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Processo Te nO 02336/06
Administração Direta Municipal. Município de Paulista.
Prestação de Contas do Prefeito Sabiniano Fernandes de
Medeiros. Exercício 2005. Declaração de atendimento parcial
a dispositivos da LRF. Descumprimento a dispositivos
Constitucionais, legais e normativos. Despesas não
comprovadas. Imputação de débito. Aplicação de multa.
Assinação de prazo. Recomendações. PARECER
CONTRARIOÀ APROVAÇÃO.

I PARECER PPL TC '/212008 I


RELATÓRIO

Cuidam os presentes autos da prestação de contas do Prefeito Municipal de Paulista, Sr.


Sabiniano Fernandes de Medeiros, relativa ao exercício de 2005.
O município sob análise possui habitantes e IDH 0,619, ocupando no cenário nacional a
posição 4.308° e no estadual a posição de 51°.

_ Paulista
_ João Pessoa

2004 2005
- - Per~ Capita
... Ano
..
Receita RTG R$ 5.245.701,82 R$ 458,94 R$ 8.673.910,48 R$ 758,87
Despesa DTG R$ 5.282.991,04 R$ 462,20 R$ 7.035.136,83 R$ 615,50
Função Saúde R$ 1.153.349,17 R$ 100,91 R$ 2.024.662,78 R$ 177,14
Função Educação R$ 1.722.834,60 R$ 150,73 R$ 1.900.838,18 R$ 166,30
Função Administração R$ 589.659,62 R$ 51,59 R$ 803.480,65 R$ 70,30
Despesa com Pessoal R$ 2.618.378,05 R$ 229,08 R$ 3.515.579,04 R$ 307,57
Despesa Pessoal x DTG 49,560/< 49,97%
................ .'

Aplicado R$ 381.986,88 R$ 33,42 R$ 708.973,77 R$ 62,03


Limite Mínimo R$ 525.942,10 R$ 46,01 R$ 667.288,10 R$ 58,38
Aplicado X Limite -27,370/< 6,25%
E ..~
Aplicação por Escola 33 R$ 52.207,11 33 R$ 57.601,16
Aplicação por Professor 96 R$ 17.946,19 96 R$ 19.800,40
Aplicação por Aluno(*) 1.710 R$ 1.007,51 1.728 R$ 1.100,02
Alunos X Escola 52 52
Alunos X Professores 18 18

14,77 223.218,01 I R$ 19,53

A licado R$ 71.240,78 R$ 43,10 R$ 72.296,31 R$


Fonte: IBGE - INEP - SAGRES - IDEME - PCA 2004 - PCA 2005
C:\Assessor\PLENO\PREFEITURA \Paulista-2005-02336-06.doc
Processo Te nO 02336/06 "
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Repito a mesma forma de apresentação do relatório, fazendo o comparativo de dois


exercícios (2004 e 2005) de maneira que será possível avaliar as duas gestões com maior abrangência.

Acrescento ainda, que neste relatório, fiz constar gráficos com dados referentes aos
exercícios de 2002 a 2005, que para o Relator, também, contribui com a melhoria da análise dos
resultados do exercício em julgamento.

Vencidas estas preliminares, destaco os aspectos relevantes extraídos da matriz de


indicadores construída com dados dos exercícios de 2004 e 2005.

A Receita Total Geral (RTG) e a Despesa Total Geral (DTG) apresentaram crescimento
em relação ao exercício anterior, de 65,35% e 33,17%, índices reveladores de que o gasto por habitante
passou de R$ 462,20 em 2004 para R$ 615,50 em 2005, o que indubitavelmente deveria significar
melhoria nos serviços públicos ofertados à população.

A Despesa com as funções Saúde, Educação e Administração apresentaram acréscimos


de 75,55%, 10,33% e 36,260/0,respectivamente.

Na Função Educação (FED) percebe-se aumento do percentual de aplicação por aluno.


No exercício de 2004, o gasto foi de R$ 1.007,51 passando agora para R$ 1.100,02, o que representa um
acréscimo de 9,18%.

Registra-se, na Despesa de Pessoal (DEP) acresclmo de 34,27%, no entanto, se


comparada com a Despesa Total Geral (DTG) o índice é de 49,97%, praticamente idêntico ao índice
observado no exercício anterior (49,56%).

o gasto per capta em Ações e Serviços Públicos de Saúde (SPP) foi de R$ 708.973,77
contra R$ 381.986,88 observado no exercício anterior, registrando, assim, um acréscimo de 85,60%,
índice revelador de que a política de saúde foi levada como prioridade pelo gestor. Ressalta-se o
crescimento da receita (R$ 65,35%).

Referente aos gastos com Medicamentos (MED) e Merenda Escolar (MES), foram
registrados valores de R$ 223.218,01 e R$ 72.296,31 respectivamente, estes revelam que a despesa com o
primeiro teve um aumento de 32,19% (R$ 168.856,88 em 2004) e na segunda se manteve no mesmo
patamar, registrando um aumento de 1,48% (em 2004 foi de R$ 71.240,78).

Por fim, ressalto que os dados apresentados, ainda não permitem refletir com precisão o
enfoque da admínistração sob o aspecto da qualidade, eficiência e eficácia da gestão, diante das políticas
públicas implementadas, no entanto, é uma tentativa de se criar, para exercícios vindouros, indicadores
parametrizados de modo a possibilitar a este Tribunal a criação de critérios de qualidade e eficácia na
avaliação das prestações de contas anuais.

Passo, agora, a destacar os principais aspectos apontados pela Unidade Técnica desta
Corte, com base nas informações colhidas, da documentação encartada aos presentes autos, da defesa
apresentada e de inspeção contidas no relatório técnico de fls. 546/554, 1254/1263, 1862/1880
evidenciando os seguintes aspectos:

C:\Assessor\PLENO\PREFEITURA \Paulista-200S-02336-06.doc
\
-,
Processo Te nO 02336106
1. Sobre a Gestão Fiscal

1.1. Atendimento às disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal, no que tange:

a) arrecadação da receita tributária (item 9.2);


b) gastos com pessoal, correspondendo a 52,42% da RCL, em relação ao limite (60%)
estabelecido no art. 19, da LRF (item 9.3);
c) gastos com pessoal, correspondendo a 49,15% da RCL, em relação ao limite (54%)
estabelecido no art. 20, da LRF (item 9.3);
d) correta elaboração dos REO encaminhados para este Tribunal (item 9.6);
e) envio dos REO para este Tribunal (item 9.6);
f) compatibilidade de informações entre o REO e a PCA (item 9.6);
g) correta elaboração de RGF encaminhados para este Tribunal (item 9.7);
h) envio dos RGF para este Tribunal (item 9.7);
i) compatibilidade de informações entre o RGF e a PCA (item 9.7);
j) repasse para o Poder Legislativo em relação ao que dispõe o inciso IlI, do § 2°, art. 29-A,
da Constituição Federal (item 9.4.2);

1.2. Não atendimento aos preceitos da Lei de Responsabilidade Fiscal, no que concerne a:

a) ao equilíbrio entre receitas e despesas (item 9.1);


b) ausência de comprovação da publicação dos RGF e dos REO (item 9.7);
c) ao montante da Dívida Consolidada, concessões de garantias, operações de créditos
(item 4.4.1);
d) destinação dos recursos obtidos com a alienação de ativos, no valor de R$ 36.750,00
(item 9.5);

2. Quanto à Gestão Geral:

1. A prestação de contas foi apresentada dentro do prazo e instruída com todos os


documentos exigidos;
2. A Lei Orçamentária Anual (LOA) n° 232/2004, de 30 de novembro de 2004, referente ao
orçamento anual para o exercício de 2005, estimou a receita e fixou a despesa em RS
7.820.000,00, bem como autorizou a abertura de créditos adicionais suplementares no
valor de RS 6.256.000,00;
3. Foram abertos créditos suplementares no valor de RS 1.728.335,27, com fonte de
cobertura suficiente para acorrer às despesas (fls. 547);
A Receita Orçamentária Total Arrecadada (R$ 6.755.267,10) é inferior em 15,76% à
prevista (R$ 7.820.000,00) no orçamento aprovado para o exercício. Quando comparada
com a do exercício anterior (R$ 5.038.128,04) houve um acréscimo, nominal, de 34,08%.
4. As despesas condicionadas ou legalmente limitadas comportaram-se da seguintf forma:
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c

V"

C:\Assessor\PLENO\PREFEITURA\Paulista-2005-02336-06.doc

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I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

4.1. Despesas com Pessoal do Poder Executivo e Legislativo.corresponderam,


respectivamente, em 49,15% e 3,27%, perfazendo, assim, um total de 52,42% da Receita
Corrente Líquida, percentual praticamente idêntico ao do exercício de 2004 (52,39%),
atendendo ao limite estabelecido na LRF que é de 60%.

APLICAÇÃO PESSOAL

1- Linlte - LirTite --- Aplicado I


70,00%

60,00%

li) 5391% 5242%


50,00% ""',,):'70
";
-e
48,93%--
~
C 40,00%
Q)

Q)
D. 30,00%

20,00%

10,00%

2002 2003 2004 2005


Exercícios

4.2. Após a análise da defesa, ficou comprovada a aplicação de 24,71% da receita de impostos
e transferência na Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), havendo, portanto,
um decréscimo de 1,64 pontos percentuais em relação ao exercício anterior.

APLICAÇÃO MANUT. OESENVOL. DO ENSINO

-- Limite • Aplicado • Aplicado C/PASEPI FGTS I


35,00% 31,65%
•..
ti)
30,00%
25,00%
29,63%

- 2~35% 25,11%

-
"i
:s 20,00%
c
CD
...CD
u 15,00%
-24,71%

Q. 10,00%
5,00%
0,00%
2002 2003 2004 2005
Exercícios I'
I

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I
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4.3 Os dispêndios com Ações e Serviços Públicos de Saúde atingiram o percentual de


15,94% da receita de impostos e transferências. No exercício anterior o gasto representou
14,27%, registrando-se assim acréscimo da ordem de 1,67 pontos percentuais na despesa sob
esse título.

APLICAÇÃO AÇÕES E SERVo PÚB. DE SAÚDE

I -Limite -Aplicado I

30,00%

25,00%

ti>
.; 20,00%
~ 15,94%
••C 15,00%
CI) 15,00%
~
CI)
a. 10,00%

5,00%

0,00%

2002 2003 2004 2005


Exercícios

4.4 Destinação de 58,15% dos recursos do FUNDEF na remuneração e valorização dos


profissionais do Magistério, inferior em 9,48% em relação a 2004, não satisfazendo a
exigência do art. 70 da Lei 9.424/96, de aplicação mínima de 60%;

APLICAÇÃO VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO

--Limite • Aplicado * Aplicado C/PASEP/ FGTS I


63,00%
62,22%
62,00%

61,00%
.!!

-e
ca
:J 60,00%
c 59,56%
~
59,00%
~
o- 58,15%
58,00%

57,00%

56,00%
2002 2003 2004 2005
Exercícios

C:\Assessor\PLENO\PREFEITURA\Paulista-2005-02336-06.doc
Processo TC nO 02336/06
I
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O Município transferiu para o FUNDEF a importância de R$ 641.606,71 tendo recebido


deste fundo a importância de R$ 1.237.900,00 resultando em um superávit de R$
596.293,29.

APLICAÇÃO FUNDEF

1- Transferido - Recebido I
1.500.000

CI)
1.200.000

898.326
998.~ --- .J.237.900

eo 900.000
__ 641.606
~ 600.000

458.92~ 510.994
300.000

2003 2004 2005


Exercicios

5. Sobre os balanços e a dívida municipal foi observado:


5.1. O balanço orçamentário apresentou déficit equivalente a 2,74% da receita orçamentária
arrecadada;
5.2. O balanço financeiro apresenta saldo para o exercício seguinte de R$ 164.504,64,
distribuído entre Caixa (0,43%) e Bancos (99,57%);
5.3. O balanço patrimonial apresenta déficit financeiro no valor de R$ 7.795,20, observando-
se, também, que caso fossem incluídas as despesas não contabilizadas no valor de R$
209.988,59, decorrente do empenhamento e não liquidação e pagamento da dívida com
instituto de previdência, o balanço patrimonial passaria a apresentar um déficit financeiro
de R$ 217.783,791;
5.4. A dívida municipal, no final do exercício, importou em R$ 3.001.858,742 correspondendo
a 44,44% da receita orçamentária total arrecadada, sendo que a Dívida Flutuante
corresponde a 12,74% daquele valor e a Dívida Fundada a 87,26%. Quando confrontada
com a exercício anterior, verifica-se uma elevação de 208,49% da Dívida Flutuante (em
2004 importou em R$ 55.853,11, fls, 44. Da mesma forma que o item anterior, quando
incluídas as despesas não empenhadas em 2005, a dívida flutuante passa a ser de R$
437.291,89;
6. Não foram licitadas das despesas sujeitas a este procedimento no valor total de R$ 56.040,00,
representando 1,06% da Despesa Total;
7. Os recursos de convênio somaram R$ 135.840,13, sendo 44,17% de origem federal e 55,83% h7
provenientes do governo do Estado; C:::'
1
2
Vide informação da Auditoria às fls. 1257, item 4.3.1

integralmente, vide doc. fls. 42, 1137/1139


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No valor total da Dívida do Município estão incluídos os parcelamentos junto ao INSS, mesmo.~~biliz

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Processo Te nO 02336/06
8. A remuneração dos agentes políticos manteve-se dentro da legalidade;
9. Os dispêndios com obras públicas totalizam R$ 395.776,55 os quais representaram 5,53% da
Despesa Orçamentária Total (DOT);
10. Os Repasses ao Poder Legislativo representaram 8% das receitas de impostos e transferências do
exercício anterior, observando o limite constitucional;

III - Foram, constatadas irregularidades, porquanto, o gestor responsável, devidamente notificado,


apresentou defesa que foi submetida à análise da Auditoria, tendo esta concluído que persistiram as
seguintes irregularidades:

1 - Lei Orçamentária Anual- LOA apresentando deficiências' - item 2.1;


2 - Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO não contemplando o equilíbrio entre receitas e despesas,
infringindo a Lei Complementar 101- LRF - item 2.1.1;
3 - Não contabilização, no balanço financeiro, de despesa orçamentária com encargos sociais (INPEP e
INSS), infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, no valor de R$ 209.988,59, infringindo os art. 35 e
50 das Leis 4.320/64 e 101/2000 respectivamente - item 3.2.1;
4 - Despesas insuficientemente comprovadas com despesas previdenciárias (INSS) no valor de R$
10.287,65, causando prejuízo ao erário - item 3.2.3;
5 - Atraso no pagamento do INSS, caracterizando um descontrole administrativo e financeiro, causando
um prejuízo ao município no valor de R$ 1.579,61 em virtude do pagamento de juros - item 3.2.4;
6 - Gasto com excesso de combustível no valor de R$ 57.452,12, causando prejuízo ao erário público-
item 3.2.5;
7 - Diferença não comprovada na entrega de merenda escolar nas escolas no valor de R$ 17.845,48,
causando prejuízo ao erário item 3.2.6;
8 - Balanço Orçamentário incorretamente elaborado, não representando a real situação da execução
orçamentária do exercício - item 4.1.1;
9 - Balanço Financeiro incorretamente elaborado, não representando a real situação financeira do
exercício - item 4.2.1;
10 - Balanço Patrimonial incorretamente elaborado, não representando a real situação patrimonial do
Município, - item 4.3.1;
11 - Dívida Flutuante incorretamente elaborada, não representando a real situação de endividamento de
curto prazo do Município - item 4.4.1;
12 - Dívida Fundada incorretamente elaborada, não representando a real situação de endividamento do
Município - item 4.4.1;
13 - Constatação de diversas irregularidades em processos licitatórios - item 5.14;
14 - Despesa sem o devido processo licitatório no valor de R$ 56.040,00 - item 5.15;
15 - Fixação de remuneração dos agentes políticos através de instrumento jurídico indevido - item 6;
16 - Desvio de finalidade de recursos do FUNDEF no valor de R$ 40.145,39, devendo esse valor ser
devolvido aos cofres públicos com recursos municipais de outras fontes de recursos - item 8.1.1.

3a)Não foi atendido o que dispõe o § l°, do Art. 7°, da RN - Te 07/2004; fls. 202/204, ou seja não foi o
quadro do programa anual de trabalho don Governo (obras e prestação de serviços);
b) Existência na LOA de crédito suplementar com dotação quase total do orçamento;
c) As despesas de capital da LOA em analise não estão previstas na Lei de Diretrizes
Orçamentárias - LDO;
4 Não foi apresentada defesa para este item.
5 Vide documentos às fls 438/441·
Fornecedor Valor
Posto Verão (aquisição de combustíveis) R$ 41.640,00
Maria José Gomes (Locação de O1 caminhão) R$ 13.200,00
TOTAL R$ 56.040,00

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Processo Te nO 02336106
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

17- Aplicação de 58,15% das receitas do FUNDEF em remuneração e valorização do magistério - item
8.1.1 ;
18 - Funcionamento de forma precária do Conselho de Acompanhamento e Controle Social - CACS -
item 8.1.1;
19 - Aplicação de 24,71 % das receitas de impostos e transferências na manutenção e desenvolvimento do
ensino fundamental, contrariando o art. 212 da CF - item 8.1.1;
20 - Falta de um sistema de controle de estoque, entrada e saída de medicamentos e também dos bens do
ativo permanente item 12.2;
21 - Descumprimento da RN TC 04/04 art. 7°, incisos X, XI e XII , no que se refere à ausência de
escrituração dos livros diário e razão, e de inventários de estoques de bens materiais e de bens móveis e
imóveis- item 12.3.

Submetidos os autos ao Órgão Ministerial este, após considerações, opinou, em síntese:


1. Declare atendimento parcial dos requisitos da LRF;
2. Emissão de parecer sugerindo à Câmara Municipal de Paulista a reprovação das contas de
gestão geral, relativas ao exercício de 2005;
3. Julgue irregulares as despesas sem comprovação elou excessivas, com imputação de débito contra
o gestor, em face do dano ao erário apurado;
4. Aplique multa contra o gestor, por ilegalidades apuradas e danos ao erário, com fulcro na
Constituição Federal, art. 71, VIII e LCE n° 18/93, art. 55 e 56,11 (itens 2 ,8,10,11, 21 e 23).
5. Assine prazo para a recomposição das receitas vinculadas ao FUNDEF;
6. Represente ao órgão previdenciário os fatos relacionados às contribuições previdenciárias.
7. Recomende diligências para prevenir a repetição dos demais fatos apurados em 2005.
Cumpre, por fim, informar que:

1) Esta Corte assim se pronunciou em relação à gestão 2001-2004, tendo como Gestor o
Sr. Sabiniano Fernandes de Medeiros:
i Exercício Parecer _
12001 I Contrário à aprovação (Parecer PPL TC 78120(4) Recurso-~--i
I Reconsideração (parecer PPL TC 17212005)
12002 I Contrário à aprovação ~Parecer PPL TC 21812004)
[2003 , Contrário à aprovação (~arecer PPL TC 17812005) ---.J
12004 I Contrário à aprov~ (~~~_~pia da ata às !1~.:_!_~~~L m J

É o Relatório, tendo sido efetuadas as notificações de estilo.

v O T O DO CONSELHEIRO RELATOR

Da instrução processual restou evidenciada a ocorrência de falhas e irregularidades de


gravidade considerável, parte delas com reflexos negativos sobre o Erário Municipal.
([i
Acerca da gestão fiscal, salientam-se ausências de informação e publicações de
relatórios, bem como não equilíbrio entre receitas e despesas que, situações em que co~gura.o
descumprimento da LRF. Assim, voto pela declaração de atendimento parcial às exigências ~e
Responsabilidade Fiscal. {,I ~
Dos aspectos relacionados à gestão geral, subsistiram as irregularidades relacionadas a.. .~~
C,'-IPLENOIPREFElTIJRA"""'"""-200"""6-06.doo ~ :,. "
Processo Te nO 02336106
a) aplicações dos recursos do FUNDEF em finalidade diversa, no valor de R$ 40.145,39, cabendo
recomposição desses valores à conta do FUNDEB, que sucedeu ao FUNDEF;
b) diferença não comprovada na entrega de merenda escolar nas escolas no valor de R$ 17.845,48,
diferença esta que culmina na imputação de débito ao gestor.

Quanto aos índices do gasto com educação e a despesa do FUNDEF com a valorização do
magistério, deixo de acompanhar o entendimento técnico, como também as alegações da defesa, uma vez
que, conforme memória de cálculo, de minha autoria de fls.1892, os valores de R$ 11.703,97 e de R$
5.837,53, demonstrados às fls 1874, do relatório da auditoria, referentes ao pagamento de PASEP e
FGTS, respectivamente, descontados diretamente da conta FPM, devem ser apropriados tanto para a
valorizaçio do magistério como para compor o índice de gastos com a educação. Assim, concluo que
os gastos na educação alcançaram o percentual de R$ 25,11% e que as despesas do FUNDEF, com
valorização do magistério atingiram o valor de R$ 1.237.903,00, correspondendo a um percentual de
59,56%, o que torna relevável o fato de não ter sido aplicado, o percentual de 0,44%, correspondendo a
R$ 5.415,55, por entender que este ínfimo valor não influiu na melhoria ou não do ensino, ou mais
precisamente, para acompanhar o espírito da lei, não contribui na melhoria ou não dos salários pagos aos
professores.

Atinente a ausência de registro da dívida com a Previdência Social, registra-se que tal
irregularidade ocorre desde exercícios passados, e razão pela qual entendo que deve ser assinado prazo
ao gestor Para regularizar esta situação até porque a correta contabilização da dívida fundada no Passivo
Permanente é uma exigência do art. 105, § 40 da Lei 4320/64, e, modifica substancialmente a situação
patrimonial do município.

Bem assim, entendo que deve ser assinado prazo ao gestor para apresentar documentos
comprobatórios dos gastos não comprovados, porém, empenhados em nome do INSS, no valor de R$
10.287,65, sob pena de devolução aos cofres municipais.

Destaco que as despesas não licitadas corresponderam a 1,06% da despesa total, desse
modo, mesmo considerando a diminuta representatividade, cabe, no meu entender, aplicação de multa ao
gestor, pelo desrespeito às normas legais da obrigatoriedade de licitação.

Quanto ao pagamento de juros e multas por atraso no pagamento ao INSS no valor de


R$ 1.579,12, entendo que o gestor não pode ser responsabilizado, pois, trata-se de uma ocorrência
comum na administração, pública ou privada, que podem ocorrer por acontecimentos imprevistos.

No que tange ao excesso de combustível, a auditoria se baseia em informações colhidas


no mumcipio. Entendo não seja o método mais apropriado para se averiguar ou não o excesso de
combustível. No caso em tela, é de se registrar que o depoimento de condutor de uma moto (fls. 874),
afirmando que o combustível é por sua conta, foi o que levou a auditoria a afirmar que o gestor
apresentava dados falsos ao Tribunal. Tanto nas alegações da defesa como nos demais documentos dos
autos, verifiquei que, em nenhum momento, faz parte das despesas com combustível, consumo com
qualquer motocicleta, o que confirma meu entendimento quanto à precariedade do método investigativo.
Assim, deixo de acompanhar o entendimento da auditoria, não considerando o excesso apontado.

Quanto à remuneração dos agentes políticos, verifica-se que sua fixação se deu através de
Decreto Legislativo 01/2004, e não por lei, conforme comando constitucional (art. 29, inciso V). Esta é .
uma falha insanável, mas que não trouxe prejuízos ao erário ou excesso de remuneração, no entant«?--.
remete a emissão de recomendação para que não se repita a mesma falha no exercício em curso.'

Relativamente às demais irregularidades apontadas, precisamente, quanto às incorreções


constatadas pelo órgão de instrução na apresentação das peças contábeis, sou porque seja re~dO~;
gestor a tomada de providênci~ no sentido de observar às normas pertinentes à..matéria. I.! : .
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C:\Assessor\PLENO\PREFEmJRA\Pauhsta-2005-02336-06.doc ~i '. Ai~
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

Processo Te nO 02336106

Por todo o exposto, e em consonância com o entendimento do Órgão Técnico e do


pronunciamento da Procuradoria Geral, voto no sentido de que este Egrégio Tribunal:

1. Emita e encaminhe à Câmara Municipal de Paulista parecer contrário à aprovação das


contas do Prefeito, Sr. Sabiniano Fernandes de Medeiros, relativas ao exercício de 2005;
2. Declare que o chefe do Poder Executivo do Município de Paulista, no exercício de 2005,
atendeu parcialmente às exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal e da não aplicação em
ações e serviços públicos de saúde do percentual mínimo exigido;
3. Impute débito ao gestor, Sr. Sabiniano Fernandes de Medeiros, no valor de R$ 17.845,48,
decorrente de despesa não comprovada com merenda escolar.
4. Assine o prazo de sessenta (60) dias, para fins de recolhimento aos cofres do Município do
valor objeto da imputação de débito atuando, na hipótese de omissão, o Ministério Público, tal
como previsto no art. 71, § 4°, da Constituição Estadual;
5. Aplique multa pessoal ao Sr. Sabiniano Fernandes de Medeiros, no valor de R$ 2.805,10
(Dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com fundamento no art. 56 da Lei
Complementar n" 18/93, assinando-lhe o prazo de sessenta (60) dias, a contar da data da
publicação da presente decisão, para efetuar o recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do
Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da
Constituição do Estado, a importância relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário devendo-se dar a
intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da PGE, nos termos do § 4° do art.
71 da Constituição Estadual;
6. Assine prazo de 30 dias ao gestor para:
a) apresentar documentos comprobatórios das despesas não comprovadas empenhadas em
nome do INSS, no valor de RS10,287,65, sob pena de devolução aos cofres municipais;
b) tomar providências no sentido de efetuar a correta contabilização da dívida do Município
nos demonstrativos contábeis, como reclamado pela Auditoria;
c) efetuar o recolhimento à conta do FUNDEB, com recursos do Município da importância
de RS 40.145,39 em virtude da divergência apontada entre o saldo apurado e do saldo
conciliado;
7. Recomende à administração municipal a adoção de medidas no sentido de evitar a repetição das
falhas ora apontadas quando das futuras prestações de contas, observando com rigor os
preceitos constitucionais, legais e normativos atinentes à administração pública e as observações
feitas pela auditoria deste Tribunal.

É como voto.

DECISÃO DO TRIBUNAL

o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESFADO DA PARAÍBA, usando da competência que lhe é conferida


pelo art. 13, § 2°, da Constituição do Estado e art. l°, N, da Lei Complementar n." 18/93, à unanimidade,
na sessão plenária realizada nesta data, acolhendo o voto do Exmo. Sr. Conselheiro Relator,

DECIDE:
1. E"mmr e en caminhar a' C~amara M'umcip
. al d e P au I'ista parecer contrario
" à {!;
aprovação das contas do Prefeito, Sr. sabinia~. ' Fe.r.nandes de Medeiros,
relativas ao exercício de 2005; /\ li' ~ !\
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Processo Te nO 02336/06
I
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

2. Declarar que o chefe do Poder Executivo do Município de Paulista, no exercício


de 2005, atendeu parcialmente às exigências da Lei de Responsabilidade
Fiscal;
3. Imputar débito ao gestor, Sr. Sabiniano Fernandes de Medeiros, no valor de
R$ 17.845,48, decorrente de despesa não comprovada com merenda escolar;
4. Assine o prazo de sessenta (60) dias, para fins de recolhimento aos cofres do
Município do valor objeto da imputação de débito do item anterior, atuando, na
hipótese de omissão, o Ministério Público, tal como previsto no art. 71, § 4°, da
Constituição Estadual;
5. Aplicar multa pessoal ao Sr. Sabiniano Fernandes de Medeiros, no valor de
R$ 2.805,10 (Dois mil, oitocentos e cinco reais e dez centavos), com
fundamento no art. 56 da LCE 18/93, assinando-lhe o prazo de sessenta (60)
dias, a contar da data da publicação do presente Acórdão, para efetuar o
recolhimento ao Tesouro Estadual, à conta do Fundo de Fiscalização
Orçamentária e Financeira Municipal, a que alude o art. 269 da Constituição do
Estado, a importância relativa à multa, cabendo ação a ser impetrada pela
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em caso do não recolhimento voluntário
devendo-se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão da
PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual;
6. Assinar prazo de 30 dias ao gestor para:
a) apresentar documentos comprobatórios das despesas não comprovadas
empenhadas em nome do INSS, no valor de R$ 10.287,65, sob pena de
devolução aos cofres municipais;
b) tomar providências no sentido de efetuar a correta contabilização da dívida
do Município nos demonstrativos contábeis, como reclamado pela Auditoria;
c) efetuar o recolhimento à conta do FUNDEB, com recursos do Município da
importância de R$ 40.145,39 em virtude da divergência apontada entre o
saldo apurado e do saldo conciliado;
7. Recomendar administração municipal a adoção de medidas no sentido de evitar
a repetição das falhas ora apontadas quando das futuras prestações de contas,
observando com rigor os preceitos constitucionais, legais e normativos atinentes
à administração pública e as observações feitas pela auditoria deste Tribunal;

Publique-se, Te i -se~~mpra-se.
PLENÁRIO MINISTRO JOÃ A ,'i'-J,
em jr de maio de 2008.

Conselheiro .. ;ttAlves Viana


P te

c: \Assessor\PLENO\PREFEITURA\Paulista-2005-02336-06.doc

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