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Johann Samuel Halle, Magie: Oder die Zauberkrfte der Natur (Berlim: J. Pauli, 1784), pp.232-233
Apud Manonni (2003:154-155).
espectadores: A sesso mgica chega ao fim, enquanto cada qual parece perguntar ao
vizinho, com um palor lvido no rosto, que julgamento deve fazer a respeito desse
encontro com o mundo subterrneo. Mas a descrio da sensao dos espectadores
um palor lvido no rosto e a caracterizao do pretensamente ocorrido encontro
com o mundo subterrneo indica a predisposio de fazer-crer o leitor/espectador.
Podemos dizer que no plano do contedo, no nvel fundamental, o que h de
mais forte o carter de magia - fantasmagoria2, a partir de um ocultamento destes
procedimentos versus um desvelamento, uma visibilidade, do que realmente acontece
para fazer crer os espectadores; iluso versus realidade. Constatamos ainda que os
espectadores saem de uma condio de normalidade para o estado de sensao de
palor, provocado pela diferenciao mundo real, conhecido, versus o mundo
subterrneo, desconhecido. Verificamos portanto uma relao entre no-sensao vs
sensao, conhecido vs desconhecido, desvelamento vs ocultamento, ser vs parecer,
certeza vs dvida, realidade vs iluso, verdadeiro vs falso, como categorias do plano do
contedo que se reduzem a relao fundamental visibilidade vs fantasmagoria ou real vs
aparente.
No texto, nega-se a visibilidade e o real, e afirma-se a fantasmagoria e o
aparente. Podemos representar tais categorias semnticas no quadrado semitico da
seguinte maneira:
visibilidade
real
no fantasmagoria
no aparente
fantasmagoria
aparente
no visibilidade
no real, irreal
relao de contrariedade
relao de complementaridade
relao de contradio
Neste estudo utilizamos o termo fantasmagoria para nos referirmos ao espetculo de lanterna mgica e
tambm com o sentido de produo de iluso.
Segundo Mannoni (2003:157), tanto Philidor como Robertson utilizavam este procedimento. Em posse
do retrato de qualquer pessoa morta ou ausente, que se queria fazer aparecer, os ilusionistas mandavam
pintar a imagem em uma das placas da lanterna.
5
(...) uma mesa de folha-de-flandres utilizada para imitar o trovo e um rolo de carto usado para imitar
o granizo. Mannoni, op. cit., p.494.
6
Os efeitos acsticos eram produzidos graas a um tubo de folha-de-flandres. Um segundo assistente,
escondido num cmodo adjacente, falava com voz sinistra atravs desse tubo oco [de folha-de-flandres]
(...). Mannoni, op. cit., p.155.