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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADlJ '," "'"',,'!]O

Processo Te nO 02803/06

Prefeitura Municipal Pirpirituba.


Prestação de Contas do exercício de
2005. Emissão de parecer contrário à
aprovação das contas.

PARECER PPL - TC ) LZ 12008

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC N° 02803/06


referente à Prestação de Contas da Senhora Josivalda Matias de Sousa, Prefeita do
Município de Pirpirituba, relativa ao exercício de 2005, DECIDEM os integrantes do
Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, por unanimidade, em sessão plenária realizada
hoje, emitir Parecer contrário à aprovação das contas daquela autoridade, motivado
pela ausência de repasse de contribuições previdenciárias empregado/empregador e
gastos com combustíveis em excesso, encaminhando-o à consideração da Egrégia
Câmara de Vereadores do Município.
A falha relativa à utilização de créditos adicionais sem fonte de recursos, pode
ser relevada, pois não foi verificado a abertura dos créditos sem autorização legislativa.

A ultrapassagem do limite prudencial de gastos com pessoal, não configura em


si propriamente uma irregularidade. A própria Auditoria informou que, no exercício
seguinte, os gastos atingiram o percentual de 43,36% da RCL, bem abaixo do limite
legal.
A própria interessada reconhece que repassou recursos à Câmara Municipal em
valores superiores aos permitidos legalmente, e alega apenas que houve erro de cálculo
por parte da contadoria.

Deve a gestora adotar medidas que visem a evitar as inconsistências


apresentadas em decreto de abertura de crédito, anulação de reserva de contingência e
dados relativos à dívida, contribuindo, desta forma, para uma maior transparência da
gestão e conseqüentemente, melhor controle.

A Auditoria considerou como gastos do magistério os valores despendidos com


os professores pagos através das contas correntes do FUNDEF e da FOLP AG,
desconsiderando os valores pagos através da conta poupança, cuja origem dos recursos
também era do FUNDEF, conforme comprovado através do SAGRES. Além disso,
considerou as despesas relativas a folhas de pagamento, pelos valores líquidos e não
pelo bruto; ou seja, os descontos de INSS, IRPF e outros, mesmo tendo sido
despendidos pela Prefeitura, não foram considerados pelo órgão instrutor. Assim, o total
de gastos do FUNDEF com o magistério, segundo o sistema SAGRES, foi de
R$ 540.22,3,,'80' correspondendo a 60,49% dos recurs~, d 1dO, inclusive as
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

Cabem recomendações à gestora no sentido de evitar a movimentação de


recursos do FUNDEF através de outras contas, evitando assim, dúvidas relativas a
aplicação dos recursos como ocorreu no presente processo. Todavia, no caso, segundo o
órgão técnico, os recursos retomaram à conta do Fundo no próprio exercício.

o Município reteve R$ 83.331,72 dos servidores vinculados ao regime próprio


de previdência, repassando apenas R$ 7.666,47, ou seja, apenas 9,19% do devido.
Alegou a interessada que o tesouro municipal efetua o pagamento de alguns
aposentados, compensando, desta forma a ausência do repasse ao Instituto. Entretanto,
não comprovou tais argumentos. Também com relação ao pessoal do PSF, não houve o
devido recolhimento ao INSS das contribuições devidas pelo empregado e empregador.

Em vez de descontar contribuição previdenciária dos servidores do PSF, o


Município descontou ISS daqueles profissionais. Tal irregularidade não se enquadra
dentre àquelas que levam o Tribunal à emissão de parecer contrário à aprovação das
contas, pois, não existe o vínculo administrativo entre empregado e empregador.
Todavia, deve o gestor adotar providências junto ao Instituto de Previdência, com vistas
a regularizar a situação. No que concerne ao ISS retido indevidamente, o Relator
entende que os prestadores que se sentirem prejudicados podem recorrer ao próprio
município ou à justiça, devendo, no entanto, a administração evitar a repetição do
acontecido.

Quanto às licitações, o Relator tem as seguintes observações a fazer: em relação


ao Senhor Armando Rodrigues de Oliveira, contratado para realização de eventos,
foram feitos dois contratos: o primeiro realizado em abril de 2005, no valor de
R$ 6.300,00, não atingiu o limite de exigência para licitação; o segundo, realizado em
novembro, no valor de R$ 19.000,00, foi devidamente licitado, conforme dito pela
Auditoria. A mesma situação ocorreu na aquisição de medicamentos feito à JOSMED.
No mês de setembro foram realizadas aquisições no montante de R$ 5.873,50, abaixo
do valor necessário à licitação; e em dezembro foi efetuada uma compra ao referido
fornecedor, no valor de R$ 14.365,00, sendo devidamente licitada. Também em relação
às aquisições feitas à Fabiana Mendes Lins - ME, houve licitação para as compras no
total de R$ 22.853,00, o restante das aquisições, no montante de R$ 5.717,88, foram
feitas ao longo do exercício, não havendo necessidade de processo licitatório.

No tocante as despesas com combustíveis e lubrificantes está comprovada a


licitação no montante de R$ 193.350,00, tendo sido realizadas, no entanto, despesas no
valor total de R$ 221.048,15, ao mesmo fornecedor, ficando, portanto, sem licitação o
valor de R$ 27.698,15. A defendente informou que houve um termo aditivo no valor de
R$ 28.600,00, todavia não fez a comprovação. Por ter adquirido o combustível ao
mesmo fornecedor, e sendo possivel, pela Lei 8666/93, o acréscimo no contrat~ até' , I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

Já em relação às aquisições de medicamentos feitas à firma Cirúrgica Nossa


Senhora da Luz, houve licitação para despesas no total de R$ 68.902,34, no entanto,
despesas no total de R$ 31.182,05 estavam descoberta de licitação. Considerando-se o
valor envolvido, que representa 0,60% da despesa realizada da Prefeitura, e sendo a
única despesa descoberta de tal procedimento, o Relator entende que a falha pode ser
relevada, sobretudo porque não houve indicação de dano ao erário.

Com relação às demais despesas não licitadas (aquisições de material de


construção, aquisição de pneus, gêneros alimentícios e material de limpeza), o Relator
entende que, por se tratarem de gastos realizados durante todo o exercício, cujos valores
mensais não ultrapassaram o limite de dispensa, não está evidente a necessidade de
processo licitatório.

No que diz respeito aos combustíveis, para calcular os gastos, a Auditoria tomou
como base declarações fornecidas pelos próprios condutores dos veículos, nas quais
informaram o consumo médio, distância diária percorrida e quantidade de dias
trabalhados durante um mês, conforme documentos de fls. 1542/1577. Em sua defesa, a
interessada apresentou uma planilha, elaborada pelo chefe do setor de transporte, com
valores diferentes daqueles apresentados ao órgão técnico, contudo, sem embasar em
documentos.

Registre-se que a Auditoria acatou as alegações de que era fornecido óleo diesel
a alguns ônibus alugados pela prefeitura, tendo em vista que foram encaminhados os
contratos, prevendo que o abastecimento seria de responsabilidade da Prefeitura.
Todavia, não aceitou, o órgão de instrução, o fornecimento de combustíveis a veículos
dos Secretários Municipais, pois não há comprovação de que os veículos estavam a
serviço da prefeitura. Assim deve ser imputado débito à gestora no valor de
R$ 41.004,13.

Publique-se, registre-se e cumpra-se.

TC - PLENÁRIO JOÃO AGRIPINO, em 19 de março de 2008.

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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

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ConselheiroMarco~~<:.x/~s P,7 lI.- --


Conselheiro José Marques Mariz
Ir --..
Conselheiro Fábio Túlio Filgueiras Nogueira o ~IYJsantos
Relator

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L~;-ierêsa Nóbrega Ó "-
Procuradora Geral
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

RELATÓRIO

Os presentes autos tratam da Prestação de Contas Anual da Senhora Josivalda


Matias de Sousa, Prefeita do Município de Pirpirituba, relativa ao exercício de 2005.

Do exame preliminar, procedido pelo órgão de instrução, destacaram-se os


seguintes aspectos:

1. a Prestação de Contas foi enviada com atraso de 18 dias, estando os


demonstrativos de conformidade com as exigências desta Corte;
2. o orçamento municipal para o exercício foi aprovado pela Lei n° 30, de 15 de
dezembro de 2004, estimando a receita e fixando a despesa em R$ 4.898.327,00.
3. a receita orçamentária arrecadada foi 9,65% superior à prevista no orçamento;
4. a despesa orçamentária foi 11,52% superior à fixada e 16,75% acima da
realizada no exercício anterior;
5. os créditos abertos tiveram autorização legislativa, todavia foram utilizados
créditos adicionais sem suficiência de recursos para cobertura no montante de
R$ 202.027,25;
6. os gastos com obras públicas representaram 2,03% da despesa total;
7. as remunerações dos agentes políticos se situaram dentro dos limites impostos
pela legislação;
8. durante o exercício o Município aplicou em MDE, 27,79% das receitas de
impostos, incluídas as transferências;
9. aplicação de 16,02% das receitas de impostos em ações e serviços públicos de
saúde;
10. as despesas com pessoal representaram 56,95% da RCL. Em relação ao Poder
Executivo, o percentual foi de 53,10%, acima, portanto, do limite prudencial
(51,30%);
11. repasse ao Poder Legislativo, correspondendo a 8,67% da receita tributária mais
transferências do exercício anterior;
12. as aplicações de recursos oriundos do FUNDEF na remuneração do magistério
corresponderam a 52,31 % do total de recursos do Fundo;
13. decreto de abertura de crédito adicional com incongruências;
14. anulação de reserva de contingência em desacordo com a LRF no total de
R$ 38.600,00;
15. omissão de dados relativos à dívida municipal, inclusive do IPTU não recolhido
no exercício;
16. despesas não licitadas no total de R$ 227.441,68, correspondendo a 4,23% da
despesa total ou 15,5% do exigível;
17. movimentação indevida de recursos do FUNDEF (utilizados para cobertura de
saldos de outras contas bancárias);
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18. não repasse, ao Instituto Próprio de Previdência, de contribuições retidas dos


servidores no total de R$ 75.665,25;
19. recolhimento indevido de ISS sobre a remuneração dos profissionais do PSF, no
total de R$ 17.859,04
20. não retenção e conseqüente não recolhimento das contribuições dos servidores
do PSF ao INSS no total de R$ 32,023,04 e ainda não recolhimento da parte
patronal no total de R$ 87.906,38;
21. não apresentação dos controles patrimoniais do Município;
22. gastos excessivos com combustíveis no montante de R$ 52.244,13.

Após o relatório inicial foi feito um complemento de instrução pela Auditoria,


fls. 2.586/2587, em virtude da apresentação de alguns documentos.

A interessada foi notificada inicialmente apenas para falar sobre as conclusões


da Auditoria referentes ao complemento de instrução, tendo o órgão técnico, mantido o
entendimento após a análise da manifestação.

Instado a se pronunciar, o Ministério Público Especial em parecer da lavra do


Procurador Marcílio Toscano Franca Filho opinou pela emissão de parecer contrário a
aprovação das contas com imposição de multa e representação à Procuradoria Geral de
Justiça para as providências necessárias.

Novamente notificada, desta vez sobre as irregularidades do relatório inicial da


Auditoria, a interessada enviou defesa e documentos de fls. 2.629/2.837.

Ao analisar os documentos e alegações apresentados o órgão técnico considerou


sanada a irregularidade relativa ao atraso no envio da PCA e parcialmente sanadas as
falhas referentes às despesas não licitadas, cujo percentual passou a ser de 2,09% da
despesa total ou 9,92% do licitável, gastos excessivos com combustíveis que passaram
para R$ 41.004,13 e utilização de créditos adicionais sem fontes disponíveis que passou
para R$ 173.337,90. No tocante as demais irregularidades, o órgão de instrução
permaneceu com o entendimento inicial.

É o Relatório.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

VOTO

A falha relativa à utilização de créditos adicionais sem fonte de recursos, pode


ser relevada, pois não foi verificado a abertura dos créditos sem autorização legislativa.

A ultrapassagem do limite prudencial de gastos com pessoal, não configura em


si propriamente uma irregularidade. A própria Auditoria informou que, no exercício
seguinte, os gastos atingiram o percentual de 43,36% da RCL, bem abaixo do limite
legal.
A própria interessada reconhece que repassou recursos à Câmara Municipal em
valores superiores aos permitidos legalmente, e alega apenas que houve erro de cálculo
por parte da contadoria.

Deve a gestora adotar medidas que visem a evitar as inconsistências


apresentadas em decreto de abertura de crédito, anulação de reserva de contingência e
dados relativos à dívida, contribuindo, desta forma, para uma maior transparência da
gestão e conseqüentemente, melhor controle.

A Auditoria considerou como gastos do magistério os valores despendidos com


os professores pagos através das contas correntes do FUNDEF e da FOLP AG,
desconsiderando os valores pagos através da conta poupança, cuja origem dos recursos
também era do FUNDEF, conforme comprovado através do SAGRES. Além disso,
considerou as despesas relativas a folhas de pagamento, pelos valores líquidos e não
pelo bruto; ou seja, os descontos de INSS, IRPF e outros, mesmo tendo sido
despendidos pela Prefeitura, não foram considerados pelo órgão instrutor. Assim, o total
de gastos do FUNDEF com o magistério, segundo o sistema SAGRES, foi de
R$ 540.223,80, correspondendo a 60,49% dos recursos do fundo, inclusive as
aplicações.

Cabem recomendações à gestora no sentido de evitar a movimentação de


recursos do FUNDEF através de outras contas, evitando assim, dúvidas relativas a
aplicação dos recursos como ocorreu no presente processo. Todavia, no caso, segundo o
órgão técnico, os recursos retomaram à conta do Fundo no próprio exercício.

o Município reteve R$ 83.331,72 dos servidores vinculados ao regime próprio


de previdência, repassando apenas R$ 7.666,47, ou seja, apenas 9,19% do devido.
Alegou a interessada que o tesouro municipal efetua o pagamento de alguns
aposentados, compensando, desta forma a ausência do repasse ao Instituto. Entretanto,
não comprovou tais argumentos. Também com relação ao pessoal do PSF, não houve o
devido recolhimento ao INSS das contribuições devidas pelo empregado e empregador.

Em vez de descontar contribuição previdenciária dos servidores do PSF, o


Município descontou ISS daqueles profissionais. Tal irregularidade não se enquadra
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02803/06

dentre àquelas que levam o Tribunal à emissão de parecer contrário à aprovação das
contas, pois, não existe o vínculo administrativo entre empregado e empregador.
Todavia, deve o gestor adotar providências junto ao Instituto de Previdência, com vistas
a regularizar a situação. No que concerne ao ISS retido indevidamente, o Relator
entende que os prestadores que se sentirem prejudicados podem recorrer ao próprio
município ou à justiça, devendo, no entanto, a administração evitar a repetição do
acontecido.

Quanto às licitações, o Relator tem as seguintes observações a fazer: em relação


ao Senhor Armando Rodrigues de Oliveira, contratado para realização de eventos,
foram feitos dois contratos: o primeiro realizado em abril de 2005, no valor de
R$ 6.300,00, não atingiu o limite de exigência para licitação; o segundo, realizado em
novembro, no valor de R$ 19.000,00, foi devidamente licitado, conforme dito pela
Auditoria. A mesma situação ocorreu na aquisição de medicamentos feito à JOSMED.
No mês de setembro foram realizadas aquisições no montante de R$ 5.873,50, abaixo
do valor necessário à licitação; e em dezembro foi efetuada uma compra ao referido
fornecedor, no valor de R$ 14.365,00, sendo devidamente licitada. Também em relação
às aquisições feitas à Fabiana Mendes Lins - ME, houve licitação para as compras no
total de R$ 22.853,00, o restante das aquisições, no montante de R$ 5.717,88, foram
feitas ao longo do exercício, não havendo necessidade de processo licitatório.

No tocante as despesas com combustíveis e lubrificantes está comprovada a


licitação no montante de R$ 193.350,00, tendo sido realizadas, no entanto, despesas no
valor total de R$ 221.048,15, ao mesmo fornecedor, ficando, portanto, sem licitação o
valor de R$ 27.698,15. A defendente informou que houve um termo aditivo no valor de
R$ 28.600,00, todavia não fez a comprovação. Por ter adquirido o combustível ao
mesmo fornecedor, e sendo possível, pela Lei 8666/93, o acréscimo no contrato em até
25% do valor inicial pactuado, o Relator entende que a falha pode ser relevada.

Já em relação às aquisições de medicamentos feitas à firma Cirúrgica Nossa


Senhora da Luz, houve licitação para despesas no total de R$ 68.902,34, no entanto,
despesas no total de R$ 31.182,05 estavam descoberta de licitação. Considerando-se o
valor envolvido, que representa 0,60% da despesa realizada da Prefeitura, e sendo a
única despesa descoberta de tal procedimento, o Relator entende que a falha pode ser
relevada, sobretudo porque não houve indicação de dano ao erário.

Com relação às demais despesas não licitadas (aquisições de material de


construção, aquisição de pneus, gêneros alimentícios e material de limpeza), o Relator
entende que, por se tratarem de gastos realizados durante todo o exercício, cujos valores
mensais não ultrapassaram o limite de dispensa, não está evidente a necessidade de
processo licitatório.
No que diz respeito aos combustíveis, para calcular os gastos, a Auditoria tomou
como base declarações fornecidas pelos próprios condutores dos veículos, nas quais
Processo Te nO 02803/06

informaram o consumo médio, distância diária percorrida e quantidade de dias


trabalhados durante um mês, conforme documentos de fls. 1542/1577. Em sua defesa, a
interessada apresentou uma planilha, elaborada pelo chefe do setor de transporte, com
valores diferentes daqueles apresentados ao órgão técnico, contudo, sem embasar em
documentos.

Registre-se que a Auditoria acatou as alegações de que era fornecido óleo diesel
a alguns ônibus alugados pela prefeitura, tendo em vista que foram encaminhados os
contratos, prevendo que o abastecimento seria de responsabilidade da Prefeitura.
Todavia, não aceitou, o órgão de instrução, o fornecimento de combustíveis a veículos
dos Secretários Municipais, pois não há comprovação de que os veículos estavam a
serviço da prefeitura. Assim deve ser imputado débito à gestora no valor de
R$ 41.004,13.
Ante o exposto, VOTO no sentido de que este Tribunal: a) emita parecer
contrário à aprovação das contas da Prefeita do Município de Pirpirituba, Senhora
Josivalda Matias de Sousa, referentes ao exercício de 2005, encaminhando-o à
consideração da Egrégia Câmara de Vereadores daquele Município, tendo em vista a
ausência de repasse de contribuições previdenciárias empregado/empregador e
gastos com combustíveis em excesso; b) impute débito à Prefeita no valor total de
R$ 41.004,13, por gastos excessivos com combustíveis; c) conceda o prazo de 60 dias
para o recolhimento aos cofres do Município, devendo-se dar a intervenção do
Ministério Público, na hipótese de omissão, nos termos do § 4° do art. 71 da
Constituição Estadual; d) aplique à Gestora a multa de R$ 2.805,10, nos termos do que
dispõem os incisos I e II do art. 56 da LOTCE; e) assine à mesma o prazo de 60
(sessenta) dias para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual da multa acima
aplicada, à conta do Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal,
cabendo ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, em caso do não
recolhimento voluntário, devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na
hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual; 1)
emita parecer declarando o atendimento parcial às exigências da LRF, por parte do
Poder Executivo do Município de Pirpirituba, em decorrência do repasse de recursos
ao Poder Legislativo acima do limite legal (8,67%); g) recomende à gestora a
observância das normas legais, adotando medidas com vistas a não cometer as falhas
verificadas no presente processo, especialmente no que tange à movimentação
financeira da conta do FUNDEF e mantendo a estrita observância aos preceitos
constitucionais, legais e normativos, em especial, a legislação referente à Previdência
Social, o parecer PN-TC-52/2004 e as Leis 4.320/64 e 101/00, com vistas à não
repetição das falhas cometidas; e h) comunique ao INSS quanto ao não recolhimento
das contribuições previdenciárias empregado/empregador relativas ao pessoal do PSF.
~ ~

u stituto Antônio CláuddSilva Santos


Relator ~7'

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