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do Tribunal Pleno
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTA
Conselheiro
Em relação ao gestor do FUSEM em 2006, Sr. Bartos Batista Bernardes, os inspetores deste
Pretório de Contas destacaram as seguintes máculas: a) omissão quanto à fixação das
alíquotas de contribuição até dezembro de 2006, acarretando prejuízo aos cofres da
entidade; b) carência de realização de procedimento licitatório para a contratação de
prestadores de serviços; c) não cumprimento das obrigações patronais, bem como de
retenção e recolhimento de contribuições previdenciárias dos segurados ao Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, relativas às despesas com assessoria contábil, administrativa e
jurídica; d) contabilização de despesas nos anexos dos balancetes mensais pelo pagament , -
desrespeitando o regime de competência; e) contratação de consultoria administrativa de
forma incompatível com o estabelecido pela Constituição Federal; f) contabiliza ~ e
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processadas às devidas citações, fls. 96/103, o Prefeito Municipal de Boa Vista/PB durante o
exercício financeiro de 2006, Sr. José Alberto Soares Barbosa, o Presidente do FUSEM à
época, Sr. Bartos Batista Bernardes, bem como o Contador do citado instituto no mesmo
período, Dr. Hades Kleystson Gomes Sampaio, apresentaram defesa conjunta, fls. 104/177,
onde anexaram documentos e alegaram, em síntese, que: a) a Lei Municipal n.o 307/06
alterou as alíquotas das contribuições previdenciárias dos segurados e patronais para,
respectivamente, 11% e 13%; b) as novas alíquotas foram estabelecidas após a devida
avaliação atuarial; c) toda dívida dos servidores do Poder Executivo para com o FUSEM em
2006 foi devidamente quitada após a compensação de valores de salário-família pagos pelo
Executivo e o pagamento da quantia remanescente; d) dentre os serviços de terceiros
contratados, apenas a assessoria contábil se enquadrou como Iicitável, tendo sido
implementado, para o caso, procedimento Iicitatório; e) o gestor do FUSEM procurou a
Secretaria da Receita Federal a fim de levantar e quitar o débito existente, sendo orientado a
realizar Termo de Confissão de Dívida com Pedido de Parcelamento de Débito; f) os anexos
dos balancetes estão em conformidade com a Portaria SOF n.O 08/85; g) o ajuste firmado
para consultoria administrativa da Sra. Maria José Ribeiro Diniz, de fato, não se enquadra
com o disciplinado no art. 37, inciso IX, da Carta Magna; h) o valor contabilizado como
OUTRAS RECEITAS refere-se ao aporte financeiro realizado pelo Executivo para cobrir
parcela das despesas administrativas do FUSEM, R$ 31.678,50, e o restante, R$ 2.805,10,
corresponde a depósito equivocado de multa imposta pelo Tribunal; i) a dívida concernente à
remuneração dos servidores do Poder Executivo não foi registrada no BALANÇO
PATRIMONIAL porque, até o fechamento das contas de 2006, não se tinha conhecimento do
seu montante real; j) o valor das despesas administrativa que excedeu o limite de 2% foi
totalmente acobertado com repasse financeiro efetuado pelo Executivo; k) no início de 2006,
foi contratado o Núcleo Atuarial de Previdência - NAP para realizar avaliação atuarial do
RPPS do Município, cujo relatório conclusivo foi apresentado em 05 de maio de 2006,
conforme cópia; e I) não mais subsistem as eivas constantes no extrato obtido no sítio do
Ministério da Previdência Social - MPS na Internet, conforme Certificados de Regularidade
Previdenciária - CRPsjuntados aos autos.
limite máximo estabelecido pela Portaria MPAS n.o 4.992/99; e d) carência de plano atuarial.
Além disso, alteraram o valor do repasse de contribuições previdenciárias dos servidores do
Poder Executivo pendente de regularização de R$ 46.712,76 para R$ 7.550,34. Por fim,
mantiveram in totum o seu posicionamento exordial relativamente às demais máculas.
É o relatório.
Após minuciosa análise do conjunto probatório encartado aos autos, constata-se que as
contas de gestão apresentadas pelo ex-Presidente do Fundo de Previdência dos Servidores
Municipais de Boa Vista/PB - FUSEM, relativas ao exercício financeiro de 2006, revelam
diversas irregularidades remanescentes. Entrementes, não obstante o entendimento dos
peritos deste Sinédrio de Contas, impende comentar ab initio que o item respeitante à
ausência de repasse ao fundo de contribuições previdenciárias patronais incidentes sobre a
remuneração dos servidores efetivos do Poder Executivo, no valor remanescente de
R$ 7.550,34, foi devidamente sanado.
In casu, o gestor deveria ter realizado concurso público para a contratação dos profissionais.
Neste sentido, cabe destacar que a ausência do certame público para seleção de servidores
afronta os princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade administrativa e da
necessidade de concurso público, devidamente estabelecidos no caput e no inciso Il, do
art. 37, da Constituição Federal, in verbis:
I -(omissis)
<:
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Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das seguintes contribuições sociais:
...
( )
nos artigos 15, inciso I, e 22, incisos I e 11, alínea "a", da Lei de Custeio da Previdência
Social (Lei Nacional n.o 8.212/91), verbis.
( ...)
Em todo caso, é importante frisar que as situações ora descritas, que dizem respeito às
contribuições previdenciárias, devidas por empregado e empregador, e sem comprovação de
seu recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, podem ser enquadradas
como atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração
pública, conforme estabelece o art. 11, inciso I, da lei que dispõe sobre as sanções aplicáveis
aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional - Lei Nacional
n.O 8.429, de 02 de junho de 1992 -, senão vejamos:
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I - (omissis);
I - (omissis)
Ademais, é preciso comentar que, por ocasião da análise da defesa, os peritos da unidade de
instrução identificaram diversas inconsistências entre valores registrados mensalmente no
referido Anexo 2 (pelo pagamento) e aqueles constantes na relação de empenhos do mesmo
mês, fi. 198, agravando a mácula inserida na inicial.
I) o da ENTIDADE;
11)o da CONTINUIDADE;
11I)o da OPORTUNIDADE;
IV) o do REGISTROPELOVALORORIGINAL;
V) o da ATUALIZAÇÃOMONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA;e
VII) o da PRUDÊNCIA.
Pode-se concluir, então, que tais incorreções e omissões, além de prejudicarem a análise dos
inspetores deste Pretório de Contas, comprometem sobremaneira a confiabilidade dos
registros contábeis da entidade previdenciária do Município de Boa Vlsta/Pê, pois resultam
na imperfeição dos demonstrativos que compõem os balancetes mensais, instrumentos
utilizados para o acompanhamento da gestão, bem como a prestação de contas sub judice.
Por sua vez, como já dito, a ausência de concurso público para o ingresso de servidor
afronta os princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade administrativa
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necessidade de certame público, devidamente estabelecidos no art. 37, caput e inciso 11, da
Lei Maior. Com efeito, a aceitação de servidor com inobservância das normas legais
pertinentes dá margem à ação popular, nos termos do artigo 4°, inciso I, da Lei n.o 4.717,
de 29 de junho de 1965. Registre-se, também, que a contratação em tela enseja ato de
improbidade administrativa, segundo dispõe o referido art. 11, inciso I, da lei que trata das
sanções aplicáveis aos agentes públicos - Lei Nacional n.° 8.429/92.
I - (omissis)
( ...)
VIII - estabelecimento de limites para a taxa de administração, conforme
parâmetros gerais;
( ) ...
Art. 90 Compete à União, por intermédio do Ministério da Previdência e
AssistênciaSocial:
1-( ...)
Art. 17. Fica facultada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, a constituição de fundos integrados de bens, direitos e ativos,
com finalidade previdenciária, desde que observados os critérios de "'
trata o artigo 20 desta Portaria e, adicionalmente, os seguintes preceitos' <, ~.
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...
( )
I- (omissis)
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