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Assírio & AlvimII

Rua Passos Manuel, 67-B


editores e livreiros 1150-258 Lisboa

Título: EVOCAÇÃO DE SOPHIA


Autor: Alberto Vaz da Silva
Prefácio: Maria Velho da Costa
Posfácio: José Tolentino Mendonça
Colecção: Testemunhos
Ano de edição: 2009 / Tema, classificação: Biografia
Formato e acabamento: 14,5 x 20,5 cm, edição brochada
N.º de páginas: 112

«Curiosa forma tem Alberto Vaz da Silva de abeirar-se aqui de Sophia, em evocação intensa, dilec-
tíssima e discreta. “Quem tiver ouvidos para ouvir […]”. A visão inaugural é a de um jardim. Ainda não
se fala de livros, nem de versos, mas de uma adolescente num “maravilhoso jardim semi-abandonado e
selvagem”, deslizando atrás do aroma “profundo, intenso, secreto, veludoso, insondável” que é a alma
do mundo e a nossa própria. Quando Sophia, recuperando a memória desse lugar, escrever que “o
corpo de Alexandre da Macedónia era, por sua natureza, aromático”, certamente re-corda e a-corda. Os
jardins são, para a consciência, territórios de origem, patamares, cavidades maternais, propulsores de
vertiginosa passagem.
A imagem do epílogo, por sua vez, é um traço do autor, a impressão do olhar perante Sophia que
escreve, apenas isso: “Ali, naquela folha, arvorava o seu nome […]”. Detenho-me no modo exacto e, to-
davia, inesperado que Alberto Vaz da Silva propõe para enunciar, ou anunciar, o acto da escrita: “arvo-
rava”. No princípio e no fim temos, assim, o jardim, pois a escrita é, ela também, singular forma de ar-
borescência. A caligrafia é tatuagem orgânica, matéria com predicados vegetais: linha indivisa,
ramificada, que se multiplica desde as raízes até ao alto (ou desde o alto até às raízes, como ensina a
Cabala). Escrever mantém uma equivalência misteriosa com o arborescer.
Este é, se quisermos, um livro sobre jardins. Os que nos precedem, os que formam sem sabermos
a nossa alma e os seus declives, os que silenciosamente se avistam nas várias formas de grafia, desde
aquela que cintila na vastidão silenciosa dos céus (e que também nos pertence), à nossa grafia íntima,
feita de arranhões, de registos digitais, de textos, crateras.»

José Tolentino Mendonça, no posfácio deste livro P.V.P.: 10 € / ISBN: 978-972-37-1453-1


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Título: CONTRARIAR, ESMAGAR, AMAR — A Família e o Estado Novo na obra de Paula Rego
Autor: Ruth Rosengarten
Colecção: Arte e Produção
Ano de edição: 2009 / Tema, classificação: Ensaio / Arte Contemporânea
Formato e acabamento: 16 x 22 cm, edição brochada
N.º de páginas: 176

«Vivendo e trabalhando em Inglaterra, onde se instalou definitivamente desde 1976, Paula


Rego continua a elaborar as questões da formação da identidade em torno do país onde nasceu,
inquirindo o modo como a cultura visual que moldou a sua infância em Portugal poderá hoje
ressoar junto de um público internacional mais vasto; como uma expressão na língua portu-
guesa pode ser encenada como imagem; como a articulação da «Portugalidade» pode ser cons-
tituída visualmente. Mas é sobretudo nas alusões ao Estado Novo que Rego evoca a
Portugalidade com maior consistência: evoca-a enquanto passado e enquanto traço mnemó-
nico. Pois o passado não é apenas um fardo que se carrega no presente: poderia dizer-se que a
própria existência dele se extrai da visão imediata.
Isso tem ressonâncias num campo aparentemente muito distante do histórico: o da psica-
nálise. Lá onde a repetição traz à luz algo que está oculto mas não inteiramente esquecido, Rego
invoca as imbricadas cronologias que informam o encontro entre o analista e o analisando na
cena psicanalítica. Ao desdobrarem-se, tais narrativas trazem à luz uma anterioridade imersa em
imediatez, onde a acção corrente substitui uma memória recalcada: faço isto em vez de recordar
aquilo. Na base deste livro está pois o encontro entre duas disciplinas aparentemente díspares: a
história e a psicanálise.»
Ruth Rosengarten, na Introdução a este livro
P.V.P.: 16 € / ISBN: 978-972-37-1358-9
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Título: OS PASSOS EM VOLTA — 10.ª Edição


Autor: Herberto Helder
Colecção: A Phala
Ano de edição: 2009 / Tema, classificação: Ficção
Formato e acabamento: 14 x 20 cm, edição encadernada
N.º de páginas: 200

Aparentemente um livro de contos, histórias de enredos simples, mas romanticamente


transcendentes, representam os passos de um homem em torno da sua existência, sem res-
postas paradigmáticas, num vazio que se procura transformar em matéria. Sobeja-lhe o
corpo, divino, prodigioso e redentor, onde regressa sempre.

«Talvez pudesse ouvir passos junto à porta do quarto, passos leves que estacariam en-
quanto a minha vida, toda a vida, ficaria suspensa. Eu existiria então vagamente, alimen-
tado pela violência de uma esperança, preso à obscura respiração dessa pessoa parada. Os
comboios passariam sempre. E eu estaria a pensar nas palavras do amor, naquilo que se
pode dizer quando a extrema solidão nos dá um talento inconcebível. O meu talento seria o
máximo talento de um homem e devia reter, apenas pela sua força silenciosa, essa pessoa de-
fronte da porta, a poucos metros, à distância de um simples movimento caloroso. Mas nesse
instante ser-me-ia revelada a essencial crueldade do espírito. Penso que desejaria somente a
presença incógnita e solitária dessa pessoa atrás da porta. Ela não deveria bater, solicitar, in-
quirir», conta-nos Herberto Helder na magnífica prosa a que nos habituou.

Esta 10.ª edição surge agora com uma magnífica encadernação, preservando ainda
assim o preço da edição anterior.
P.V.P.: 15 € / ISBN: 978-972-37-0119-7
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Título: A IMAGEM-MOVIMENTO — Cinema 1 /2.ª edição com nova tradução


Autor: Gilles Deleuze
Tradução do Francês: Sousa Dias
Colecção: Livros de Cinema
Ano de edição: 2009 / Tema, classificação: Ensaio
Formato e acabamento: 14,5 x 21 cm, edição brochada
N.º de páginas: 336
«Gilles Deleuze não foi só um grande pensador: também um grande escritor. Tentámos na presente
tradução restituir rigorosamente essa dupla vertente conceptual e literária, material e formal, da sua es-
crita. Para isso não nos limitámos a procurar o equivalente exacto em português (até quando foi preciso
criá-lo) de cada uma das palavras e alocuções originais utilizadas ou inventadas pelo autor. Procurámos
ainda, e ao contrário por exemplo das traduções castelhana e inglesa que nos serviram de referência, res-
peitar sempre as articulações sintácticas do texto, o corte e o ritmo das frases, a respiração própria da lin-
guagem deleuziana. Em suma, quisemos devolver com fidelidade quer o pensamento do filósofo quer o
seu “tom”, a sua sensibilidade de escritor, o seu estilo.»
Sousa Dias, na sua Nota do Tradutor

«Tratamos nesta primeira parte da imagem-movimento e das suas variedades. A imagem-tempo será
objecto de uma segunda parte. Os grandes autores de cinema pareceram-nos confrontáveis não só com
pintores, arquitectos e músicos mas também com pensadores. Eles pensam com imagens-movimento e
com imagens-tempo, em vez de conceitos. A enorme proporção de nulidade na produção cinematográfica
não é uma objecção: ela não é pior aí que noutros domínios, embora tenha consequências económicas e in-
dustriais incomparáveis. Os grandes autores de cinema são pois simplesmente mais vulneráveis, é infinita-
mente mais fácil impedi-los de fazer a sua obra. A história do cinema é um longo martirológio. Mas não é
por isso que o cinema deixa de fazer parte da história da arte e do pensamento, sob as formas autónomas
insubstituíveis que esses autores souberam inventar e fazer passar apesar de tudo»
Gilles Deleuze, no Prólogo P.V.P.: 20 € / ISBN: 978-972-37-0958-2

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