PLANTINGA, Alvin. Warrant: a first approximation. In: Warrant and Proper
Function. New York/Oxford: Oxford University Press, 1993. Pp. 3-20.
- Da discussão feita em Warrant: The Current Debate, pode-se concluir que
há muitas maneiras diferentes de entender o que seja um valor epistêmico, ou seja, o que seja uma boa avaliação em termos de crença. - Cada uma das maneiras principais de se entender a justificação é um modo de conceber o que é esse valor epistêmico: cumprimento de dever epistêmico (internalismo clássico), coerência (coerentismo), indícios adequados que fundamentem a crença (fundacionalismo), confiabilidade dos mecanismos ou faculdades que produzem a crença (externalismo), verdade, grau adequado de aceitação de uma crença, entre outros. I. Função Própria - A noção de garantia (aquilo que se acrescenta a uma crença verdadeira justificada para que ela possa ser considerada conhecimento) se liga a todos esses valores epistêmicos, mas isso exige uma descrição adequada do que ela seja. - Para tanto, Plantinga sugere atentar para outro valor epistêmico importante: o funcionamento apropriado das faculdades epistêmicas. - Segundo ele, o mal funcionamento cognitivo é um tema recorrente nas avaliações de falta de garantia de uma crença. Por mal funcionamento cognitivo de uma faculdade epistêmica entenda-se a falha daquela faculdade em funcionar do modo como deveria para proporcionar uma crença que se possa chamar conhecimento. - Assim, uma condição necessária (embora não suficiente) para que uma crença tenha garantia cognitiva para mim é que meu aparato de formação e manutenção de crenças esteja funcionando bem, ou seja, do modo como deveria funcionar. - A noção de função própria, porém, não é bem vista por todos. Muitos a consideram incompreensível e incapaz de ajudar a esclarecer o que venha ser a garantia, pois é mais difícil do que esta. - Plantinga responde que se trata de uma noção empregada nos mais diversos contextos tanto pelo senso comum quanto pelo discurso científico mais rigoroso.