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Instituto Nacional de Medicina Legal/INML), obtidas têm um valor reforçado, por regra
retirado à vigência do princípio da livre apreciação da prova (ano(s) 1270 e 1630 do Código
Ora, elas apontam em sentido diverso (oposto mesmo) do invocado pela arguida: a
morte de João Tilly dos Santos foi devida a enfarte agudo do miocárdio; quer o diagnóstico
fosse de pneumonia quer fosse de suspeita de enfarte, a alta dos HUC para o Hospital de Seia
não foi uma decisão correcta, face ao débil estado de saúde do doente e às menores
condições existentes nesta última unidade para optimizar o tratamento a que o doente "tinha
direito"'.
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1Veja-se a este propósito o quesito n° 13 e a respectiva resposta que foi dada pelo Conselho Médico
Legal do INML: "Q: Foram correctos e adequados as observações e os exames de diagnóstico a que
o doente foi sujeito nos trés hospitais?"
"R: Sim. Os exames realizados permitiram o diagnóstico de enfarte do miocárdio. A progressiva
deterioração da função respiratória e da função renal foram consequéncias de faléncia cardíaca
instalada após o enfarte do miocárdio. Foram interpretadas como consequência de outra patologia
concomitante: pneumonia com hipoxemia. Esta interpretação é pos&ívele aceitável em função dos
resultados das análises e exames realizados".
Tal resposta deve ser complementada com a resposta dada ao quesito n° 14: "...A radiografia do
tórax, única que nos foi dado a observar, de 22.3.2004 do Hospital de Seia, permite interpretar a
hipotransparência difusa, com aspecto algodonoso, nos dois campos pulmonares, como grave
pneumonia bilateral. Só a necropsia permitiu saber que aquelas imagens radiográficas
correspondiam não a infecção, mas a estase pulmonar por falência cardíaca".
Tal aponta, pois, no sentido de que aquilo que se deve censurar na conduta da arguida não está
nos diagnósticos que fez, mas na conduta que adoptou depois de os fazer - cfr. infra.
Quanto à causa de morte e à decisão da alta, ordenando o regresso do doente ao Hospital de Seia,
tomada pela arguida, para além do relatório da autópsia médico-legal e da consulta técnico
científica da responsabilidade do Conselho Médico-Legal do INML, vejam-se ainda os
esclarecimentos complementares prestados pela Anatomo-Patologista (cfr. fIs. 380 a 382) e pela