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I PROCESSO TC 03236/07 m
Administração Direta Municipal - Município de GURINHÉM
- Prestação de Contas do Prefeito, Senhor CLAUDINO
CÉSAR FREIRE, relativa ao exercício financeiro de 2006 -
Emissão de PARECER CONTRÁRIO à aprovação das
contas - Aplicação de multa - Concessão de prazo para
esclarecimentos- Representação à Receita Federal do
Brasil - Recomendações.
Atendimento PARCIAL às exigências da LRF.

PARECER PPL - TC ()5 12008

Vistos, relatados e discutidos os autos do PROCESSO TC-03236/07;e


CONSIDERANDOos fatos narrados no Relatório;
CONSIDERANDOos Relatórios da Unidade Técnica de Instrução e do Relator,
que passam a integrar a decisão consubstanciada neste ato;
CONSIDERANDOo mais que dos autos consta;
Os MEMBROS do TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAíBA (TCE-
Pb), à unanimidade, de acordo com a Proposta de Decisão do Relator, na Sessão
desta data, decidiram:
1. EMITIR E REMETER à Câmara Municipal de GURINHÉM, PARECER
CONTRÁRIO à aprovação da prestação de contas do Prefeito Municipal,
Senhor CLAUDINO CÉSAR FREIRE,referente ao exercício de 2.006, neste
considerando que o Gestor supra indicado ATENDEU PARCIALMENTE às
exigências da LRF;
2. APLICAR multa pessoal ao Senhor CLAUDINO CÉSAR FREIRE, no valor
de R$ 2.805,10 (dois mil e oitocentos e cinco reais e dez centavos), em
vírtude de grave infração a preceitos e disposições constitucionais e
legais, especialmente quanto à não aplicação mínima na Remuneração e
Valorização do Magistério, bem como por ter deixado de executar
procedimentos licitatórios que estaria obrigado a realizá-los,
configurando a hipótese prevista no artigo 56, inciso li, da LOTCE (Lei
Complementar 18/93) e Portaria 39/2006;
3. ASSINAR o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento voluntário da
multa ora aplicada, aos cofres estaduais, através do FUNDO DE
FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA MUNICIPAL, sob pena
de cobrança executiva, desde já recomendada, inclusive com a
interveniência da Procuradoria Geral do Estado ou da Procuradoria Geral
de Justiça, na inação daquela, nos termos dos parágrafos 3° e 4°, do
artigo 71 da Constituição do Estado, deven a cobrança e c iva ser
promovida nos 30 (trinta) dias seguintes o término o azo para
recolhimento voluntário, se estrãr ocorrer' . ; ~

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I PROCESSOTC 03236/07 ~]
4. DETERMINARa verificação, através da Auditoria, da efetiva redução do
contingente excessivo dentro do prazo e através das medidas legais
cabiveis, devendo as informações colhidas subsidiar a Prestação de
Contas do exercício de 2007, no qual extingue-se o prazo para a redução
necessária;
5. RECOMENDAR ao Poder Legislativo local, a elaboração de norma
legislativa adequada, para o quadriênio 2009-2012,à disciplina da matéria
relativa à fixação dos subsidios dos agentes políticos da municipalidade;
6. ORDENARa ao atual Mandatário Municipal, a devolução à conta corrente
do FUNDEF, com recursos do próprio município, da importância de R$
7.889,59, uma vez aplicada em despesas correntes da edilidade, foram
dos objetivos do fundo, no prazo de 30 dias, sob pena de aplicação de
multa e outras cominações legais aplicáveis à espécie
7. REPRESENTAR à Receita Federal do Brasil, com relação aos fatos
atrelados às contribuições previdenciárias;
8. RECOMENDARà Administração Municipal de GURINHÉM,no sentido de
que não mais repita as falhas constatadas nos presentes autos,
especialmente no que toca à observância aos termos da Lei de
Responsabilidade Fiscal e dos princípios constitucionais e
administrativos e à necessidade de organizar e manter a Contabilidade
em estrita consonância com as normas pertinentes, com vistas a evitar
conseqüências adversas em futuras prestações de contas.
Publique-se, intime-se e registre-se.
Sala das Sessões do TCE-Pb - 8 nárío Ministro João Agripino
João Pess a, 08 o tubro de 2008.

André Carlo Torres Pontes


Procurador Ge ai em exerci cio do Ministério Público Especial junto ao TCE/PB
Publicado no O. O. E.
Em, -J-k-1.JjL1 'k ,y
/ -

I PROCESSO TC 03236/07 Ipág.1/71 I


Administração Direta Municipal - Município de GURINHÉM
- Prestação de Contas do Prefeito, Senhor CLAUDINO
CÉSAR FREIRE, relativa ao exercício financeiro de 2006 -
Emissão de PARECER CONTRÁRIO à aprovação das
contas - Aplicação de multa - Concessão de prazo para
esclarecimentos- Representação à Receita Federal do
Brasil - Recomendações.
Atendimento PARCIAL às exigências da LRF.

RELATÓRIO E PROPOSTA DE DECISÃO

RELATÓRIO
o Senhor CLAUDINO CÉSAR FREIRE, Prefeito do Município de GURINHÉM, no
exercício de 2006, apresentou, fora do prazo legal, mas com o devido pagamento de
multa (fls. 03), a PRESTAÇÃO DE CONTAS, sobre a qual a DIAFIIDEAGM IIIDIAGM 11
emitiu Relatório, com as observações principais, a seguir, sumariadas:
1. A Lei Orçamentária nO 332/05, de 14/12/2005, estimou a receita e fixou a
despesa em R$ 9.161.945,00;
2. Balanços Orçamentário, Financeiro e Patrimonial incorretamente elaborados;
3. As despesas não licitadas importaram em R$ 881.748,50, representando 8,81%
da Despesa Orçamentária Total;
4. Os gastos com obras e serviços de engenharia, no exercício, totalizaram
R$ 187.575,13, correspondendo a 2,11% da Despesa Orçamentária Total;
5. A remuneração recebida pelo Prefeito e Vice foi de R$ 104.000,00 e R$
48.000,00, respectivamente, estando dentro dos parâmetros legalmente
estabelecidos (a princípio a Auditoria identificou um excesso na remuneração do
Prefeito, mas que foi esclarecido);
6. As despesas condicionadas comportaram-se da seguinte forma:
8.1 Com ações e serviços públicos de saúde, verificou-se um percentual de
16,24% da receita de impostos e transferências (mínimo: 15,00%);
8.2 Em MDE representando 26,56% das receitas de impostos e transferências
(mínimo: 25%);
8.3 Com Pessoal do Poder Executivo, equivalendo a 61,30% da RCL (limite
máximo: 54%);
8.4 Com Pessoal do Município, representando 64,61 % da RCL (limite máximo:
60%);
8.5 Em Remuneração e Valorização do Magistério, constatou-se a aplicação de
57,47% dos recursos do FUNDEF (mínimo: 60%).
7. O repasse para o Poder Legislativo foi de 8,17% da receita tributária mais
transferências do exercício anterior e foi inferior ao limite fixado no orçamento,
descumprindo o que dispõe o rt. 29-A, § 0, liSOS I e 111 da Constituição
Federal;
I PROCESSO TC 03236/07 Ipág.2nlJ
8. Não foram comprovadas as respectivas publicações dos REO e dos RGF.
Quanto a este último instrumento não registrou quais medidas adotadas ou a
adotar, já que se verificou a ultrapassagem do limite da despesa total com
pessoal;
9. Não há registro de denúncias sobre irregularidades ocorridas no exercício;
10. No tocante à gestão fiscal, registrou-se que o gestor ATENDEU
PARCIALMENTE ÀS EXIGÊNCIAS DA LRF, tendo em vista os seguintes
aspectos:
10.1. Gastos com pessoal, correspondendo a 64,61 % da RCl, em relação ao
limite (60%) estabelecido no art. 19, da lRF;
10.2. Gastos com pessoal, correspondendo a 61,30% da RCl, em relação ao
limite (54%) estabelecido no art. 20, da lRF e não indicação de medidas
em virtude da ultrapassagem de que trata o art. 55 da lRF;
10.3. Repasse para o Poder legislativo em relação ao que dispõe o inciso I, §
2° do art. 29-A, da Constituição Federal;
10.4. Repasse para o Poder legislativo em relação ao que dispõe o inciso 111, §
2° do art. 29-A, da Constituição Federal;
10.5. Comprovação da publicação dos REO;
10.6. Comprovação da publicação dos RGF.
11. Quanto às demais disposições constitucionais e legais, inclusive os itens do
Parecer Normativo TC 52/04, constataram-se as seguintes irregularidades:
11.1. Balanço Orçamentário elaborado incorretamente, pois os valores das
receitas previstas e arrecadadas divergem das constantes do Anexo X;
11.2. Insuficiência financeira para atender ao pagamento dos Restos a Pagar
do exercício, contrariando o art. 1°, §1°, da lRF (R$134.857,11);
11.3. Balanço Patrimonial elaborado incorretamente;
11.4. Despesas não licitadas no valor de R$ 881.748,50, além de vários
fracionamentos de despesa;
11.5. Fixação dos subsídios do Prefeito e do Vice-Prefeito por meio de Decreto
legislativo, contrariando o art. 29, V, da Constituição Federal;
11.6. Excesso de remuneração no valor de R$ 8.000,00 recebida pelo Prefeito
no exercício em análise;
11.7. Divergência entre os valores das saídas das contas que movimentam
recursos do FUNDEF e as despesas contabilizadas nos balancetes
mensais (R$ 47.942,14);
11.8. As aplicações de recursos do FUNDEF na remuneração dos profissionais
do magistério não atingiram ao mínimo estabelecido no art. 60, §5° do
ADCT da Constituição Federal (R$ 1.146.242,50);
11.9. Recolhimento a menor das obriga ões patronais (R$ 460.935,51);
11.10. Apropriação indébita de v es retidos, a título de contribuições
previdenciária dos se res e não repassados ao INSS (R$
188.027,51 ).

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I PROCESSO TC 03236/07 IPág.3/71 I
11.11. Valor pago como despesas com obrigações patronais supera o valor
empenhado, contrariando a lei nO4.320/64 (R$ 188.027,51).
Regularmente intimado pessoalmente por três vezes e uma através do Diário
Oficial, para o exercício do contraditório, o interessado apresentou a defesa às fls.
1075/1090, remetida por via postal, incompleta e sem a assinatura dele e do contador em
alguns documentos, que o Relator admitiu, excepcionalmente, em nome dos princípios do
contraditório, da mais ampla defesa e da informalidade, que a Unidade Técnica de
Instrução analisou e concluiu:
1. Elidindo as seguintes irregularidades:
1.1 Gastos com pessoal, correspondendo a 64,61 % da RCl, em relação ao
limite (60%) estabelecido no art. 19, da LRF;
1.2 Repasse para o Poder legislativo em relação ao que dispõe o inciso 111, §
2° do art. 29-A, da Constituição Federal;
1.3 Excesso de remuneração no valor de R$ 8.000,00 recebida pelo Prefeito
no exercício em análise.
2. Retificando o percentual de gastos com pessoal, em relação ao limite
estabelecido no art. 20 da LRF, de 61,30% para 56,28%.
3. Mantendo as demais irregularidades.
Solicitada a oitiva ministerial, o ilustre Procurador Geral em exercício, André Carlo
Torres Pontes, após considerações pugnou, ao final, no sentido de que o Tribunal Pleno:
1. DECLARE o atendimento parcial dos requisitos da gestão fiscal responsável,
previstos na lC 101/2000 (itens 2 e 3).
2. EMITA PARECER sugerindo à Câmara Municipal de Gurinhém a
REPROVAÇÃO das contas de gestão geral relativas ao exercício de 2006, em
razão dos fatos indicados nos itens 6, 8, 9, 10 e 11.
3. JULGUE REGULARES COM RESSALVAS as despesas sem licitação, sem
imputação de débito, por falta de indicação de danos materiais ao erário.
4. JULGUE IRREGULARES o uso de recursos sem comprovação e de forma
danosa ao erário, com imputação de débito contra o Prefeito, em relação ao
item 8.
5. JULGUE REGULARES as demais despesas ordenadas.
6. REPRESENTE ao órgão previdenciário o fato relacionado às contribuições
previdenciárias;
7. APLIQUE MULTAS ao PREFEITO por infrações a normas constitucionais e
legais, e danos ao erário, com fulcro na CF/88, art. 71, VIII, e LCE nO18/93, arts.
55 e 56.
8. RECOMENDE diligências no sentido de petição das falhas
acusadas no exercício de 2006.
Foram efetuadas as comunicações de pr e.
É o Relatório.~,;
I PROCESSO TC 03236/07 Ipág.4/7IJ

PROPOSTA DE DEC.sAo
o Relator acompanha o entendimento da Unidade Técnica de Instrução e o
pronunciamento ministerial na medida em que:
1. Permanece a irregularidade quanto à indicação do percentual de 56,28% da
RCL de gastos com pessoal, em relação ao que dispõe o art. 20 da LRF, uma
vez que deixaram de ser corretamente contabilizadas como despesas de
pessoal a quantia de R$ 102.545,00 (fls. 994/1019), indevidamente lançadas
como Serviços de Terceiros - Pessoa Física, bem como o fato de que não foram
indicadas medidas em virtude da referida ultrapassagem (em 2,28%) de que
trata o art. 55 da LRF, nem nos RGF nem no decorrer do exercício. Tal fato
merecerá maior atenção do Tribunal, mas na oportunidade devida, havendo a
Auditoria de verificar a efetiva redução do contingente excessivo de pessoal,
quando da análise da Prestação de Contas do exercício de 2007, no qual
extingue-se o prazo para a necessária redução;
2. Constitui infringência ao princípio da transparência, preconizado pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, a ausência de comprovação da publicação dos REO e
RGF, vez que o gestor não comprovou documentalmente a efetiva divulgação
e/ou publicação dos referidos instrumentos, o que redunda em desaprovação
das contas prestadas, na inteligência do subitem 2.12 do Parecer Normativo
n° 52/2004;
3. Indubitavelmente verifica-se a incorreta elaboração dos Balanços Orçamentário,
Financeiro e Patrimonial, uma vez que o gestor não apresentou justificativas
plausíveis suficientes para modificar as divergências constatadas entre os
demonstrativos contábeis, o que também redunda em desaprovação das contas,
na inteligência do subitem 2.9 do Parecer Normativo nO52/2004;
4. Nada esclareceu o gestor no tocante à irregularidade quanto às despesas não
licitadas, no valor de R$ 881.748,501, além de vários fracionamentos de despesa
e indícios de constar em licitações documentos fraudados (fls. 1060/1063, item
5.1 do Relatório Inicial da Auditoria), ensejando emissão de PARECER
CONTRÁRIO às contas prestadas, preconizado no subitem 2.10 do Parecer
Normativo nO52/2004;
5. No que tange à fixação dos subsídios do Prefeito e do Vice-Prefeito por meio de
Decreto Legislativo, contrariando o art. 29, V, da Constituição Federal, resta
recomendar ao Legislativo Mirim, a elaboração de norma legislativa adequada,
para o quadriênio 2009-2012, visando à disciplina da matéria antes indicada,
com vistas a sanear a flagrante inconstitucionalidade do instrumento utilizado até
então para fixar os referidos subsídios;

1 Tais despesas referem-se à aquisição de medicamentos, gêneros a 'mentícios,


serviços de engenharia, serviços de transporte, entre outros (fls. 106 .
I PROCESSO TC 03236107 IPág.5171 I
6. De fato, as aplicações na Remuneração e Valorização do Magistério
comportaram-se abaixo do mínimo legalmente estabelecido, no valor de
R$ 1.146.242,50, correspondente a 57,47% dos recursos do FUNDEF
(R$ 1.994.417,48). Atente-se para o fato de que o gestor nem sequer se
contrapôs ao assunto (fls. 889/895 e 1098) e que tal circunstância redunda,
igualmente, em desaprovação das contas prestadas, segundo subitem 2.7 do
Parecer Normativo nO52/2004;
De outra parte, o Relator ousa divergir, em parte, data vênia, da Unidade Técnica
de Instrução, porquanto:
1. Informa o Relatório de Análise de Defesa (fls. 1098) acerca de diferença apurada
em decorrência de divergência entre os valores das saídas das contas que
movimentam recursos do FUNDEF (58.061-X e 8.408-5) e as despesas
contabilizadas nos balancetes mensais (fls. 738/819), no montante de R$
69.602,12. Reexaminando os cálculos pertinentes, restou evidente que a
contabilidade da Prefeitura lança as retenções dos pagamentos ora como receita
orçamentária ora como extra-orçamentária, dando a falsa impressão de que os
lançamentos na despesa paga, constante dos balancetes, superam os débitos
efetuados nas contas movimentadas, uma vez que são contabilizadas pelos
seus valores brutos. Observe-se o fato de que os débitos nas contas sob análise
coincidem exatamente com o valor total líquido das despesas pertinentes (60% e
40%) constantes do SAGRES, excluindo-se, evidentemente, as despesas extra-
orçamentárias e as transferências entre as ditas contas. Diante de tais
circunstâncias, tem-se que o valor correto da diferença é de R$ 7.889,59, donde
se conclui que para cobertura de tal diferença utilizou-se recursos de outras
fontes, recomendando-se ao gestor, mais prudência na contabilização das
despesas, especialmente no tocante às do FUNDEF, fazendo constar, quando
houver, os saldos das contas de investimento. Resumidamente, o levantamento
foi realizado da maneira a seguir discriminada:
Discriminação Valores (em R$)
Valor da despesa paga, incluída a despesa extra-orçamentária (fls. 766) 3.057.954,10
(-) Outras receitas orçamentárias (fls. 763) 16.207,31
(-) Receitas extra-orçamentárias (fls. 763) 194.895,72
(-) Transferências entre contas do FUNDEF (fls. 763/764) 828.457,84
(-)Saldo em 31.12.2006 das contas do FUNDEF (fls. 766) 56,78
(=) Valor apurado 2.018.336,45
(-) Despesas líquidas pagas (60% e 40%)- fls. 785 e 791 1.899.169,67
(-) Despesas extra-orçamentárias comprovadas através dos extratos bancários e
balancetes mensais (fls. 765) 111.277,19
Diferença apurada 7.889,86
..
Fontes: SAGRES, balancetes mensais (Anexos IV-A) e extratos bancarias (fls. 7381819)

patronais, apropriação indébita


I PROCESSO TC 03236/07 IPág.6/71 I
previdenciárias, dos servidores e não repassados ao INSS e valor pago com
despesas de obrigações patronais superando o valor empenhado, contrariando a
Lei nO4.320/64, tratam-se de matéria que carece ser questionada pela receita
Federal do Brasil, cabendo representação nesse sentido. Ademais, dispõe o
subitem 2.5 do Parecer Normativo nO 52/2004, que constituirá motivo de
emissão, pelo Tribunal, de PARECER CONTRÁRIO à aprovação de contas de
Prefeitos Municipais, tais aspectos verificados nestes autos.

o Relator ousa divergir, máxima vênia, tanto da Unidade Técnica de Instrução


quanto do Parquet, com relação à falha do repasse para o Poder Legislativo, segundo
dispõe o inciso I, § 2° do art. 29-A, da Constituição Federal, vez que esta merece ser
ponderada, atendendo-se ao princípio da razoabilidade pela insignificância do valor
ultrapassado, na monta de aproximados R$ 650,00, não tem o condão de macular as
presentes contas.
Com efeito, propõe no sentido de que os integrantes deste Egrégio Tribunal Pleno:
1. EMITAM E REMETAM à Câmara Municipal de GURINHÉM, PARECER
CONTRÁRIO à aprovação da prestação de contas do Prefeito Municipal,
Senhor CLAUDINO CÉSAR FREIRE, referente ao exercício de 2.006, neste
considerando que o Gestor supra indicado ATENDEU PARCIALMENTE às
exigências da LRF;
2. APLIQUEM multa pessoal ao Senhor CLAUDINO CÉSAR FREIRE, no valor
de R$ 2.805,10 (dois mil e oitocentos e cinco reais e dez centavos), em virtude
de grave infração a preceitos e disposições constitucionais e legais,
especialmente quanto à não aplicação mínima na Remuneração e Valorização
do Magistério, bem como por ter deixado de executar procedimentos licitatórios
que estaria obrigado a realizá-los, configurando a hipótese prevista no artigo
56, inciso 11, da LOTCE (Lei Complementar 18/93) e Portaria 39/2006;
3. ASSINEM-LHE o prazo de 60 (sessenta) dias para o recolhimento voluntário
da multa ora aplicada, aos cofres estaduais, através do FUNDO DE
FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA MUNICIPAL, sob pena de
cobrança executiva, desde já recomendada, inclusive com a interveniência da
Procuradoria Geral do Estado ou da Procuradoria Geral de Justiça, na inação
daquela, nos termos dos parágrafos 3° e 4°, do artigo 71 da Constituição do
Estado, devendo a cobrança executiva ser promovida nos 30 (trinta) dias
seguintes ao término do prazo para recolhimento voluntário, se este não
ocorrer;
4. DETERMINEM a verificação, através da Auditoria, da efetiva redução do
contingente excessivo dentro do prazo e através das medidas legais cabíveis,
devendo as informações colhidas subsidiar a Prestação de Contas do exercício
de 2007, no qual extingue-se o prazo para a redução necessária;
5. RECOMENDEM ao Poder Legislativo local, a elaboração de norma legislativa
adequada, para o quadriênio 2009-2012, visando disciplinar a matéria r iva
à fixação dos subsídios dos agentes políticos da municipa dade;
I PROCESSO TC 03236/07 IPág.717! I

6. ORDENEM ao atual Mandatário Municipal, a devolução à conta corrente do


FUNDEF, com recursos do próprio município, da importância de R$ 7.889,59,
uma vez aplicada em despesas correntes da edilidade, foram dos objetivos do
fundo, no prazo de 30 dias, sob pena de aplicação de multa e outras
cominações legais aplicáveis à espécie;
7. REPRESENTEM à Receita Federal do Brasil, com relação aos fatos atrelados
às contribuições previdenciárias;
8. RECOMENDEM à Administração Municipal de GURINHÉM, no sentido de que
não mais repita as falhas constatadas nos presentes autos, especialmente no
que toca à observância aos termos da Lei de Responsabilidade Fiscal e dos
princípios constitucionais e administrativos e à necessidade de organizar e
manter a Contabilidade em estrita consonância com as normas pertinentes,
com vistas a evitar conseqüências adversas em futuras prestações de contas.

É a Proposta.
João Pessoa, 08 de outubro de 2.008.

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