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INTRODUÇÃO______________________________________________________________4
I – ASPECTOS SOCIAIS NO MÉDIO JEQUITINHONHA__________________________5
A localização...........................................................................................................................5
I – A CIDADE DE MEDINA-MG_______________________________________________9
História ..................................................................................................................................9
Significado do Nome............................................................................................................10
População .............................................................................................................................10
Economia: ............................................................................................................................11
Saúde.....................................................................................................................................12
Ensino ..................................................................................................................................12
Mobilização social................................................................................................................14
Artesanato.............................................................................................................................14
Educação...............................................................................................................................15
Turismo.................................................................................................................................15
Ecologia................................................................................................................................16
Saúde.....................................................................................................................................17
Saneamento...........................................................................................................................17
CONCLUSÃO______________________________________________________________19
BIBLIOGRAFIA____________________________________________________________21
Sites e páginas da internet consultadas para a pesquisa:.....................................................21
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INTRODUÇÃO
“Aquele, pois, que sabe fazer o bem, e o não faz, comete pecado”.
Tiago 4.17
Estamos em busca de saber o que fazer na obra missionária e quando souber teremos
que fazê-lo. Conhecendo a tradição metodista de um evangelho social mais ainda tenho
aprendido sobre o testemunho cristão para a sociedade através de atitudes concretas que
venham transformar a comunidade onde a Igreja esteja inserida. Este é o maior desafio para
Jequitinhonha que se apresenta segundo dados estatísticos do IBGEi a região mais pobre do
A principal motivação deste estudo foi buscar conhecer a região para apresentar um
desafiados a alcançar este vale que tem mais de oitenta municípios sem Igreja Metodista.
I – ASPECTOS SOCIAIS NO MÉDIO JEQUITINHONHA
A localização
A região do Rio do Jequitinhonha localiza-se a nordeste do Estado de Minas Gerais,
sudeste brasileiro, e, segundo a Fundação João Pinheiroii, pode ser repartida em três zonas
bem diferenciadas: o Alto, o Médio e o Baixo Jequitinhonha. O Baixo e o Médio Rio são
marcados por grandes propriedades rurais, dedicadas à criação intensiva de gado e à
silvicultura, o Alto Jequitinhonha, situado acima do Rio Araçuaí, é caracterizada pelas
grandes extensões de terras planas – as chapadas – apropriadas por empresas, contrastando
com as vertentes - as grotas - ocupadas pelos terrenos de agricultores familiares. Da
nascente à foz do Jequitinhonha são 1.086 km contornado por mais de 80 municípios.
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IDH: segundo o IBGE: Índice de Desenvolvimento Humano.
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.
iv
Mapa da Região do Vale do Jequitinhonha
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Quilombolas é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos
negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram para formar pequenos vilarejos chamados de
quilombos.
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uma relativa valorização das terras da região, gerando impactos sócio-econômicos
significativos, sobretudo com o aumento da concentração fundiária. Seguindo o rastro da
Constituição de 1946 ocorreu uma enorme fragmentação dos municípios da região gerando
unidades político administrativas sem a mínima condição de auto sustentabilidade.
Atualmente não existe mais um tapete verde e sim uma colcha de retalhes. É a velhice
precoce do solo espezinhado, espoliado, surrado pelo pisar constante dos animais vorazes,
pelas queimadas e pelas estiagens causticantes como mostra a imagem do satélite:
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Foto de satélite da região
Devido a todos estes fatores o Vale do Jequitinhonha é considerado uma das regiões
mais pobres do Estado de Minas Gerais, e, é também considerado pelos parâmetros da
UNESCOvii uma das mais pobres do mundo.
A região apresenta uma integração frágil com a economia nacional e estadual, pois se
localiza na região de transição entre área de influência de Belo Horizonte e o Nordeste
Brasileiro, estando à margem dos eixos de desenvolvimento.
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A pobreza é a tônica que se criou e se mantém em detrimento da população, e em
benefício da dominação e manipulação pela elite desde os primórdios da história.
Dados obtidos no IBGEix mostram que a população teve seu número reduzido em
decorrência da redução do crescimento vegetativo e êxodo rural. A pobreza e a miséria
levam os homens a se submeterem ou mesmo ao êxodo rural, promovendo e produzindo as
viúvas da seca.
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I – A CIDADE DE MEDINA-MG
História
O município originou-se de um povoado formado por uma leva de índios e escravos
liderados pelo espanhol Leandro de Medina, que chega a região em maio de 1824.
Geografia
Área Total: 1.447,0 km²
Dens. Demográfica: 14,28 hab/km²
Altitude: 587 m
Latitude: 16º13´21"S
Longitude: 41º28´36"W
DDD: 33
CEP: 39620-000
Temperatura Média: 22,1º C
Microrregião: Pedra Azul
Mesorregião: Vale do Jequitinhonha
População xiii
Economia:
Pelo quadro abaixo se pode concluir que a economia da cidade gera principalmente em
torno da prestação de serviços e que a agropecuária precisa ser mais bem desenvolvida,
havendo um decréscimo da mesma nos últimos anos com pouco crescimento na área da
indústria e apenas uma retomada em quantidade de serviços prestados.
Empresas
Empresas Registradas: 301
Indústrias Agropecuárias: 0
Indústrias de Pesca: 0
Indústrias Extrativas: 13
Indústrias de Transformação: 20
Energia Gás Água: 1
Contrução: 0
Comércio e Similares: 213
Alojamento e Alimentação: 13
Transporte Armazenagem e Comunicação: 12
Financeiras: 3
Imobiliárias e Serviços: 3
Administração e Segurança Pública: 1
Educação: 2
Saúde e Serviços Sociais: 1
Outras: 19
Trabalhadores das Empresas Registradasxvi
Total de Trabalhadores 587
Trabalhadores no setor de Pesca 0
Trabalhadores nas Indústrias Extrativas 78
Trabalhadores nas Indústrias de Transformação 35
Trabalhadores no setor de Energia, Gás e Água 8
Trabalhadores no setor de Construção 0
Trabalhadores no Comércio e Similares 298
12
Trabalhadores nos setores de Alojamento e Alimentação 16
Trabalhadores nos setores de Transporte, Armazenagem e Comunicações 37
Trabalhadores no setor de Intermediação Financeira 14
Trabalhadores no setor Imobiliário 5
Trabalhadores na Administração e Segurança Pública 1
Trabalhadores no setor de Educação 24
Trabalhadores nos setores de Saúde e Serviços Sociais 47
Trabalhadores em outros setores 24
Agropecuáriaxvii
Estabelecimentos Agropecuários 678
Área dos Estabelecimentos 95318ha
Ocupação com Lavouras 2710ha
Ocupação com Pastagens 68154ha
Ocupação com Matas 17155ha
Números de Bovinos 30481
Números de Suínos 1861
Números de Galináceos 22868
Instituições Finaceiras
Agências: 2
Saúde xviii
Hospitais 1
Leitos Hospitalares 65
Unidades Ambulatóriais 7
Postos Saúde 4
Centros Saúde 2
Consultórios Médicos 0
Consultórios Odontológicos 0
Unidades Hospitalares Gerais 0
Postos Assistência Médica 0
Internações Hospitaláres 1985
Ensino xix
“Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-
las... que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das
estrelas! (Mário Quintana. IN: Espelho Mágico)
A diferença social é enorme. A Igreja deve entrar na comunidade como ponte para
união das pessoas e instituições levando justiça e paz!
Possibilidades e oportunidades:
Realmente é difícil olhar para frente diante do desafio maior do que as condições
reais, mas como disse o poeta ‘o caminho se faz ao caminhar’. Apesar das dificuldades,
buscamos inspiração nos Objetivos do Milênioxxi e podemos perceber algumas
possibilidades além de oportunidades presentes no Vale do Jequitinhonha e a partir da
cidade de Medina.
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Mobilização social
A maior riqueza da região não são os diamantes e pedras preciosas, mas as pessoas que
residem ali, por isso é necessário investir nelas, lapidando-as para que vejam seu real valor.
Creio que a porta de entrada para a região com vista a implantação de igrejas é a Ação
Social, marca relevante da Igreja Metodista que oportuniza a pregação do evangelho.
Uma forte marca do povo brasileiro é sua solidariedade, por isso, junto com as notícias
ruins acerca da região sempre vemos a presença de alguém ajudando como pode. Ao
pesquisar no Google sobre ‘ongs no Vale do Jequitinhonha’ encontramos centenas de opções
que demonstram que o olhar bondoso brasileiro e do mundo todo se voltam para ajudar
pessoas com associações de artesãos, cooperativas de produção rural, cursos
profissionalizantes, trabalhos com senhoras e principalmente crianças são os alvos destes
grupos.
Artesanato
O artesanato ganhou impulso na década de 1970 com a criação da Comissão de
Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha (Codevale), hoje incorporada ao Instituto de
Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minasxxii. O chamado “vale da miséria” ganhou
projeção por seus artistas, numerosos entre os cerca de 1 milhão de habitantes da região.
Essa foi uma forma iniciativa que conseguiu empoderar as comunidade do Vale. Na
cidade de Medina, entretanto, precisa ser mais difundido a questão do artesanato porque é
pouco presente em relação ao restante das cidades ao seu redor. Por isso esta é uma das
oportunidades da Igreja podendo levar cursos e incentivo ao artesanato e formando
cooperativas que visem o acréscimo na renda familiar. Para isso a Igreja pode formar
parcerias com outras instituições públicas ou privadas, reunindo mulheres, por exemplo e
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produzindo objetos decorativos com matéria-prima da própria região e expondo na feira
local bem como de cidades vizinhas.
Educação
A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)xxiii foi fundada
em 30 de setembro de 1953 por Juscelino Kubitschek de Oliveira, e federalizada em 17 de
dezembro de 1960 representa um referencial da cultura na região. Além desta, diversas
iniciativas privadas com pólos de Universidades particulares e outras instituições de ensino,
cultura e artes têm se mobilizado para a região.
Com incentivo do Governo Federal, muitas pessoas que são da região e foram para
grandes cidades em busca de trabalho, estão retornando para o vale acreditando que podem
reconstruir sua vida, bem como contribuir para o crescimento da região.
Duas novas frentes do SAF Lírios do Vale 3 são as aulas de música de Informática. O
objetivo do projeto SAF é promover a educação sócio-educativa e outros tipos de atividades
como esporte e recreação, cultura, cidadania, saúde além de capacitação na área de música e
informática para crianças de 6 a 11 anos e para adolescentes de 12 a 14 anos, com vistas à
aproximação da população de Medina com as tecnologias ligadas à informática, utilizando-a
como ferramenta para outras atividades ou diretamente como atividade profissional.
Incentivando o aprendizado, a disseminação, a qualificação profissional e o interesse por
novos conhecimentos.
Turismo
O Vale do Jequitinhonha tem muitos atrativos a serem explorados pelos turistas. Além
das belezas naturais e históricas, que chama atenção para a riqueza cultural do povo do Vale.
A localização é estratégica por causa das rodovias que cortam a região do vale ligando ao
Nordeste, Espírito Santo e as regiões centro e sul de Minas Gerais.
As lindas paisagens com pedras enormes ao redor da cidade de Medina xxv chamam
atenção de qualquer visitante. A Igreja pode explorar esta possibilidade criando o Turismo
Missionário abrindo suas portas para cristãos de outras localidades para visitar e
evangelizar.
Ecologia
Além de dignificar as pessoas é preciso valorizar o habitat em que vivem de forma que
amem e reconstruam sua terra. A região é muito conhecida pelas suas pedras preciosas e
seu granito de excelente qualidade. Granito esse que gera a maior fonte de renda da
cidade, mas que em poucos anos devastara a fauna e a flora já que o pó de granito se
espalha por toda região, diminuindo o oxigênio nos rios e tornando o solo irredutível.
Quando foi perguntado a Leonardo Boffxxvi: Como se pode mudar a relação das
pessoas com o ambiente? Ele respondeu:
Saúde
Os números anteriormente citados alarmam a carência de recursos da saúde, mas
somente para quem presencia é possível perceber o grau de calamidade da saúde pública na
região. Começando pelo saneamento que é pouco ou inexistente em muitos lugares. Na
cidade de Medina não existe rede pluvial, muitas casas não têm banheiro, o esgoto é por
meio de fossas ou derramado no córrego onde ao mesmo tempo pessoas lavam roupas,
buscam água e tomam banho.
Creio que a Igreja pode contribuir nesta área primeiramente protestando, sendo uma
voz do povo diante das autoridades sejam locais ou em outras instâncias do governo
estadual e federal e também pode atuar docentemente ensinando as pessoas sobre cuidados
com a saúde e higiene pessoal.
Saneamento
Um dos sérios problemas encontrados na cidade de Medina é o acúmulo excessivo de
lixo na cidade. Por onde quer que se vá pode-se ver lixo acumulado em terrenos, ruas e
praças. Ao lado deste problema temos também o desemprego e a pobreza nas famílias, além
dos problemas de saúde que cercam a comunidade.
Por isso a Igreja Metodista em Medina tem um projeto para coleta seletiva do lixo que
limpe a cidade, crie renda familiar e diminua o número de doenças causadas por bactérias e
insetos espalhadas pelo lixo em toda parte?
A coleta seletiva é uma alternativa politicamente correta que desviam dos aterros
sanitários os resíduos sólidos que poderiam ser reaproveitados. Jogar o lixo no seu devido
lugar não polui o ambiente, proporciona a reciclagem e conscientiza a responsabilidade
social.
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A reciclagem de materiais se apresenta como uma das alternativas, embasada no perfil
do alto desperdício verificado no descarte de materiais orgânicos e inorgânicos pela
população brasileira, cuja reciclagem é possível de estimar em até 30 a 40 %xxvii do volume
gerado diariamente, de acordo com as características da localidade.
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CONCLUSÃO
O Plano para a Vida e Missão traduz o propósito de ser Igreja. A Igreja existe para
cumprir uma Missão e a forma mais clara de agir socialmente é enfrentando os desafios da
recursos ou qualquer ação do poder público, mas que é alvo para a ação cristã implantando
o Reino de Deus.
mais rico e o mais pobre do Brasil. Agora está em busca de equilibrar esta balança com
privadas que estão marcando e lutando pela transformação da região. A Igreja deve marcar
sua presença em meio a estas iniciativas implantando ações que sejam sinais do Reino de
para estar aberto ao novo. Em segundo lugar, nunca perder de vista o caráter curador e
em particular das pessoas e seus corpos que têm sido alvo maior de crises. E em quarto
lugar a busca constante de tornar a Igreja uma comunidade saudável para tratar vidas e para
isso como pastor também preciso estar bem tendo forças para levantar o meu próximo.
Quando nos vemos diante dos desafios que nos surpreendem e muitas vezes não
somos nós quem os enfrentamos, pois somos enfrentados por eles sentimo-nos impotentes
clamor dos aflitos é a causa do chamado. Assim a missão deve ir de encontro aos desafios
da comunidade e sociedade ao redor da Igreja. Embora o aspecto social nesta região chame
vidas que estão sofrendo porque ainda não conhecem ao Senhor Jesus Cristo.
Os riscos e dificuldades não significam que Deus não está apoiando ou aprovando o
tiveram medo de correr riscos, rompendo as barreiras que lhe eram impostas.
BIBLIOGRAFIA
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 21ªed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993.
IGREJA METODISTA, Coordenação Nacional de Ação Social; Como criar e desenvolver o
Ministério de Ação Social na Igreja Local. São Paulo: 2000.
IGREJA METODISTA, Coordenação Nacional de Ação Social; Manual das Instituições: como
criar uma instituição social. São Paulo: 2004.
Plano para a Vida e Missão da Igreja Metodista. Cânones da Igreja Metodista 2007, Colégio
Episcopal da Igreja Metodista, Editora Cedro, São Paulo, 2007.
SATHLER-ROSA, Ronaldo. Cuidado pastoral em tempos de insegurança. Uma
hermenêutica contemporânea. São Paulo: ASTE, 2004.