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Trabalho da 3ª Sessão – 16 a 22 de

Novembro
Tarefa 2 - 1ª parte

Depois de lida a literatura recomendada propomo-nos fazer uma


análise à realidade da nossa escola e à sua capacidade de resposta
ao processo de auto avaliação, identificando os factores que
consideramos inibidores do mesmo.

Atendendo á situação do desenvolvimento do Plano Tecnológico a


nossa escola encontra-se em obras e, um terço da BE/CRE está a
servir de estaleiro. Assim sendo, e embora sendo um factor transitório
é mais um acréscimo à situação da Be/CRE e à sua imagem na
Comunidade escolar.

A escola do Ensino Básico 2, 3 Vasco Santana insere-se numa


comunidade social de nível médio alto do Concelho de Odivelas e
regista elevados níveis de sucesso como consta do Projecto Educativo
2006/09. Com a alteração do sistema administrativo, passando-se de
um órgão colegial para um sistema de Director foram introduzidas
significativas mudanças no processo de gestão.

No Projecto Educativo constam os métodos de avaliação e que ele


deve estar sujeito e transcrevo:

“1. A avaliação do Projecto Educativo de Agrupamento compete aos órgãos


intervenientes no processo: Assembleia de Agrupamento, Órgão de Gestão e
Conselho Pedagógico.
2. O processo de avaliação ordinária do presente documento será feita
anualmente, durante os meses de Junho/Julho.
3. Sugere-se a criação de uma comissão que, mediante a análise dos relatórios
dos responsáveis pelas diferentes actividades do Plano Anual, dos relatórios
que integram os Projectos Curriculares de Turma e de quaisquer outros
documentos considerados pertinentes, elaborará o documento de avaliação
final a apresentar aos órgãos referidos no ponto 1.
4. Qualquer avaliação extraordinária e/ou parcial que venha a ser proposta
carece de aprovação da Assembleia de Agrupamento.
5. Os resultados das avaliações ordinárias, extraordinárias e/ou parciais
integrarão um relatório a apresentar à comunidade educativa, da
responsabilidade do Conselho Executivo.
6. Quaisquer alterações às linhas de força do Projecto Educativo, resultantes
das avaliações ordinárias, extraordinárias e/ou parciais, farão efeito após
aprovação pela Assembleia de Agrupamento, ouvido o Órgão de Gestão, o
Conselho Pedagógico e as Associações de Pais.
7. Quaisquer alterações ao presente processo de avaliação do Projecto

1
Educativo carecem de aprovação da Assembleia de Agrupamento, ouvidos o
Órgão de Gestão e o Conselho Pedagógico.”

A evidência a retirar é que estando o projecto em fim de validade a


Comunidade Educativa não foi informada da avaliação do mesmo
para se poderem definir as linhas orientadoras para a elaboração do
próximo. Creio ser política da escola que sendo esta uma escola de
sucesso, atendendo à percentagem de alunos que transitam de ano,
pouco há a melhorar/ alterar.

No ano lectivo anterior foi feita uma avaliação externa, da qual ainda
não se tem o Relatório final, mas basicamente foram apontados como
pontos fracos a interdisciplinaridade transversal e vertical. Este facto
é fortemente confirmado pelos Planos de Actividade dos anos lectivos
a que diz respeito o Projecto Educativo, delineados individualmente e
depois sujeitos a alguma transversabilidade quando possível. A única
excepção é o Projecto da BE/CRE que foi feito tendo em conta o
currículo de algumas áreas curriculares (EV/ EVT/Inglês/Língua
Portuguesa).

Esta evidência aponta para que a escola tenha como cultura o


trabalho individualizado dos diversos Departamentos/ Ciclos de
Ensino / Escolas do agrupamento.

A escola tem uma comunidade docente numa faixa etária elevada,


estando muitos à beira ou com possibilidade de reforma, estando a
ser substituídos por uma camada de docentes de uma faixa etária
baixa mas cujos objectivos e formação são muito diversificados
daquela que substituem. Assim, temos, a nível de docentes, 2
escolas, uma caracterizada por alguma iletracia a nível de TIC e outra
que, pelo contrário as dominam completamente. Juntamente com o
Plano Tecnológico, isto cria um fosso e impede que haja uma política
educativa consistente: a única é manter a elevada taxa de sucesso
dos alunos. Este fosso agravou-se significativamente nos últimos anos
com o sistema de avaliação imposto pelo Ministério da Educação.
Cultura de escola será mostrar o máximo de trabalho para ter uma
melhor avaliação. Mais importante que a sua auto-avaliação é a
avaliação feita pelo Director.

Daqui se infere a evidência seguinte: os docentes trabalham de forma


muito diferente, com ambições e objectivos diferentes e não
estabelecem parcerias. Estas, quando existem, são feitas mais por
questões individuais e/ou tradição do que para, tendo em conta os
objectivos da escola, atingi-los.

2
No final do ano lectivo todos os Departamentos, Clubes, Directores de
Turma, Coordenadores de Ano, Coordenadores de Escola, Projectos
Curriculares de Turma, …, fazem o seu relatório respeitante às
actividades desenvolvidas, sucesso/insucesso. A escola tem até uma
ficha de avaliação, que deverá ser preenchida em reunião para
avaliar as diversas actividades com os mesmos parâmetros. Nota-se
assim uma necessidade de fazer uma avaliação mais homogénea para que
se possam obter indicadores, também eles homogéneos do sucesso/
insucesso das actividades de per si. Mais uma vez a evidência de trabalho
independente e individualizado. Continua a não se ter um plano definido e a
avaliação não é feita em função grau de sucesso desse projecto, das metas
definidas mas dos pequenos projectos.

Os documentos que orientam a escola: Projecto Educativo, Projecto


Curricular de Agrupamento, Plano Anual de actividades fragmentado
por Departamentos, clubes, escolas, … são na sua maioria muito
difíceis de avaliar porque muito complexos e não têm um fim comum.

Dirão que é o sucesso dos alunos.

Mas que sucesso?

O estatístico? Obviamente que Portugal precisou de fazer um esforço


acrescido nos últimos anos para que o país atingisse níveis médios
comparáveis aos da União Europeia em termos de progressão na
escolaridade, literacia, formação de adultos, diminuição das taxas de
abandono escolar e por aí fora.

Ou o sucesso verificado através da aquisição de competências que


permitam aos alunos construir o seu conhecimento? O sucesso feito
de “saber fazer” e “saber ser” tão facilitado pelas novas tecnologias
da informação? O sucesso em que os escolas servem de facilitadores
de acesso à informação e de promotores do conhecimento.

Para isso a escola deve mudar de paradigma de sistema educacional.


Onde estão os mecanismos facilitadores dessa alteração de
paradigma? Está a minha escola preparada para essa mudança?

Evidência: a escola tem de definir exactamente o que quer para saber


por onde vai. Não creio que ela já tenha chegado a essa fase embora
o Plano Tecnológico venha, acredito, abanar este paradigma da
educação.

3
Considerando nós que estes factores são inibidores do processo de
auto-avaliação podem representar uma brecha para que este
processo se torne mais efectivo.

Que plano delinear para alterar esta situação?

1- Elaborar um Plano de actividades sempre em parceria ou seja,


nunca fazer actividades da BE/CRE sem que um Departamento
ou mais, ou outro ciclo de ensino, ano, …. estejam envolvidos.
2- Criar necessidade da BE/CRE (as obras do Plano Tecnológico
que estão atrasadas já fizeram perceber a uma parte da
comunidade educativa a falta que fazem os sistemas
informáticos que aí existem já que estão desactivados) mas tal
como dizia a Dra Teresa Calçada a “escola pode viver sem as
BE/CRE, não deve… mas pode)
3- Fazer avaliações parciais do seu trabalho e comunicá-las aos
órgãos directivos: Direcção, Conselho Pedagógico, Conselho
Geral e exigir uma resposta atempada, explicitando sempre o
papel essencial do centro de recursos.
4- Intervir directamente e “interventivamente” em todos os órgãos
em que tenha participação.
5- Organizar-se de forma a fazer-se notar por toda a comunidade,
sendo atractiva para toda a comunidade educativa.
6- Criar estratégias de forma a que a sua actuação seja
evidenciada na comunidade educativa: publicitar os sucessos e
os falhanços através de todos os meios ao seu dispor desde os
cartazes à plataforma Moodle.
7- Captar novos públicos.
8- “Obrigar” os docentes e os alunos menos assíduos a
frequentarem a BE/CRE através da sua presença ou da sua
acção.
9- Participar na elaboração dos novos documentos orientadores da
Escola: Projecto Educativo; Projecto Curricular, Plano anual de
Actividades, já que este ano terão de ser reformulados.
10-Fornecer um serviço que se torne indispensável: catálogos
actualizados; e.books; participar em rede com outras
bibliotecas; serviço de livros on-line; alargamento do horário;
actividades de apoio ao desenvolvimento do currículo,…
11-Construir uma equipa e mecanismos para que ela seja visível
actuando sobre a comunidade.
12-Repensar e reavaliar permanentemente e em parcerias a sua
actuação partindo sempre das evidências.

4
Conclusão – ser líder em todas as circunstâncias mas através de
uma liderança participada, interventiva e responsável,
estabelecendo metas atingíveis sempre tendo em atenção os
sucessos e os falhanços.

Lisboa, 18 de Novembro de 2009

Cristina Simões

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