médias e intervalo de confiança de 95% de resistência nos grupos
experimentais e grupo controle, no terço apical.........................................................97
GRÁFICO 5 - Padrão de fratura do terço cervical......................................................99
GRÁFICO 6 - Padrão de fratura do terço médio.........................................................99
GRÁFICO 7 - Padrão de fratura do terço apical.........................................................99
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Especificações dos Pinos de fibra de vidro FRC Postec Plus.............56


QUADRO 2 - Adesivo e cimento resinoso Single Bond 2 + RelyX ARC....................57
QUADRO 3 (A e B)- Adesivo e cimento resinoso Excite® DSC(A)+ Variolink II(B).. . .58
QUADRO 4 - Cimento resinoso RelyX Unicem..........................................................58
QUADRO 5 - Especificações do Fotopolimerizador...................................................59
QUADRO 6 - Fonte de polimerização térmica............................................................59
QUADRO 7 - Visualização dos grupos experimentais................................................71
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Descrição da amostra com base no desfecho Resistência ao


cisalhamento (Mpa).....................................................................................................91
TABELA 2 - Análise de Variância com base nos dados de Resistência (Mpa)..........92
TABELA 3 - Comparação entre os terços, dentro dos protocolos de cimentação e
aquecimento................................................................................................................92
TABELA 4 - Comparação entre os protocolos de cimentação, dentro dos níveis de
terço e aquecimento....................................................................................................93
TABELA 5 - Comparação entre os protocolos de aquecimento, dentro dos níveis de
terço e cimentação......................................................................................................94
TABELA 6 - Valores de significância da comparação dos grupos testados com o
grupo controle (RelyX Unicem)...................................................................................97
TABELA 7 - Distribuição dos padrões de fratura em cada grupo experimental,
divididos por terço radicular........................................................................................98
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

% Por cento
cm Centímetros
EDTA Ácido etileno diamino tetra acético
FIG Figura
Hrs Horas
Kgf Quilograma força
Min Minutos
Mm Milímetros
mm/min Milímetros por minuto
mm2 Milímetro ao quadrado
Mpa Mega pascal
mW/cm2 miliwat por centímetro ao quadrado
N Newton
NaOCl Cloreto de sódio
Exc Excite DSC
Var Variolink II
SB Adper Single Bond
RelARC RelyX ARC
o
C Graus Celsius
r Raio da porção mais estreita do pino
R Raio da porção mais calibrosa do pino
s Segundos
h Hora

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................20
2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................24
2.1 Falhas recorrentes no tratamento restaurador................................................24
2.2 Tratamento do conduto radicular......................................................................26
2.3 Pinos fibro resinosos..........................................................................................29
2.4 Aplicações de silano na superfície do pino resinoso.....................................33
2.5 Condicionamento ácido do conduto radicular................................................35
2.6 A hibridização do conduto radicular.................................................................35
2.7 Morfologia da dentina...................................................................................... 34
2.8 Cimentos resinosos............................................................................................41
2.9 Configuração cavitária “fator C”.......................................................................44
2.10 Ativação térmica do adesivo e cimento resinoso..........................................47
2.11 Teste de cisalhamento por extrusão...............................................................52
3 PROPOSIÇÃO.........................................................................................................54
4 MATERIAL E MÉTODO...........................................................................................55
4.1 Material.................................................................................................................55
4.2 Métodos................................................................................................................60
4.2.1 Seleção dos dentes..........................................................................................60
4.2.2 Tratamento endodôntico.................................................................................62
4.2.3 Preparo dos canais radiculares......................................................................65
4.2.4 Preparo da superfície do pino de fibra de vidro...........................................66
4.2.5 Inclusão das raízes..........................................................................................68
4.2.6 Divisão dos grupos experimentais.................................................................69
4.2.7 Cimentação dos retentores intra radiculares................................................71
4.2.7.1 Grupo 1. Single Bond 2 + RelyX ARC. Subdivisão 1A. Sem pré-
aquecimento térmico, (com uma temperatura ambiente de 20°C).......................71
4.2.7.2 Grupo 1. Single Bond 2 + RelyX ARC. Subdivisão 1B. (Com pré-
aquecimento térmico)...............................................................................................72
4.2.7.3 Grupo 2 Excite® DSC + Variolink II. Subdivisão 2A. (Sem pré-
aquecimento térmico)...............................................................................................76
4.2.7.4 Grupo 2, Excite® DSC + Variolink II. Subdivisão 2B. (Com pré-
aquecimento térmico 54°C)......................................................................................78
4.2.7.5 Grupo 3, RelyX Unicem (Sem pré-aquecimento).......................................80
4.2.8 Seccionamento das raízes..............................................................................82
4.2.9 Ensaio mecânico de cisalhamento por extrusão “push out”......................85
4.2.10 Relação de fórmulas utilizadas para a conversão dos dados obtidos em
Kgf. em MPa...............................................................................................................87
4.2.10.1 Conversão dos valores obtidos em quilograma-força para Newton.....87
Os valores obtidos na máquina de ensaio universal “instron” foram valores em
quilograma força, sendo necessária a conversão dos Valores para Newtons
para calcular a força de adesão de resistência ao cisalhamento por extrusão. 87
4.2.10.2 Cálculo da área da superfície interna do segmento radicular...............87
4.2.10.3 Cálculo da tensão de retenção para o teste push out............................88
4.3 Análise do tipo de fratura...................................................................................88
4.4 Análise estatística...............................................................................................89
5 RESULTADOS.........................................................................................................91
5.1 Análise Estatística...............................................................................................91
5.2 Conclusões da Estatística..................................................................................95
5.2.1 Comparação com grupo – RelyX Unicem......................................................96
5.2.2 Conclusões.......................................................................................................98
5.2.2.1 Padrões de Fratura........................................................................................99
6 DISCUSSÃO..........................................................................................................101
7 CONCLUSÃO.........................................................................................................115
REFERÊNCIAS.........................................................................................................116
APÊNDICE.....................................................................................................................
.......121
1 INTRODUÇÃO

A restauração de dentes tratados endodonticamente apresenta um grande

desafio para o cirurgião dentista (GUTMANN, 1992; ASSIF & GORFIL, 1994;

AKKAYAN et al., 2002, GUTMANN, 1992), uma vez que a estrutura dental muitas

vezes foi perdida por cárie, fratura e pelo próprio tratamento endodôntico

(GUTMANN, 1992; ASSIF & GORFIL, 1994; AKKAYAN et al., 2002).

A utilização de pinos de fibra tem sido proposta na odontologia como opção

para promover retenção de restaurações em dentes com grandes destruições

(ROLF et al., 1992; CHAN et al., 1993; MORGANO, 1996; FRENO, 1998;

MONTICELLI et al., 2003a; TEZVERGI et al., 2004; PERDIGÃO et al., 2006). Os

pinos apresentam características favoráveis de alta resistência ao impacto,

atenuação de vibrações sofridas pelo dente, absorção de choques e maior

resistência à fadiga (VICHI et al., 2001; GALBANO et al., 2005).

Os Pinos de fibra de vidro associados aos materiais adesivos tornaram-se

popular na reabilitação de dentes tratados endodonticamente com excessiva

destruição (MONTICELLI et al., 2005b). O princípio desta associação com o material

adesivo é criar uma unidade mecânica homogênea, proporcionando uma diminuição

do risco de fratura (OBLAK, et al., 2004). A biocompatibilidade entre o pino e o

material adesivo é um fator muito importante, haja vista, que as principais causas de

falha na interface são, incompatibilidade de materiais de cimentação com a estrutura

dental e a falta de adesão ao pino (NAUMANN et al., 2005; MONTICELLI et al.,

2005).

Alguns aspectos relevantes no momento da cimentação diminuem a

incompatibilidade de materiais com a estrutura dental (DRUMMMOND et al., 2001;

VICHI et al., 2001; GALBANO et al., 2005) como morfologia, histologia da dentina,

composição da solução irrigadora na descontaminação do conduto radicular,


características do material utilizado na obturação, propriedades mecânicas dos

diferentes materiais utilizados na cimentação, assim como a fotopolimerização dos

agentes cimentantes diretamente ligado à configuração cavitária desfavorável, alta

viscosidade do material e o momento de fazer o preparo do conduto radicular para

receber o pino (FERRARI et al., 2006; NGOH et al., 2001; BOUILLAGUET et al.,

2003; ARI et al., 2004; GORACCI et al., 2004a).

Atualmente, estudos indicam que os materiais resinosos quando são

submetidos a uma alta temperatura, apresentam uma diminuição na viscosidade

bem como um melhoramento das propriedades mecânicas do material. Embora

estes estudos tenham utilizados somente resinas compostas, as semelhanças entre

as propriedades mecânicas e a composição desses materiais podem proporcionar

comportamentos similares (FREEDMAN, et al., 2004c; DARONCH et al., 2006)..

No que diz respeito à fotopolimerização das resinas compostas, vale a pena

destacar que esta técnica permite o máximo de conversão de monômeros em

polímeros quando exposto na temperatura bucal ou ambiente. Esta polimerização

incompleta ocorre devido à viscosidade apresentada nos estágios iniciais da reação

(DARONCH et al., 2006). Com base nesse princípio, surgiu uma técnica

denominada de fotopolimerização térmica (FREEDMAN et al., 2003b). Esta técnica

foi desenvolvida com o auxílio de um aparelho específico chamado de “calset” que

promove o aquecimento de compules de resina composta sem alterar as suas

propriedades mecânicas, promovendo uma diminuição na viscosidade do material e

auxiliando na fotopolimerização final e uma maior conversão dos monômeros em

polímeros nas restaurações de resina composta (FREEDMAN et al., 2004c).

Segundo  GORACCI  et al.,  (2004),  o   teste   “push  out”  parece  ser   capaz  de 

registrar, os baixos níveis de resistência de união  dos materiais utilizados para  a 

cimentação dos pinos. Dessa forma, um menor número de falhas durante o preparo 
dos corpos­de­prova será observado, quando comparados ao teste de microtração. 

O teste de “push out” é indicado, pois a extrusão ocorre paralelamente à interface da 

dentina e do adesivo (PERDIGÃO, et al, 2006).

Como poucos trabalhos na literatura têm investigado o pré­aquecimento dos 

materiais adesivos utilizados na cimentação de pinos de fibra de vidro, o objetivo 

deste estudo in vitro foi avaliar se o pré­aquecimento do sistema adesivo aumenta á 

resistência de união do pino de fibra de vidro à dentina radicular. 
2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Falhas recorrentes no tratamento restaurador

Para um maior entendimento, dentes com grandes destruições por lesões

cariosas, repetição de procedimento restaurador ou trauma, requerem um

tratamento endodôntico ou até mesmo um tratamento com pinos intra-radiculares

(GRANDINI et al., 2004; ROSENTRITT et al., 2004).

Devido a esta diversidade, falhas em dentes que foram submetidos às

restaurações intra-radiculares podem ocorrer (GRANDINI et al., 2004;

ROSENTRITTet al., 2004). Alguns fatores podem estar relacionados como fratura

do pino, perda de retenção, fratura da raiz, podendo ocasionar a perda do elemento

dental (GRANDINI et al., 2004; ROSENTRITT et al., 2004). Dentes tratados

endodonticamente sofrem mudanças estruturais, incluindo mudanças nas

propriedades físicas, mecânicas e químicas da dentina, resistência à fadiga,

tornando o dente mais fragilizado. A resistência do dente torna-se reduzida em torno

de 5%, mas a desidratação dentinária devido à perda da irrigação sanguínea e à

variação da disposição das fibrilas de colágeno seria responsável por um

enfraquecimento da ordem de 14% (QUINTAS et al., 2001; LEWGOY et al., 2003;

GRANDINI et al., 2004). As variáveis biológicas e técnicas envolvidas no preparo

intar-radicular são complexas. O uso de pino intra-radiculare não aumenta a

resistência à fratura dos dentes restaurados, porém a quantidade de remanescente

coronário influencia na estabilidade do conjunto. É necessário identificar as

mudanças estruturais que podem ocorrer no dente com endodontia para instituir um

correto tratamento reabilitador (GRANDINI et al., 2004).

Para dentes com tratamento endodôntico que apresentam grande destruição

coronária está indicado a utilização de pinos intra-radiculares, visto que irão


aumentar a retenção do material restaurador com maior preservação das estruturas

dentais (MENNOCCI et al., 2001; LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005).

Outros fatores devem ser avaliados também, como o estresse causado

durante a função mastigatória, visto que pode concentrar forças em lugares

indesejáveis e ocasionar uma fratura radicular pela não distribuição uniforme delas

(LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005).

As fraturas estão relacionadas também com a fadiga que pode ocorrer em

algumas etapas como a trituração de alimentos envolvendo a criação de

microfissuras nas interfaces, crescimento e coalescência de falhas microscópicas e

propagação das mesmas, associados ao cisalhamento ocorrido por forças oclusais

(LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005). Aspectos clínicos que podem estar

relacionado à multifatores: tensões residuais e propagação de forças gerada no

material (MENNOCCI et al., 2001; LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005).

Um fator relacionado às propriedades mecânicas dos pinos fibro-resinosos

deve ser compreendido. A rigidez, que é representada pelo diâmetro e o tipo de

reforço (vidro, carbono) (LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005). Mecanicamente

os pinos fibro-resinosos exercem um papel fundamental na distribuição de forças.

Eles unificam e distribuem as forças exercidas ao longo eixo, ainda que exerçam um

papel de resistência para o núcleo de preenchimento e para a conseqüente

restauração (MENNOCCI ET al., 2001; LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005).

Nos dentes posteriores, existe a força de compressão e os pinos de forma

unificada irão distribuir as forças ao longo do eixo. No entanto, quando colocados

transversalmente, como nos dentes anteriores, o sistema de flexão deve ser

cuidadosamente considerado (MENNOCCI et al., 2001; LEWGOY et al., 2003;

LANZA et al., 2005). São sistemas complexos onde a distribuição do estresse no

interior da estrutura é multiaxial, não uniforme dependente da magnitude da força da

carga externa aplicada (LEWGOY et al., 2003; LANZA et al., 2005).


Entretanto, dissipação das forças pode ocorrer, através do cimento resinoso

utilizado, principalmente nas regiões de maior estresse, agindo como um atenuador

de forças e auxiliando a dissipação delas (LEWGOY et al., 2003; LANZA et al.,

2005).

É muito importante considerar o tipo de fibra de cada pino, pois as falhas

podem estar ligadas aos agentes químicos utilizados, a incompatibilidade e a água

que penetra na interface, principalmente em pinos com fibras de sílica e vidro, que

são hidrófobos (MENNOCCI et al., 2001; MONTICELLI et al., 2005).

2.2 Morfologia do conduto radicular

Ë importante considerar a morfologia da dentina presente no conduto

radicular. Um dente despolpado merece cuidados na hora da restauração, pois ele

sofre uma alteração em sua estrutura, reduzindo sua resistência a tração e

flexibilidade (CAMPOS et al., 2005). Segundo, GORACCI, et al., 2005, muitas

terminologias mecânicas tem sido utilizadas para descrever as condições físicas dos

dentes após o tratamento endodôntico, como aumento da friabilidade e fragilidade,

redução na resiliência e na resistência.

Além disso, é importante associar a orientação dos túbulos dentinários nos

diferentes terços da raiz com a adesão, visto que são fatores que estão diretamente

ligados (GORACCI et al., 2004; CAMPOS et al., 2005). Durante a movimentação dos

materiais no conduto radicular, a densidade e orientação dos túbulos dentinários é

diferente nos terços, cervical, médio e apical (GORACCI et al., 2004; TAY et al.,

2005; NEELIMA et al., 2008).

Dessa forma, a adesão é maior no terço cervical, devido á acessibilidade da

fonte de polimerização chegar nessa região, convertendo o maior número, de


monômeros em polímeros favorecendo a adesão (GORACCI et al., 2004; CAMPOS

et al., 2005).

2.3 Tratamento do conduto radicular

Durante o tratamento endodôntico, é importante levar em consideração as

soluções utilizadas para irrigação do conduto radicular. A solução irrigadora pode ter

um efeito negativo nas propriedades físicas da dentina radicular na hora da

cimentação (QUINTAS et al., 2001; GRANDINI et al., 2004). Assim como, as

diferentes concentrações podem alterar as propriedades físicas e químicas dela

(GRANDINI et al., 2004).

A irrigação do conduto radicular desempenha um papel crítico na

determinação do sucesso na terapia endodôntica (GRANDINI et al., 2004;

GALBANO et al., 2005). As soluções de hipoclorito de sódio variam de uma

concentração de 2% a 5% e devem ser utilizados no tratamento endodôntico para a

remoção de dendritos existentes, para que não haja interferência na adesão

(DRUMMMOND et al., 2001; VICHI et al., 2001; GALBANO et al., 2005). A utilização

de EDTA durante o tratamento endodôntico é importante, por ter uma ação quelante

que retira íons de Ca+2, proporcionando uma maior limpeza do canal radicular e

melhor adaptação do material obturador (DRUMMMOND et al., 2001; VICHI et al.,

2001; GALBANO et al., 2005).

Quanto ao material obturador utilizado no tratamento endodôntico, a gutta

percha é a alternativa mais utilizada (VICHI et al., 2001; HEYDECKE et al., 2002;

GRANDINI et al., 2004; GALBANO et al., 2005). A remoção da gutta percha deve ser

realizada com cuidado, uma vez que a presença de resíduos no canal radicular pode

interferir na adesão final do material restaurador com a estrutura dental (VICHI et al.,

2001; HEYDECKE et al., 2002; GRANDINI et al., 2004; GALBANO et al., 2005).
2.5 Pinos fibro resinosos

Entre os pinos intra-radiculares, os de fibra de vidro têm se tornado cada vez

mais populares, a grande utilização de pinos não metálicos principalmente em

dentes anteriores provocou uma mudança no desenvolvimento e na fabricação de

pinos (MENNOCCI et al., 2001; AKKAYAN et al., 2002; PEST et al., 2002;

TEZVERGIL et al., 2004; NAUMANN et al., 2005; PFEIFFER et al., 2006).

O desempenho do sistema de pinos fibro resinosos depende de propriedades

físicas como força coesiva da matriz polimérica, bem como o tipo de fibra a

qualidade da matriz polimérica, além da interface (TEZVERGIL et al., 2004;

NAUMANN et al., 2005; PFEIFFERet al., 2006). Outras propriedades físicas dos

materiais devem ser conhecidas como alta resistência, atenuação de vibrações,

absorção de choques e aumento da resistência à fadiga (DRUMMOND et al., 2001;

PEST et al., 2002; NAUMANN et al., 2005). Uma vez que são menos rígidos,

apresentam um módulo de elasticidade semelhante ao da dentina (MENNOCCI et

al., 2001; AKKAYAN et al., 2002; PEST et al., 2002; TEZVERGIL et al., 2004;

NAUMANN et al., 2005; PFEIFFER et al., 2006).

Os pinos fibro resinosos podem ser constituídos de fibras de carbono,

quartzo, sílica, zircônia e vidro envolvidos em uma matriz resinosa (MENNOCCI et

al., 2001). Pinos de fibra de carbono (Composite post, St. EGREVE, França), foram

inicialmente desenvolvidos, seguido por pinos de fibra de quartzo e pinos de fibra de

vidro (DRUMMOND et al., 2001; FERRARI et al., 2004; GALBANO et al., 2005;

NAUMANN et al., 2005). Todos esses pinos apresentam características semelhantes

do ponto de vista mecânico (FERRARI et al., 2006; LASSILA et al., 2004; GALBANO

et al., 2005). Vários tipos de pinos fibrosos estão disponíveis no mercado e as suas

propriedades devem ser consideradas de acordo com a situação clínica (LASSILA et

al., 2004; GALBANO et al., 2005).


As fibras estão presentes nos pinos fibro resinosos para dar reforço ao dente,

uma vez que dissipam forças exercidas sobre o dente e reduzem o estresse sobre o

conduto radicular (AKKAYAN et al., 2002; TEZVERGIL et al., 2004; GALBANO et al.,

2005; PFEIFFER et al., 2006).

Uma característica que justifica a utilização dos pinos é que eles não geram

forças na interface do dente, absorvem parte e dissipam as forças pelo interior de

todo o conduto na região de dentina e aliviam a concentração de cargas nas partes

críticas para que não ocorra fratura (PEST et al., 2002; TEZVERGIL et al., 2004;

NAUMANN et al., 2005). Pinos fibro resinosos acrescidos apresentam um módulo de

elasticidade muito semelhante ao da dentina (FRC 20 Mpa, dentina em torno de 18

Mpa), possibilitando assim a absorção e distribuição uniforme de tensões para o

restante da estrutura ao invés de concentrá-las (AKKAYAN et al., 2002; FERRARI et

al., 2004; LASSILA et al., 2004; TEZVERGIL et al., 2004; GALBANO et al., 2005;

NAUMANN et al., 2005).

A utilização de materiais resinosos para a cimentação dos pinos deve ser

utilizada para que este material atenue e distribua todas as forças recebidas ao

longo eixo do dente (DRUMMOND et al., 2001; PEST et al., 2002; TEZVERGIL et

al., 2004; NAUMANN et al., 2005).

A composição da matriz polimérica, o desempenho mecânico e a presença

das fibras têm um papel importante na capacidade de adesão, durabilidade dos

materiais resinosos o pino e a estrutura dentária (PEST et al., 2002; TEZVERGIL et

al., 2004). Outro fator relevante que justifica a utilização de materiais resinosos é o

direcionamento das fibras ou até mesmo a união dessas fibras com esses materiais,

trazendo pontos positivos para a adesão (PEST et al., 2002; TEZVERGIL et al.,

2004).

Para a seleção do pino deve ser considerado a resistência à flexão o módulo

de elasticidade (AKKAYAN et al., 2002; FERRARI et al., 2004; LASSILA et al., 2004;
TEZVERGIL et al., 2004; GALBANO et al., 2005; NAUMANN et al., 2005). Quando

um pino fibro resinoso é demasiadamente flexível, a força aplicada sobre a interface,

pino, resina e dentina pode levar a fratura (AKKAYAN et al., 2002; FERRARI et al.,

2004; LASSILA et al., 2004; TEZVERGIL et al., 2004; GALBANO et al., 2005;

NAUMANN et al., 2005).

O pino fibro resinoso é colocado para aumentar a retenção da restauração

fornecendo uma maior preservação das estruturas dentais (OBLAK et al., 2004;

CAMPOS et al., 2005). Acreditava-se que quando um dente tratado

endodonticamente era submetido ao tratamento com pinos metálicos, o estresse

concentrava-se principalmente na região cervical, o surgimento dos pinos fibro

resinosos reduziu o estresse nessa área (OBLAK et al., 2004; CAMPOS et al.,

2005).

O mecanismo de ação do pino intra-radicular dentro do conduto radicular

demonstra que, as forças se dissipam ao longo do comprimento do pino. Assim a

cimentação de pinos pode auxiliar na proteção das estruturas e do remanescente

dental (OBLAK et al., 2004; CAMPOS et al., 2005).

O sistema de pinos pré-fabricados é um dos mais utilizados, visto que requer

um tempo clínico reduzido (AKKAYAN et al., 2002; FERRARI et al., 2004; LASSILA

et al., 2004; TEZVERGIL et al., 2004; GALBANO et al., 2005; NAUMANN et al.,

2005). Nesse sistema o conduto é preparado usando brocas compatíveis ao

diâmetro do conduto, permitindo um perfeito ajuste do pino no conduto radicular

(AKKAYAN et al., 2002; FERRARI et al., 2004; LASSILA et al., 2004; TEZVERGIL et

al., 2004; GALBANO et al., 2005; NAUMANN et al., 2005).

Estudo como o de AKKAYAN et al. (2002), compararam os efeitos que os

pinos podem causar a estrutura dentária. Além disso, os autores avaliaram o padrão

de fratura entre eles. Para esta pesquisa foram utilizados 40 caninos, recém

extraídos por problemas periodontais. As coroas foram removidas e o tratamento


endodôntico executado. Os dentes foram divididos em 4 grupos de 10 onde cada

grupo tinha o respectivo pino para ser cimentado. Pinos de titânio, quartzo, pinos de

fibra de vidro e zircônia. Todos os pinos foram cimentadas com o sistema adesivo

Adper Single Bond e cimento resinoso RelyX ARC. Todos receberam coroas

metálicas que foram cimentadas com o cimento ionomero de vidro. Cada espécime

foi embutido em resina acrílica e então levados a máquina universal de teste de

carga. Uma carga compressiva foi aplicada em um ângulo de 130 graus ao longo

eixo do dente até a fratura, a uma velocidade de 1 mm / min. Concluíram que

dentes com pinos de fibra de quartzo apresentaram menor resistência à fratura: os

pinos de zircônia e fibra de vidro apresentaram resultados semelhantes e

asseguraram boa resistência. Os pinos de titânio foram os que apresentaram

maiores valores de resistência à fratura. Quanto a análise do tipo de fratura o único

grupo que não pode ser realizado o reparo foi para o grupo que utilizou pinos de

fibra de quartzo.

2.4 Aplicações de silano na superfície do pino resinoso

Pinos fibro resinosos são amplamente utilizados em combinação com resina

composta, para restauração de dentes tratados endondonticamente com ampla

destruição (MONTICELLI et al., 2005; PERDIGÃO et al., 2006).

Apesar das controvérsias na literatura, um agente de união “silano” pode ser

utilizado como tratamento de superfície dos pinos intra-radiculares, devido ao auxílio

na hibridização (AKSORNMUANG et al, 2004; TEZVERGIL et al., 2004;

MONTICELLI et al., 2005; PERDIGÃO et al., 2006).

Representativamente o revestimento serve para promover a aderência entre a

parte inorgânica e orgânica (MENNOCCI et al., 2001; AKSORNMUANG et al, 2004;

MONTICELLI et al., 2005b). O organosilano tem como fórmula estrutural R-Si-(OR)3


que se unem com um grupo funcional orgânico e três agrupamentos alcoxi (R):

promovendo adesão química (MONTICELLI et al., 2005; PERDIGÃO et al., 2006).

Algumas intercorrências podem influenciar na efetividade de união do silano

com o substrato como (ph, presença de solventes e tamanho da molécula)

(AKSORNMUANG et al, 2004; MONTICELLI et al., 2005; PERDIGÃO et al., 2006).

A eficácia do agente de união silano aumenta a resistência adesiva em dentes

que são restaurados com pinos fibro resinosos (MONTICELLI et al., 2005).

Os autores Monticelli et al. (2005) sugeriram que a utilização do agente de

união silano pré-aquecido, pode influenciar na resistência. Para tal pesquisa, foram

utilizados três diferentes pinos fibro resinosos. Cinqüenta e quatro dentes extraídos

foram utilizados, entre estes caninos e incisivos, foram tratados endodonticamente.

Foram utilizados os pinos, Light Post (DT, Bisco), FRC Postec (FR, Ivoclar Vivadent),

e ParaPost Fibra Branco (PP, Coltene / Whaledent). Logo após, foi inserido um

sistema adesivo resinoso, recomendado pelo fabricante. Metade de cada grupo foi

tratada com o sistema de silano (Monobond S, Ivoclar Vivadent). Os corpos de

provas foram submetidos ao teste de cisalhamento por extrusão. O uso do silano

mostrou diferença significativa em ambos os terços. O terço coronal apresentou uma

diferença estatisticamente diferente do terço médio e apical. O que não foi

observado nos terços médio e apical, que apresentaram semelhança. A diferença foi

observada na utilização de silano associado com os pinos de fibra de vidro no terço

coronal, mostrando-se mais efetivo. Mesmo que essa efetividade não tenha sido

observada nos três terços, os autores aconselham a utilização de silano. O pré-

aquecimento do silano pode ter promovido a evaporação de componentes acídicos

contidos no mesmo.

2.4 Condicionamento ácido do conduto radicular


A força de adesão no conduto radicular é extremamente baixa quando

comparada a adesão no esmalte e dentina coranal. Um ponto relevante é a falta de

união química entre os compósitos metacrilatos e da matriz epóxica das fibras dos

pinos (MONTICELLI et al., 2005 e 2006). A fim de minimizar todos esses fatores

indesejáveis é conveniente a aplicação de ácido fosfórico a 37% tanto na superfície

do pino assim como na dentina radicular a fim de criar uma área com

microporosidades para aumentar o poder de penetração do material e assim a

adesão entre os mesmos (MENNOCCI et al., 2001; AKSORNMUANG et al, 2004;

TEZVERGIL et al., 2004; MONTICELLI et al., 2005 e 2006).

A união química muitas vezes pode ser dificultada, alguns autores

(MONTICELLI et al., 2006), avaliaram um protocolo clínico viável para a criação de

retenções micro mecânicas na superfície do pino radicular e a hibridização radicular,

utilizando ácido fosfórico. Após o condicionamento ácido, os corpos de provas foram

submetidos à silanização e aplicação do sistema adesivo, para posteriormente criar

uma área de retenção micro mecânica para possibilitar a inserção do cimento

resinoso. Os autores puderam concluir que essa associação promoveu uma área

micro mecânica que criou uma melhor adesão entre a estrutura o cimento resinoso e

o pino.

2.6 Hibridização do conduto radicular

A aplicação de conceitos interessantes da odontologia adesiva na endodontia

para melhorar o selamento coronal e apical, foi impulsionada pela introdução de

metacrilatos nos adesivos para uso endodôntico (GORACCI et al., 2004; TAY et al.,

2005; NEELIMA et al., 2008).

Em 1955, Buonocore propôs a idéia de tratar quimicamente esmalte e dentina

com solução ácida para haver uma alteração fisiológica na superfície a fim de

promover aderência (GORACCI et al., 2004; TAY et al., 2005; NEELIMA et al., 2008).
Entretanto, devido a algumas propriedades fisiológicas da dentina humana, tais

como o molhamento intrínseco que dificulta a adesão, tornando a adesão melhor em

esmalte (CAMPOS et al., 2005; NEELIMA et al., 2008). Desde essa época, adesivos

resinosos vêm sendo estudados e foram classificados por gerações, conforme o

número de passos a serem utilizados (CAMPOS et al., 2005; NEELIMA et al., 2008).

O desenvolvimento tecnológico tem impulsionado a redução da

microinfiltração na dentina, um melhoramento da retenção resultante de uma boa

adesão dos canais radiculares com os pinos e a restauração de dentes tratados

endodonticamente (GORACCI et al., 2005; NEELIMA et al., 2008).

Na obturação final do conduto radicular existe uma técnica muito utilizada que

é a condensação lateral com o instrumental aquecido. Esta técnica utiliza cones

acessórios de gutta-percha associado com o cimento endodôntico (GORACCI et al.,

2004; TAY et al., 2005; NEELIMA et al., 2008). Posteriormente, na restauração com

pino intra radicular esse material, quando em excesso, poderá interferir na adesão

(ROSENTRITT et al., 2004; TAY et al., 2005).

Quando o conduto é modelado para receber o pino fibro resinoso intra

radicular é preciso ter muito cuidado ao eleger um cimento resinoso uma vez que os

cimentos resinosos sofrem uma contração de polimerização, principalmente no

conduto radicular (CAMPOS et al., 2005; TAY et al., 2005).

A contração de polimerização de cimentos resinosos à base de metacrilatos é

alta, o ideal é que os cimentos resinosos sejam de baixa viscosidade para a

cimentação de pinos fibro resinosos no canal radicular, teriam um auto

preenchimento do material ao longo do conduto, isso significa dizer que o cimento

escoaria mais facilmente por todo o conduto preenchendo-o por inteiro (CAMPOS et

al., 2005; TAY et al., 2005).

Quando se fala de falha adesiva, pode estar relacionado à falta de retenção

do conduto radicular é preciso considerar o comprimento do canal durante o


tratamento com pinos, muitas vezes pelo fato de ser um canal muito estreito com

falta de profundidade (CAMPOS et al., 2005; TAY et al., 2005).

A comercialização de materiais adesivos tem crescido a cada dia, sendo

necessário que o cirurgião-dentista tenha conhecimento químico dos componentes,

assim como a biocompatibilidade entre os materiais (STRASSLER et al., 2003;

CAMPOS et al., 2005). Materiais adesivos são utilizados com condicionadores

ácidos como um pré-tratamento de superfície normalmente o ácido fosfórico (VICHI

et al., 2001; AKSORNMUANG et al, 2004).

Devido à imensidão de marcas comerciais e aos tipos de materiais adesivos,

diferentes sistemas adesivos podem ser utilizados com diversos cimentos resinosos

disponíveis no mercado (DRUMMMOND et al., 2001; VICHI et al., 2001;

BOUILLAGUET et al., 2003; GALBANO et al., 2005).

A polimerização dos materiais pode ser diferenciada de um material para o

outro, existem marcas comerciais que apresentam uma reação química, outras por

um processo de fotopolimerização, ou uma combinação de ambas as técnicas

(DRUMMMOND et al., 2001; VICHI et al., 2001; BOUILLAGUET et al., 2003;

GALBANO et al., 2005).

Na tentativa de minimizar o número de etapas a serem seguidas foi

desenvolvido o adesivo denominado de “total-etch”, aplicado em uma ou duas

etapas, onde é feito primeiramente o condicionamento com ácido fosfórico, seguido

de primer e adesivo que estão contidos em um único frasco, para facilitar a inserção

(NEELIMA et al., 2008; VIVIAN et al., 2008).

A utilização de adesivos auto-condicionantes em combinação com cimentos

resinosos tem sido proposto para a cimentação de pinos fibro resinosos

(BOUILLAGUET et al., 2003; STRASSLER et al., 2003).

O mais recente desenvolvimento foi à criação dos adesivos “Self-etching” de

sexta geração que também é conhecida como a técnica do não enxágüe. Pode ser
composto de duas etapas: condicionamento ácido seguido da aplicação do agente

adesivo ou constituídos de uma só etapa: em um único frasco contendo ácido,

primer e adesivo. A penetração é feita simultânea em esmalte e dentina, penetra,

dissolve e integra-se ao dente em um único passo (NEELIMA et al., 2008; VIVIAN et

al., 2008).

A associação de um sistema adesivo com o cimento resinoso promove uma

maior eficácia de união à dentina radicular, sendo, portanto um fator relevante na

cimentação adesiva (NEELIMA et al., 2008; SILVA et al., 2008; VIVIAN et al., 2008).

Sabe-se que quando se trata de cimentos auto-polimerizáveis, esses são

compatíveis com a maioria dos sistemas adesivos convencionais, menos com o

sistema adesivo de cura dual, levando-se em conta que a seleção do adesivo

depende do tipo de cimento selecionado (MELO et al., 2004; SILVA et al., 2008). A

incompatibilidade ocorre devido ao fato de que sistemas adesivos de cura dual têm

na sua composição um monômero acídico, quando em contato com cimentos

resinosos auto-polimerizáveis reagem com aminas terciárias e inibe ativação da

reação de polimerização (NEELIMA et al., 2008; SILVA et al., 2008; VIVIAN et al.,

2008).

A durabilidade da cimentação adesiva depende da interação entre os

sistemas, utilizados, tanto adesivo, dentina radicular, cimento resinoso e pinos

(NEELIMA et al., 2008; SILVA et al., 2008; VIVIAN et al., 2008).

A adesão (sistema adesivo + cimentos resinosos) é fundamental na

cimentação de pinos, diminui infiltração marginal e viabiliza a distribuição

homogênea das tensões ao restante da estrutura dentária (VALANDRO et al., 2007;

VIVIAN et al., 2008).

No estudo, Pest et al. (2002) avaliaram a força de adesão dos materiais

(RelyX Unicem e Exite DSC com Variolink II) com a estrutura dentária, através do

teste de cisalhamento por extrusão e microscopia eletrônica de varredura (MEV).


Dentes recém extraídos foram submetidos ao tratamento endodôntico,

posteriormente, avaliado a interface adesiva entre o dente e os materiais. Os autores

concluíram que os materiais adesivos possuem uma grande força de adesão com as

estruturas dentárias, aconselham a utilização de adesivos resinosos com cimentos

resinosos, para obter uma adesão ainda melhor.

2.8 Cimentos resinosos

Cimentos resinosos são indicados quando existe a necessidade de uso de

pinos fibro resinosos (BONFANTE et al., 2007; VALANDRO et al., 2007; VIVIAN et

al., 2008). No entanto, esses cimentos são altamente sensíveis a técnica, alta

viscosidade e possibilidade de acúmulo de adesivo, canais muito estreitos têm um

risco de incompleta instalação dos pinos interferindo na retenção (BONFANTE et al.,

2007; VALANDRO et al., 2007; VIVIAN et al., 2008).

O objetivo físico da utilização de cimento resinoso é que haja uma interdifusão

do material restaurador e com os pinos fibro resinosos (STRASSLER et al., 2003;

AKSORNMUANG et al, 2004; LE BELL et al., 2005). É desafiador a utilização de

cimentos resinosos na cimentação de pinos fibro resinosos. Ainda não se sabe qual

é a interferência que os materiais utilizados durante o tratamento endodôntico

podem ter com a adesão na estrutura dentária (BOUILLAGUET et al., 2003;

BONFANTE et al., 2007; VALANDRO et al., 2007; VIVIAN et al., 2008).

A associação dos cimentos resinosos com os pinos fibro resinosos no

tratamento de dentes com endodontia e grande destruição aumenta a retenção a

restauração (BOUILLAGUET et al., 2003; BONFANTE et al., 2007; VALANDRO et

al., 2007; VIVIAN et al., 2008).

Os autores LE BELL et al. (2005), compararam em um estudo in vitro os pinos

de fibra de vidro (FRC Postec Plus) e o pino de fibra de carbono (C-Post), ambos
cimentados nos canais radiculares de molares. Os dois grupos foram cimentados

com o adesivo Excite DSC e o cimento resinoso Variolink II. As amostras foram

cortadas em discos de espessuras: 1mm (n = 12/grupo). Foi realizado o teste de

resistência ao cisalhamento por extrusão “Push out”. Puderam verificar os melhores

resultados atribuídos a associação de pinos de fibra de vidro com o adesivo Excite

DSC e com o cimento resinoso Variolink II.

Mallmann et al. (2005) avaliaram a resistência adesiva de dois sistemas

adesivos, um fotopolimerizável e outro auto-polimerizável, nos diferentes terços,

apical, médio e cervical. Vinte dentes uni radiculares foram utilizados na pesquisa e

divididos (n=10). Foram submetidos ao tratamento endodôntico e foram cimentados

com pino resinoso (ligth post). Os dois grupos receberam respectivamente o sistema

adesivo Single Bond [SB] (fotopolimerizável) e Scotchbond Multi Plus [SBMP] (auto-

cura) e o cimento resinoso RelyX ARC. Segundo os autores, houve diferença

estatisticamente significativa entre os terços, sendo que o terço coronal obteve os

melhores resultados. Os melhores resultados também foram para o grupo que

utilizou o cimento resinoso RelyX ARC com o adesivo fotopolimerizável Adper Single

Bond no terço coronal.

Outro fator preocupante esta relacionado com os efeitos da contração de

polimerização sofridos pelos cimentos resinosos (BOUILLAGUET et al., 2003;

AKSORNMUANG et al, 2004). Para diminuir a viscosidade e facilitar o manuseio

clínico os cimentos resinosos possuem baixa quantidade de carga. Os efeitos da

contração de polimerização, sofrido pelos cimentos resinosos dependem da

geometria da cavidade e da espessura da película (BOUILLAGUET et al., 2003; LE

BELL et al., 2005).

2.9 Configuração cavitária “fator C”


Desde a introdução da resina composta na década de 70, um problema, que

tem sido presenciado, é o fator de configuração cavitária (BOUILLAGUET et al.,

2003; LE BELL et al., 2005). A composição do material e a forma de polimerização

são fatores que podem estar diretamente ligados aos efeitos da contração de

polimerização (BOUILLAGUET et al., 2003; AKSORNMUANG et al, 2004).

O número de superfícies aderidas divididas pelo número de superfícies livres

determina a contração de polimerização (BOUILLAGUET et al., 2003;

AKSORNMUANG et al, 2004; LE BELL et al., 2005; TAY et al., 2005). Nas cavidades

do tipo Classe I existem mais paredes aderidas e uma única superfície lisa.

Durante a fotopolimerização se o número de superfícies aderidas for baixo e o

número de superfícies livres for alto, os efeitos da contração de polimerização serão

minimizados (BOUILLAGUET et al., 2003; AKSORNMUANG et al, 2004; LE BELL et

al., 2005). Entretanto, em um conduto radicular longo e estreito os efeitos sofridos

pela contração de polimerização serão bem maiores, uma vez que existe apenas

uma superfície livre com uma área muito pequena. De acordo com o Fator “C”, a

cimentação de pinos fibro resinosos no conduto radicular representa uma situação

desvavorável.

Dessa forma quando se utiliza materiais resinosos o ideal é que essa camada

seja o mais fina possível para minimizar os efeitos de contração de polimerização

(AKSORNMUANG et al, 2004; LE BELL et al., 2005).

A completa contração da resina composta pode ser explicada por três fases

(pré-gel, gel e pós-gel) (LOPES et al., 2008). Durante a fase pré-gel de

polimerização, o compósito escoa pela estrutura. Já na fase pós-gel de

polimerização envolve um significativo estresse de polimerização, que pode

promover sensibilidade pós-operatória (LOPES et al., 2008).


Uma possibilidade para minimizar os efeitos da contração de polimerização

seria o aumento do escoamento desse compósito na fase pré-gel, a fim de minimizar

os efeitos sofridos pela contração de polimerização.

As propriedades visco-elásticas, tais como contração de polimerização, grau

de conversão e módulo de elasticidade são importantes para avaliar o estresse de

contração (LOPES et al., 2008).

Tay et al. (2005), afirmaram que durante a polimerização o volume dos

monômeros é reduzido, podendo criar fraturas na interface, dente e material

diminuindo a retenção e a adesão dos materiais. Essas variáveis são muito maiores

em condutos e para materiais de cimentação. Estas variáveis são importantes e

devem ser levadas em consideração na hora da cimentação. Dessa forma, para um

canal radicular com 20 mm de comprimento, calcula-se que o fator de configuração

cavitária seja em torno de 32 quando preenchido somente com cimento resinoso.

Assim, se a espessura do sistema adesivo for reduzida a retração volumétrica e o

fator desfavorável da configuração cavitária serão diminuídos.

A deformação elástica aumenta quando o material resinoso é aquecido há

54°C, uma vez que diminui a viscosidade, criando um maior espaço para

movimentação e conversão do maior número de monômeros em polímeros.

2.10 Pré-aquecimento do sistema de cimentação

O pré-aquecimento dos sistemas adesivos pode auxiliar na polimerização

final, uma vez que a temperatura cinética de polimerização pode influenciar na

mobilidade dos radicais presentes na reação. A diminuição da viscosidade pode

favorecer a conversão do maior número de monômeros em polímeros, e dessa

forma, melhorar as propriedades físicas e mecânicas do material (PASHLEY et al.,

2001; PERDIGÃO et al., 2003; ALEXANDRE et al., 2005).


Alexandre et al. (2005), verificaram a influência do pré-aquecimento de 3 tipos

de adesivos resinosos na resistência à micro tração. Os adesivos utilizados foram:

Adper Single Bond (frasco único) e dois auto-condicionantes, SE Bond (SEB) e

Prompt L-Pop (PLP). Na análise foram aferidos o padrão de condicionamento (PC) e

a interface resina composta-esmalte (IRE). Para a pesquisa foram utilizados 63

dentes bovinos, divididos em três grupos (n=21) de acordo com o sistema adesivo

utilizado. Cada 3 grupos foram divididos em diferentes temperaturas (NORM=20°C,

FRIO=5°C, QNT=40°C). Para o grupo que utilizou o Adper Single Bond e foi

realizado o condicionamento ácido, logo após, foram inseridos incrementos de 2mm

de resina composta e fotopolimerizados por 40 s. Os corpos de provas foram

seccionados no sentido mésio-distal e foi realizado o teste de microtração. Afirmam

que sob temperatura normal não houve diferença estatística entre os adesivos.

Porém, no frio a resistência adesiva no microtração dos adesivos PBNT e PLP foi

menor que a do SEB. Na temperatura QNT houve uma redução na resistência a

microtração dos adesivos SEB e PLP. O adesivo SEB foi o único que com o

aquecimento reduziu a sua resistência. O aspecto da interface e do padrão de

condicionamento foi dependente da temperatura e do adesivo utilizado. O grupo PLP

foi o que mais se aproximou do grupo de condicionamento ácido prévio, porém

somente na temperatura ambiente. Concluíram que os adesivos autocondicionantes

apresentam menor agressividade de desmineralização em relação ao

condicionamento com ácido fosfórico e são influenciados pela temperatura.

A alta viscosidade quando se utiliza o relyx Unicen dificulta a penetração mais

profunda da resina nos túbulos dentinários (CANTORO et al., 2007).

Evidências na literatura demonstram que a viscosidade da resina composta

pode ser diminuída e um melhor escoamento pode ser obtido através do pré-

aquecimento a uma temperatura de 55°C a 60° C (FREEDMAN et al., 2003;


FREEDMAN et al., 2004; ALEXANDRE et al., 2005; BLALOCK et al., 2006;

DARONCH et al., 2006; CANTORO et al., 2007).

Várias resinas compostas têm a espessura de película diminuída

significantemente com o pré-aquecimento, possivelmente favorecendo a adaptação

marginal e diminuição das forças da interface (FREEDMAN et al., 2003; FREEDMAN

et al., 2004; ALEXANDRE et al., 2005; BLALOCK et al., 2006; DARONCH et al.,

2006; CANTORO et al., 2007).

A temperatura de 55°C a 60°C é perfeitamente suportado na cavidade bucal.

O pré-aquecimento promove mudanças nas propriedades do material, mecânicas e

elásticas das propriedades. Algumas mudanças que podem ser observados em

trabalhos com o pré-aquecimento de resina composta são: melhor escoamento,

aumento na conversão de monômeros em polímeros, melhor selamento marginal

(FREEDMAN et al., 2003; FREEDMAN et al., 2004; ALEXANDRE et al., 2005;

BLALOCK et al., 2006; DARONCH et al., 2006; CANTORO et al., 2007).

No estudo de Wagner et al. (2008), os autores efetuaram restaurações Classe

II com diferentes técnicas, com diferentes resinas. Fizeram um grupo de maneira

convencional com procedimentos adesivos e resina composta, outro utilizando

resina flow como forramento e dois grupos de pré-aquecimento de resina composta.

Nos grupos estabelecidos como o de “aquecimento” e “pré-aquecimento”

imediatamente após foi realizada a restauração. Em outro grupo foi feito o pré-

aquecimento e uma espera de 15s para depois sim executar a restauração. Os

melhores resultados foram obtidos no grupo do pré-aquecimento e imediata

restauração. O grupo que efetuou o pré-aquecimento, mas houve a espera de 15 s

para a execução da restauração, teve um retardo na deformação visco-elástica. Esta

deformação ocorre no momento da inserção da resina na cavidade, como houve

esse tempo de espera para depois inseri-la, precipitou a polimerização e ocasionou

decorrentes falhas. Com base nesta pesquisa, os grupos que foram submetidos ao
pré-aquecimento inseriram o material imediatamente após o aquecimento a fim de

evitar um retardo na deformação visco-elástica.

Como existem poucos dados na literatura sobre o aquecimento do sistema

adesivo e cimento resinoso, esta pesquisa é válida na tentativa de diminuir as falhas

adesivas presentes na cimentação de pinos fibro resinosos.

2.11 Teste de cisalhamento por extrusão

O teste de push-out, proporciona melhor estimativa da resistência de união,

pois a carga é aplicada paralelamente a interface de adesão, resultando

predominantemente em tensões cisalhantes (KURTZ et al., 2003; GORACCI et al.,

2004).

O teste para avaliar a resistência adesiva entre pinos de fibra de vidro e

dentina radicular é o teste push-outou de cisalhamento por extrusão. A metodologia

deste ensaio é largamente empregada para investigar adesão e estabilidade

mecânica de biomateriais ortopédicos em ossos (WAKEFIELD, et al, 1998).

Este teste foi introduzido na Odontologia em 1970 para verificar a resistência

de união de diversos materiais restauradores pela extrusão de cilindros de

compósitos de discos dentinários da porção coronária. O autor sugere que apesar

das dificuldades na padronização da metodologia, como a difícil obtenção de

paralelismo e fixação do corpo-de-prova, este teste é viável e indicado para a

finalidade proposta (ROYDHOUSE, 1970).

Estudos relatam que este teste proporciona uma melhor estimativa da

resistência de união quando comparado aos testes convencionais, pois ele força o

rompimento a ocorrer paralelamente à interface de adesão, obtendo-se,


verdadeiramente uma carga de cisalhamento (KURTZ, et al., 2003). Porém, os

valores encontrados para a resistência adesiva são maiores do que em outros testes

e, possivelmente, causados pela fricção durante o deslocamento, criando estresse

na interface da restauração (GORACCI, et al., 2005). Outra característica

importante no teste de push-outrefere-se à possibilidade de se obter maior número

de espécimes para um único dente, variando apenas a profundidade no substrato

radicular. E sua grande vantagem seria a melhor simulação das condições clínicas

(SUDSANGIAM, et al., 1999).

Em se tratando da medição da resistência de união entre pinos e dentina, o

teste push-oututiliza a resistência ao cisalhamento medida de múltiplos espécimes

no mesmo dente, variando apenas a profundidade do conduto radicular. Este

método oferece vantagens significativas em relação aos testes que proporcionam

um corpo-de-prova por dente, como o teste de microtração.

Goracci et al. (2005), avaliaram a resistência adesiva na cimentação de pinos

fibro resinosos, com o teste de cisalhamento por extrusão push out e com o teste de

microtração. Quinze dentes denominados como grupo A, com a utilização de Excite

DSC em combinação com o Variolink II. No grupo B os pinos resinosos foram

cimentados com o Relyx UNICEM. Afirmam que os valores de adesão foram baixos

para o grupo do RelyX Unicem. Concluíram que os valores de cisalhamento por

extrusão obtiveram menos falhas. Este teste parece ser mais confiável do que o

teste de microtração.
3 PROPOSIÇÃO

O presente estudo in vitro tem como propósito:

3.1 Avaliar a influência de diferentes sistemas de cimentação na resistência

de união adesiva de pinos de fibra de vidro à dentina radicular, terços cervical, médio

e apical.

3.2. Avaliar a influência do pré-aquecimento do sistema de cimentação

(adesivo e cimento resinoso) na resistência de união adesiva de pinos de fibra de

vidro à dentina
4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Material
Foram selecionados para esta pesquisa 30 pinos de fibra de vidro do sistema

FRC Postec Plus (FIG. 1). A composição e as características dos pinos estão

descritos no QUADRO 1.

Composição Diâmetr
Marca Fabricante (informação do o Lote
fabricante) (mm)
61,5% de fibra de vidro,
Ivoclar/vivadent, AG,
FRC PostecPlus Schann Liechtenstein, 25,9% de Resina Bis- 1,5 J124
‫٭‬ GMA e 12,3% de Agente 7
ÁUSTRIA
de Carga

QUADRO 1 - Especificações do Pino de fibra de vidro FRC Postec Plus

FIGURA 1 - Pino de fibra de vidro FRC Postec Plus

Para a cimentação do pino foram utilizados 2 sistemas adesivos e 2 cimentos

resinosos. Single Bond 2 + RelyX ARC (FIG.2); Excite® DSC + Variolink II (FIG.3);

conforme indicação do fabricante. A marca comercial e as especificações do

fabricante estão expostas nos QUADROS 2 ao 3.

Marca Fabricante Composição Classificaçã Lote


o
Bis-GMA, 2- hidroxietilmetacrilato 7LR
(HEMA), copolímero do ácido 2010-05
3M Espe,
Adper polialcenóico, canforoquinona,
Irvine,
Single água, etanol, glicerol 1.3 Total etch
Califórnia,
Bond 2 dimetacrilato e 10% em peso de
USA
nanopartículas de sílica (cinco
nanômetros).
Pasta A: BisGMA, TEGDMA, F66N
polímero dimetacrilato, 68% em
peso de partículas de
zircônia/sílica, pigmentos, amina
3M St.Paul,
RelyX/ARC e sistema fotoiniciador. Pasta B: Dual
MN,USA.
(Cor A3) BisGMA, TEGDMA, polímero
dimetacrilato, 67% em peso de
partículas de zircônia/silica,
peróxido de benzoíla.

QUADRO 2- Sistema adesivo e cimento resinoso (ADPER Single Bond 2 + RelyX


ARC).

A B

FIGURA 2A e 2B – Sistema adesivo e cimento resinoso ADPER Single Bond 2 (A) +


RelyX ARC(B).

Marca Fabricante Composição Classificação Lote


HEMA, dimetacrilatos,
acrilato do ácido
Ivoclar Vivadent
fosfônico, dióxido de
AG, Schaan /
Excite® silício altamente disperso,
Liechtenstein, Dual J21535
DSC iniciadores
Áustria
e estabilizadores em uma
solução alcoólica.

Ivoclar Vivadent Cimento resinoso


Variolink AG, Schaan / dimetacrilato, dióxido de
II Liechtenstein, silicone, iniciadores auto- Dual J21518
(Cor A3) Áustria ativados, iniciadores
fotoativados

QUADRO 3 – Sistema adesivo e cimento resinoso (Excite® DSC (A) + Variolink II).

A B

FIGURAs 3(A e B) – Sistema Adesivo e cimento resinoso EXCITEM® DSC (A) +


Variolink II (B)

A unidade fotoativadora foi a Bluephase HPO (Ivoclar Vivadent) com uma

potência de 600 mW/cm2 (FIG.4) e para o pré-aquecimento térmico foi utilizado o

A (AdDent, Inc, USA) (FIG.5). As especificações das fontes estão


aparelho Calset

discriminadas nos QUADRO 4 e 5.

Marca Fabricante Classificação


Bluephase HPO Ivoclar Vivadent AG, Fotopolimerizador/LED
Schaan / Liechtenstein,
Áustria
QUADRO 4 - Especificações do Fotopolimerizador

FIGURA 4 - Fotopolimerizador /LED

Marca Fabricante Classificação


Calset ™ AdDent, Inc, USA Térmica

QUADRO 5- Fonte térmica.


FIGURA 5 - Fonte térmica

Outros materiais utilizados na pesquisa:

• Limas Kerr, Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• Solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, Lírio, SP, Brasil.

• EDTA a 16%, Inodon, Porto Alegre, RS, Brasil.

• Cones de papel absorvente, Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• Gutta-percha médium, Kone, Belo Horizonte, MG, Brasil.

• Cones acessórios F e FF, Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• Cimento endodôntico de oxido de zinco e eugenol (endofill),

Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• Cimento provisório cotosol, Vigodent, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

• Brocas Largo n°5, Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• RelyX ceramic primer, 3M, St.Paul, MN,USA.

• Ácido fosfórico a 37%, 3M, St.Paul, MN,USA.

• Silicona de adição Express, 3M, St.Paul, MN,USA.

• Super Bond, HelKel, SP, Brasil.

• Termopack, Mesco, Jabaquara, SP, Brasil.

• Espaçadores digitais, St.Paul, MN,USA.

• Gattes Glidden, Dentsply/Maillefer, Tulsa, USA.

• Pontas Rhein, Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• Lêntulo, Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil.

• Microbrush Superfine, Orlando, FL, USA.

• Resina composta Filtek Supreme Z350, cor A2, 3M, St.Paul, MN,USA.

• Casulos escurecidos, Cutitiba, PR, Brasil.


• Amalga Mix, Gnatus, Ribeirão Preto , Brasil.

• Isomet, Buehler UK LTD, Lake Bluff, USA.

• Caneta esferográfica preta, Faber Castell, SP, Brasil

• Resina Acrílica A3, 3M, St.Paul, MN,USA.

• Paquímetro mecânico de precisão, Mitutoyo, Suzano, SP, Brasil.

4.2 Métodos

4.2.1 Seleção dos dentes

Foram selecionados trinta caninos hígidos, superiores e inferiores, recém

extraídos e armazenados imediatamente em soro fisiológico para evitar a

desidratação. O soro fisiológico foi utilizado para não interferir nos resultados de

adesão (FIG.6). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com

Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, projeto de número

302/2007.

FIGURA 6 - Dentes hígidos


Os espécimes foram limpos com pasta de pedra-pomes e água e com taças

de borracha montadas em um micro motor de baixa rotação (FIG.7). Em seguida foi

realizada uma inspeção com o auxílio de uma Lupa (Bio-Art Equipamento

Odontológico Ltda., São Carlos, SP) com um aumento de 4x, a fim de excluir os

espécimes que apresentassem fendas, trincas, raízes curvas ou outras anomalias

que pudessem comprometer ou alterar os resultados.

FIGURA 7 - Limpeza dos dentes

Os dentes foram armazenados por uma semana em solução de Timol a

0,01% para a desinfecção e, em seguida por três meses em água com trocas diárias

e sob refrigeração.

4.2.2 Tratamento endodôntico

Inicialmente, removeu-se a porção coronária de todos os dentes, 1 mm

(FIG.8) acima da junção amelo-cementária, utilizando um disco diamantado de 1,3

mm de espessura em baixa rotação sob constante refrigeração (KG Sorensen, São

Paulo, Brasil), de forma a padronizar o comprimento das raízes em 16 mm.


FIGURA 8 - Demarcação 1mm acima da junção amelo-cementária

Em seguida os dentes foram submetidos ao tratameto endodôntico, com fresa

número 1 foi feito o acesso, após canal foi explorado com uma lima tipo # 10K, foi

subtraído 1 mm do comprimento total, determinando o comprimento de trabalho.

Foram utilizadas brocas Gattes Glidden n°2, 3 e 4 para alargar o conduto e modelar

o terço cervical e médio do conduto.

Realizou-se a técnica manual escalonada regressiva, instrumentando os

condutos radiculares utilizando-se limas endodônticas tipo K,

modelando/instrumentando até a lima # 55K (FIG.9), ao longo do comprimento de

trabalho determinado.
FIGURA 9 - Seqüência de limas endodônticas

Todo o tratamento endodôntico foi feito sob abundante irrigação com

hipoclorito de sódio a 2,5%, aproximadamente 3 ml da solução a cada troca de

instrumental para suspensão da matéria orgânica. Logo após a modelagem os

condutos foram irrigados com solução de EDTA a 16% por um período de 5 minutos.

Para secar o conduto foram utilizados 4 cones de papel absorvente. A obturação foi

utilizada a técnica de condensação lateral com cone de gutta percha principal e

espaçadores digitais, cones acessórios e o cimento endodôntico de óxido de zinco e

eugenol (FIGS 10 e 11).

FIGURA 10 e 11 - Obturação do conduto radicular (10) e Material restaurador (11)


10 11
O excesso do material obturador foi removido em torno de 1,5 mm para

colocar o cimento provisório cotosol (Vigodent, RJ, Brasil). Logo após a esta etapa,
os dentes foram conservados em água destilada a 37°C e mantidos na estufa

durante uma semana.

4.2.3 Preparo dos canais radiculares

Após uma semana do tratamento endodôntico, foi realizado o preparo do

conduto radicular para a cimentação do pino. Para modelar o conduto e permitir uma

perfeita adaptação do pino, foram utilizadas brocas específicas que estão

disponíveis no sistema de pinos (FIG.12).

Figura 12 - Pino e broca específica do kit.

Inicialmente com pontas Peeso n°1, utilizadas em baixa rotação, o preparo do

conduto foi padronizado de acordo com as especificações do fabricante. A ponta

peeso 1 foi calibrada com 12mm, de forma a deixar 4 mm de gutta percha como

selamento apical a modular o conduto com 1,5 mm de diâmetro, correspondente ao

diâmetro do pino(FIGS.13 e 14).


14
13
FIGURA (13 e 14) - Desobturação do conduto (13) e adaptação do pino fibro
resinoso (14).

Logo após, o conduto foi irrigado com solução de hipoclorito de sódio a 2,5%

para remover resíduos de gutta percha e seco com cones de papel absorvente para

receber os procedimentos adesivos e o pino propriamente dito.

4.2.4 Preparo da superfície do pino de fibra de vidro

Inicialmente, realizou-se o condicionamento ácido da superfície do pino de

fibra de vidro com ácido fosfórico a 37% por 60s e posteriormente lavado em

abundância pelo mesmo tempo e seco com jatos de ar (FIGS.15 e 16).

FIGURA 15 - Ácido fosfórico na superfície do pino

FIGURA 16 - Lavagem com água em abundância


Com o auxílio do microbrush, foi aplicado uma porção de silano RelyX

Ceramic Primer e após a espera de 1 min. (FIGS.17 e 18), secou-se a superfície do

pino com leves jatos de ar por 5 s (FIG. 19). A partir deste momento os pinos não

foram mais manipulados.

17 18

FIGURA (17 e 18). Agente de união “Silano” (17), silanização do pino fibro resinoso (18).

FIGURA 19 - Secagem do pino de fibra de vidro

4.2.5 Inclusão das raízes

As raízes foram inclusas em bloco de silicona de adição Express (3M, St.Paul,

MN,USA), para facilitar o manuseio e evitar qualquer tipo de interferência da luz no

momento da fotopolimerização, pois poderia iniciar uma fotopolimerização do

material e posteriormente seria impossível a adaptação do pino (FIG.20).


FIGURA 20 - Inclusão das raízes em silicona de adição

4.2.6 Divisão dos grupos experimentais

Para a pesquisa foram utilizados três cimentos resinosos diferentes, a

associação de outros materiais foi conforme indicação do fabricante e com a mesma

marca comercial. Após o preparo dos canais radiculares e a inclusão das raízes,

estas foram distribuídas, previamente enumerados (FIG.21), por meio de sorteio em

2 grupos com 10 espécimes (N=10) cada.

FIGURA 21 – Enumeração dos grupos.


A divisão dos grupos foi realizada da seguinte maneira: Grupo 1: Pino de fibra

de vidro FRC Postec Plus + Single Bond 2 + RelyX ARC, dividido em 2 subgrupos de

mesmo material, porém, um subgrupo aquecido a uma temperatura de 54°C e outro

grupo controle com temperatura ambiente a 25°C. Grupo 2: Pino de fibra de vidro

FRC Postec Plus + Excite® DSC + Variolink II, dividido em 2 subgrupos de mesmo

material, porém, um subgrupo aquecido a uma temperatura de 54°C e outro grupo

controle com temperatura ambiente á 25°C. A divisão dos 2 grupos e subgrupos esta

expressa no QUADRO 6.

Classificação
Grupo Subgrupo Adesivo Cimento
do sistema Classificação
s s s resinoso
adesivo
Dual
Adper Total etch
1A (25°C) RelyX +
Single +
Controle ARC Fotopolimerizaçã
Bond 2 Fopolimerização
o
Grupo Total etch Dual
1 + +
Adper
Pré-aquecimento RelyX Pré-aquecimento
1B (54°C) Single
+ ARC +
Bond 2
Fotopolimerizaçã Fotopolimerizaçã
o o
Dual Dual
2A (25°C) Excite® + Variolink +
Controle DSC Fotopolimerizaçã II Fotopolimerizaçã
o o
Grupo Dual Dual
2 + +
Excite® Pré-aquecimento Variolink Pré-aquecimento
2B (54°C)
DSC + II +
Fotopolimerizaçã Fotopolimerizaçã
o o

QUADRO 6 - Grupos experimentais


4.2.7 Cimentação dos pinos intra-radiculares

4.2.7.1 Grupo 1. Adper Single Bond 2 + RelyX ARC. Subdivisão 1A. Sem
pré-aquecimento, com uma temperatura ambiente de 25°C.

Inicialmente, foi realizado o procedimento do condicionamento da dentina

radicular com o ácido fosfórico 37% por 15 s, logo após foi lavado abundantemente

com o auxílio da seringa com água destilada por 30 s e foi utilizado 4 cones de papel

absorvente para secar o conduto (FIGS.22 a 23).

22 23

FIGURAs 22 e 23 - Condicionamento ácido do conduto radicular (22), cones de


papel absorvente no conduto radicular (23).

Seguiram-se os procedimentos adesivos com 2 aplicações do sistema

adesivo sobre a superfície dentinária dos condutos, com o auxílio de um

(microbrush). Para evitar um acúmulo do sistema adesivo foram utilizados 2 cones

de papel absorvente e leves jatos de ar por 5 s. Em seguida, a foi realizada, a

fotopolimerização do sistema adesivo por 20 s, com o aparelho fotopolimerizador

com LED Bluephase, com potência de 600 mW/cm2. A ponta ativa foi direcionada

diretamente no conduto radicular. Este aparelho possui um radiômetro embutido no

aparelho onde foi possível ter o controle da intensidade de luz (FIGS.24 a 27).
24 25 26 27

FIGURAS 24 a 27 - Aplicação do sistema adesivo (24), cones de papel absorvente


(25), jatos de ar (26), fotopolimerização do adesivo (27).

Logo após, dispensou-se a pasta base e catalisadora, em iguais porções, do

cimento resinoso RelyX ARC (3M, St.Paul, MN,USA) em um bloco de papel e foi

feita a mistura, por 10 s, cuidadosamente. Uma fina camada do cimento foi levado

na superfície do pino e com o auxílio de uma broca Lêntulo posicionado somente no

contra-ângulo, sem acioná-la o material foi inserido no conduto radicular. O pino de

fibra de vidro foi estabilizado no conduto radicular e os excessos removidos com o

auxílio de um pincel. A fotopolimerização foi realizada por 40 s, com a ponta ativa do

aparelho direcionada na entrada do conduto radicular (FIGS. 28 a 31).

28 29 30 31

FIGURAS 28 a 31. Cimento resinoso (28), inserção do cimento no conduto (29),


estabilização do pino fibro resinoso (30), fotopolimerização (31)

4.2.7.2 Grupo 1. Single Bond 2 + RelyX ARC. Subdivisão 1B. Com pré-
aquecimento a uma temperatura de 54°C.

Foi feito o condicionamento do conduto radicular com ácido fosfórico 37%, por

15s, e em seguida, lavado pelo dobro do tempo de condicionamento e seco com

cones de papel absorvente (FIGS. 32 a 34).


32 33 34

FIGURAS 32 a 34. Condicionamento ácido do conduto (32), lavagem com água (33),
cones de papel absorvente secando o conduto (34).

Para viabilizar pré-aquecimento do sistema adesivo e do cimento resinoso

foram confeccionados casulos de plástico preto de 3 cm, dessa forma foi possível

adaptar a seringa centrix, pois possuí uma ponta afilada para facilitar a inserção do

material (FIGS. 35 e 36).

35 36

FIGURAS (35 a 36). Dispositivo para aquecimento do sistema adesivo (35),


dispositivo para pré-aquecimento do adesivo (36)

Uma pequena porção de adesivo foi inserido no casulo e posicionado no

aparelho de aquecimento térmico Calset. Para a manutenção e controle da

temperatura foi instalado um termômetro digital Termopack (DARONCH et al., 2006).


O casulo ficou no aparelho Calset por um período de 10 s com uma temperatura

constante de 54° C (FIG.37).

37

FIGURA 37 – Pré-aquecimento do sistema adesivo com o aparelho Calset

Com o auxílio de um microbrush o sistema adesivo, foi aplicado no canal

radicular e em seguida os excessos foram removidos e uma nova camada foi

aplicada e fotopolimerizada por 20 segundos (FIGS.38 a 41).

38 39 40 41

FIGURAS 38 a 41- Aplicação do sistema adesivo (38), aplicação de jatos de ar (39),


cones de papel absorvente (40), fotopolimerização (41)

As duas pastas do cimento resinoso RelyX ARC, foram levadas

individualmente para o casulo em porções separadas, posicionadas na seringa


centrix: e foram aquecidas por 10 s no aparelho Calset. O termômetro permaneceu

acoplado para a manutenção da temperatura de 54°C (FIG.42).

42

FIGURA 42 – Pré-aquecimento do cimento resinoso.

Logo após, as pastas foram manipuladas, uma parte foi inserida diretamente

na superfície do pino outra parte foi levado ao conduto radicular com o auxílio de

uma broca lêntulo posicionada no contra-ângulo sem ser acionada. O pino foi

posicionado no conduto radicular e os excessos removidos com o auxílio de um

pincel. A fotopolimerização foi realizada por 40 s com o mesmo fotopolimerizador

(FIGS. 43 a 46).

43 44 45 46

FIGURA 43 a 46. Forma de aplicação do cimento resinoso (43), Inserção do cimento


no conduto (44), colocação do pino fibro resinoso (45), fotopolimerização do pino no
conduto (46)
4.2.7.3 Grupo 2 Excite® DSC + Variolink II. Subdivisão 2A. Sem pré-
aquecimento a uma temperatura de 25°C.

O conduto radicular foi submetido ao condicionamento, assim como o grupo

1, subdivisão 1 A (FIGS. 47 a 49).

47 48 49

FIGURAS (47 a 49) - Condicionamento do conduto radicular (47), lavagem com


água (48), cones de papel absorvente secando o conduto (49)

O sistema adesivo Excite® DSC disponibilizado em cartuchos apresenta uma

haste descartável que contém um casulo acoplado com quantidade o suficiente de

adesivo. A partir do momento que a haste é comprimida os iniciadores entram em

contato com o adesivo dentro do casulo, onde desencadeia quimicamente a

polimerização (FIG.50).

51

50

FIGURA 50 – Dose única do sistema adesivo excite dsc.


Após a ativação o sistema adesivo foi levado ao conduto radicular com o

auxílio de um microbrush que foi friccionado por toda a extensão do canal. Leves

jatos de ar foram lançados no conduto uma camada adicional de adesivo foi

colocada e fotopolimerizada por 20 s (FIG.51 a 54). Todo cuidado foi tomado para

evitar o acúmulo de adesivo, o que poderia comprometer a adaptação do pino.

51 52 53 54

FIGURAS (52 a 54) - Aplicação do sistema adesivo (51), aplicação de jatos de ar


(52), cones de papel absorvente (53), fotopolimerização (54).

Em seguida foi utilizado o cimento resinoso Variolink II, que encontra-se

disponível em duas pastas, uma ativadora e a outra catalisadora. Após a

manipulação do cimento resinoso foi levado diretamente com o auxílio de uma broca

lêntulo no conduto radicular e uma fina camada aplicada na superfície do pino.

Depois da estabilização do pino no conduto, os excessos foram removidos, e a

fotopolimerização foi realizada com a ponta ativa diretamente posicionada na

embocadura do conduto por 40 s (FIGS.55 a 58).

55 56 57 58

FIGURAS 55 a 58 - Cimento resinoso (55), inserção do cimento no conduto (56),


estabilização do pino fibro resinoso (57), fotopolimerização (58)
4.2.7.4 Grupo 2, Excite® DSC + Variolink II. Subdivisão 2B. Com pré-
aquecimento a uma temperatura de 54°C.

No subgrupo 2B, a dentina radicular foi condicionada com ácido fosfórico

37%, por 15 s, logo após foi lavado pelo dobro do tempo do condicionamento e seco

com cones de papel absorvente, eliminando o excesso de água (FIGS.59 a 61).

59 60 61

FIGURAS (59 - 61) - Condicionamento ácido (59), lavagem com água (60), cones de
papel absorvente secando o conduto (61).

O sistema adesivo Excite DSC encontra-se disponibilizado em cartuchos, em

dose única. Apresenta um aplicador revestido com iniciadores que ao ser

pressionado entra em contato com o líquido adesivo. Dessa forma, o sistema

adesivo é aplicado com o auxílio do próprio aplicador oferecido pelo sistema. Este

sistema adesivo sem ser pressionado foi colocado no aparelho Calset a uma

temperatura de 54°C, durante 10 s para depois iniciar a ativação (FIG.62).

62

FIGURA 62 – Pré-aquecimento do sistema adesivo com o aparelho Calset


A haste foi comprimida, o adesivo foi levado no conduto radicular e

friccionado. Leves jatos de ar foram lançados no conduto uma camada adicional de

adesivo foi colocada e fotopolimerizada por 20 s (FIGS.63 a 66).

63 64 65 66

FIGURAS (63 a 66). Aplicação do adesivo (63), jatos de ar (64), cones de papel
absorvente (65), fotopolimerização (66).

As pastas base e catalisadora do cimento Variolink II foram colocadas, em

casulos escuros e aquecidos (FIG.67) por 10 s na temperatura de 54°C (FIG.68), foi

utilizado à seringa centrix para aquecer e transportar o cimento, depois foi feita à

mistura e levado na cavidade, parte da mistura foi inserida no pino-intraradicular,

parte no conduto.

67 68

FIGURAS 67 a 68 – Casulos escuros na seringa centrix (67), Pré-aquecimento do


cimento resinoso (68)

A mistura pré-aquecida foi manipulada e inserida no conduto com o auxílio de

uma broca lêntulo em um tempo máximo de 10 s sem aciona-lá$, o pino-intra-

radicular posicionado e fotopolimerizado por 40 s (FIGS. 69 a 72).


69 70 71 72

FIGURAS 69 a 72 - Cimento resinoso (69), inserção do cimento no conduto (70),


estabilização do pino fibro resinoso (71), fotopolimerização (72).

4.2.8 Preparo dos corpos-de-prova

Após a cimentação, foi feito um núcleo de preenchimento em cada espécime

em resina composta Opallis cor (A3), utilizando a técnica incremental, com inserção

de 3 incrementos, com o auxílio de uma espátula para inserção de resina composta

Thompson número 3 (FIGS. 73 e 74).

73 74

FIGURAS (73 e 74) - Resina composta (73), inserção da resina composta para a
confecção do núcleo de preenchimento (74)

Este procedimento permite uma proteção na linha da cimentação. Os pinos

não foram cortados.

4.2.9 Armazenagem

Os corpos foram mantidos em água destilada, na temperatura ambiente 37°C,

por 24 h. As raízes foram fixadas em cera de procedimento, em um dispositivo


metálico confeccionado especialmente para estabilizar a raiz e permitir a execução

das secções (FIG.75).

75

FIGURA 75 - Estabilização do dente no dispositivo metálico

Essas bases foram posicionadas em uma máquina universal de cortes Isomet

(Buehler UK LTD, USA), para realizar secções perpendiculares ao longo eixo do

dente, formando um total de 6 fatias, duas fatias por espécime, 2 para cada terço

crevical, médio e apical, com espessura de 1,0 mm de espessura (FIGS. 76 e 77). O

disco de lixa utilizado para seccionar as fatias tem a medida de 0,3 mm de

espessura, para que essas fatias ficassem com 1,0 mm foram acrescentado 0,3 mm

formando a espessura de 1,3 mm, finalizando com 1,0 mm de espessura em cada

fatia.

76 77

FIGURAS (76 e 77) - Raiz posicionada na máquina de corte (76), corpos de prova (77).
Nenhuma fatia foi perdida durante o procedimento de secção, formando um

total de 120 fatias. Todas as fatias tiveram a sua espessura aferida com um

paquímetro mecânico digital de precisão (FIG.78).

78
FIGURA 78 - Espessura do corpo de prova

Cada fatia foi demarcada, conforme o terço que pertencia, com um ponto de

caneta esferográfica preta no lado voltado para a coroa (FIG.79).

79

FIGURA 79 - Marcação do corpo de prova

Após esta etapa, foram armazenadas em um meio com 100% de umidade, a

uma temperatura de 37°C, por 24 h.

4.2.10 Ensaio mecânico de cisalhamento por extrusão Push out

Para o ensaio mecânico de cisalhamento por extrusão, foi utilizada uma

máquina de ensaio universal Instron 4411 (Instron Corporation, Norwood, USA) com

célula de carga de 50 Kg. Posicionaram-se os corpo-de-provas em uma base

metálica confeccionada especialmente de acordo com o formato da fatia, de forma


que ficasse com o lado apical voltado para a coroa dental (KURTZ et al., 2003;

GORACCI et al., 2004) (FIGS.80 e 81).

80 81

FIGURAS (80 - 81) - Dispositivos para fixar o corpo de prova (80), corpo de prova
posicionado (81)

Para fixação na base metálica foi utilizada uma cola à base de cianocrilato

(Super Bonder) aplicada apenas nas extremidades da fatia. Os corpos-de-prova

foram posicionados de modo que o lado coronal estivesse voltado para a base do

dispositivo metálico e a região do pino posicionada exatamente coincidindo com a

haste metálica superior que correspondia com a ponta ativa cilíndrica com 1 mm de

espessura (FIG.81). Realizou-se então o ensaio de cisalhamento por extrusão com

direção vertical Push out com velocidade de 0,5 mm/min., até o deslocamento total

do retentor intra-radicular (FIG.82).


82

FIGURA 82 - Fratura do pino

Obtiveram-se valores de resistência em Newtons (N) transformada em

quilograma/força (Kgf.) e convertida em MPa, dividindo-se a força necessária para o

deslocamento dos retentores pela área do conduto radicular. Os dados foram

tabulados.

4.2.11 Relação de fórmulas utilizadas para a conversão dos dados


obtidos em Kgf. em MPa

4.2.11.1 Conversão dos valores obtidos em quilograma-força para


Newton

F=Kgf.9,8/ área em mm2

-F= Força em Newtons (N)

-Kgf.= Resistência registrada pela máquina de ensaios em quilograma-força (Kgf.)

-1N= 9,8 m/s2

4.2.11.2 Cálculo da área da área adesiva foi feita de acordo com a


seguinte fórmula:
– Área Adesiva = {[π x(R +r)] x [h2 + (R-r)2] 0,5}

Onde:

π = π constante 3,1416;

R = R o raio maior do pino de fibra; (raio da maior porção do pino)

r = r o raio menor do pino de fibra; (raio da menor porção do pino)

h = h a espessura da fatia;

4.2.11.3 Cálculo de resistência de união para o teste push out

T = F/A

- T= Tensão de extrusão (Mpa)

- F= Força necessária para extrusão (N)

- A= Área de superfície aderida (mm2)

4.3 Análise do tipo de fratura

Os espécimes, após a fratura, foram armazenados individualmente para

avaliar o tipo de fratura. Para análise foi utilizada fotomicrografia, uma lente de

aumento de 40 x, Fotomicroscópio (Olympus-BX 41) com software Image Pro-puls

(Castellan et al., 2007) (FIG.83).

As fraturas foram classificadas em:

• Fratura adesiva entre o pino de fibra e cimento resinoso: Tipo I

• Fratura adesiva entre cimento resinoso e dentina: Tipo II

• Fratura coesiva de cimento resinoso: Tipo III

• Fratura coesiva de dentina: Tipo IV

• Fratura coesiva de pinos: Tipo V


FIGURA 83 - Análise do tipo de fratura
88

4.4 Análise estatística

Para verificar a influência do pré-aquecimento do sistema adesivo e do

cimento resinoso na resistência adesiva de pino fibro-resinoso à detina radicular.

Foram comparados 2 protocolos de cimentação com e sem pré-aquecimento do

sistema adesivo e cimento resinoso nos diferentes terços radiculares.

A análise de variância (ANOVA) foi escolhida por se tratar de variáveis

paramétricas e o teste de comparações múltiplas de Tukey, em nível de significância

de 95%.

A hipótese de nulidade (H0) sempre se associa à inexistência de efeito

significativo de um fator em análise (cimentação, aquecimento ou terço) ou interação

dos fatores. O resultado da análise de variância trouxe subsídios para a decisão

entre aceitar ou rejeitar a hipótese de nulidade. A rejeição da hipótese de nulidade se

associa à idéia de que existem diferenças entre as médias verdadeiras de

Resistência adesiva.
As hipóteses nulas (H0) testadas foram as seguintes:

A hipótese nula foi rejeitada

1- Não existe diferença entre os protocolos de cimentação e entre os terços;

2 - Não houve diferença entre os terços radiculares;

3 - Não houve diferença entre os protocolos de cimentação;

4 - O aquecimento não aumentou os valores de resistência ao cisalhamento;


5 RESULTADOS

Foi utilizado o teste de Análise de Variância (ANOVA) para experimentos

inteiramente casuais com arranjo fatorial dos seguintes fatores: Protocolo de

cimentação (Excite + Variolink; SB + Relyx ARC), Aquecimento (sem e com

aquecimento); e Terço (cervical, médio e apical), constituindo um fatorial 2 x 2 x 3.

Descrição dos dados obtidos: (TABELA1)

Intervalo de
Desvio Erro Confiança de
Aqueciment
Cimentação Terço N Média Padrã Padrã 95%
o
o o Inferio
Superior
r
cervical 10 12,60 1,47 0,47 11,55 13,65
não médio 10 8,67 1,78 0,56 7,40 9,95
apical 10 5,06 1,17 0,37 4,22 5,90
SB + RelARC
cervical 10 19,31 1,20 0,38 18,45 20,17
sim médio 10 15,57 1,36 0,43 14,59 16,54
apical 10 12,77 1,18 0,37 11,92 13,61
cervical 10 10,09 2,55 0,81 8,26 11,91
não médio 10 7,48 1,45 0,46 6,44 8,52
apical 10 5,42 0,98 0,31 4,72 6,12
Exc + Var
cervical 10 20,75 0,93 0,29 20,08 21,41
sim médio 10 18,40 1,34 0,42 17,44 19,36
apical 10 15,76 1,88 0,60 14,42 17,11

Tabela 1 - Descrição da amostra com base no desfecho Resistência ao cisalhamento


(MpA).

O teste ANOVA foi utilizado para identificar se existem diferenças

estaticamente significativas e existiram (TABELA 2). O teste Tukey foi utilizado para

identificar onde estvam estas diferenças.

A tabela 2 apresenta os resultados da Análise de Variância:

Fonte de Variação GL SQ QM Valor F Valor p


Sistema de cimentação 12,79 1 12,79 5,645 0,019
Aquecimento 2361,64 1 2361,64 1042,728 0,001
Terço 705,02 2 352,51 155,643 0,001
Adesivo*Aquecimento 93,79 1 93,79 41,412 0,001
Adesivo*Terço 25,06 2 12,53 5,533 0,005
Aquecimento*Terço 0,60 2 0,30 0,131 0,877
Adesivo*Aquecimento*Terço 3,07 2 1,53 0,677 0,510
Resíduo 244,61 108 2,26

Tabela 2 - Análise de Variância com base nos dados de Resistência (Mpa)

As interações Adesivo*Aquecimento e Adesivo*Terço também foram

estatisticamente significativas, indicando que uma variável estava influenciando no

comportamento da outra. Assim, foi necessário desmembrar essas interações para

determinar onde estavam as diferenças.

Inicialmente, foram comparados os terços dentro de cada protocolo de

cimentação e aquecimento.

Cimentação Aquecimento Terço Média Tukey


cervical 12,60000 A
SB + RelARC não médio 8,67400 B
apical 5,05800 C
cervical 19,31100 A
SB + RelARC sim médio 15,56800 B
apical 12,76600 C
cervical 10,08600 A
Exc + Var não médio 7,47800 B
apical 5,42200 B
cervical 20,74500 A
Exc + Var sim médio 18,40000 B
apical 15,76300 C

Tabela 3 - Comparação entre os terços, dentro dos protocolos de cimentação e


aquecimento

Observou-se que em todos os níveis houve diferença significativa entre os

terços. O terço cervical obteve valores superiores aos demais. Em seguida, os

protocolos de cimentação dentro de cada terço e aquecimento foram comparados.

Terço Aquecimento Cimentação Média Tukey


Exc + Var 10,08600 B
Cervical não
SB + RelARC 12,60000 A
SB + RelARC 19,31100 A
Cervical sim
Exc + Var 20,74500 A
Exc + Var 7,47800 A
Médio não
SB + RelARC 8,67400 A
SB + RelARC 15,56800 B
Médio sim
Exc + Var 18,40000 A
SB + RelARC 5,05800 A
Apical não
Exc + Var 5,42200 A
SB + RelARC 12,76600 B
Apical sim
Exc + Var 15,76300 A

Tabela 4 - Comparação entre os protocolos de cimentação, dentro dos níveis de


terço e aquecimento

Observou-se pela tabela que nos terços estudados, houve diferença entre os

protocolos de cimentação quando não houve aquecimento. No terço cervical e

médio quando não houve aquecimento os valores do SB+RelARC foram superiores

aos valores do Exc+Var. Quando o sistema adesivo e o cimento resinoso foram

aquecidos, não houve diferença entre os protocolos de cimentação. Além disso, nos

terços médio e apical, quando houve diferença entre os protocolos de cimentação, o

protocolo Exc+Var foi superior ao SB+RelARC.

Por último, foram comparados a influência do aquecimento, dentro de cada

terço e protocolo de cimentação.

Terço Cimentação Aquecimento Média Tukey


não 12,60000 B
cervical SB + RelARC
sim 19,31100 A
não 10,08600 B
cervical Exc + Var
sim 20,74500 A
não 8,67400 B
médio SB + RelARC
sim 15,56800 A
não 7,47800 B
médio Exc + Var
sim 18,40000 A
não 5,05800 B
apical SB + RelARC
sim 12,76600 A
apical Exc + Var não 5,42200 B
sim 15,76300 A

Tabela 5 - Comparação entre os protocolos de aquecimento, dentro dos níveis de


terço e cimentação

Foi possível observar que em todos os terços e protocolos de cimentação,

houve diferença estatisticamente significativa entre a presença ou ausência de

aquecimento. O aquecimento do sistema adesivo e o cimento resinoso aumentaram

significativamente os valores de resistência ao cisalhamento.

No gráfico 1, é possível visualizar os resultados obtidos. Observou-se um

aumento nos valores de resistência adesiva com o uso do aquecimento uma

similaridade entre os protocolos de cimentação testados e os maiores valores obtida

foi no terço cervical.

A d e s iv o * A q u e c im e n to * T e r ç o ; L S M e a n s
C u r r e n t e ffe c t: F ( 2 , 1 0 8 ) = ,6 7 7 3 1 , p = ,5 1 0 1 2
E ffe c tiv e h y p o th e s is d e c o m p o s iti o n
V e r tic a l b a r s d e n o te 0 ,9 5 c o n fid e n c e in te r v a ls
24

22

20

18
Resistência (MPa)

16

14

12

10

2
T e rç o : m é d io T e rç o : m é d io
c e rv ic a l a p ic a l c e rv ic a l a p ic a l S/aquec
C /aquec
E x c ite D S C + V a r io lin k S in g le B o n d + R e ly X A R C
Gráfico 1 - Valores de resistência dos diferentes terços, com diferentes técnicas de
cimentação com ou sem pré-aquecimento

A comparação entre os grupos 1 e 2, e seus subgrupos foi realizado

separadamente por terço radicular.

Gráfico 2 – Valores de resistência adesiva nos grupos e subgrupos controle, no terço


cervical.

Gráfico 3 – Valores de resistência adesiva nos grupos e subgrupos controle, no terço


médio.

Gráfico 4 – Valores de resistência adesiva nos grupos e subgrupos controle, no terço


apical

Os padrões de fratura estão apresentados na tabela e gráficos abaixo, sob a

forma de percentual.

Padrão de Fratura
Terço Grupo
I II III IV Total
(1A) SB + RelyX
60% 10% 0% 30% 100%
ARC
(1B) SB + RelyX
40% 30% 10% 20% 100%
Cervical ARC
(2A) Exc. + Var. 40% 0% 40% 20% 100%
(2B) Exc. + Var. 70% 10% 10% 10% 100%
Total 58% 10% 14% 18% 100%
(1A) SB + RelyX
80% 0% 10% 10% 100%
ARC
(1B) SB + RelyX
80% 10% 10% 0% 100%
Médio ARC
(2A) Exc. + Var. 40% 30% 10% 20% 100%
(2B) Exc. + Var. 30% 40% 10% 20% 100%
Total 56% 22% 10% 12% 100%
Apical (1A) SB + RelyX 80% 10% 10% 0% 100%
ARC
(1B) SB + RelyX 80% 0% 10% 10% 100%
ARC
(2A) Exc. + Var. 20% 30% 30% 20% 100%
(2B) Exc. + Var. 50% 30% 10% 10% 100%
Total 56% 18% 16% 10% 100%

Tabela 7 - Distribuição dos padrões de fratura em cada grupo e subgrupo


experimental, divididos por terço radicular

100% Terço Cervical


80%
Frat. tipo I
60% Frat. tipo II
40% Frat. tipo III
Frat. tipo IV
20%

0%
(1A) (1B) (2A) 3 (2B) 4 RelyX5
SB +1 SB2 +
Exc. + Exc. + Var. Unicem
RelyX ARC RelyX ARC
Var.
Grupo

Gráfico 5 - Padrão de fratura do terço cervical

100% Terço Médio


80%
Frat. tipo I
60% Frat. tipo II
40% Frat. tipo III
Frat. tipo IV
20%

0%
(1A) (1B) (2A) (2B) 4 RelyX5
SB1 + SB2 +
Exc. +
3
RelyX ARC RelyX ARC Exc. + Var. Unicem
Var.Grupo

Gráfico 6 - Padrão de fratura do terço médio


100% Terço Apical
80%
Frat. tipo I
60% Frat. tipo II
40% Frat. tipo III
Frat. tipo IV
20%

0%
(1A) (1B) (2A) (2B) RelyX5
SB 1+ SB2 +
Exc. +
3 4
Exc. + Var. Unicem
RelyX ARC
RelyX ARC Var.Grupo

Gráfico 7 - Padrão de fratura do terço apical

Independente do sistema de cimentação utilizado a fratura predominante em

todos os grupos e terços radiculares foi o padrão Tipo I fratura adesiva entre o pino e

o cimento resinoso.
6 DISCUSSÃO

A utilização de pinos fibro resinosos tem sido relatada na literatura como uma

alternativa para o restabelecimento de dentes tratados endodônticamete,

principalmente quando comparado aos pinos metálicos. Pesquisas vêm relatando

bons resultados na utilização de pinos fibro resinosos para aumentar a retenção de

restaurações em dentes com grandes perdas estruturais (QUINTAS et al., 2001;

AKKAYAN et al., 2002; GRANDINI et al., 2004; MALLMANN et al., 2005;

VASCONCELLOS et al., 2008).

Tendo em vista que um dos maiores problemas encontrados na utilização de

pinos é a falta de adesão, discute-se realmente se o pré-aquecimento é pertinente

para aumentar a adesão entre os pinos resinosos, o material resinoso e a dentina

intra-radicular.

Para a realização desta pesquisa foram utilizados pinos de fibra de vidro, uma

vez que apresentam propriedades físicas favoráveis, módulo de elasticidade

semelhante a dentina, e biocompatibilidade com os materiais resinosos.

Uma nova técnica vem sendo relatada na literatura denominada de “pré-

aquecimento”. É utilizada para o aquecimento da resina composta e do cimento

resinoso na cimentação de peças protéticas (LIEDENBERG et al., 2003;

LIEDENBERG et al., 2004; BLALOCK et al., 2006; DARONCH et al., 2006;

CANTORO et al., 2007).

Neste estudo, para o pré-aquecimento do sistema adesivo e cimento resinoso

foi utilizado o dispositivo Calsetpreconizado por Liedenberg et al., (2003), onde o

aquecimento de compósitos diminui a viscosidade e auxiliar na conversão de

monômeros em polímeros.
Nesta pesquisa foi utilizado o pré-aquecimento para avaliar a força de adesão

entre o pino intra-radicular o material resinoso à dentina radicular. Avaliando os

resultados, a força adesiva encontrada entre os diferentes grupos sugere que houve

diferença significativa entre os grupos que utilizaram o pré-aquecimento. Os valores

referentes a resistência de união nesses grupos pré-aquecidos foi relativamente

maior aos subgrupos que não foram aquecidos. Nos terços cervicais e médio,

quando não houve pré-aquecimento o grupo que utilizou o Single Bond + RelyX ARC

apresentou valores maiores de adesão. Este fato pode estar relacionado com a

fotopolimerização ter sido posicionada diretamente na embocadura do conduto e

convertido o maior número de monômeros em polímeros (BOUILLAGUET et al.,

2003; BONFANTE et al., 2007; VALANDRO et al., 2007; VIVIAN et al., 2008).

. Nos terços apical, foram atribuído maiores valores de resistência adesiva no

grupo que utilizou o Exite DSC + Variolink II, fato que pode ser justificado pela

dificuldade da luz de chegar por inteira na região apical do conduto radicular, no

caso de sistema adesivo dual pode ocorrer uma reação química mesmo na ausência

da luz, em sistemas adesivos fotopolimerizável apenas a área apical sofre

sensibilidade a técnica (BOUILLAGUET et al., 2003; BONFANTE et al., 2007;

VALANDRO et al., 2007; VIVIAN et al., 2008).

Pesquisas como a de Daronch et al., (2007), avaliaram o pré-aquecimento de

compósitos e as alterações físicas e mecânicas que o aquecimento proporcionou na

cimentação das peças protéticas. Uma das indicações na utilização desta fonte

térmica é que se utilize um termômetro digital acoplado para a manutenção desta

temperatura, já que o controle é difícil e no próprio aparelho não existe um dosador

da temperatura (DARONCH et al., 2007). Para um melhor controle da temperatura

foi utilizado um termômetro digital acoplado a este dispositivo. Esta informação foi

importante para a elaboração desta pesquisa, quando a resina composta é aquecida

depois de 10 s ela pode baixar em uma temperatura em 4° C. Quando o sistema


adesivo e cimento resino foi pré-aquecidos no aparelho Calset, após não

ultrapassou o tempo de 10 s para a manipulação e inserção de parte do material no

conduto e pino, para não perder as boas propriedades relacionadas ao pré-

aquecimento, do sistema de cimentação (DARONCH et al., 2007)..

Nessa pesquisa foram utilizados diferentes protocolo de cimentação e

diferentes sistemas de cimentação. A intenção foi avaliar o comportamento quando

submetidos ao pré-aquecimento. O pré-aquecimento diminui a viscosidade do

mateiral, permitindo um melhor escoamento no conduto e auxiliando na

polimerização cinética. Resultados que já foram comprovados em estudos que

efetuaram o pré-aquecimento de resina composta e obtiveram uma melhor

adaptação do material sem provocar micro infiltrações indesejável (WAGNER et al.,

2008).

O aquecimento de materiais resinosos pode melhorar relativamente às

propriedades do material assim como a dureza, a adaptação e a longevidade dessas

restaurações (WAGNER et al., 2008). Estudo de WAGNER et al (2008) corrobora

com os resultados desse estudo melhores propriedades puderam ser observadas,

nos grupos pré-aquecidos, apresentaram uma maior força adesiva.

Para a execução do pré-aquecimento foi estipulado uma temperatura de 54°C

que é uma temperatura perfeitamente suportada pela boca sem causar dano para os

tecidos adjacentes e periodontais (FREEDMAN et al., 2003; FREEDMAN et al.,

2004; ALEXANDRE et al., 2005; BLALOCK et al., 2006; DARONCH et al., 2006;

CANTORO et al., 2007).

O cimento resinoso a uma temperatura de 54°C apresenta uma melhor

viscosidade, maior conversão do material, facilitando a manipulação (CANTORO et

al., 2007, DORANCH et al., 2007).

O pré-aquecimento de materiais resinosos pode servir como um atenuador

dos efeitos indesejáveis da contração de polimerização, além de todo o


melhoramento nas propriedades físicas e químicas dos materiais complementando a

fotopolimerização. A baixa viscosidade relacionada ao pré-aquecimento pode estar

relacionada a um aumento na fase pré-gel o que aumentaria este escoamento

diminuindo assim os efeitos da contração de polimerização (LOPES et al., 2008).

Vale a pena ressaltar que o pré-aquecimento proporciona um meio favorável para

uma melhor movimentação dos monômeros, possibilitando a conversão do maior

número de monômeros em polímeros, visto que diminui a viscosidade além do

tempo de exposição a luz (LIEDENBERG et al., 2003; LIEDENBERG et al., 2004;

BLALOCK et al., 2006; CANTORO et al., 2007).

Na tentativa de melhora na adesão, são utilizados diversos agentes de união

como: pré-aquecimento do material adesivo, silanização, condicionamento ácido do

pino (VICHI et al., 2002; FERRARI et al., 2004; ALBALADEJO et al., 2007;

BONFANTE et al., 2007; VIVIAN et al., 2008).

Neste trabalho foi realizado o condicionamento ácido da superfície do pino por

um período de 15 s para proporcionar uma melhora na penetração do material e

facilitar a união química do material com o pino-intraradicular (FERRARI et al.,

2004;MAZZITELLI et al., 2008). Vano et al. (2006), afirmam que é preciso observar

qual o tipo de pino que está sendo utilizado para determinar qual o tempo correto de

de condicionamento ácido.

O condicionamento ácido proporciona a abertura dos túbulos dentinários,

proporcionando uma área para a penetração do adesivo e cimento resinoso

formando a camada híbrida (MENNOCCI et al., 2001; VICHI et al., 2002;

AKSORNMUANG et al., 2004; TEZVERGIL et al., 2004; MONTICELLI et al., 2005;

MONTICELLI et al., 2006).

A força de adesão está diretamente relacionada com a camada híbrida

formada nos diferentes terços. É preciso entender que de coronal para a apical a

densidade dos túbulos dentinários são diferentes, o que implica em uma formação
distinta da camada híbrida nos diferentes terços (VICHI et al., 2002; PERDIGÃO et

al., 2006; VIVIAN et al., 2008). Segundo Vivian et al. (2008), a força de adesão

diminuiu no sentido coronal para apical, semelhante aos resultados encontrados

nessa pesquisa. A área do terço apical, a dentina radicular é menos favorável a

adesão, devido à área livre de túbulos dentinários e a presença de dentina radicular

secundária. (VICHI et al., 2002; VIVIAN et al., 2008).

A fonte de ativação utilizada na pesquisa foi um aparelho fotopolimerizador a

base de LED. A ponta ativa sempre foi posicionada na embocadura do conduto, para

simular uma situação clínica convencional. Para o máximo de conversão possível do

material o ideal é uma distância de 10 mm a 15 mm entre a ponta da unidade de

fotoativação e o material restaurador (GRANDINI et al., 2004; PIRANI et al., 2005).

Nesta pesquisa foi utilizado o teste de push out, os corpos de provas foram

cortados em torno de 1,0 mm de espessura (VICHI et al., 2002; VIVIAN et al., 2008).

Segundo Goracci et al. (2004), para que este teste seja realmente efetivo é

necessário que os espécimes tenham a espessura correta de 1,0 mm para que o

cisalhamento ocorra proporcionalmente à área do dispositivo.

O teste “push out” permite que o teste de resistência de união seja realizado

nos diversos terços de uma mesma amostra. Ao contrário, o teste “pull out” precisa

ser feito na raiz por inteiro (GORACCI et al., 2005; PERDIGÃO et al., 2006). Além

disso, quando comparado ao teste de microtração, contribui para a retentividade e

para a resistência flexional ao deslocamento (GORACCI et al., 2005). Além de

facilitar a execução dos corpos-de-prova, menos amostras são perdidas (GORACCI

et al., 2005; PERDIGÃO et al., 2006).

Para esta pesquisa, foi utilizado um núcleo de preenchimento com a técnica

de inserção incremental, a fim de reproduzir a situação clínica e evitar a

movimentação do pino, seguindo as orientações do estudo de (MELO et al., 2005).


Na presente pesquisa foi realizada a aplicação do sistema adesivo no conduto

radicular com um microbrush para que o material fosse levado por toda a extensão

do conduto radicular. Ferrari et al. (2001) e Vichi et al. (2002), afirmaram que a

aplicação de adesivo com o dispositivo microbrush é ideal, visto que pode exercer

uma pressão dentro do canal e permitindo levar o material por todo o conduto.

Segundo as orientações de Drumond et al. (2003), não foi utilizado a ciclagem

térmica nos corpos-de-prova, pois diminui a resistência ao cisalhamento e modifica

os padrões de uma situação clínica convencional. Sobre os excelentes resultados

obtidos com o pré-aquecimento do sistema de cimentação, apresentados pelos

grupos do RelyX ARC + Single Bond e Variolink + Excite DSC, existem algumas

pesquisas semelhantes que serão relatadas.

MONTICELLI et al. (2005) testaram o pré-aquecimento com ar do silano,

comprovando que o aquecimento interferiu positivamente na adesão dos pinos com

o cimento resinoso. Os autores comprovaram que os pinos quando submetidos a

aplicação do silano e posterior jatos de ar a uma temperatura de 38°C facilita a

remoção do solvente e propicia a estabilidade química (MONTICELLI et al., 2005).

Um fator que pode influenciar na eficácia do silano é a incompleta evaporação

do solvente (MONTICELLI et al., 2006; PERDIGÃO et al., 2006). A secagem com o

ar a uma temperatura de 38°C, poderia eliminar mais facilmente o etanol e os seus

subprodutos, melhorando as sua propriedades mecânicas (MONTICELLI et al.,

2006).

Tay et al. (2005), afirmaram que a diminuição na viscosidade dos materiais

resinosos, assim como uma lenta polimerização com uma maior conversão de

monômeros em polímeros, diminui o estresse de contração de polimerização.

Tal premissa pôde ser observada neste trabalho, pois o aquecimento diminui

a viscosidade do cimento resinoso, devido o aumento da etapa pré-gel, melhorou a

polimerização do material, minimizando efeitos indesejáveis da contração de


polimerização. Para avaliar se realmente houve uma diminuição nos efeitos

indesejáveis da contração de polimerização, estudos específicos seriam

necessários.

Outros fatores podem ter influenciado nos valores altos de adesão

encontrados. Mennocci et al. (2004), verificaram a ausência de bolhas devido a

utilização de lêntulo na hora da cimentação do pino. Este fato que pode ter facilitado

a aplicação ou distribuição melhor do cimento resinoso no conduto radicular

(MENNOCCI et al., 2004).

O pré-aquecimento torna o material mais fluido permitindo um escoamento

melhor por todo o conduto, e minimizando a formação de bolhas. Grandini et al.

(2004), afirmaram que a alta viscosidade do cimento resinoso facilita a

impreguinação de bolhas no conduto radicular.

Em estudo de Monticelli et al. (2005) foram utilizados pinos resinosos de

quartzo com resina Flow. Apesar da baixa propriedade mecânica dessa resina, bons

resultados foram obtidos. O pino teve uma boa adaptação com o material

restaurador, formando um monobloco. A baixa viscosidade obtida com o pré-

aquecimento do material restaurador realizado nessa pesquisa poderia proporcionar

boas propriedades mecânicas ao material, melhores resultados clínicos e

longevidade ao tratamento.

A associação de pinos de fibra de vidro com materiais resinosos pode

proporcionar longevidade dos materiais à estrutura radicular, desde que todas as

etapas do protocolo restaurador sejam executadas cuidadosamente (AKKAYAN et

al., 2002). A adesão entre estes materiais, ainda que em valores diferentes nos

terços cervical, médio e apical, é melhor do que quando materiais não adesivos são

utilizados (BONFARO et al., 2007). A afinidade entre o material adesivo e os pinos

fibro resinosos pode aumentar com o emprego do pré-aquecimento.


Naumann et al. (2005) avaliaram vários pinos fibro resinosos cimentados com

materiais adesivos e verificaram que o maior número de falhas ocorre devido ao

fator de configuração cavitária. Especula-se que o pré-aquecimento pode minimizar

esse fator indesejável.

Tazvergil et al. (2005) afirmaram que o etanol, acetona ou qualquer outro

solvente pode interferir na adesão de pinos fibro resinosos. Na presente pesquisa,

os resultados demonstraram que o pré-aquecimento do sistema adesivo promove a

evaporação do solvente auxiliando na conversão de monômeros em polímeros e

melhorando a adesão.

Na pesquisa de Mallmann et al. (2008), verificaram que os valores relativos à

adesão foram maiores no grupo que fez a cimentação com Variolink II. Diferente dos

resultados encontrados nesta pesquisa, onde os valores foram semelhantes em

todos os grupos onde não foi realizado o pré-aquecimento.

O padrão de fratura encontrado foi do tipo I fratura adesiva, este tipo de

fratura demonstra que existe a necessidade de um tratamento de superfície com

silano ou algum outro tipo de jateamento com óxido de alumínio. O pré-aquecimento

do silano poderia aumentar a adesão do pino com o material resinoso.

Ainda que esse estudo tenha sido elaborado “in vitro”, torna essa pesquisa

viável para ser elaborada “in vivo”, formando um novo protocolo de tratamento para

dentes que necessitam da utilização de pinos intra-radiculares.


7 CONCLUSÃO

De acordo com a metodologia empregada neste estudo e com base nos

resultados, é possível concluir que:

• O pré-aquecimento do sistema adesivo e do cimento resinoso é efetivo

para a cimentação de pinos de fibra de vidro á dentina intra-radicular.

• O pré-aquecimento do sistema de cimentação, a uma temperatura de

54° C, aumentou consideravelmente a resistência de união de pinos de

fibra de vidro à dentina radicular nos terços cervical, médio e apical.


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